A femea e o macho de mosquito tem mesmo nicho

O Mosquito

Aedes aegypti  é o mosquito transmissor da dengue e da febre amarela urbana. Menor do que os mosquitos comuns, é preto com listras brancas no tronco, na cabeça e nas pernas. Suas asas são translúcidas e o ruído que produzem é praticamente inaudível ao ser humano.

O macho, como de qualquer espécie, alimenta-se exclusivamente de frutas. A fêmea, no entanto, necessita de sangue para o amaduremento dos ovos que são depositados separadamente nas paredes internas dos objetos, próximos a superfícies de água limpa, local que lhes oferece melhores condições de sobrevivência. No momento da postura são brancos, mas logo se tornam negros e brilhantes.

Em média, cada mosquito vive em torno de 30 dias e a fêmea chega a colocar entre 150 e 200 ovos. Se forem postos por uma fêmea contaminada pelo vírus da dengue, ao completarem seu ciclo evolutivo, transmitirão a doença.

Os ovos não são postos na água, e sim milímetros acima de sua superfície, principalmente em recipientes artificiais. Quando chove, o nível da água sobe, entra em contato com os ovos que eclodem em pouco menos de 30 minutos. Em um período que varia entre sete e nove dias, a larva passa por quatro fases até dar origem a um novo mosquito: ovo, larva, pupa e adubo.

O Aedes aegypti põe seus ovos em recipientes como latas e garrafas vazias, pneus, calhas, caixas d’água descobertas, pratos sob vasos de plantas ou qualquer outro objeto que possa armazenar água da chuva. O mosquito pode procurar ainda criadouro naturais, como bromélias, bambus e buracos em árvores.

É um mosquito urbano, embora tenha sido encontrado na zona rural, onde foram levados em recipientes que continham ovos e larvas. Próprio das regiões tropical e subtropical, não resiste a baixas temperaturas presentes em altitudes elevadas.

Estudos demonstram que, uma vez infectada – e isso pode ocorrer numa única inseminação –, a fêmea transmitirá o vírus por toda a vida, havendo a possibilidade de, pelo menos, parte de suas descendentes já nascerem portadoras do vírus.

As fêmeas preferem o sangue humano como fonte de proteína ao de qualquer outro animal vertebrado. Atacam de manhãzinha ou ao entardecer. Sua saliva possui uma substância anestésica, que torna quase indolor a picada. Tanto a fêmea quanto os machos abrigam-se dentro das casas ou nos terrenos ao redor.

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O 'Aedes aegypti' só se alimenta de sangue?

26/01/2016

Na verdade, apenas a fêmea do mosquito se alimenta de sangue, pois ele é necessário para a produção de ovos. Tanto o macho quanto a fêmea se alimentam de substâncias que contenham açúcar (néctar, seiva, entre outras), mas como o macho não produz ovos, não necessita de sangue. Embora possam ocasionalmente se alimentar com sangue antes da cópula, as fêmeas intensificam a voracidade após a fecundação, quando precisam ingerir sangue para realizar o desenvolvimento completo dos ovos e maturação nos ovários. Normalmente, três dias após a ingestão de sangue as fêmeas já estão aptas para desovar, passando então a procurar um local.

Fonte: Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz)

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A femea e o macho de mosquito tem mesmo nicho

Portfólio de Inovação - Contato

Há espécies de insetos, como por exemplo, o Aedes aegypti em que machos e fêmeas vivem no mesmo esconderijo, porém na hora de se alimentar, a fêmea busca o sangue de outros animais, enquanto que o macho se alimenta de frutas ou outros vegetais adocicados. Assim, podemos afirmar que o macho e a fêmea

A femea e o macho de mosquito tem mesmo nicho

Parte 1. O BIZARRO MACHO TRANS.
ADILSON D. PASCHOAL, Ph.D Professor Sênior do Departamento de Entomologia e Acarologia. ESALQ-USP

