Quais os principais impactos causados ao meio ambiente com aumento das temperaturas no Ártico?

Especialista em Geografia do Brasil (Faculdades Integradas de Jacarepaguá, RJ)
Mestre em Educação (Estácio de Sá, 2016)
Graduado em Geografia (Simonsen, 2010)

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Ao falarmos do Ártico estamos falando da região do polo norte, que ao contrário do polo sul, não possui um continente próprio, sendo apenas um oceano congelado (Oceano Glacial Ártico), cercado por 3 continentes (Europa, Ásia e a América do Norte).

O nome Ártico tem origem na palavra Árktos, que significa Ursa, sendo referência a duas constelações presentes na parte mais setentrional do planeta: a Ursa Maior e a Ursa Menor (nesta última está a estrela polar).

Porém, apesar de ser uma referência astronômica, o nome Ártico pode servir de referência para os mais famosos animais desta região: urso polar. É bem verdade que mesmo não sendo um continente, e mesmo tendo um clima tão severo quanto o clima frio polar ártico, existem sim animais vivendo no Ártico, inclusive animais terrestres como o urso. Há também focas residindo no ártico e alguns poucos peixes e outros animais marinhos, dada a dificuldade de sobreviver em um ambiente tão inóspito.

Além do frio, outro fator que dificulta a vida no ártico são as latitudes extremas, tal como na Antártica, em que de forma quase ininterrupta, durante seis meses há uma noite/inverno (escura e extremamente fria) nos outros seis meses do ano há um dia/verão (com claridade e clima menos rigoroso). Inclusive sendo um atrativo para os turistas o famoso “sol da meia-noite”, já que as madrugadas ainda contam com a presença do sol dada a inclinação do eixo da Terra e ao movimento de translação que colocam ora um polo da Terra e ora outro mais próximo do sol ao longo do ano.

Da palavra ártico derivou o nome dado ao continente que está no polo sul, a Antártica (Anti-Ártica, oposta ao Ártico), porém, muito diferente dela, mesmo não sendo um continente e sim um oceano congelado com algumas ilhas e que se estende até as terras de outros três continentes, o Ártico é habitado por diversos povos como os famosos inuits (que significa povo em seu idioma), mais conhecidos pelo pejorativo termo de esquimós (algo como comedores de carne crua).

Em termos de problemas ambientais, sofrem com exatamente o mesmo problema ambiental do polo sul: o aquecimento global, causado pelo aumento do efeito estufa em função do aumento da poluição atmosférica. O aquecimento global causa o derretimento das calotas polares, aumentando o nível das águas dos demais oceanos.

Mapa mostra a diminuição da calota de gelo do polo norte. A imagem mostra a área ocupada pela geleira (em branco) em setembro de 2015. A linha amarela marca a média da extensão da geleira de 1981 a 2010. Fonte: NASA

As atividades econômicas realizadas no ártico são basicamente extrativistas e muitas causam grande impacto ambiental. Seja a caças de focas, baleias e ursos, seja o tráfego constante de navios petroleiros que eventualmente sofrem avarias por conta do gelo e acabam despejando óleo no mar.

Referências:
//veja.abril.com.br/blog/sobre-palavras/uma-duvida-quente-antartida-ou-antartica/

//escola.britannica.com.br/levels/fundamental/article/oceano-%C3%81rtico/480651

//www.canadainternational.gc.ca/brazil-bresil/about_a-propos/inuit.aspx?lang=por

Texto originalmente publicado em //www.infoescola.com/geografia/geografia-do-artico/

Derretimento de Geleiras: causas, consequências e soluções

Geleiras, as grandes defensoras da estabilidade do clima do planeta

#natureza

O derretimento das geleiras, fenômeno que aumentou durante o século XX, está nos deixando um planeta sem gelo. A atividade humana é a maior culpada da emissão de dióxido de carbono e de outros gases responsáveis pelo aquecimento terrestre. O nível do mar e a estabilidade global dependem da evolução destas grandes massas de neve recristalizada.

O derretimento das geleiras acelerou nas últimas três décadas.

As geleiras da Terra estão há mais de meio século retrocedendo em silêncio diante do avanço imparável das mudanças climáticas. Não existe lugar do planeta — com exceção do sudoeste asiático — capaz de resistir aos efeitos de um fenômeno que derreteu mais de 9,6 trilhões de toneladas de gelo glacial no mundo desde 1961 — conforme dados de 2019 de um estudo feito por satélite da Universidade de Zurique, Suíça — e que ameaça evaporar mais de um terço das geleiras até 2100, tal como prevê o Fundo Mundial para a Natureza (WWF).

O QUE É UMA GELEIRA E COMO ELAS SE FORMAM

Estas grandes massas de gelo em movimento se originam da compactação e recristalização da neve acumulada em lugares frios. Esse é o caso, por exemplo, das geleiras de montanha e das geleiras polares, que não devemos confundir com as gigantescas placas do Ártico. As geleiras se classificam segundo sua morfologia — campo de gelo, geleira de circo, geleira de vale, etc. —, clima — polar, tropical ou temperado — ou condição térmica — base fria, quente ou politérmica —.

A formação de uma geleira é um processo milenar e seu tamanho variará conforme a quantidade de gelo que consiga acumular durante sua vida. O comportamento dessas massas é muito parecido ao dos rios — que se alimentam das geleiras durante os períodos de derretimento — e sua velocidade depende da fricção e do desnível do terreno por onde se assentam. No total, as geleiras cobrem 10% da superfície terrestre e, juntamente com as calotas de gelo, perfazem quase 70% da água doce do planeta.

