Quais são as barreiras que impedem o acesso a orientação e mobilidade para o deficiente visual?

Uma sociedade moderna e inclusiva só acontece quando todos os cidadãos têm os mesmos direitos e oportunidades

A Fundação Dorina Nowill para Cegos trabalha há 74 anos pela inclusão de pessoas cegas e com baixa visão no Brasil. E, nesse período, tivemos grandes avanços na luta pela autonomia das pessoas com deficiência.

Entre eles, a ampliação do conceito de acessibilidade, algo que deve ser implementado em diferentes esferas, para garantir direitos igualitários para todos os cidadãos. Confira:

1. Acessibilidade atitudinal

Diz respeito ao comportamento das pessoas sem preconceitos, estereótipos, estigmas e discriminações. Por exemplo: usar o termo “pessoa com deficiência”, e não “deficiente”; ao falar com uma pessoa com deficiência, dirigir-se diretamente a ela, e não ao seu acompanhante; não tratar a pessoa com deficiência como “coitadinho”.

2. Acessibilidade arquitetônica

É promover a adequação de espaços e a extinção de barreiras físicas e ambientais dentro de residências, espaços públicos e privados, edificações e equipamentos urbanos. Exemplos: rampas, elevadores e banheiros adaptados, calçadas com piso tátil, etc.

3. Acessibilidade metodológica

É também conhecida como acessibilidade pedagógica e diz respeito à queda de barreiras nas metodologias de ensino. Exemplo: quando professores realizam trabalhos e atividades com o uso de recursos de acessibilidade para alunos com deficiência, como textos em braille ou textos ampliados. É também muito presente em ambientes corporativos, na análise dos postos de trabalho adequados aos profissionais com deficiência.

4. Acessibilidade instrumental

Visa superar barreiras em utensílios, instrumentos e ferramentas de estudo dentro das escolas e também em atividades profissionais, de recreação e lazer. Por exemplo,: quando uma pessoa cega tem acesso a um software de leitor de tela no computador.

5. Acessibilidade programática

Está relacionada às normas, leis e regimentos que respeitam e atendem as necessidades das pessoas com deficiência, e se necessário, utilizar adaptações razoáveis para incluir a todos. Um exemplo é a Lei nº 13.146/2015, conhecida como Lei Brasileira da Inclusão (LBI), ou a Convenção da ONU sobre Direitos da Pessoa com Deficiência.

6. Acessibilidade nas comunicações

Diz respeito ao acesso à comunicação interpessoal (como língua de sinais), comunicação escrita em livros, apostilas, jornais, revistas e comunicação virtual. Exemplo: a presença de intérprete de Libras e a audiodescrição de imagens, sejam elas fotografias, filmes, peças de teatro ou eventos em geral. .

7. Acessibilidade natural

Refere-se à extinção de barreiras da própria natureza. Um cadeirante, por exemplo, terá dificuldades em se locomover em uma vegetação irregular, ou uma calçada repleta de árvores. Outro bom exemplo de iniciativa nesse sentido são os projetos que oferecem cadeiras de rodas anfíbias para que as pessoas possam se locomover pela areia da praia e tomar um banho de mar.

Em 23/11/21 09:00. Atualizada em 30/11/21 10:32.

Nicolly Nathalia*

Os acadêmicos Guilherme Henrique e Jackeline Alves fizeram uma revisão bibliográfica para identificar as principais dificuldades de acesso aos serviços de saúde no Brasil enfrentadas pelas pessoas com deficiências (PcDs) físicas, auditivas e visuais. O estudo identificou, entre as principais barreiras, as arquitetônicas, atitudinais e comunicacionais, sendo que essa última barreira foi encontrada na totalidade das publicações científicas analisadas referentes às deficiências auditivas e visuais. O levantamento também apontou a falta de pesquisas científicas específicas da área.

Pessoas com deficiência têm direito ao trabalho, educação, lazer e principalmente à saúde, segundo o Estatuto da Pessoa com Deficiência. O poder público tem o dever de garantir o acesso aos hospitais e outros estabelecimentos, públicos ou privados, e também ao tratamento domiciliar na impossibilidade de locomoção. Apesar disso, o estudo realizado pelos acadêmicos de Farmácia, para a conclusão do curso, mostra que cotidianamente as pessoas com deficiência enfrentam barreiras, como o preconceito, a falta de profissionais qualificados, falta de lugares adaptados, falta de investimento e infraestrutura, entre outros.

