Eis uma tríade cuja materialização vincula-se a todo e qualquer processo comunicativo. Embora os concebemos como elementos utilizados para designar a mesma realidade, em se tratando do ponto de vista linguístico, os mesmos não devem ser confundidos, talvez até como termos sinônimos.
A linguagem pode ser considerada como a capacidade estritamente humana capaz de manifestar algo, visando à expressão de sentimentos, à manifestação de desejos e opiniões, à troca de informações entre diferentes culturas, dentre outros procedimentos.
Por meio da mensagem identificamos a intencionalidade presente em um determinado discurso. Podendo esta ser de natureza verbal ou não verbal. Em se tratando da linguagem não verbal, a mesma vincula-se aos símbolos de uma maneira geral, gestos, expressões faciais, desenhos, pinturas, danças, entre outros elementos.
A linguagem verbal concerne à modalidade escrita ou oral como forma de estabelecer a comunicação por meio das palavras, facilitando a interação entre os interlocutores.
Quando nos referimos à língua, restringimo-nos a uma atividade coletiva realizada por meio de um código formado por palavras regidas por leis combinatórias às quais pertencem a um grupo específico. Como é o caso da língua inglesa, brasileira, italiana, francesa, e muitas outras.
Em razão de seu caráter social, a língua não permite mudanças arbitrárias. Torna-se necessário obedecer a certas regras para que a comunicação se realize de maneira plausível. O agrupamento de palavras de forma desordenada tende a não efetivá-la, conforme podemos observar o exemplo abaixo:
Exaustos hoje trabalho com o estamos
Neste caso, faz-se necessário atribuirmos a ordem direta ao enunciado linguístico, visando estabelecer uma perfeita comunicação:
Hoje estamos exaustos com o
trabalho.
A fala é algo estritamente individual, pois cada pessoa tem seu jeito próprio de se manifestar em meio a um grupo social. Usufruindo-se de seus conhecimentos linguísticos, a mesma torna-se apta a expressar seu pensamento de acordo com sua visão de mundo adquirida ao longo de sua experiência.
O fato nos leva a crer que para uma pessoa ser compreendida, ela não precisa falar ou escrever igual ao outro, daí o caráter estritamente pessoal.
Linguagem é um processo de comunicação utilizado na transmissão de uma mensagem entre interlocutores. Existem vários tipos de linguagem, como a oral, escrita e digital. Já a língua é um dos códigos da linguagem e pode ser culta, usada em contextos formais, ou popular, válida em contextos informais.
A linguagem denotativa é caracterizada pela objetividade e clareza e se opõe à linguagem conotativa, plurissignificativa. Também é importante ressaltar que a linguagem apresenta algumas funções, tais como: emotiva ou expressiva, poética, referencial ou denotativa, fática ou de contato, metalinguística, e conativa ou apelativa.
Saiba mais: Figuras de linguagem — os usos de palavras ou expressões com sentido conotativo
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre linguagem
- 2 - O que é linguagem?
- 3 - Tipos de linguagem
- 4 - Linguagem x língua
- 5 - Linguagem formal x informal
- 6 - Linguagem denotativa x conotativa
- 7 - Funções da linguagem
Resumo sobre linguagem
É um instrumento de comunicação entre o emissor e o receptor de uma mensagem.
Existem diversos tipos dela, como a oral, escrita, literária, mímica, artística, jornalística e digital.
A língua é um dos seus códigos e tem caráter social.
A linguagem formal é utilizada em contextos mais sérios e solenes, já a linguagem informal apresenta maior espontaneidade.
O sentido figurado está presente na linguagem conotativa e ausente na linguagem denotativa.
Suas funções são: emotiva, poética, referencial, fática, metalinguística e conativa.
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O que é linguagem?
A linguagem é um processo de comunicação entre o emissor e o receptor de uma mensagem. Para a transmissão dessa mensagem, é necessário um código, que deve ser dominado tanto pelo emissor quanto pelo receptor. Assim, para uma eficiente comunicação, é necessário escolher a linguagem adequada.
Tipos de linguagem
Existem diversos tipos de linguagem, como a linguagem oral, utilizada em contexto de fala. Quando escrevemos, utilizamos a linguagem escrita. Para nos comunicarmos com gestos, recorremos à linguagem mímica. Já a linguagem literária é empregada em textos literários.
