Machado de Assis (Joaquim Maria Machado de Assis), jornalista, contista, cronista, romancista, poeta e teatrólogo, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 21 de junho de 1839, e faleceu também no Rio de Janeiro, em 29 de setembro de 1908.
Era mestiço, filho de um mulato carioca, pintor de paredes, e de uma imigrante açoriana que acabou falecendo quando Machado de Assis era criança. Ele, Machado de Assis, era de família humilde, frequentou apenas a escola primaria porque precisou começar a trabalhar desde cedo.
Mesmo sem ter acesso a cursos regulares, empenhou-se em aprender. Em São Cristóvão (RJ) conheceu um forneiro que lhe deu as primeiras aulas de francês. Além da língua francesa, aprendeu inglês e alemão, sempre como autodidata.
Na imprensa oficial, trabalhou como tipógrafo, estreou no mundo da literatura com 15 anos, em 1855, com a publicação do poema “Ela”, na revista Marmota Fluminense. Em 1869, casou-se com Carolina Xavier de Novais com quem viveu até a morte.
Alcançou alta posição social como funcionário público e desfrutou de consideração social. Sua obra foi variada e extensa, dela se destaca o Machado Assis contista e romancista. As suas representativas obras podem ser organizadas em dois grupos: no primeiro grupo estão Ressurreição, Helena, A mão e a luva, Iaiá Garcia, essas obras têm características do romance do século XIX. Sua obra Memórias Póstumas de Brás Cubas marcou o início do segundo grupo de produção, como também o início do realismo no Brasil.
Machado de Assis ajudou a fundar a Academia Brasileira de Letras, ocupou o cargo de presidente da academia até sua morte. É o fundador da cadeira nº. 23 da Academia, seu grande amigo, José de Alencar, foi escolhido para ser seu patrono. Vale ressaltar que a Academia Brasileira de Letras passou a ser chamada também de Casa de Machado de Assis, devido à sua importância
O ano de 2008 foi chamado de Ano Nacional Machado de Assis a fim de aproximar os brasileiros de personagens como Bentinho, Capitu, Brás Cubas e uma infinidade de outros que fazem parte de nossa cultura.
Machado de Assis (Joaquim Maria Machado de Assis) nasceu em 21 de junho de 1839, no Rio de Janeiro. Era filho de um brasileiro com uma açoriana e teve uma infância pobre. Contudo, dotado de grande inteligência, ingressou no serviço público, escreveu para vários periódicos, fez algumas traduções, além de ser autor de clássicos da literatura brasileira.
O romancista, que faleceu em 29 de setembro de 1908, no Rio de Janeiro, apesar de ter iniciado sua carreira como escritor romântico, ficou conhecido por suas obras realistas, como Memórias póstumas de Brás Cubas e Dom Casmurro. Esses dois livros são marcados pelo antirromantismo e pela evidente crítica à elite burguesa carioca do século XIX.
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Biografia de Machado de Assis
Machado de Assis (Joaquim Maria Machado de Assis) nasceu em 21 de junho de 1839, no Rio de Janeiro. Seu pai — Francisco José de Assis (1806-1864) — era brasileiro, e sua mãe — Maria Leopoldina Machado da Câmara (1812-1849) —, açoriana. A família vivia na Quinta do Livramento, que pertencia à viúva de um senador Maria José de Mendonça Barroso, madrinha do escritor.
Dois anos depois, nasceu a única irmã do romancista, porém ela faleceu com quatro anos de idade, em 1845, provavelmente devido ao sarampo. Em 1849, o escritor perdeu também a sua mãe. Viúvo, seu pai se casou novamente, em 1854, com Maria Inês da Silva.
Em 1856, Machado conseguiu emprego como aprendiz de tipógrafo na Tipografia Nacional, mas deixou-o, dois anos depois, para trabalhar como revisor na livraria de Paula Brito (1809-1861). Já sua carreira de tradutor teve início em 1857. Além disso, foi bibliotecário da Sociedade Arcádia Brasileira, de 1862 a 1863.
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Seu primeiro livro de poesias — Crisálidas — foi publicado em 1864. Nesse mesmo ano, o pai do poeta faleceu. Três anos depois, Machado de Assis se tornou Cavaleiro da Ordem da Rosa. Em 1869, casou-se com a portuguesa Carolina Augusta Xavier de Novais (1835-1904). Já em 1872, publicou seu primeiro romance — Ressurreição.
O autor ingressou no serviço público em 1873, quando recebeu nomeação para trabalhar, na Secretaria de Estado do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, como primeiro-oficial. Exerceu, também, os seguintes cargos: chefe de seção, oficial de gabinete do ministro da Agricultura, diretor da Diretoria do Comércio, diretor-geral da Viação, secretário do ministro Severino Vieira (1849-1917) e diretor-geral de Contabilidade.