O estudo realizou uma revisão sistemática da literatura, analisou base de dados eletrônicos e mapeou os estudos publicados sobre o objeto de estudo. Foram selecionadas para a análise 35 pesquisas que tinham entre seus objetivos identificar as  dificuldades enfrentadas pelas pessoas com deficiência física, auditiva e visual no Brasil quanto ao acesso ao serviço de saúde e que foram realizadas entre 2009 e 2019. Segundo os acadêmicos Guilherme Henrique e Jackeline Alves,  os estudos mostram que as principais dificuldades enfrentadas pelas pessoas com deficiência são as barreiras arquitetônicas, as barreiras comunicacionais e as barreiras atitudinais. As dificuldades, segundo eles, estão diretamente relacionadas com a necessidade de se pensar em  maneiras para a retirada dos obstáculos referentes à mobilidade nos serviços de saúde, garantindo o cumprimento das legislações e normas vigentes a respeito das condições adequadas de acessibilidade.

As barreiras arquitetônicas estão ligadas às estruturas físicas, como escadas, vias públicas íngremes, corredores estreitos, entre outros. Essa barreira é uma das maiores dificuldades para a acessibilidade nos diferentes âmbitos de Saúde enfrentadas pelos PcD’s, sendo identificada em 80% dos estudos relacionados às pessoas com deficiência física, em 16,67% dos estudos sobre as dificuldades do deficiente auditivo e em 66,67% nos estudos relacionadas às pessoas com deficiência visual. 

As barreiras comunicacionais foram as que mais surpreenderam a hoje farmacêutica Jackeline Alves, pois foram encontradas em 100% dos estudos referentes às dificuldades enfrentadas pelas pessoas com deficiência auditiva e visual. Um sistema sem comunicação impossibilita completamente o acesso de pessoas com deficiência, pois a compreensão e informação é necessária para acompanhar cada caso, destaca Jackeline. 

Já as barreiras atitudinais estão relacionadas à mobilidade do deslocamento e, especialmente, à possibilidade de atingir as proporções psicológicas dessas pessoas. São caracterizadas por atitudes que impedem o pleno acesso aos espaços e atividades pelas pessoas com deficiência. Conforme explica Jackeline Alves, existem comportamentos que podem oprimir, desencorajar, restringir ações e permanências nos espaços.

O estudo conclui sobre  a necessidade de aplicação de investimento para implementação de meios de comunicação e treinamento pessoal quanto à comunicação e relação interpessoal profissional-paciente para as demandas específicas, principalmente quando se trata das pessoas com deficiência. Conforme destaca a farmacêutica, os profissionais de saúde não possuem em suas formações treinamentos ou aulas específicas de libras e braile para se tornarem profissionais mais capacitados.

De acordo com Jackeline e Guilherme, é reconhecida a necessidade de contornar as dificuldades e pensar em mecanismos para melhorar a mobilidade nos serviços de saúde, garantindo o cumprimento da lei, e uma das maneiras de melhoria é por meio da ampliação da divulgação de ações que incluam os deficientes no cotidiano. O estudo ainda traz a escassez de pesquisas que apresentam a temática abordada no Brasil, principalmente quando relacionadas às pessoas com deficiências visuais. Destaca ainda a baixa abrangência de pesquisas em todas as regiões do país, uma vez que 51,43% dos estudos foram realizados na região Nordeste, 34,28% na região Sudeste, 11,43% na região Sul e 2,86% no Brasil como um todo. Não foram identificadas nenhuma pesquisa nas regiões Norte e Centro-Oeste.

*Nicolly Nathalia estagiária de Jornalismo sob supervisão de Carolina Melo e orientação de Silvana Coleta

Quais são as barreiras que impedem o acesso a orientação e mobilidade para pessoa com deficiência visual?

Quais são as barreiras de acessibilidade?.
Barreiras arquitetônicas. ... .
Barreiras de atitude. ... .
Barreiras sociais. ... .
Barreiras no transporte. ... .
Barreiras da comunicação..

Quais as barreiras encontradas por pessoas com deficiência visual?

as barreiras mais comuns encontradas pelos deficientes nos logradouros de lazer são atitudinais, comunicacionais e arquitetônicas.

Quais são as dificuldades enfrentadas pelos deficientes visuais?

Passeios com buracos e desníveis, rampas inadequadas e travessias perigosas são dificuldades rotineiras na vida dessas pessoas. Nas empresas, o mesmo problema é enfrentado.

Qual o tipo de barreira que está relacionada à falta de comunicação a pessoa com deficiência?

Barreiras de acessibilidade comunicacional: Outro aspecto que afeta a vida das pessoas com deficiência é a comunicação. Principalmente para as pessoas surdas ou com deficiência auditiva, cegas ou com baixa visão, com deficiência intelectual, entre outras.

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