Bem-vindos? Recentemente, minha casa, que fica no bairro São Judas, em Piracicaba, SP, foi invadida por dezenas de machos “do bem”. Explicando melhor, para que não pairem dúvidas. Minha casa foi invadida, como todas as outras do bairro, por mosquitos machos, transgênicos, cognominados “Aedes do bem”, criados em Campinas e soltos em Piracicaba pela firma inglesa “Oxitec do Brasil”, com o propalado objetivo de combater, geneticamente, o “Aedes do mal”, o Aedes aegypti. Algumas poucas experiências anteriores ocorreram em Juazeiro, BA, numa ilha do Caribe e na Malásia. Com isso, Piracicaba passa a ser uma das primeiras cidades, de porte médio, do mundo a introduzir, no ambiente urbano, um animal modificado geneticamente. Outros bairros receberão o mosquito trans, assim como outras cidades, uma vez que a CTNbio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) autorizou, em 2010, a liberação desse mosquito em todo o país, e a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) “por se tratar de uma tecnologia inovadora e distinta de todos os demais produtos regulados até agora” concedeu à Oxitec, acredito, um Registro Especial Temporário (RET) ou algo parecido, “para que se possa avaliar a segurança e eficácia do método”. Em outras palavras, nós, que aqui vivemos, seremos as cobaias.

Das experiências com plantas geneticamente modificadas, aceitas sobre a alegação de que, entre outras vantagens, permitiriam a redução do uso de agrotóxicos no controle de pragas, sabe-se hoje que o contrário ocorreu. O risco com a soltura de animais transgênicos poderá ter a mesma consequência.

Macho “do bem”. O sequenciamento genético do A. aegypti foi obtido visando novas pesquisas com agrotóxicos, para o combate químico; mas o genoma descoberto permitiu, também, amplo campo de investigação para uso biotecnológico, de engenharia genética e transgenia. Segundo a Oxitec, o “macho do bem” tem dois genes a mais do que o “macho do mal”. É fácil deduzir que, por ter o gene tTAV (que confere esterilidade à prole, pela produção de uma proteína letal) e o gene DsRed2 (marcador que torna as larvas fosforescentes quando expostas à luz ultravioleta) o “Aedes do bem” não pode ser considerado como pertencente à espécie Aedes aegypti; por isso, seus criadores o batizaram de OX513A, espécie patenteada, cujo uso fica condicionado ao pagamento de pesados “royalties” à firma.

É conhecido o fato de o cruzamento entre indivíduos de espécies diferentes resultar em descendentes estéreis. Assim é, por exemplo, o cruzamento entre duas espécies exóticas de Aedes ocorrentes em São Paulo: o Aedes aegypti (mosquito da dengue) e o Aedes albopictus (mosquito tigre asiático). Tal comportamento explicaria o que ocorre com o OX513A, não fosse por algo inusitado: o gene tTAV, que determina a esterilidade, impedindo que as larvas do mosquito se metamorfoseiem em pupas e estas em adultos, é neutralizado por um “antídoto”: o antibiótico tetraciclina. A descoberta parece ter sido casual, o antibiótico sendo usado em criatórios. O processo de obtenção do mosquito transgênico é, em resumo, o seguinte: Ovos de Aedes aegypti recebem os dois genes; das larvas que nascem as que fosforescem são transgênicas, as outras são normais; machos e fêmeas copulam e as fêmeas colocam ovos que são mantidos em tetraciclina para neutralizar o efeito letal do gene tTAV na prole; as larvas passam a pupas e estas a adultos, separando-se os sexos por meio de telas muito finas por onde apenas os machos transgênicos passam, por serem menores do que as fêmeas. Mesmo assim, uma pequena parcela de fêmeas normais consegue passar, juntando-se aos machos que serão soltos no ambiente. Dessa forma, a tetraciclina usada no laboratório permite obter “machos do bem” mesmo na presença do gene letal; na ausência do antibiótico, isto é, no ambiente natural, o gene é ativado e o ciclo de vida é interrompido.