No final de 1878, Carolina e Machado foram para Nova Friburgo, para o escritor se recuperar de problemas de saúde. O casal voltou ao Rio de Janeiro em março de 1879. Já em 1882, novamente, eles ficaram longe do Rio por três meses, durante uma licença obtida pelo autor para descansar. Em 1884, mudaram-se para a sua famosa casa, na rua Cosme Velho, número 18.
Em 15 de dezembro de 1896, Machado de Assis, com outros intelectuais e artistas, fundou a Academia Brasileira de Letras, inaugurada em 20 de julho de 1897. Assim, o Oficial da Ordem da Rosa (título obtido em 1888) se tornou, também, o primeiro presidente da ABL.
No ano de 1904, Machado e Carolina, novamente, foram para Nova Friburgo, pois a esposa do escritor estava muito doente, e acabou morrendo em 20 de outubro desse ano. Já Machado de Assis faleceu quatro anos depois, em 29 de setembro de 1908, no Rio de Janeiro, sem deixar nenhum filho.
Durante sua vida, o contista, cronista, romancista, poeta e dramaturgo escreveu para os seguintes periódicos:
A Marmota Fluminense
O Paraíba
Correio Mercantil
O Espelho
Diário do Rio de Janeiro
Semana Ilustrada
O Futuro
Jornal das Famílias
Diário Oficial
O Novo Mundo
O Globo
Ilustração Brasileira
O Cruzeiro
Revista Brasileira
A Estação
Gazeta de Notícias
E usou pseudônimos, como: Gil, Job, Platão, Victor de Paula, Lara, Max, Manassés, Lélio, João das Regras, Malvólio e Boas Noites.
Atualmente, Machado de Assis — considerado, por alguns leitores e críticos, o maior escritor do Brasil — é admirado por sua inteligência, genialidade e coragem, pois, apesar de ter nascido pobre e negro e sido epiléptico e gago, enfrentou todos os preconceitos e se tornou um dos autores mais respeitados da literatura em língua portuguesa.
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Características literárias de Machado de Assis
Machado de Assis, um dos autores mais irônicos do Brasil, teve duas fases literárias.
→ Características da fase romântica
Subjetividade
Teocentrismo
Amor idealizado
Mulher idealizada
Sofrimento amoroso
Questão da ascensão social
→ Características da fase realista
Antirromantismo
Objetividade
Valorização da razão
Crítica à elite burguesa
Análise psicológica
Fluxo de consciência
Crítica sociopolítica
Temática do adultério
Foco no momento presente
Reflexão sobre a corrupção humana
Obras de Machado de Assis
→ Romances
Ressurreição (1872)
A mão e a luva (1874)
Helena (1876)
Iaiá Garcia (1878)
Memórias póstumas de Brás Cubas (1881)
Casa velha (1885)
Quincas Borba (1891)
Dom Casmurro (1899)
Esaú e Jacó (1904)
Memorial de Aires (1908)
→ Contos
Contos fluminenses (1870)
Histórias da meia-noite (1873)
Papéis avulsos (1882)
Histórias sem data (1884)
Várias histórias (1896)
Páginas recolhidas (1899)
Relíquias de casa velha (1906)
→ Poesia
Crisálidas (1864)
Falenas (1870)
Americanas (1875)
Ocidentais (1880)
→ Teatro
Hoje avental, amanhã luva (1860)
Desencantos (1861)
O caminho da porta (1863)
O protocolo (1863)
Quase ministro (1864)
As forcas caudinas (1865)
Os deuses de casaca (1866)
Tu, só tu, puro amor (1881)
Não consultes médico (1896)
Lição de botânica (1906)
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Memórias póstumas de Brás Cubas
Memórias póstumas de Brás Cubas é o primeiro romance realista de Machado de Assis e da literatura brasileira. O narrador da história é Brás Cubas, um “defunto autor”, pois já está morto. Portanto, esse típico exemplar da classe burguesa brasileira do século XIX se dispõe a narrar sua vida sem precisar se preocupar em manter as aparências.
É uma obra repleta de ironias, em que o narrador parece zombar da sociedade carioca. Assim, a história começa pelo seu final, isto é, a morte de Brás Cubas, em 1869, na cidade do Rio de Janeiro. A partir daí, ele vai apresentando fatos de sua vida, como o seu intento capitalista de comercializar o emplasto Brás Cubas, sem sucesso.
Ele fala também de sua origem social, do seu nascimento e de sua infância, quando tem a alcunha de “menino diabo”. Nessa fase de sua existência, ele quebra a cabeça de uma escrava, porque ela lhe negou uma colher de doce de coco, e humilha Prudêncio, uma criança escravizada, ao tratar o menino como um cavalinho.
Mais tarde, aos 17 anos, Brás Cubas tem seu primeiro beijo e se apaixona por Marcela, que só tem interesse em seu dinheiro. O pai do rapaz então o manda estudar na Universidade de Coimbra. Péssimo estudante, o jovem burguês só quer se divertir, mas, mesmo assim, consegue o grau de bacharel.
