O que é bom para enxaqueca forte

A enxaqueca (CID 10 - G43) é um tipo de dor de cabeça (cefaleia) incapacitante, de origem genética, caracterizada por uma dor pulsante na lateral da cabeça (às vezes dos dois lados) e acompanhada de enjoo, vômito e dores diante de luzes e sons (fotofobia e fonofobia).

Em casos de dores de cabeça simples, os pacientes costumam utilizar medicamentos preventivos (como analgésicos). Quando é diagnosticado um quadro de enxaqueca, não é aconselhada a automedicação com esses fármacos.

De acordo com Tarso Adoni, médico neurologista do Hospital Sírio-Libanês, existem dois tipos de dores de cabeça: a primária e a secundária.

A enxaqueca consiste na dor de cabeça primária, no qual a dor de cabeça em si é a doença e a causa do desconforto. É uma dor latejante e incapacitante, com duração média de 4 a 72 horas e que tende a vir acompanhada de náusea, vômito, tontura, sensibilidade à luz e sons, e aura, como citado anteriormente.

Já dor de cabeça, ou cefaleia do tipo tensional, é a de origem secundária, ou seja, é um sintoma de alguma outra doença ou quadro de saúde que o corpo está manifestando por meio desse desconforto.Trata-se de uma dor de cabeça menos intensa, não latejante e sem sensibilidade a outros estímulos. Além disso, tende a ser bilateral (atinge os dois lados da cabeça), enquanto na enxaqueca, geralmente, a dor fica localizada em uma só parte da cabeça.

As causas exatas da enxaqueca são desconhecidas, embora se saiba que elas estão relacionadas com alterações do cérebro e possuem influência genética.

Saiba mais: Vídeo: conheça a relação entre alimentação e enxaqueca

Já os gatilhos para as crises de enxaqueca variam de indivíduo para indivíduo, sendo que em alguns não há presença de nenhuma causa específica. Entretanto, os gatilhos de enxaqueca mais comuns são:

A enxaqueca começa quando células nervosas, em estado de hiperexcitabilidade, reagem a algum gatilho e enviam impulsos para os vasos sanguíneos, causando sua constrição (relacionado à aura).

  • Estresse
  • Jejum intermitente
  • Dormir mais ou menos horas do que o de costume
  • Mudanças bruscas de temperatura e umidade
  • Perfumes e outros odores muito fortes
  • Esforço físico excessivo
  • Luzes e sons intensos
  • Abuso de medicamentos, incluindo analgésicos
  • Fatores hormonais (mulheres nas fases pré, durante e pós-menstruação, gerando a chamada de "enxaqueca menstrual")
  • Consumo de certos alimentos e bebidas (queijos amarelos, frutas cítricas, carnes processadas, frituras e gorduras, chocolates, café, chás, refrigerantes, excesso de álcool)

Em seguida, ocorre uma dilatação (expansão) e libertação de doses de prostaglandinas, serotonina e outras substâncias inflamatórias que causam a dor.

O padrão de crise é sempre o mesmo, variando apenas em intensidade. O espaçamento entre crises também é variável.

A enxaqueca costuma ser dividida em dois tipos: enxaqueca com aura e enxaqueca sem aura.

Enxaqueca com aura (CID 10 - G43.1) é a dor de cabeça incapacitante que é precedida de sintomas neurológicos que servem como um aviso de que uma crise está por vir. Aproximadamente, 25% dos pacientes apresentam esse tipo de enxaqueca, de acordo com o neurologista Tarso Adoni.

A aura visual é a mais frequente. Nela o indivíduo vê flashes de luz, manchas escuras em forma de mosaico ou imagens brilhantes em ziguezague - como quando estamos andando em uma estrada e vemos aquelas ondas de calor que emanam do chão.

Em outros casos, a enxaqueca com aura pode se manifestar com dormências ou formigamentos em apenas um lado do corpo. Dependendo da gravidade, a pessoa pode começar com um formigamento em uma das mãos e ele se espalhar por todo o lado do corpo. Em outros quadros, o indivíduo sente adormecer apenas metade da língua.

No entanto, essas manifestações sensitivas da enxaqueca com aura são mais raras. Diferente da enxaqueca sem aura, a enxaqueca com aura pode levar a complicações vasculares maiores e até mesmo a um risco maior de acidente vascular cerebral (AVC).

