Você já parou para pensar sobre o que acontece depois que os resíduos gerados são levados pelo caminhão? Esse serviço, aliás, é chamado de coleta de lixos. Mas o que ele faz? Esse recolhimento é de responsabilidade de quem? Quais são os seus tipos? A coleta seletiva é sempre feita?
Neste post, vamos explicar tudo o que você precisa saber sobre a coleta de lixo. Então, continue a leitura:
O que é e como funciona a coleta de lixos?
É o serviço de recolher os resíduos gerados em residências, que pode ser prestado por uma empresa pública ou privada, e destiná-los aos locais corretos. Na maioria dos países, a coleta de lixo é feita pelo poder público — no Brasil, pelas prefeituras ou empresas especializadas contratadas para essa finalidade. Ela é, portanto, sustentada por uma taxa retirada do IPTU.
Desde 2010, todas as prefeituras são obrigadas a obedecer à Política Nacional de Resíduos Sólidos, que traz todas as diretrizes relativas à gestão do lixo. Foi ela que proibiu o uso de lixões — embora eles ainda sejam muito adotados.
Quais são os tipos de coleta de lixos?
Conheça diferentes maneiras de lidar com o lixo.
Tradicional
Em grande parte dos centros urbanos, a coleta seletiva ainda não é realidade. Portanto, os lixeiros fazem o recolhimento tradicional, em que apenas pegam os sacos de lixo nas residência e os destinam a aterros sanitários ou incineração. Esse tipo de coleta também costuma ser manual, ou seja, os profissionais recolhem e jogam as sacolas de lixo dentro do caminhão.
Apesar de ser um procedimento popular, isso não significa que seja a melhor escolha. Isso porque o material desperdiçado vai demorar anos para se decompor (até séculos e milênios, dependendo da sua composição), enquanto matérias-primas precisam ser geradas para produzir novos produtos. Resumindo: a conta não fecha e o acúmulo de resíduos só aumenta.
Além do gasto econômico com a perda de materiais que poderiam ser reaproveitados, ele gera o aumento de poluição e obriga os profissionais a percorrer muitos quilômetros em apenas um dia.
Seletiva
É a coleta que visa o reaproveitamento do material descartado. Aqui, os materiais são separados de acordo com sua qualidade. Podem ser úmidos (não descartáveis) ou seco (descartáveis); orgânicos (cascas de frutas e restos de comida), inorgânicos (materiais recicláveis) e lixo (o que não pode ser reaproveitado) ou o mais comum: papel, metal, plástico e vidro.
Esse coleta pode ser feita de várias formas:
- conteinerização dupla: dois contentores são colocados em pontos específicos da região, para que os cidadãos possam jogar o lixo reciclável e o orgânico em locais distintos;
- lixeiras coloridas: papeleiras são colocadas em diferentes pontos da cidade. Cada uma delas tem uma cor específica e serve como destino de um material diferente;
- PEV e ecopontos: são locais com diversos contentores para que os cidadãos levem diversos tipos de resíduos — dos recicláveis aos industriais e até eletrônicos;
- convencional: os lixeiros passam nas casas e levam as sacolas, cada uma com um tipo de lixo.
Depois de recolhido, esses resíduos seguem para cooperativas, que fazem a seleção do que pode ou não ser reaproveitado e, a partir daí, serão vendidos a empresas de reciclagem.
Mecanizada
É o tipo de coleta de lixos mais segura, moderna e limpa. Ela é feita em conjunto com a conteinerização, ou seja, o caminhão de lixo não precisa percorrer a cidade toda recolhendo o lixo — o cidadão deixa em um contêiner, que será esvaziado em dias específicos.
Aqui, em vez de os lixeiros jogarem os resíduos manualmente, eles encaixam o contentor em mecanismos que funcionam como “braços”. Eles o levantam e viram todo o conteúdo dentro da boleia do caminhão, evitando o contato manual.
Entendeu como é feita a coleta de lixo? Então, descubra agora como funciona a reciclagem no Brasil!
A coleta seletiva é um processo que otimiza a destinação dos lixos. Ou seja, é a separação e recolhimento de resíduos descartados por pessoas e/ou empresas. Os materiais que podem ser reciclados devem ser separados de materiais orgânicos que servem para compostagem: Folhas e flores secas, cascas de ovos, restos de frutas e vegetais, lascas e raspas de madeira, ramos, borras de café (incluindo o filtro) e restos de carnes são alguns deles.
E os rejeitos, que não apresentam nenhuma forma de reutilização, devem ser destinados a aterros sanitários.
Como fazer o descarte correto dos lixos?
