Quais fatores propiciam a formação de desertos nas áreas próximas a latitude?

Os desertos formam-se graças a fatores climáticos e a alguns eventos relacionados à pressão atmosférica, às latitudes e às formas de relevo.

Os desertos são grandes áreas com baixos índices de precipitação pluviométrica (chuvas) ou onde os índices dessas precipitações são inferiores aos níveis de evaporação, resultando na falta d’água. Isso faz com que essas áreas tornem-se zonas de difícil habitação, também chamadas de áreas inóspitas ou anecúmenas.

No entanto, ao contrário do que muitos imaginam, os desertos não são iguais. Na verdade, cada deserto possui algumas características que lhe são próprias. Todavia, para melhor compreender os seus processos formativos e suas dinâmicas climáticas, eles foram classificados em alguns tipos principais:

Desertos em regiões de ventos contra-alísios: são desertos formados pela ação de ventos contra-alísios, caracterizados por serem muito secos e formados em regiões próximas à linha do Equador. Um exemplo desse tipo de deserto é o Saara.

Desertos de latitudes médias: localizados em regiões tropicais (aquelas que se situam próximas aos trópicos de Câncer e de Capricórnio), eles encontram-se em áreas continentais que recebem pouquíssimas massas de ar úmido. Costumam apresentar grandes oscilações de temperatura. Exemplo: Deserto de Sonora (Estados Unidos).

Desertos de monção: são desertos formados pela ação das monções, um forma de comportamento dos ventos causada pelas alterações na temperatura e na pressão atmosférica nos oceanos e nos continentes. Isso provoca fortes chuvas litorâneas e baixos índices de chuvas no interior. Exemplos desse tipo de deserto é o Thar, no Paquistão.

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Desertos costeiros: são desertos formados em virtude da ação das chamadas “sombras de chuvas”, que ocorrem quando os ventos carregados de massas de ar chuvosas são bloqueados por formas de relevo montanhosas, onde se precipitam. Esses desertos apresentam os mais baixos índices de chuvas do mundo, a exemplo do Atacama, no Chile.

Paleodesertos: também chamados de desertos fósseis, são áreas que registram em suas formações rochosas a existência de desertos no passado, em regiões onde hoje eles não mais existem.

Desertos polares: são regiões formadas por camadas de rochas recobertas por gelos, onde são registradas as mais baixas temperaturas do planeta. Nessas regiões, por incrível que pareça, não há disponibilidade de água líquida, pois essa se encontra congelada. Assim, mesmo em zonas onde há solo exposto, não nasce praticamente nenhum tipo de vegetação, em função da ausência de recursos hídricos. O Deserto da Antártida é, por isso, considerado o maior deserto do mundo, com uma área de quase 14 milhões de quilômetros quadrados.


Exemplo de um deserto polar

Por: Rodolfo F. Alves Pena

Mestra em Geografia (Unicamp, 2017)
Bacharela em Geografia (USP, 2014)
Licenciada em Geografia (UEL, 2009)

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Desertos são áreas com baixo índice pluviométrico, onde a escassez de água dificulta o desenvolvimento de vida animal e vegetal. Mas, apesar da paisagem monótona e da presença de poucas formas de vida, as zonas desérticas não são todas iguais. É possível definir diferentes tipos de deserto de acordo com os processos geológicos e climáticos de formação dessas áreas, confira:

Desertos em regiões de ventos contra-alísios

Os contra-alísios são ventos secos que sopram na direção do Equador para os trópicos. Esses ventos propiciam a formação de desertos em regiões intertropicais. O Saara é um exemplo de deserto formado pela ação dos contra-alísios. A ação dos ventos, somada ao efeito da continentalidade, impede que massas de ar úmidos cheguem à região.

Esse tipo de deserto apresenta clima muito quente, com temperaturas que ultrapassam os 50º C durante o dia. Os ventos secos dispersam as nuvens permitindo que a radiação solar atinja de forma mais intensa o solo. Esse fenômeno intensifica o índice de evaporação, tornando esses desertos ainda mais secos.

