Olá pessoal!
Este artigo falaremos sobre os 7 desperdícios do Lean Manufacturing aplicados à TI.
Em empresas onde o produto final é algo físico, onde envolve a compra e uso de materiais, contratação de mão de obra, treinamentos, equipamentos, etc. Você consegue tocar, visualizar, e estabelecer previsões um pouco mais palpáveis e tangíveis. Mas e para empresas de tecnologia e software? São coisas que não podemos tocar ou ter a mesma resposta, pois tais produtos são empíricos. Porém, os desperdícios existem, com características e até causas semelhantes.
Steven Bell, em seu livro TI Lean, adaptou os sete desperdícios (TIMWOOD) à tecnologia da informação comparando-os também à manufatura e o escritório.
Transporte: Transferência de informação entre departamentos da organização e diversos sistemas, barreiras de segurança ao fluxo de informações.
Inventário/Estoque: Excesso de informações causando problemas de busca e controle de versão, excesso de backlog e de estoque em processo.
Movimentação: Busca de informações, reinserção de dados, excesso de digitação e mudanças constante de prioridades.
Espera: Parada do sistema, etapas desnecessárias no fluxo de trabalho.
Produção em excesso: Excesso de e-mails, relatórios, alertas do sistema, etc, que não são lidos ou ignorado.
Superprocessamento: Dados redundantes, transações desnecessárias, relatórios sem uso, recursos de software dos quais os usuários não precisam.
Defeitos: Informações incorretas, extemporâneas e confusas que que resultam em decisões inadequadas.
Steven também descreve Lean TI assumindo duas dimensões: voltada para fora (o qual será expressa pela palavra - out) no aspecto de melhorar a gestão e processos empresariais, e voltada para dentro (o qual será expressa pela palavra - in) no uso de princípios e ferramentas para melhoria das operações, serviços e desenvolvimento de software. É importante esclarecer essa separação a fim de entendermos qual área da TI o desperdício está ocorrendo.
Transporte: In: Um programador especificar o que está desenvolvendo e enviar ao responsável (Product Owner). Out: Fazer integrações com outros sistemas desnecessariamente (por exemplo, Web Services).
Estoque: In: Excesso de especificações em processo causado pela lentidão no desenvolvimento (Backlog). Diversas funções no código fonte que possuem a mesma utilidade ou não são usadas pelo sistema. Out: O número de licenças de software é maior do que a quantidade de usuários. Informações duplicadas desnecessariamente no banco de dados. Excesso de links no menu de um sistema que são acessados apenas por pessoas de outro departamento.
Movimentação: In: Acessar help, Google ou qualquer outro tipo de site para esclarecer dúvidas simples de programação. Out: Necessidade do usuário buscar informações em outras telas do sistema e em seguida voltar para onde estava.
Espera: In: Desenvolvimento parado aguardando por User Story ou qualquer outro tipo de especificação. Out: Sistema leva muito tempo para passar de uma tela para outra, obrigando o usuário a esperar.
Produção em excesso: In: Desenvolver algo que o cliente não utilizará. Reescrever funções que já estão prontas para um projeto. Out: Sistema libera relatórios com informações que não são utilizadas pelos usuários.
Superprocessamento: In: Desenvolvimento de código sem otimização, causando superprocessamento da máquina. Reuniões improdutivas (pode ser Out também). Out: Acumular muitas funcionalidades em apenas uma tela do sistema, levando ao superprocessamento.
Defeitos: In: Inconsistência entre a especificação e o resultado esperado. Out: Sistema apresenta um erro de programação durante sua utilização pelo usuário.
É evidente que qualquer que seja em TI, manufatura ou escritório que o pior desperdício é a produção em excesso, pois com ele todos os outros desperdícios são apresentados. Entender claramente os desperdícios e focar em sua eliminação ou redução, começando pela produção em excesso, é o primeiro passo para a conscientização das pessoas e a evolução da organização. Deve-se entende que ao eliminar o desperdício, o custo diminuiu. A mesma situação poderia ser aplicada a uma empresa de TI se levarmos em consideração a quantidade de tempo desperdiçado no dia a dia com reuniões improdutivas, telefonemas, emails, etc. Somando o tempo gasto de todos os colaboradores, considerando um mês de trabalho, chegaríamos a um número bem elevado de desperdícios. Em outras palavras, o desperdício deve ser entendido e eliminado pelas organizações.
Enxergando os desperdícios que Taiichi Ohno iniciou o Sistema Toyota de Produção.
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Ricardo Kikuchi
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