Um belo dia, dentro de um corpo humano, o coração começou a contar vantagem, dizendo que era o órgão mais importante. Afirmou que sem ele o corpo pararia, pois, literalmente, dava o sangue para que os outros órgãos pudessem trabalhar. O pulmão ficou indignado e também disse que era o mais importante, pois o que seria dos outros órgãos sem oxigênio. O conflito começou a ficar mais acirrado quando o cérebro entrou na disputa, afirmando que controlava o funcionamento de todos os órgãos do corpo humano.
A dimensão do conflito foi aumentando cada vez mais, pois o fígado, o intestino e o rim entraram na disputa, também afirmando que eram os mais importantes. De repente, em meio à acalorada discussão, ouviu-se um som estranho, que mais parecia um PUM. Para surpresa de todos, era o ânus querendo dar sua opinião. Ao iniciar sua argumentação com um hálito fétido, os outros órgãos caíram na risada. Pediram para ele calar a boca, pois a discussão era entre “gente” importante. Ao afirmar que também era muito importante, as risadas aumentaram. Diante disso, o ânus ficou magoado e entrou em greve.
No dia seguinte, os órgãos “importantes” menosprezaram o ânus, dizendo que já fazia um dia que ele não trabalhava e o corpo estava funcionando perfeitamente. Porém, três dias após o início da greve, os órgãos “importantes” deixaram de funcionar devidamente. No quarto dia, fizeram um abaixo assinado e pediram perdão ao ânus, suplicando para que voltasse ao trabalho.
Nas organizações, este problema também ocorre. Cada departamento acha que seu trabalho é mais importante que o trabalho dos demais. Consequentemente, diversos conflitos surgem, atrapalhando o funcionamento da organização como um todo. Portanto, todos devem conhecer e respeitar as atividades de cada um dos departamentos que compõem a organização, pois cada um deles tem sua importância, mesmo que não seja explícita em um primeiro momento.
Para que este conceito seja colocado em prática nas organizações, deve-se adotar a estratégia de levar os funcionários de um departamento para passar o dia em outro, visando conhecer a importância das atividades que são exercidas e as dificuldades que são encontradas. Dessa forma, os departamentos tenderão a se respeitar mais, reduzindo os conflitos e tornando-os parceiros, ao invés de inimigos.
O ÓRGÃO MAIS IMPORTANTE DO CORPO
Em sociedade sempre se cria uma hierarquia. Sempre alguém deseja ser melhor do que o outro.
Um belo dia, os órgãos do corpo humano, também entrou nessa; discutir qual o órgão era o mais importante. Cada um puxando a sardinha, aliás, o tubarão para sua lata.
O cérebro logo se pronunciou:
- Eu sou o mais importante, sem eu nenhum de vocês funciona. E ponto final! Eu comando tudo, mesmo com o corpo em repouso.
- Sem eu enviar a você o som - disse os ouvidos -, você não entende nada. Eu oriento você, meu caro cérebro, do que está acontecendo.
- Eu também - disse os olhos , eu vejo tudo! Sem mim, meu caro cérebro, você não tem noção de nada, você somente processa o que vemos. Com meus amigos, os ouvidos, nós damos a você as dicas das coisas ao seu redor. Vá se lascar!
- Êpa! Pêra aí !- gritou o estômago - Se eu não processar bem a comida, não vai nenhuma proteína ou vitamina para todos vocês. Eu sou mais importante.
- Nada disso -, berram juntos, fígado, rins. Nós tiramos as impurezas do corpo, senão o corpo se intoxicava rapidamente e a pessoa morria logo!
- Hei, eu sou o coração... sabiam disso? Sem eu todos vocês se lascam se eu falhar. Eu trabalho 24 horas para que todos vocês funcionarem direito. Vocês dependem de mim!
E o pau quebrou. Cada órgão exibia sua importância e suas funções. A discussão varou dias e dias.
Cansado de ouvir tanta briga, tanta discussão e cada órgão tentando se mostrar o mais importante, o fiofó deu a graça de sua presença na briga:
- Querem saber? Eu sou o mais importante órgão do corpo humano! Calem a boca todos vocês!
Foi uma gargalhada geral! E veio uma avalanche de apelidos depreciativos de todos os outros órgãos:
- Cale você, seu enrugado!
- Seu fedorento!
- Parece que a lixeira está soltando uns flatos inteligíveis!
- Ô... escapamento, lá vai uns dois puns aí para você jogar fora para mim, viu! - disse o estômago, dando gargalhadas. - Daqui a pouco vou dar uma faxina por aqui, arrumar a casa e vou lhe mandar uma remessa de inutilidades, ok?
- Já não é à toa que você vive na periferia, né!
- Veja só quem está entrando na conversa!
- Você é um merda, vive na merda e só funciona com merda!
Revoltado por tantas humilhações, o fiofó tomou coragem e disse:
- Está bem. De hoje em diante, nada passa por aqui. Quero ver como vocês vão funcionar - e fechou a porta, nem vento passava.
Passado uns três dias, o estômago começou a sentir-se volumoso, daí, o problema se estendeu aos outros órgãos; o coração começou a bater diferente; o cérebro a ficar irritado; rins, fígado, pâncreas começaram a sentir dificuldades de funcionar. Veio uma tremenda dor de cabeça. O corpo começou a ficar intoxicado. E foi um caos geral!
Não suportando tanta pressão interna e não havendo meios de funcionarem direito, sentindo que poderia haver defeitos irreversíveis ou até a morte de algum órgão, fizeram uma assembléia. Unanimemente redigiram uma carta com mil desculpas ao fiofó, suplicando que suspendesse a greve imediatamente e o elegeram como o órgão mais importante do corpo.
Fim.