Comportamentos do gene que determina esterilidade à prole. O gene iTAV, introduzido no genoma do macho de Aedes aegypti, interrompe o ciclo da espécie, como foi dito. Acontece que, na presença de tetraciclina o mecanismo é desativado e o ciclo biológico continua normalmente, originando novas gerações. Tal comportamento bizarro do gene pode vir a ter consequências desastrosas. Quando as pesquisas iniciaram, o A. aegypti era tido como mosquito que prolifera em águas limpas, o que não mais é o caso, pois ele passou a se desenvolver também em esgoto. Atentando para o fato de que resíduos de antibióticos (de tetraciclina, inclusive) estão presentes nas águas residuais, pode-se antever o problema, ficando apenas pendente a questão de se saber em que concentração mínima o antibiótico bloqueia a ação do gene tTAV. Mas, se a tetraciclina é capaz de desativar o gene iTVA, com semelhante efeito de um interruptor que liga e desliga um aparelho elétrico, outras substâncias de estrutura molecular parecida poderão ter o mesmo efeito, bloqueando a ação do gene letal. Quantas dessas substâncias existem nas águas residuais? Sabemos que são muitas, orgânicas e inorgânicas, principalmente oriundas de fármacos de uso humano e animal. É assim provável que isso venha a ocorrer. Locais haverá nas águas residuais urbanas em que a desativação do gene será uma realidade, vingando-se as proles.

Parte 2. O INCÔMODO MACHO TRANS.

Comportamentos do macho normal. Raramente visto, o macho de A. aegypti (o Aedes normal) permanece oculto a maior parte do tempo em algum canto da casa, ou do ambiente externo, à espera de uma fêmea, que localiza com suas amplas antenas em forma de pluma. Machos e fêmeas dessa espécie alimentam-se primeiramente de material açucarado, retirado de plantas, com o qual voam para a reprodução, ocorrendo a cópula em pleno voo. Fecundada, a fêmea sai à procura de um hospedeiro (humanos, principalmente) de quem retira sangue para o perfeito desenvolvimento dos ovos. O macho logo perece, uma vez que não é hematófago. Experimentos têm demonstrado que os machos (virgens ou que já copularam) e as fêmeas, principalmente estas, são atraídos por odores do hospedeiro humano, principalmente se ele é homem; a atratividade é menor quando se trata de mulher, variando também de pessoa para pessoa, sendo algumas mais atrativas para o mosquito do que outras, por terem sangue tipo O, doador universal (até mesmo para insetos), e por secretarem mais substâncias atrativas contidas no suor (açúcares, antígenos, ácido lático); por mascararem tais odores é que os repelentes funcionam. O gás carbônico da respiração, a maior temperatura do corpo, principalmente após a prática de exercícios físicos, e roupas escuras também constituem fontes de atração. Porém, raramente o macho normal procura o hospedeiro, talvez por exclusão competitiva, as fêmeas excluindo os machos desse ambiente, por razão que desconheço. Assim, se você vê o mosquito ou ouve o zumbido característico dele junto de você pode ter certeza de tratar-se de fêmea, que imediatamente depois de pousada na pele inicia a sucção de sangue.

Comportamentos do “macho trans”. Segundo observações que tenho feito, o comportamento do “macho do bem” (OXI513A) é muito diferente daquele do “macho do mal”, pelo menos até agora, nesta época mais seca e fria do ano, onde poucas fêmeas normais estão presentes, abundando machos das repetidas solturas semanais, que devem durar meses ou anos, dependendo dos resultados obtidos.

Os “machos benéficos” estão por todos os lugares, dentro e fora da residência, concentrando-se, como é esperado, nos locais onde há água: cozinha e banheiro, no interior, piscina, vasos de plantas e ralos, no exterior, pois a água é o elemento onde as fêmeas por certo estarão. Mas o mosquito “macho do bem”, ao contrário do mosquito normal, tem uma atração irresistível ao homem, cercando-o a todo instante e em todos os lugares, às dezenas, sempre que há luz, natural ou artificial, voando em seu rosto e ao redor de seu corpo, com seu zumbido irritante, pousando em sua pele e em suas roupas, como se fosse picar, quer você esteja deitado em sua cama, quer esteja sentado em sua mesa de refeição ou de trabalho, em sua poltrona de repouso ou no vaso sanitário, quer esteja em pé cozinhando, lavando louça na pia ou tomando seu costumeiro banho, lá estão eles, à sua espera: basta que você adentre o local para que eles, que estavam pousados em algum esconderijo, imediatamente se ponham a voar ao seu redor, atraídos, por certo, pelas substâncias atraentes de seu suor. Mas o pior momento, o mais irritante de todos, é quando, ao amanhecer, lá estão eles a voar em torno de seu ouvido, com o zumbido enervante típico, despertando-o às seis horas da manhã; se você insiste em não se levantar, terá de continuar ouvindo o zuuuuuuum por várias horas. O mosquito “do bem” é, antes de tudo, um chato.