O desertos de latitudes médias estão localizados entre os trópicos e os círculos polares. Esses desertos estão localizados em bacias de escoamento distantes dos oceanos ou em bacias endorreicas e recebem poucas massas de ar úmido. Exemplo: Mojave e Sonora, localizados nos Estados Unidos.

Deserto de Sonora, Arizona (EUA). Deserto de latitude média. Foto: Marc Turcan / Shutterstock.com

Desertos de monção

As monções são provocadas pela diferença de temperatura entre os oceanos e as áreas continentais. As massas de ar úmido são formadas nas áreas oceânicas e chegam até as áreas continentais pela força dos ventos alísios do sul, onde precipitam nas regiões costeiras.

Conforme a monção adentra o continente, ela perde umidade, sendo responsável pela formação de climas áridos. São exemplos de deserto de monção o Deserto de Rajastão, na Índia, e o Deserto de Thar, no Paquistão.

Desertos costeiros

Os desertos costeiros, apesar de estarem localizados próximos aos oceanos, são formados pela ação de barreiras geológicas que bloqueiam as massas de ar úmido. O Deserto do Atacama é um exemplo desse tipo de deserto. As chuvas provenientes do Pacífico, precipitam na face oeste dos Andes e não conseguem atingir o deserto, considerado o mais árido do mundo.

Vale da Lua, no Atacama, Chile. Deserto costeiro formado pela barreira andina, o Atacama é considerado o deserto mais seco do mundo. Foto: Skreidzeleu / Shutterstock.com

Desertos polares

Os desertos polares estão localizados na Groenlândia e na Antártida. Diferente dos outros tipos de deserto, eles não são formados pela ausência de água, mas sim pela escassez de água em estado líquido. A falta de água líquida impede o desenvolvimento de espécies vegetais mesmo nas áreas onde o solo está exposto.

Leia também:

  • Clima desértico
  • Desertificação
  • Paleodesertos

Texto originalmente publicado em //www.infoescola.com/geografia/tipos-de-desertos/

Arquivado em: Biomas, Geografia

Quais são os principais fatores para a existência de desertos?

A formação de desertos acontece, principalmente, a partir do processo de desertificação do solo, que consiste na perda de vegetação através da ação do homem, por meio de técnicas de cultivo inadequadas e desmatamento descontrolado.

Quais fatores propiciam a formação de desertos nas áreas próximas a latitude 30?

RESPOSTA: As regiões de latitude 30° constituem zonas de alta pressão atmosférica nas quais os ventos contra-alísios descem secos em direção à superfície e dificultam a formação de nuvens e a ocorrência de chuvas.

Por que existem áreas desérticas nas médias latitudes?

Ação do tempo e condições climáticas dão origem às características. Os desertos, em grande parte, são regiões improdutivas geradas pela ação humana direta, a partir da erosão de terras produtivas, por técnicas de cultivo inadequadas e desmatamento descontrolado.

Qual o motivo dos desertos serem formados em grande maioria nas grandes e baixas latitudes?

A formação dos desertos está atrelada às condições geográficas de uma região, como o clima, assim como a ação do homem no meio ambiente — no desenvolvimento de atividades produtivas, por exemplo. Os desertos são considerados regiões ambientais perigosas, em razão das suas condições climáticas extremas.

Como se dá a formação de desertos?

Os desertos formam-se graças a fatores climáticos e a alguns eventos relacionados à pressão atmosférica, às latitudes e às formas de relevo.

Por que a maioria dos desertos se encontram a 30 de latitude?

A razão para este fenômeno é devido a um sistema circulatório atmosférica conhecido como "A Célula de Hadley". A célula de Hadley é essencialmente um circuito termal e está localizado entre 30 graus norte e ao sul do equador.

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