Qual é o motivo pelo qual o açúcar começou a entrar em decadência no Brasil?

Crise do Açúcar no Brasil Colonial

A crise do ciclo açucareiro brasileiro teve início quando os holandeses foram produzir açúcar nas Antilhas.

Concorrência holandesa foi principal causa da crise do açúcar

Contexto histórico

A produção e exportação de açúcar para o mercado europeu foi a principal atividade econômica brasileira no século XVI e começo do XVII. Os engenhos de açúcar, instalados principalmente no Nordeste, fabricavam este produto que gerava muita riqueza para os senhores de engenho, para a coroa portuguesa (que recebia impostos) e também para os comerciantes holandeses (responsáveis pelo transporte, refino e comercialização de açúcar).

Principais causas da crise do açúcar:

- A União Ibérica (1580 a 1640), que estabeleceu o domínio da Espanha sobre Portugal e suas colônias. Este fato fez com que os espanhóis tirassem os holandeses da lucrativa atividade açucareira brasileira, expulsando-os do Nordeste brasileiro. Após este fato os holandeses passaram a produzir açúcar em suas colônias nas Antilhas.

- Os holandeses conheciam o processo de fabricação de açúcar e tinham o controle sobre a distribuição e comercialização deste produto. Logo, conseguiram conquistar os grandes mercados consumidores rapidamente, deixando o açúcar produzido no Brasil em segundo plano no mercado internacional. A concorrência holandesa foi, portanto, uma das principais causas da crise do açúcar brasileiro no período colonial, pois eles conseguiram produzir açúcar mais barato e de melhor qualidade do que o brasileiro.

Vale ressaltar que, apesar da crise, a produção e exportação de açúcar permaneceram como principais atividades econômicas até o apogeu do Ciclo do Ouro (segunda metade do século XVIII).

Busca de novos recursos na colônia brasileira:

A crise do açúcar reduziu drasticamente os lucros dos senhores de engenho do Nordeste e também diminuiu a arrecadação de impostos, provocando uma crise financeira em Portugal. A coroa portuguesa rapidamente agiu em busca de uma nova forma de exploração colonial.

Neste sentido, a coroa portuguesa estimulou a produção de outros gêneros agrícolas no Brasil como, por exemplo, tabaco e algodão. Incentivou também a busca pelas drogas do sertão na região da Amazônia. Estas nada mais eram do que especiarias (canela, ervas aromáticas e medicinais, cacau, castanha-do-pará, baunilha, cravo e guaraná) muito apreciadas na Europa. O rei de Portugal viu, nesta atividade, uma nova fonte de renda e desenvolvimento de sua principal colônia. As entradas e bandeira tiveram papel fundamental na busca por estas especiarias.

_______________________________

Artigo publicado em: 22/09/06 - Última revisão: 14/06/20121

Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).

Fontes de Pesquisa e Bibliografia Indicada

Fontes de pesquisa utilizadas na elaboração do artigo:

- GOUVEA, Maria de Fátima. O Brasil Colonial. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2014.

- CALDEIRA, Jorge. História da riqueza no Brasil: cinco séculos de pessoas, costumes e governos. Rio de Janeiro: Editora Estação Brasil, 2017.

Bibliografia indicada sobre o tema:

Portugal e Brasil na crise do Antigo Sistema Colonial (1777 - 1808) - Coleção estudos Históricos

Autor: Novais, Fernando A. 

Editora: Hucitec

O ciclo da cana-de-açúcar denomina o período quando o açúcar era o principal produto de exportação do Brasil.

Teve início a partir da fixação do colono português no litoral brasileiro, em 1530, quando foram criadas as capitanias hereditárias como forma de organização política e territorial.

A empresa açucareira brasileira foi, durante os séculos XVI e XVIII, uma das maiores atividades econômicas agrícolas do mundo ocidental.

Resumo

O cultivo da cana de açúcar foi realizado na área da Zona da Mata, que se estende numa faixa litorânea, do Rio Grande do Norte ao Recôncavo Baiano.

Para o plantio, colheita e transformação do caldo de cana em grãos de açúcar era empregada a mão de obra escravizada negra e indígena, além de trabalhadores livres.

Engenho de Pernambuco, Frans Post, séc. XVII

Com o crescimento da produção açucareira, notadamente em Pernambuco e na Bahia, o nordeste tornou-se o centro dinâmico da vida social, política e econômica.