POR QUE AS GELEIRAS DERRETEM? CAUSAS

Indubitavelmente, o aumento da temperatura terrestre foi o responsável pelo derretimento das geleiras ao longo da história. Atualmente, a rapidez das mudanças climáticas poderia extingui-las em um tempo recorde. Vejamos, detalhadamente, as causas do derretimento das geleiras:

  • Emissões de CO2: a concentração atmosférica de dióxido de carbono e de outros gases de efeito estufa (GEE) derivados da indústria, do transporte, do desmatamento ou da queima de combustíveis fósseis, entre outras atividades do ser humano, faz com que o planeta se aqueça e descongelem as geleiras.
  • Aquecimento oceânico: os oceanos absorvem 90% do calor terrestre, um fato que provoca derretimento das geleiras marinhas localizadas, principalmente, nas áreas polares e nas costas do Alasca (Estados Unidos).

O ciclo de vida de uma geleira.

  VER INFOGRÁFICO: O ciclo de vida de uma geleira [PDF] Link externo, abra em uma nova aba.

CONSEQUÊNCIAS DO DERRETIMENTO DAS GELEIRAS

A Universidade de Zurique revelou, no estudo mencionado anteriormente, que o derretimento das geleiras acelerou nas últimas três décadas. Esta perda de gelo já alcança 335 bilhões de toneladas anuais, o que corresponde a 30% do ritmo atual de aumento do nível oceânico. A seguir, especificamos as principais consequências do degelo:

  Aumento do nível do mar

O derretimento das geleiras contribuiu para o aumento do nível dos oceanos em 2,7 centímetros desde 1961. Além disso, as geleiras do mundo têm gelo suficiente — cerca de 170.000 quilômetros cúbicos — para aumentar o nível do mar em quase meio metro.

  Impacto sobre o clima

O degelo das geleiras nos polos está desacelerando as correntes oceânicas, um fenômeno relacionado com a alteração da climatologia mundial e a sucessão de episódios meteorológicos cada vez mais extremos em todo o globo.

  Desaparecimento de espécies

O derretimento das geleiras também provocará a extinção de numerosas espécies, pois é o habitat natural de vários animais terrestres e aquáticos.

  Menos água doce

O desaparecimento das geleiras significa também menos água para o consumo da população, menos capacidade para gerar energia hidrelétrica e menos disponibilidade para a rega.

SOLUÇÕES PARA EVITAR O DERRETIMENTO DAS GELEIRAS

Os glaciologistas consideram que, apesar da enorme perda de gelo, ainda há tempo para salvar as geleiras de um desaparecimento anunciado. Seguidamente, damos algumas ideias e propostas que poderiam ajudar a atingir esse objetivo:

  Paras as mudanças climáticas

Para proteger as geleiras, é imprescindível diminuir as emissões mundiais de CO2 em cerca de 45% na próxima década e até zero após 2050 para frear o aquecimento global.

  Frear sua erosão

A revista científica Nature sugeriu levantar um dique de 100 metros em frente da geleira Jakobshavn (Groenlândia), a mais castigada pelo degelo no Ártico, visando conter sua erosão.

  Unir icebergs artificiais

Um arquiteto da Indonésia, Faris Rajak Kotahatuhaha, foi premiado pelo seu projeto Recongelar o Ártico, que consiste em recolher a água das geleiras derretidas, dessalinizá-la e congelá-la de novo para criar grandes blocos hexagonais de gelo. Graças à sua forma, estes icebergs poderiam se juntar e formar massas geladas.

  Aumentar sua espessura

A Universidade do Arizona propôs uma solução aparentemente simples: fabricar mais gelo. Sua proposta consiste em recolher água da parte inferior da geleira, com bombas de impulsão por energia eólica, para expandi-la sobre as camadas de gelo superiores, de tal forma que esta se congele na superfície, reforçando a consistência.

Quais são os principais impactos gerados no meio ambiente com o aumento das temperaturas no Ártico?

Os principais impactos são: o acelerado derretimento da calota polar; a emissão de quantidades significativas de gás metano na atmosfera, gerado pelo armazenamento de matéria orgânica e a consequente intensificação do efeito estufa; a perda do habitat de espécies da fauna e flora local; e o aumento global do nível do ...

Quais são os principais impactos ambientais que ocorrem no Ártico na atualidade?

Em termos de problemas ambientais, sofrem com exatamente o mesmo problema ambiental do polo sul: o aquecimento global, causado pelo aumento do efeito estufa em função do aumento da poluição atmosférica. O aquecimento global causa o derretimento das calotas polares, aumentando o nível das águas dos demais oceanos.

Quais são as consequências do aquecimento global no Ártico?

Risco real às comunidades. "O Ártico está aquecendo aproximadamente duas vezes mais rápido que a média global devido, por exemplo, à perda de refletância quando o gelo desaparece. Passei muitos verões consecutivos na Groenlândia, e é evidente que mudanças rápidas estão ocorrendo em toda a região.

O que provoca o aumento das temperaturas no Ártico?

O estudo não identifica uma causa para esses aumentos relativamente súbitos, mas os autores especulam que as causas que contribuem são provavelmente os feedbacks do gelo marinho e do vapor de água combinados com as mudanças na forma como o calor atmosférico e oceânico se move para o Ártico.

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