Segundo Adoni, 75% dos pacientes apresentam a enxaqueca sem aura (CID 10 - G43.0) - aquela que não apresenta aura, como o próprio nome sugere. Nesse quadro, não há sinais neurológicos anteriores à dor de cabeça latejante. É a chamada "enxaqueca comum".

É considerada uma crise de enxaqueca quando os sintomas variam de 4 a 72 horas, podendo ser um período mais curto no caso de crianças.

A enxaqueca crônica, por outro lado, é a dor de cabeça intensa e latejante por 15 dias ou mais durante o mês. Esse quadro pode ser com aura ou sem aura.

O tratamento para enxaqueca crônica é mais complexo, pois se observa um alto consumo de analgésicos por pacientes que sofrem dessa dor tão intensa e persistente - e o abuso de medicamentos pode até mesmo agravar os sintomas.

  • Crise de dor de cabeça latejante e intensa com duração de 4 a 72 horas
  • Náusea e vômitos
  • Bocejos constantes
  • Irritabilidade
  • Sensibilidade à luz
  • Sensibilidade ao som
  • Sensibilidade ao movimento do corpo ou do ambiente
  • Tontura
  • Fadiga
  • Mudanças de apetite
  • Problemas de concentração, dificuldade para encontrar as palavras

A enxaqueca é dividida em 4 fases: premonitória, aura, dor de cabeça e resolução. Porém, nem todas as pessoas que sofrem de enxaqueca apresentam todas essas etapas - sendo que a maioria já nota os sintomas na terceira fase.

1ª fase da enxaqueca: Premonitória (pródromo)

A primeira fase da enxaqueca é chamada de premonitória e apresenta sintomas como fadiga, irritabilidade, depressão, bocejo constante e dificuldade de concentração por cerca de 72 horas (três dias). Esses sintomas aparecem antes da dor de cabeça latejante.

2ª fase: Aura

A segunda fase da enxaqueca é definida pela presença de aura - conjunto de sinais visuais, sensoriais, de fala, motores ou outros enviados pelo sistema nervoso central que alertam para um início de enxaqueca.

Os sinais de aura mais comuns são: pontos cegos, manchas coloridas, flashes de luz e cintilações na visão, confusão mental, sensação de formigamento ou agulhamento na cabeça, podendo se espalhar pelo rosto, e fraqueza muscular.

Segundo o médico do Hospital Sírio-Libanês, a aura tende a durar de 5 a 10 minutos, podendo chegar a 60 minutos

3ª fase: Dor de cabeça (cefaleia)

A terceira fase é a que mais simboliza a enxaqueca e também a mais incômoda aos pacientes. É percebida devido à dor de cabeça típica, aquela latejante e intensa, podendo durar, aproximadamente, entre 4 e 72 horas. Costuma ser acompanhada de náusea, vômito e sensibilidade a luz, sons e cheiros.

4ª fase: Resolução (pósdromo)

A quarta e última fase da enxaqueca é denominada resolução (ou pósdromo e até "ressaca"). Nela o paciente apresenta sintomas semelhantes à primeira fase enquanto trata ou mesmo após curar a enxaqueca. São frequentes as queixas de fadiga, sonolência e dor de cabeça leve por um período de até 48 horas (dois dias).

A manifestação mais comum da enxaqueca com aura é a chamada aura visual, que pode se apresentar como flashes de luz, manchas escuras em forma de mosaico ou imagens brilhantes em ziguezague - como quando estamos andando em uma estrada e vemos aquele ziguezague de calor que emana do chão.

Em outros casos, a enxaqueca com aura pode se manifestar com dormências ou formigamentos em apenas um lado do corpo - dependendo da gravidade da enxaqueca com aura, a pessoa pode começar com um formigamento em uma das mãos e ele se espalhar por todo o lado do corpo, chegando a adormecer apenas metade da língua.

No entanto, essas manifestações sensitivas da enxaqueca com aura são mais raras. Geralmente, a aura começa da cefaleia na crise de enxaqueca, podendo persistir ou não depois que a dor começa.

O diagnóstico de enxaqueca é basicamente clínico. O médico neurologista costuma fazer perguntas como:

  • Você sente dor em qual lado da cabeça?
  • Quais os sintomas relacionados à dor?
  • Qual a duração desses sintomas?
  • Eles acontecem em ambos os lados do corpo?
  • Se são sintomas visuais, como são e em que momento os apresenta?
  • Algum desses sintomas aparece antes da dor começar?
  • Você tomou algum medicamento para as dores?
  • Você faz uso de algum medicamento com frequência?