Esse comportamento, típico de fêmeas, que, ao contrário dos machos, nos procuram para sugar sangue, faz-me preferir chamar o “macho do bem” de macho trans, já que ele está mais para transexual do que para transgênico. Outro problema é saber, a partir do momento em que as fêmeas estiverem presentes, isto é, nos meses mais quentes e chuvosos do ano, quando o mosquito que nos ataca é fêmea ou é macho, para que não matemos o “do bem”, ou nos deixemos picar pelo “do mal”.

Sim, o zumbido está de volta, depois de décadas. Quantos não se lembram do tempo dos mosquitos comuns, noturnos, do gênero Culex, que nos irritavam com o zumbir enervante de suas asas, a ponto de nos obrigar (os que não tinham mosquiteiros) a se levantar, chinelo na mão, para caçá-los onde estivessem. Pois o Culex acabou excluído pelo Aedes aegypti, desde que este foi introduzido na década de 80, fenômeno que, em Ecologia, se chama exclusão competitiva: por terem nichos semelhantes o mais apto sobreviveu. Some-se a isso o fato de que, com o maior controle da poluição do rio Piracicaba, a partir da década de 80, os inimigos do Culex voltaram a povoar o manancial, reduzindo naturalmente a sua população. Lembro-me muito bem das nuvens desses mosquitos, ao entardecer, quando machos e fêmeas formavam verdadeiros redemoinhos de acasalamento no meu quintal, em frenéticos rodopios amorosos, momento que eu aproveitava, para a alegria de meus filhos crianças e para o desespero da mãe aflita, queimálos com tochas de fogo. Mas o mal foi resolvido pela própria natureza, que tem sabedoria maior do que o mais inteligente dos seres humanos.

Parte 3. EXCLUSÃO DE UMA ESPÉCIE POR OUTRA.

Exclusão competitiva. Os insetos estão neste mundo por pelo menos 500 milhões de anos; o homem (Homo sapiens) por não mais do que 200 mil anos. Assim, os insetos tiveram 499 milhões e 800 mil anos a mais do que o homem para se adaptarem às mais diferentes condições do ambiente. Erradicação de espécies de insetos é pouco provável, impossível até. Quando uma espécie desaparece de um local, outra, de nicho ecológico semelhante, toma o seu lugar, fenômeno que se chama exclusão competitiva. Por competirem pelos mesmos recursos da natureza, duas espécies não podem coexistir no mesmo ambiente, uma delas, a mais bem adaptada, deslocando a outra. Tal foi o caso do mosquito comum, do gênero Culex, em Piracicaba. Tendo preferência por águas poluídas, com elevado teor de matéria orgânica, essa espécie apresentava populações altíssimas na época em que o rio Piracicaba e seus afluentes eram altamente contaminados por descargas de vinhaça (restilo) e por efluentes orgânicos e inorgânicos, municipais e industriais. O controle da poluição, com a consequente volta de seus inimigos naturais, reduziu as populações desse inseto noturno. A introdução do mosquito da dengue (Aedes aegypti) nos anos 80, muito mais agressivo, diurno, capaz de se multiplicar em águas limpas e poluídas, tendo nicho ecológico muito próximo daquele, selou o destino do Culex, que raramente é encontrado agora nas residências piracicabanas.