A linguagem artística está associada às diversas modalidades estéticas, e se difere da linguagem jornalística, presente nas matérias de jornais. Temos também a linguagem digital, utilizada no ambiente computacional. Assim, cada tipo de comunicação se adéqua a uma linguagem específica.
As linguagens oral e escrita podem ser formais ou informais. No entanto, a fala apresenta recursos como a tonalidade de voz, aliada a gestos, coisa que falta na escrita, centrada na estrutura textual. Porém também é possível nos comunicarmos apenas com gestos, ou seja, um olhar ou um sorriso, por exemplo, também são mensagens.
As linguagens literária e artística são marcadas pela complexidade, estranheza e plurissignificação, e, por isso, são opostas à linguagem jornalística, objetiva e clara. Por fim, a linguagem digital é extremamente ampla, pois engloba desde termos técnicos de informática, além do jargão empregado por usuários da internet, até os emoticons.
Linguagem x língua
A linguagem é um processo de comunicação. Já a língua é um dos códigos da linguagem, ou seja, um mecanismo de comunicação, caracterizado por letras e fonemas, organizados segundo determinadas regras. Portanto, a língua pode ser utilizada em diferentes tipos de linguagem, como a oral, escrita e jornalística.
A língua possui um caráter social, pois está associada à cultura de um povo, e apresenta regras gramaticais, mas também variações, como regionalismos ou termos coloquiais. Assim, a língua culta é utilizada na linguagem formal, enquanto a língua popular é utilizada na linguagem informal.
Veja também: Variações linguísticas — o que são e quais são seus tipos?
Linguagem formal x informal
A linguagem formal é aquela utilizada em um contexto mais sério ou cerimonioso. Portanto, exige maior formalidade e cumprimento de regras. Em um processo de comunicação formal, a língua culta é utilizada. Portanto, é exigido o cumprimento de todas as regras gramaticais.
Se a linguagem formal implica maior distanciamento entre emissor e receptor, a linguagem informal permite maior aproximação entre os interlocutores e, portanto, apresenta espontaneidade no processo de comunicação. Desse modo, o uso de termos coloquiais, gírias ou mesmo incorreções gramaticais é bastante comum.
Linguagem denotativa x conotativa
A linguagem denotativa está associada a termos que mantêm seu significado primitivo ou básico. Portanto, essa espécie de linguagem não admite o sentido figurado. Já a linguagem conotativa está relacionada ao sentido figurado, isto é, a um significado suplementar. Assim, a palavra “anjo”, por exemplo, pode ser utilizada de forma denotativa ou conotativa:
Adamastor acredita em anjo.
Meu irmão é um anjo.
No primeiro enunciado, “anjo” apresenta um caráter denotativo, pois se refere a um ser espiritual. Já no segundo enunciado, ele é empregado conotativamente, pois indica que o irmão é bondoso, apesar de ser uma pessoa e não um ente espiritual.
Funções da linguagem
As funções da linguagem são categorias de estudo da linguagem e da comunicação. Existem seis delas. Veremos cada uma a seguir.
→ Função emotiva ou expressiva
Objetiva expressar emoções, pensamentos ou atos do emissor da mensagem.
Eu pude dormir em paz depois de fazer o que era correto.
→ Função poética
Objetiva apresentar elementos típicos de uma poesia, como conotação, versos e rimas. É o que se verifica nesta estrofe do poeta barroco Gregório de Matos:
Este padre Frisão, este sandeu,
Tudo o demo lhe deu e lhe outorgou,
Não sabe musa musae, que estudou,
Mas sabe as ciências, que nunca aprendeu.
→ Função referencial ou denotativa
Objetiva expressar uma informação de forma clara, objetiva, sem conotações.
Os juízes viajaram no mesmo avião para a Alemanha.
→ Função fática ou de contato
Objetiva manter ativo o canal de comunicação, isto é, impedir o fim da conversa.
— Então.
— Então.
— Tudo bem.
— Tudo bem.
— Dia frio.
— É verdade.
→ Função metalinguística
Objetiva colocar o foco sobre a própria linguagem, como ocorre em um filme que fala de cinema ou uma poesia cuja temática é a poesia. É o que podemos ver nesta estrofe do poema “Consolação”, de Olavo Bilac:
Penso neste milagre dos meus versos:
Um pouco de modéstia aos mais felizes,
Um pouco de bondade aos mais perversos...
→ Função conativa ou apelativa
Objetiva convencer, ordenar ou instruir o receptor da mensagem.
Faz o que te digo, mas sem perguntas.
Por Warley Souza
Professor de Redação