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A observação é uma das etapas do método científico. Consiste em perceber, ver e não interpretar.[1] A observação é relatada como foi visualizada, sem que, a princípio, as idéias interpretativas dos observadores sejam tomadas.
Ela também pode ser entendida como verificação ou constatação de um fato, podendo ser tanto espontânea ou casual, quanto metódica ou planejada.
Hipóteses só serão elaboradas sobre a questão investigada após uma descrição minuciosa do ambiente e dos objetos de estudo. Uma das regras do método científico é a da não interferência do observador no ambiente ou nos processos observados.
Observação na concepção logosófica[editar | editar código-fonte]
A Logosofia, ciência criada por Carlos Bernardo González Pecotche, apresenta uma nova concepção da configuração mental e sensível do ser humano. Observar é uma das faculdades do sistema mental citadas pelo autor no livro Logosofia Ciência e Método.[2]
“Logosoficamente, observar é exercitar a reflexão enquanto o entendimento estende sua mão para tocar e palpar o que se vê. A observação é, portanto, ativa, nunca passiva ou indiferente; e, sendo ativa, é lógico que deva encontrar a mente sempre disposta a receber com alegria o fruto da observação, e que este fruto sirva eficazmente ao enriquecimento das energias internas do ser.”[3]
Referências
- ↑ «Observação». Encyclopædia Britannica Online (em inglês). Consultado em 17 de novembro de 2019
- ↑ González Pecotche, Carlos Bernardo. Logosofia Ciência e Método. [S.l.: s.n.] ISBN 85-7097-053-6
- ↑ González Pecotche, Carlos Bernardo. Coletânea da revista Logosofia, Tomo I. [S.l.: s.n.] ISBN 85-7097-052-8
A observação em pesquisa é uma atividade essencial para coletar dados. O método de investigação vai além de ver e ouvir – tem na verdade o papel de examinar os fatos estudados.
Os pesquisadores utilizam vários instrumentos de investigação para fazer a coleta de dados, como é o caso da entrevista, do questionário e da observação.
A observação pode ser individual ou em equipe. Quanto ao local de realização, se concentra na vida real (pesquisa de campo) ou no laboratório.
- O que é observação na pesquisa?
- Vantagens
- Desvantagens
- Tipos de observação
- Observação assistemática
- Observação sistemática
- Observação participante
- Observação não-participante
- Observação em laboratório
- Como se faz uma observação científica?
- Saiba o que observar
- Aplique o método dos 5W
- Faça o registro das informações
- Defina a amostragem
- Seja ético
- Receba posts por e-mail!
O que é observação na pesquisa?
A atividade de observação se preocupa em usar os sentidos para entender o cotidiano e extrair conhecimentos. É um método científico porque tem caráter sistemático e serve a um objetivo previamente definido, além do que passa por verificação e controle.
A observação é uma técnica de coleta de dados para conseguir informações e utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade.
(MARCONI; LAKATOS, 2003)
Vantagens
Em comparação com outras técnicas de coleta de dados, a observação em pesquisa é considerada vantajosa porque permite conhecer os fatos e fenômenos diretamente, sem intermediação. Isso reduz a subjetividade de um estudo.
Outras vantagens também estão associadas à atividade de observação. São elas:
Relacionados
- Permite delimitar o problema de pesquisa;
- Possibilita descobrir novos aspectos do problema;
- Serve de base para construir hipóteses;
- Não é tão dependente de introspecção ou reflexão;
- Não exige tanto do pesquisador quanto outras técnicas de coleta de dados.
Desvantagens
Como todo método de pesquisa, a observação também tem suas limitações. São elas:
- O comportamento das pessoas observadas pode ser alterado em virtude da presença do pesquisador;
- Como resultado de um envolvimento com a realidade, o investigador pode ter uma visão distorcida dos fatos;
- Alguns aspectos do cotidiano podem ser inacessíveis;
- Muitos fatores imprevistos;
- Duração variável dos fatos, que pode ser rápida ou demorada;
- Quando há dois acontecimentos simultâneos, é mais difícil coletar os dados.
Tipos de observação
O método de observação em pesquisa se divide em:
Observação assistemática
Também conhecida como observação simples, é uma técnica não estruturada, livre e ocasional. Muito usada como instrumento de coleta de dados na pesquisa exploratória, possibilita reconhecer e registrar fatos da realidade, sem que exista um planejamento prévio ou meios de controle.