Portugal já tinha experiência no cultivo de cana, produção e comércio de açúcar. Por volta de 1440, as colônias portuguesas de Açores e Madeira, abasteciam não só a metrópole, mas ainda a Inglaterra, portos de Flandres e algumas cidades da Itália.

Em 1530, as primeiras mudas de cana-de-açúcar foram trazidas da Ilha da Madeira, na expedição colonizadora de Martim Afonso de Sousa. Dois anos mais tarde, Martim Afonso fundou a vila de São Vicente, no atual estado de São Paulo, onde instalou o primeiro engenho, o "Engenho do Governador".

A produção açucareira no Brasil alcançou o apogeu durante as três primeiras décadas do século XVII.

Veja também: Brasil Colônia

Fim do ciclo da cana-de-açúcar

A principal causa do fim do ciclo da cana-de-açúcar foi a concorrência dos engenhos implantados nas Antilhas holandesas e inglesas.

Em 1580, Portugal passou para o domínio da Espanha, que se encontrava em em guerra com os Países Baixos. Como represália, estes passam a invadir regiões ocupadas nas Américas pelos espanhóis e escolheram fazê-lo em Pernambuco, por causa do açúcar.

Em 1640, quando Portugal se viu livre do domínio espanhol e se concentrou em recuperar os territórios invadidos pelos holandeses, o que ocorreria em 1654. No entanto, a produção açucareira tinha sido bastante prejudicada pelos combates e decaiu nas décadas seguintes.

Assim, quando os portugueses recuperaram a região, o Brasil já não era importante no mercado mundial açucareiro. A produção de cana em outras colônias europeias, principalmente das Antilhas, havia superado a brasileira.

Apesar dos esforços, os colonos não conseguiram retomar o mesmo ritmo de produção. Com isso, o ciclo da cana-de-açúcar terminou, mas não produção deste alimento, que existe até hoje no país.

Com a descoberta de ouro na região das Minas, no séc. XVIII, o Ciclo do Ouro seria a nova fase econômica no Brasil.

Engenho: unidade de produção de açúcar

O engenho era o local onde se fabricava o açúcar e ali estavam a moenda, a fornalha e a casa de purgar. Com o tempo, passou a se chamar de "engenho" a toda grande propriedade produtora de açúcar.

Também fazia parte deste complexo a casa grande, a capela, a senzala, a fábrica do açúcar, os canaviais e as casas de alguns trabalhadores livres, como o feitor, o mestre do açúcar, alguns lavradores contratados e artesãos.

O senhor de engenho vivia na casa grande com seus agregados e parentes, exercendo sobre eles grande autoridade. Os negros explorados como mão de obra escrava habitavam as senzalas.

As capelas davam ao engenho uma vida social própria e alguns deles chegaram a ter até 4000 habitantes.

Veja também: Engenho de Açúcar no Brasil Colonial

Temos mais textos para você:

  • Ciclos Econômicos do Brasil
  • Ciclo do Pau-Brasil
  • Ciclo do Algodão no Brasil
  • Ciclo do Café
  • Capitanias Hereditárias

Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha.

Qual o motivo pelo qual a sua começou a entrar em decadência no Brasil?

A produção de açúcar no Brasil entrou em decadência na segunda metade do século XVII, e isso teve relação direta com a expulsão dos holandeses do Nordeste brasileiro. Em 1654, os holandeses foram expulsos de Pernambuco, e a região foi retomada por Portugal.

O que aconteceu com a economia açucareira do Brasil logo?

A economia açucareira entrou em declínio pq os holandeses detinham as técnicas necessárias para o plantio além de dominarem todo o porcesso de logística. Logo abriram uma concorrência nas Antilhas que o Brasil não teve capacidade pra bancar e com a concorrência e consequente baixa de preços entrou em crise.

O que causou a crise nas Antilhas?

A crise do ciclo açucareiro brasileiro teve início quando os holandeses foram produzir açúcar nas Antilhas. A produção e exportação de açúcar para o mercado europeu foi a principal atividade econômica brasileira no século XVI e começo do XVII.

O que Portugal começou a fazer com a crise do açúcar?

A coroa portuguesa rapidamente agiu em busca de uma nova forma de exploração colonial. Neste sentido, a coroa portuguesa estimulou a produção de outros gêneros agrícolas no Brasil como, por exemplo, tabaco e algodão. Incentivou também a busca pelas drogas do sertão na região da Amazônia.

Toplist

Última postagem

Tag