É normal que seu médico queira ter certeza de que não existem outras causas para sua enxaqueca. Assim, é provável que ele faça exames físicos e neurológicos. Além disso, o médico irá perguntar sobre seu histórico familiar, incluindo questões como:

Saiba mais: Enxaqueca: entenda os tipos e causas da dor de cabeça

  • Outros membros da família têm enxaqueca ou outros tipos de dores de cabeça?
  • Você usa medicamentos como pílulas anticoncepcionais ou vasodilatadores?
  • Sua dor de cabeça começa depois que você faz muito esforço, ou após tossir ou espirrar?

O diagnóstico da enxaqueca é feito clinicamente, seguindo os critérios baseados nas diretrizes da "Headache International Society". Para que se tenha um quadro de enxaqueca, o paciente precisa apresentar pelo menos cinco crises com essas características:

  • Crise de cefaleia durando de 4 a 72 horas (tratamento fracassado ou não realizado)
  • Cefaleia com menos duas das seguintes características: unilateral, pulsátil, dor de intensidade moderada a intensa, dor agravada ou impedindo atividade física rotineira (caminhada, subir escadas, etc.)
  • Durante a cefaleia, ocorrência de pelo menos um destes sintomas: náusea e vômitos, fotofobia e “fonofobia”
  • Nenhum outro diagnóstico que explique a cefaleia

É preciso haver pelo menos duas crises com a presença de sintomas da aura, como pontos luminosos ou perda e embaçamento da visão, dormência e formigamento e fraqueza no corpo e dificuldade na fala, para se pensar no diagnóstico de enxaqueca com aura.

É recomendado procurar ajuda médica sempre que tiver uma dor de cabeça que o incomode. Segundo Adoni, pacientes com enxaqueca com aura costumam ficar assustados com os sinais visuais da doença, pensando serem sintomas de um AVC ou mesmo tumores - daí a importância de esclarecimentos e diagnóstico adequado de um especialista.

Os médicos mais apropriados para consultar ao apresentar sintomas de enxaqueca são:

  • Neurologista (especialista em enxaqueca)
  • Clínico geral

Vale ressaltar que não é preciso apresentar todos os sintomas já citados para ser diagnosticado com enxaqueca.

O tratamento para enxaqueca é prioritariamente medicamentoso (por via oral ou via intravenosa).

Saiba mais: Vídeo: livre-se da dor de cabeça

Porém, antes de iniciar o tratamento, é necessário saber se o diagnóstico está correto e qual o fator desencadeante da enxaqueca. No geral, o melhor é evitar gatilhos e tomar o medicamento indicado pelo médico quando uma crise aparecer.

Os medicamentos para prevenção da enxaqueca incluem neuromoduladores, betabloqueadores, antidepressivos e antivertiginosos. A indicação, no entanto, dependerá de cada caso.

Os medicamentos mais usados para o tratamento de enxaqueca são:

  • Ácido Mefenâmico
  • Amato
  • Buscofem
  • Cefalium
  • Cefaliv
  • Cetoprofeno
  • Cinarizina
  • Deocil
  • Depakote
  • Dorflex
  • Doril Enxaqueca
  • Flanax
  • Flancox
  • Ibupril (cápsula)
  • Ibupril 400mg
  • Ibuprofeno
  • Lisador
  • Naproxeno
  • Naramig
  • Neosaldina
  • Nisulid
  • Nimesulida
  • Dipirona monoidratada

Existem medicamentos desenvolvidos especificamente para a enxaqueca, os chamados triptanos. Eles são usados em pacientes que não conseguem conviver com a dor forte da enxaqueca e cujo tratamento é mais difícil.

Vale lembrar que somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique.

Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.