Esse tipo de observação não tem regras fixas. Contudo, de acordo com Gil (2008, p.102) o pesquisador precisa se preocupar com os seguintes fatores:
- Os sujeitos – Quem são? Quantos são? Quais as suas idades? Como se vestem? O que seus corpos expressam?
- O cenário – Quais as características do local? Onde as pessoas estão? Qual o sistema social?
- O comportamento – Como as pessoas se relacionam? Quais são as linguagens utilizadas? Quais são os termos sociais.
O estudo prévio sobre os sujeitos, o cenário e os comportamentos é essencial para não agir apenas com base na subjetividade.
Observação sistemática
Na observação sistemática, existe um controle sobre as condições para conseguir atingir os objetivos da investigação. O pesquisador tem condições de reconhecer os seus erros e evitar a própria influência sobre as informações coletadas.
Antes mesmo de coletar dados, o investigador se preocupa em elaborar um plano de ação e estabelece variáveis para analisar conforme o fato estudado. Ele não confia apenas na memória, ou seja, usa quadros, anotações, câmera, gravador e outros recursos que facilitam o registro.
Observação participante
O pesquisador participa das situações, ou seja, compartilha da vida da comunidade ou de um grupo de pessoas. A atividade pode ocorrer de forma natural (quando ele já faz parte da comunidade investigada) ou artificial (quando integra de forma temporária para coletar dados).
O observador participante pode se deparar com limitações, como é o caso da desconfiança do grupo. Por esse motivo é tão importante ganhar a confiança dos sujeitos envolvidos.
Veja um artigo, publicado na Revista Enfermagem UERJ, sobre a aplicação da técnica de observação participante na área da saúde.
Observação não-participante
O pesquisador observa a realidade ou o grupo estudado, mas permanece de fora, ou seja, apenas presencia os fenômenos sem participar. Ele assume o papel de mero espectador.
Observação em laboratório
No laboratório, o observador consegue controlar as condições. Além disso, dispõe de instrumentos para medir e registrar suas constatações de forma mais refinada.
Como se faz uma observação científica?
Depois de conhecer os principais tipos de observação em pesquisa, chegou a hora de executar o procedimento. Veja algumas dicas:
Saiba o que observar
Defina o que será observado, levando em consideração os objetivos da pesquisa. Em seguida, determine categorias para guiar a coleta de dados e organizar as informações. São aspectos para se analisar:
- Atos (ações breves)
- Atividades (ações de maior duração)
- Significados
- Situações
- Relacionamentos entre as pessoas
- Participação (envolvimento e adaptação)
Aplique o método dos 5W
Para facilitar o planejamento da observação, aplique a técnica dos 5W:
- O que? (What?)
- Quem? (Who?)
- Onde (Where?)
- Quando (When?)
- Por que (Why?)
- Como? (How)
- Quanto? (How much?)
Faça o registro das informações
O observador pode usar vários recursos para registrar as informações, como filmagem, gravação, câmera escondida, fotografias, luneta e microscópio.
O registro envolve duas grandes categorias: a observação do contexto (descrição do local e das pessoas) e dos comportamentos adotados pelos membros.
Defina a amostragem
A observação é um método seletivo, ou seja, condicionado a algum tipo de amostragem. Ela pode ser ad libitum (à vontade), focal (um indivíduo num tempo definido), varredura (estudo de indivíduos em intervalos regulares) e de comportamentos (contexto total, com registro contínuo ou temporal).
Seja ético
O observador individual ou em equipe deve se preocupar com a ética na observação, especialmente quando o grupo estudado não tem conhecimento.
Para obter dados mais fidedignos, muitos pesquisadores agem de forma oculta. A situação, no entanto, é considerada crítica, especialmente quando envolve o trabalho com informações não autorizadas.
As pessoas envolvidas em qualquer tipo de pesquisa tem o direito de conhecer os reais propósitos do estudo e também recusar a participação.
Veja mais orientações para escrever o capítulo de metodologia de pesquisa do trabalho acadêmico.
Fontes
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de Metodologia Científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
SILVA, Marcos Antonio da. A técnica da observação nas Ciências Humanas. Revista Educativa, Goiânia, v. 16, n. 2, p. 413-423, jul. 2013 Disponível em: //seer.pucgoias.edu.br/index.php/educativa/article/view/3101. Acesso em: 12 fev. 2021.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.