O que aconteceu com o Culex poderá acontecer com o Aedes aegypti. A soltura na cidade do “macho do bem”, transgênico, com previsão de redução da população dessa espécie em 80% ou 90%, poderá possibilitar aumento populacional de outra espécie perigosa, de hábitos muito parecidos com os dele: o Aedes albopictus, o mosquito tigre asiático, que também se disseminou pelo Estado de São Paulo na mesma década de 80. Esta espécie asiática (a outra é africana) é também muito agressiva, diurna, de águas limpas, com potencial para transmissão, ainda não comprovada no Brasil, de dengue, febre amarela e filariose. No dito popular, seria o mesmo que trocar seis por meia dúzia. Como medida preventiva, a Prefeitura Municipal deve exigir da Oxitec o monitoramento, por armadilhas, também da população de A. albopictus.

Exclusão por saturação do espaço aéreo. Anos atrás, quando eu convertia à orgânica uma gleba de laranjeiras da fazenda Raio de Sol, em Itirapina, SP., substituindo herbicidas por cobertura de adubos verdes (feijãode-porco, crotalária e guandu), plantados alternadamente nas entrelinhas do pomar, para que florescessem em épocas diferente, fui procurado pelo administrador da fazenda, que, surpreso, quis saber por que na gleba convertida ele não precisou fazer sequer uma aplicação de inseticida para o controle da mosca-das-frutas, enquanto, nas demais, teve de aplicar pelo menos três vezes. Fi-lo entender que a natureza tem os seus segredos, que o homem aos poucos vai descobrindo. Levando-o ao local, mostrei-lhe a grande quantidade de polinizadores que aí estavam, esvoaçando por todo o espaço, em diferentes direções. Pois são estes insetos que, por ocuparem todo o espaço disponível — disse-lhe eu — estão impedindo que as moscas-dasfrutas entrem, ou seja, por ocuparem todo o espaço territorial, talvez pelo zumbido de múltiplos bateres de asas, eles estão excluindo-as do local. Mostrei-lhe, também, a eficiência dos inimigos naturais (parasitóides), favorecidos pela maior biodiversidade no pomar.

Tal mecanismo poderá ocorrer também com o mosquito “do bem”? Não se sabe. Normalmente onde a fêmea fertilizada ocorre os machos normais parecem excluídos pela presença dela, que, então, ataca a pessoa, naquele ambiente, para o repasto sanguíneo e possível transmissão dos vírus que porta. Mas como seria o comportamento da fêmea fecundada na presença de dezenas de machos transgênicos, que, como ela, avidamente procuram o corpo humano atraídos pelos seus humores? Se a exclusão da fêmea ocorrer, pela presença dos machos, seria uma grande vantagem, pois não haveria picadas e, consequentemente, transmissão de agentes patogênicos. Se for o inverso que ocorrerá, então o risco continua, embora com frequência menor. O comportamento bizarro do “macho do bem” poderá levar a fêmea a acasalar apenas com machos normais, inviabilizando o projeto.

Só nos resta aguardar. Enquanto isto, tentemos nos acostumar com os enervantes zumbidos e assédios dos machos trans, os mosquitos maçantes.

Parte 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os novos deuses e as suas criações. Pesquisas em controle biológico de espécies que causam doenças no homem e nos animais domésticos, ou que produzem danos nas culturas agrícolas, têm sido o enfoque principal das universidades e dos centros de pesquisa, públicos e privados. A criação massiva de inimigos naturais em laboratório, para soltura no ambiente, tem resultados animadores, principalmente porque tendem, pela eficiência, reduzir o uso de agrotóxicos, poluentes, caros e geradores de novas pragas. Mas a criação em massa de organismos úteis esbarra com um problema, que tem escapado à observação dos pesquisadores: a soltura tem de ser permanente, isto porque os fatores do ambiente que levam ao surgimento das pragas continuam a existir. Combatem-se os efeitos, ignorando as causas. Tal visão reducionista leva muitos projetos ao fracasso, a curto ou a longo prazos. A situação piora quando se tenta alterar a natureza dos seres, modificando o genoma dos organismos indesejáveis, esperando, com isso, resolver definitivamente o problema, como se a natureza fosse inerte, como se os fatores de seleção natural e evolução não existissem para manter o equilíbrio da natureza, tão perturbado por ações antrópicas.

