Ausência da Psicologia nas políticas públicas e a presença da psicóloga nas políticas públicas

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crianças e os adolescentes em conflito com a lei, por exemplo, passam a ser vistos como sujeitos de direitos, alvo de proteção e abrigo e não mais de punição. Assim, a partir da década de 1990, o psicólogo foi paulatinamente se inserindo em espaços institucionais com foco no atendimento a essas camadas da população. Psicólogos na saúde pública. Ausência Presente (séc. XIX): Ciência detentora de um saber universal (naturalizante) sobre a humanidade; Ciência baseada na emissão de laudos diagnosticos com pouca participação direta nas ações; Ciência da adaptação; A psicologia clinica (sobretudo depois da regulamentação da profissão) assume intervenção curativa que tem como objetivo "recuperar para a normalidade". A Psicologia nunca esteve totalmente ausente desse campo. Entretanto, essa via foi quase sempre indireta, o que colocou a prática profissional à margem da atuação no setor público. Esta forma indireta de existir nas políticas públicas não tem a ver somente com condições históricas de desenvolvimento da profissão, mas, também, está ligada as convicções produzidas pela psicologia, como por exemplo: A ausência da psicologia nas políticas públicas neste período, é, na verdade, uma presença no fortalecimento de politicas assistencialistas, patologizantes, curativas e individualizantes. Temos uma psicologia que se desenvolve em um contexto em que as politicas sociais no Brasil partem de um estado autoritário e populista e cumprem o papel de impor certa modernização industrial à sociedade. Presença Ausente (Déc 60-70): Psicologia presente na comunidade mas ainda ausente em politicas oficiais. A Psicologia comunitária como resposta a uma psicologia dos bastidores ou das práticas liberais que atuava como curativo em paralelo com as outras práticas normalizadoras. Experiências com a Educação Popular freiriana. Presença Presente: Ações do Conselho Federal de Psicologia; ampliação das práticas; desilitização da psicologia; concepções de política pública – garantia de direitos. Há necessidade de posicionamento; o psicólogo não é neutro; as produções subjetivas não são neutras; os indivíduos têm posição e devem explicitá- las frente à realidade. A atuação em políticas públicas visa compreender e intervir junto à dimensão subjetiva dos fenômenos sociais presentes nesse campo; a compreensão da dimensão subjetiva se inicia com a afirmação do homem como sujeito e da histórica como subjetividade.

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“É um grande desafio para a Psicologia centrada no campo das políticas públicas, porque a Psicologia tradicional foi colocada como uma profissão elitista, privatista, no âmbito da clínica, de pensar os processos psicológicos de forma mais individual”, afirmou Jáder Ferreira Leite, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), e presidente da Associação Brasileira de Psicologia Política. O docente foi o palestrante da conferência de abertura da “2ª Mostra de Práticas em Psicologia e Políticas Públicas”, que teve início nessa quarta, 17, no campus de Vitória da Conquista.

Porém, no caso da realidade brasileira, segundo o professor, a partir do processo de redemocratização, o Estado foi obrigado a elaborar, implantar e executar políticas que minimizassem o quadro de desigualdade social no país. “Foi nesse contexto que a Psicologia foi se inserindo, notadamente nas chamadas políticas sociais nas áreas de Saúde e Assistência, que são hoje os principais campos de empregabilidade dos psicólogos”, contou o palestrante.

Dessa forma, a Psicologia apresentou outro viés de atuação. “De forma interdisciplinar, os psicólogos que atuam na área de Políticas Públicas promovem intervenções que visam o bem-estar da população, não aquele voltado exclusivamente para os aspectos intimistas, psicológicos propriamente ditos, mas que está ligado com a justiça social, com a garantia de direitos e com a promoção da cidadania”, destacou Jáder Ferreira Leite.

Nesse sentido, Rogério Giannini, presidente do Conselho Federal de Psicologia, por sua vez, destacou ser de fundamental importância as discussões que estão sendo promovidas pela Mostra.”Esse é um espaço que trata de pensar a profissão e a ciência dentro de um contexto de Políticas Públicas, ou seja, pensar a Psicologia como um direito para todos, no entanto, para que isso seja possível, é necessário a execução de Políticas Públicas consistentes. Por isso, precisamos discutir e refletir”, declarou.

Interiorização da Psicologia e Políticas Públicas – Com a ampliação das Políticas Públicas por todo o país, alcançando os pequenos e médios municípios, houve uma interiorização da Psicologia. O reflexo disso é que, atualmente, mais de 60% dos cursos que formam psicólogos estão em cidades do interior. No intuito de potencializar uma reflexão desse cenário, a programação da Mostra, ao longo dos seus três dias, apresentará relatos de experiências sobre a prática profissional nas Políticas Públicas.

“Durante o evento, vários trabalhadores e estudantes vão poder apresentar um pouquinho da sua realidade. Convidamos a categoria para que venha trazer suas experiências para colaborar com o processo de formação dos estudantes e da problematização das Políticas Públicas e do nosso fazer enquanto psicólogos dentro dessa área”, ressaltou a psicóloga Monaliza Cirino, uma das organizadoras do evento.

O evento, é uma realização da Uesb em parceria com o Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (Crepop), órgão operacional do Conselho Regional de Psicologia 3ª região (CRP-03), segue até esta sexta, 19. A programação completa pode ser conferida no site da Mostra.

Qual a relação da Psicologia com as políticas públicas?

Com relação às políticas públicas de saúde, a psicologia atua com foco na atenção, promoção, prevenção de saúde, não apenas nos casos de doença, mas nas ações que visam a melhoria da qualidade de vida da população.

Qual contribuição a Psicologia pode ter nas políticas públicas?

A Psicologia tem demonstrado historicamente seu compromisso social atuando no debate e na constituição das políticas públicas, seguindo seu percurso de modo a aprofundar as relações e as análises sobre o universo das políticas de forma crítica, sem transformar o sujeito de suas práticas em objeto, o que é muito comum ...

Como as políticas públicas e a Psicologia colaboram para os Direitos Humanos?

Entre eles, destaca-se que a atuação profissional do psicólogo nas políticas públicas deve: a) voltar-se para o rompimento dos padrões normativos e opressores da diversidade humana, b) considerar a dimensão subjetiva no trabalho junto às políticas públicas, c) potencializar o sujeito para superar o processo de exclusão ...

Qual o papel do psicólogo no contexto político e social do Brasil atual?

Acolhe trabalhos sobre formulação, implementação, análise e controle social de políticas públicas, concepções de cidadania, emancipação e/ou protagonismo social, estudos e intervenções relacionados a contextos de vulnerabilidade e risco social, além do debate inclusão/exclusão e desigualdade social.

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