De volta ao Brasil, conhece Virgília, porém ela se casa com Lobo Neves. Brás Cubas e Virgília iniciam, então, um escandaloso relacionamento extraconjugal. Eles passam a se encontrar em uma casa alugada pelo narrador. Para evitar suspeitas, D. Plácida aceita morar na casa, como se fosse a inquilina do imóvel.
O romance, um dia, chega ao fim. Brás Cubas, já quarentão, pensa em se casar com a jovem Eulália, que acaba morrendo por causa da febre amarela. Em seguida, ele é eleito deputado e também funda um jornal, que logo vai à falência. Dessa forma, sua vida se mostra vazia e sem nenhuma importância real.
Poemas de Machado de Assis
O texto “Sinhá”, de 1862, faz parte do livro Crisálidas e mostra a idealização romântica. O poema é composto em redondilha maior (sete sílabas poéticas), típica da poesia medieval, já que o romantismo faz uma retomada dos valores da Idade Média. Assim, com uma linguagem emotiva, o eu lírico enaltece a mulher, chamada de Sinhá, por meio da valorização de seu nome:
Nem o perfume que espira
A flor, pela tarde
amena,
Nem a nota que suspira
Canto de saudade e pena
Nas brandas cordas da lira;
Nem o murmúrio da veia
Que abriu sulco pelo chão
Entre margens de alva areia,
Onde se mira e recreia
Rosa fechada em botão;
Nem o arrulho enternecido
Das pombas, nem do arvoredo
Esse amoroso arruído
Quando escuta algum segredo
Pela brisa repetido;
Nem esta saudade pura
Do canto do sabiá
Escondido na espessura,
Nada respira doçura
Como o teu
nome, Sinhá!
Já o poema “Círculo vicioso”, do livro Ocidentais, apresenta traços do parnasianismo, como o verso alexandrino (12 sílabas poéticas) e a perspectiva mais racional, ao demonstrar a insatisfação como algo inerente a todos os seres. Assim, o soneto evidencia a insatisfação de um vaga-lume, que sonha em ser como uma estrela; da estrela, que quer ser a Lua; da Lua, que deseja ser o Sol; e, por fim, do Sol, o qual sonha em ser um vaga-lume:
Bailando no ar, gemia inquieto vaga-lume:
“Quem me dera que fosse aquela loura estrela,
Que arde no eterno azul, como uma eterna vela!”
Mas a estrela, fitando a lua, com ciúme:
“Pudesse eu copiar o transparente lume,
Que, da grega coluna à gótica janela,
Contemplou, suspirosa, a fronte amada e bela”
Mas a lua, fitando o sol, com azedume:
“Mísera! tivesse eu aquela enorme, àquela
Claridade imortal, que toda a luz resume!”
Mas o sol,
inclinando a rútila capela:
“Pesa-me esta brilhante auréola de nume...
Enfara-me esta azul e desmedida umbela...
Por que não nasci eu um simples vaga-lume?”
Veja também: 5 poemas de Machado de Assis
Resumo sobre Machado de Assis
Biografia:
Data de nascimento: 21 de junho de 1839
Local de nascimento: Rio de Janeiro
Data da morte: 29 de setembro de 1908
Local de falecimento: Rio de Janeiro
Título Cavaleiro da Ordem da Rosa: 1867
Casamento com Carolina Augusta Xavier de Novais: 1869
Título Oficial da Ordem da Rosa: 1888
Presidente da Academia Brasileira de Letras: 1897
Morte da esposa: 20 de outubro de 1904
O autor exerceu as seguintes funções:
Aprendiz de tipógrafo
Revisor de textos
Tradutor
Funcionário público
Contista
Cronista
Romancista
Poeta
Dramaturgo
Características literárias de Machado de Assis:
Fase romântica:
Subjetividade
Teocentrismo
Amor idealizado
Mulher idealizada
Sofrimento amoroso
Questão da ascensão social
Fase realista:
Antirromantismo
Objetividade
Valorização da razão
Crítica à elite burguesa
Análise psicológica
Fluxo de consciência
Crítica sociopolítica
Temática do adultério
Foco no momento presente
Reflexão sobre a corrupção humana
Memórias póstumas de Brás Cubas:
Estilo de época: realismo
Narrador-personagem: Brás Cubas
Tempo da narrativa: século XIX
Espaço da narrativa: Rio de Janeiro
O narrador é um “defunto autor”.
Brás Cubas é integrante da elite burguesa.
Principais elementos do enredo:
O projeto fracassado do emplasto Brás Cubas
As maldades do menino Brás Cubas
O primeiro beijo do narrador
A paixão pela interesseira Marcela
Estudante na Universidade de Coimbra
Caso extraconjugal com Virgília
Possível noivado com Eulália
Eleição como deputado
O fracasso do seu jornal
Crédito da imagem
[1] Globo Livros (reprodução)