Segundo o CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente, existem dez tipos de lixeiras disponíveis para uma coleta seletiva eficiente, representadas por diferentes cores:
Lixeira vermelha: Plásticos
- Garrafas PET,
- frascos de shampoo e condicionador,
- embalagens de produtos de limpeza,
- sacolas plásticas,
- embalagens não metalizadas de alimentos,
- canetas,
- e até mesmo escovas de dentes podem ser descartadas nesse lixo.
Contudo, é importante tomar algumas providências para a separação ideal. O material deve ser higienizado.
O tempo que leva para chegar até o processo de reciclagem pode contribuir para a proliferação de sujeiras que atrapalham o processo final. Além disso, nem todos os plásticos podem ser reciclados, como é o caso de:
- algumas garrafas PET coloridas,
- isopor,
- celofane,
- esponjas de lavar louça,
- plásticos metalizados.
Esses devem ser descartados juntos com os rejeitos.
Lixeira azul: Papel
- Jornais,
- revistas,
- folhas de caderno,
- sulfite,
- papéis de presente,
- caixas de papelão,
- cartolinas, etc.
Contudo, papel vegetal, papel celofane, papel carbono, etiquetas e adesivos, papel higiênico, lenços e guardanapos não podem ser reciclados.
Lixeira verde: Vidro
- Copos,
- travessas,
- frascos de remédios e perfumes,
- garrafas e potes podem ser descartados nesse lixo.
Atualmente, algumas cooperativas já trabalham reciclando laminados, espelhos e vidros temperados, que costumam deixar o processo mais caro e trabalhoso.
É importante se atentar para o descarte de vidros quebrados, sempre que esse for o caso, o ideal é colocar os cacos em embalagens plásticas resistentes e sinalizar possíveis acidentes. Lâmpadas não são recicláveis, lojas que vendem esse material devem possuir postos de coleta para o descarte correto.
Lixeira amarela: Metais
Embalagens de produtos enlatados: latas de milho e molhos, latas de sucos, refrigerantes e cervejas, entre outros produtos, devem sempre ser higienizados para a reciclagem.
Agulhas, clips, grampos e esponjas de aço não são recicláveis.
Lixeira laranja: Pilhas e baterias
Esses materiais devem ser entregues às assistências técnicas ou estabelecimentos que comercializam, pois, a responsabilidade por recolher adequadamente as pilhas e baterias usadas é do fabricante. No rótulo de algumas embalagens é possível identificar se o descarte pode ser feito no lixo comum.
Lixeira branca: Lixo hospitalar
A Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária, determina regras específicas para o descarte desses resíduos.
Medicamentos vencidos, gases, algodão, agulhas, seringas, materiais cortantes e outros materiais devem ser descartados em caixas amarelas disponíveis em hospitais, farmácias e ambulatórios. O descarte irregular pode comprometer a saúde da população e contaminar o solo e a água, já que podem estar infectados com substâncias tóxicas, além de sangue, urina, fezes, etc.
Lixeira preta: Madeira
Todos que trabalham no setor madeireiro devem oferecer o serviço de descarte adequado desses materiais. Deixar madeiras em terrenos baldios, áreas públicas ou lixões configura em crime ambiental e passível de multa, de acordo com a lei nº 9.605/98.
Lixeira roxa: Lixo radioativo
O lixo radioativo de maior proximidade com o nosso dia a dia é o lixo produzido em laboratórios de exames clínicos. Esse lixo deve ser descartado em institutos energéticos.
Lixeira marrom: Lixo orgânico
A reciclagem do lixo orgânico pode ser feita em casa, é utilizada para compostagem, que serve como adubo natural para todos os tipos de plantas.
Lixeira cinza: Lixo não reciclável
São resíduos sólidos que não servem para reciclagem, que já atingiram todas as possibilidades de reaproveitamento.
Por que é importante reciclar?
Segundo a Abrelpe – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, cerca de 80 milhões de toneladas de lixo são geradas por ano no Brasil, mas somente 4% são recicladas. Outro fator importante é o fato de que não são todos os municípios brasileiros que contam com a coleta seletiva de lixo, o número fica em cerca de 70%. Esse lixo é constantemente descartado no meio ambiente, contaminando o solo e lençóis freáticos, aumentando o aquecimento global. Além de gerar o desperdício de energia e água.
A reciclagem é um processo mais consciente de reaproveitamento de produtos que podem ser utilizados de diferentes maneiras, isso é importante quando levado em consideração o tempo de decomposição de alguns materiais. O vidro, por exemplo, demora mais de 1000 anos para desaparecer completamente do meio ambiente.
Além disso, a reciclagem gera renda para milhares de brasileiros, que dependem da coleta para a sobrevivência. Ainda de acordo com a Abrelpe, o Brasil perde R$14 bilhões por ano por não reciclar adequadamente. Ou seja, trata-se de um processo importante para o meio ambiente, saúde humana e economia do país.