A causa é o que importa investigar, para que se tenham soluções definitivas para os problemas. As espécies mais comuns de insetos domésticos, dentre eles o pernilongo noturno (Culex quinquefasciatus) e a mosca doméstica (Musca domestica) foram controladas por medidas sanitárias municipais e de higiene doméstica, pela eliminação dos criatórios. Assim também tem de ser com o Aedes. Se assim não for, logo poderemos ter outros projetos, rotulados de modernos, que, por estarem na crista da onda, visando interesses econômicos de grande vulto, poderão criar outras aberrações de grande impacto como, por exemplo, baratas transgênicas, para serem soltas no esgoto e nas residências, levando ao desespero e mesmo à loucura as mulheres.

Faca de dois gumes. Toda nova tecnologia deve ser tratada com muita cautela. O “mosquito do bem”, transgênico, poderá livrar-nos das doenças que nos ameaçam: dengue, chicungúnia, zika. Mas a natureza não é passiva. A seleção natural estará sempre atuando, e sua ação será sempre maior do que qualquer tentativa humana para superá-la. A presença nas águas poluídas de substâncias que possam desativar o gene que causa a morte da prole poderá inviabilizar o projeto. O Aedes aegypti poderá dar lugar ao Aedes albopictus, não menos perigoso. As fêmeas de A. aegypti poderão estranhar o comportamento bizarro dos machos transgênicos, copulando apenas com os machos normais. Há, ainda, os incômodos zumbidos, que se já são intoleráveis no inverno deverão sê-lo muito mais nos períodos quentes do ano. O excesso de confiança nos mosquitos transgênicos poderá levar a Prefeitura e os munícipes a descuidarem dos meios preventivos de combate ao mosquito, pela eliminação dos criatórios: uma epidemia de grandes proporções poderá então ocorrer.

Outros projetos de bioengenharia estão em andamento, alguns já por muitos anos, como o do macho estéril, pelo CENA, produzido através de radiação de cobalto; o de fêmeas geneticamente modificadas, incapazes de voar (Estados Unidos) e o de fêmeas transgênicas que, quando infectadas pelo vírus da dengue, acabam morrendo (Brasil). Pelo menos neste sentido, tais fêmeas transgênicas não picam, nem incomodam as pessoas como os machos trans. Vacina contra a dengue estará disponível, e esta sim é a grande esperança de um povo aviltado pelos descasos com a saúde pública e com projetos mirabolantes, que insistem em combater os efeitos e não as causas dos problemas, pretendendo resolver, em alguns anos, o que a natureza levou milhares.

A resposta a tudo o que precisamos está na complexidade da natureza, onde os processos ocorrem naturalmente por seleção natural e evolução, eliminando tudo aquilo que contraria as suas leis, e não apenas na simplicidade dos laboratórios, onde os processos ocorrem artificialmente por modificações do genoma dos organismos, capazes de criar seres desconhecidos, que poderão atuar por certo tempo até que a seleção natural os venha eliminar, como aberrações genéticas, incompatíveis com o processo da vida

Pode

ambos ocupam o mesmo nicho ecológico, porém com hábitats diferentes. ambos ocupam o mesmo nicho ecológico e o mesmo hábitat. o macho é consumidor de segunda ordem ou de qualquer outra ordem superior. a fêmea é sempre consumidora de primeira ordem.

Por que o macho do mosquito não pica só a fêmea?

Por que só a fêmea pica? A fêmea precisa de sangue para a produção de ovos. Tanto o macho quanto a fêmea se alimentam de substâncias que contêm açúcar (néctar, seiva, entre outros), mas como o macho não produz ovos, não necessita de sangue.

Qual a diferença do macho e fêmea do mosquito da dengue?

Fotos do mosquito do dengue O mosquito que pica o ser humano e transmite o dengue é a fêmea. O macho não se alimenta de sangue, pois não tem capacidade de picar outros mamíferos. A fêmea é maior que o macho e apresenta tanto a boca quanto as antenas diferentes.

Quem pica o mosquito macho ou a fêmea?

As principais características desta espécie são: - Animal de pequenas dimensões com cor nega e manchas brancas no corpo e nas patas; - O mosquito fêmea é o único responsável pela picada, logo pela transmissão de doença ao Homem.