Cimegripe corta o efeito do anticoncepcional

A principal coisa que pode cortar o efeito da pílula é o vômito

Pergunta de Jussara Monteiro, 29 anos, motorista de aplicativo

A principal coisa que pode cortar o efeito da pílula é o vômito até duas horas após ter ingerido o medicamento. Nesse caso, deve-se tomar novamente. Se houver vômito de novo, deve-se inserir a pílula via vaginal, pois a mucosa da vagina poderá absorvê-la também de forma eficaz.

Alguns medicamentos podem também reduzir o efeito da pílula. É o caso do fenobarbital e fenitoína, entre outros usados para tratar convulsões. Um antifúngico chamado griseofulvina, o antiviral ritonavir, e os antibióticos rifampicina e rifabutina (geralmente usados em tratamentos de tuberculose e HIV) também podem interferir na ação da pílula, assim como outros medicamentos.

Vale lembrar que esses são os nomes dos princípios ativos. Os nomes comerciais podem ser diferentes.

Fiquem atentos! Verifique sempre a bula!

Sofia Barbosa é enfermeira do Sistema Único de Saúde, Coren MG 159621.

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Edição: Elis Almeida


A designer Melissa Spínola, de 29 anos, planejava ter o segundo filho em 2009, mas a cegonha resolveu antecipar a data. A surpresa aconteceu mesmo com a designer usando anel vaginal (contraceptivo que libera estrógeno e progestágeno direto na parede da vagina). "Não tomava pílulas para não correr o risco de esquecer de ingeri-las todos os dias, com o anel pensava estar mais segura", conta.

Alguns medicamentos podem tornar a pílula "não tão segura"

Foto: Getty Images

Depois de uma infecção urinária muito forte, que exigiu um tratamento com dois tipos de antibióticos, Melissa ficou preocupada com a menstruação, que não vinha. Nos exames, ainda para controlar o problema de saúde, descobriu que estava grávida da pequena Giulia, que viria a nascer em fevereiro de 2008.

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Não há dados oficiais sobre a ocorrência de gravidez provocada pela interferência de um medicamento sobre a ação do anticoncepcional e nem ao menos é possível afirmar com certeza que a concepção, como no caso de Melissa, tenha sido provocada por interferência medicamentosa, pois ela pode ser uma das mulheres que se encaixam nos 0,03% de ineficácia do anticoncepcional.

No entanto, a fertilização, mesmo em período de "proteção", é possível, segundo especialistas. "Os anticoncepcionais de hoje possuem uma quantidade mínima de hormônios, portanto, alterações no seu funcionamento podem acarretar em uma ovulação de escape, ou seja, não periódica", explica Ayrton Magistris, ginecologista especializado em fisiopatologia. E como sabemos, desde a época do colégio, a fertilização do óvulo é o início de uma nova vida.

A grande interferência dos medicamentos ocorre durante a absorção dos hormônios dos contraceptivos, e o mais sensível é o etinilestradiol (um estrógeno semi-sintético), segundo Magistri. Fármacos que alteram o tempo em que o anticoncepcional fica no trânsito intestinal ou que induzam a retirada da substância da circulação sanguínea - por meio da ação do fígado - são os grandes vilões.

Fiscalização em dose dupla
"A partir de agora, quando estiver em um tratamento sempre farei proteção dobrada", afirma Melissa. Segundo Barbosa, a designer está correta, a saída é mesmo reforçar a barreira: "Não interrompa o uso da pílula e utilize um contraceptivo não-hormonal, sendo a camisinha a melhor indicação".

Para tratamentos a longo prazo, a exemplo de doenças neurológicas e da AIDS, o mais adequado é mudar o método anticoncepcional. "Nesses casos, pílulas, por exemplo, não são indicadas", alerta o ginecologista.

São muitas as oportunidades de interação com outros medicamentos, portanto, é aconselhável que, quando forem prescritos remédios que deverão ser administrados em conjunto com os anticoncepcionais hormonais, consultar o médico para garantir um suporte seguro à contracepção.

Principais medicamentos
Com a ajuda dos ginecologistas Ayrton Magistris e Antonio Julio Sales Barbosa, também obstetra do Hospital Santa Catarina, em São Paulo, elaboramos uma lista dos medicamentos que podem interferir na ação dos hormônios contraceptivos. Confira:

- Procinéticos (normalmente usados no tratamento de refluxo gastro-esofágico) e laxantes: diminuem o tempo de trânsito intestinal das substâncias presentes nos anticoncepcionais.

- Anticonvulsivos e remédios para tratamentos psiquiátrico em geral (ex. fenitoína, fenobarbital, carbamazepina e topiramato), Antibióticos (eritromicina, rifampicina, ampicilina, tetracilcinas e penicilinas), antiinflamatórios (fenilbutazona), barbitúricos (usados no tratamento de insônia), antifúngicos (griseofulvina), antiparasitários (metronidazol) e antiviróticos (para o tratamento, por exemplo, da AIDS): esses fármacos são indutores de enzimas microssonais hepáticas, que ativadas podem acelerar a retirada do etinilestradiol de circulação, com isso diminuem o efeito previsto da substância.

- Ácido ascórbico em altas doses (vitamina C), analgésicos (paracetamol) e antimicóticos (para o tratamento dermatológico, ex. fluconazol): esses remédios podem aumentar a concentração de etinilestradiol, mas nesse caso não há risco a falhas na contracepção. Os sintomas serão semelhantes aos dos anticoncepcionais antigos - aqueles com altas doses hormonais -, ou seja, náuseas, retenção de líquidos, dor nos seios.

* entre parênteses estão os nomes de alguns compostos que se encaixam na classe de medicamento citada anteriormente ou a explicação de seu uso.

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A Dipirona interfere na eficácia do anticoncepcional? Não, a dipirona não interfere na eficácia no anticoncepcional 1.

Quanto tempo dura o efeito do Cimegripe?

Promove analgesia pela elevação do limiar da dor e antipirese através de ação no centro hipotalâmico que regula a temperatura. Seu efeito tem início 15 a 30 minutos após a administração oral e permanece por um período de 4 a 6 horas.

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