Além dos medicamentos para enxaqueca e cuidados no momento da crise, você pode adotar alguns hábitos que ajudam na prevenção da enxaqueca:

  • Mantenha um diário para identificar fatores desencadeantes de enxaquecas (anote data e a hora da enxaqueca, todos os alimentos que você comeu, atividades que você participou e medicamentos ingeridos)
  • Evite alimentos, medicamentos e fatores ambientais desencadeantes
  • Fique atento aos gatilhos psicológicos, como estresse e ansiedade
  • Procure um especialista que lhe indique o medicamento preventivo mais apropriado para você
  • Atenção ao sono: tente não dormir demais e nem muito poucoBeba água e tenha cuidado com a hidratação ao longo do dia
  • Evite o sedentarismo
  • Evite o jejum prolongado

Tem dúvida de como aliviar uma crise de enxaqueca? Para amenizar as dores, siga essas dicas de especialistas:

Pessoas que têm enxaquecas frequentes devem sempre andar com seus medicamentos. Isso porque algum tempo após a dor de cabeça se iniciar, ocorre um processo de sensibilização central, que mantém a dor e a torna mais rebelde aos analgésicos. É importante seguir à risca as medicações e dosagens indicadas pelo neurologista.

Além disso, vale a pena procurar orientação sobre medicamentos preventivos que se encaixem para o seu tipo de enxaqueca - especialmente pacientes que convivem com pelo menos uma ou duas crises ao mês e cujas dores são incapacitantes. Um exemplo são os anticorpos monoclonais, que recentemente foram aprovados no Brasil e servem como preventivos contra a enxaqueca.

Saiba mais: Enxaqueca: saiba o que fazer durante uma crise

Como os desencadeantes da enxaqueca são diferentes para cada um, a forma de aliviar essa dor também varia. Alguns dos tratamentos não medicamentosos mais comuns incluem compressas quentes ou frias, massagens, terapia de biofeedback, homeopatia e acupuntura.

Como o analgésico trata apenas a dor da enxaqueca, os outros sintomas devem ser tratados de forma tópica. Esse cuidado é redobrado com aqueles que sofrem com vômitos, pois eles podem golfar os analgésicos, precisando ir ao pronto-socorro para receber medicações injetáveis.

Durante uma crise de enxaqueca, o paciente não suporta ambientes barulhentos e com muita luz. Por isso, o ideal é se sentar ou deitar - o que for mais confortável - em um local com pouca luz e sem barulhos, evitando ao máximo atividades que o tirem do repouso.

Beba muito líquido, tanto água quanto soluções hidratantes disponíveis no mercado. Caso haja vômito, o melhor é não ingerir alimentos sólidos e, em casos graves, procurar um pronto-atendimento para receber medicações injetáveis mais potentes.

A enxaqueca crônica pode causar incapacitação pela dor crônica dor, afetando a execução de atividades diárias e a qualidade de vida.

Quando uma crise intensa se prolonga por mais de 72 horas, diz-se que o paciente está em status enxaquecoso (ou migranoso) e incapacitante.

Do ponto de vista neurológico, a enxaqueca com aura é o quadro que pode resultar em danos permanentes. Isso porque, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cefaleia, esse tipo de enxaqueca oferece mais risco de complicações vasculares (como um AVC) ao paciente do que a enxaqueca sem aura.

Ministério da Saúde

Sociedade Brasileira de Cefaleia

Tarso Adoni, médico neurologista do Hospital Sírio-Libanês - CRM 100.427

O que é bom para acabar com enxaqueca rápido?

Coloque gelo na região dolorida e beba bastante água; Faça refeições moderadas, evitando a ingestão de alimentos desencadeantes; Descanse, mas não prolongue seu sono para além do horário habitual; Faça da atividade física uma rotina, porém, evite exercícios em dias muito quentes.

O que fazer para aliviar a crise de enxaqueca?

“No tratamento da crise de enxaqueca, deitar num quarto escuro e silencioso, diminuir os estímulos sensitivos, relaxar, realizar pressão na cabeça e colocar algum estímulo gelado são medidas que podem auxiliar”, recomenda a médica.

Que remédio caseiro é bom para enxaqueca forte?

4 remédios caseiros para enxaqueca.
Chá de tanaceto. O tanaceto, conhecido cientificamente como Tanacetum parthenium, é uma planta medicinal que tem forte efeito sobre a enxaqueca, ajudando a aliviar a dor, mas também prevenindo o aparecimento de novas crises. ... .
Chá de gengibre. ... .
Petasites hybridus. ... .
Chá de valeriana..

Qual o melhor antiinflamatório para enxaqueca?

Medicamentos ajudam a aliviar os sintomas da enxaqueca Podem ser citados como exemplos o ácido acetilsalicílico, o ibuprofeno, o naproxeno sódico, além de remédios associados à cafeína, cuja função é aumentar a velocidade do efeito.

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