Como o polimorfismo genético pode afetar a ação dos fármacos?

Informações

Nível de aprovação pela UnB

Aprovado pela UnB

Nome Completo do Proponente

IZABEL CRISTINA RODRIGUES DA SILVA

e-mail

Título da Proposta

IMPACTO DOS POLIMORFISMOS GENÉTICOS NA AVALIAÇÃO E MANEJO DA COVID-19

Sumário Executivo da Proposta

Diferenças na relação dose-resposta, em pacientes com COVID-19, tornam o regime posológico habitual na maioria dos pacientes ineficaz em alguns indivíduos, que não experimentam nenhum efeito benéfico ou sofrem eventos adversos. Polimorfismos genéticos são os fatores principais nas enzimas de biotransformação de fármacos que influenciam a resposta farmacocinética. Com o avanço das investigações em Farmacogenética e Farmacogenômica, foi possível o estudo de alguns fatores interferentes na resposta terapêutica dos fármacos devido a algum tipo de polimorfismo, entre eles as variações em genes, que alteram a expressão e/ou atividade de sítios de associação a fármacos, podendo ter redução ou aumento da atividade ou quantidade da proteína. Sendo assim, acredita-se que a condição genética afeta a patogenia da doença e/ou seu adequado tratamento. Para tanto, pretende-se determinar a prevalência de polimorfismos genéticos em pacientes com alta suspeição de COVID-19 em um estudo de coorte multicêntrico prospectivo. Logo, procura-se avaliar a influência entre o polimorfismo dos genes CYP, Interleucinas, NOS3, ECA no COVID-19. Para tanto, pretende-se estudar participantes com alta suspeição de COVID-19 ou que tenham diagnostico confirmado. A análise genética será realizada após extração do DNA de amostra biológica fornecida pelo participante, no qual o DNA extraído será submetido a técnica de PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) qualitativo ou qPCR (PCR quantitativo em Tempo Real). A análise de polimorfismo poderá fazer o uso de enzimas de restrição, a depender da região gênica a ser analisada. As frequências alélicas e genotípicas serão estimadas, usando-se o programa SPSS versão 20.0, no qual serão consideradas associações com probabilidades menores que 5%. Como resultado, espera-se que o entendimento de fatores de base genética auxilie na tomada de decisão clínica para manejo do paciente, contribuindo na abordagem terapêutica centrada no hospedeiro humano. Este conhecimento trará uma inovação sanitária, e poderá auxiliar os profissionais de saúde atuantes tanto na saúde pública, quanto na saúde suplementar, a tomarem decisões no manejo dos pacientes com melhor evidência, e assim reduzir exposição do hospedeiro a um risco desnecessário. Além disso, pretende-se, como resultado, contribuir no melhor entendimento de marcadores de gravidade, fatores prognósticos para gravidade e óbito da COVID-19.

Palavras-chave

polimorfismos genéticos, COVID-19, dados clínicos

Número de Integrantes da Equipe

42

Nome dos Integrantes da UnB

Izabel Cristina Rodrigues da Silva (coordenadora), Edgar Guimarães Bione, Fabiana Brandão, Silvana Schwerz Funghetto, Maria Cecília Euclides de Oliveira, Silvia Emanoella Silva Martins de Souza, Vanessa Carvalho Moreira, Caroline Ferreira Fratelli, Silviene Fabiana de Oliveira, Jhon Willatan Saraiva Siqueira, Marcelo de Oliveira Maia, Letícia Fernandes Silva Rodrigues , Antonio Avelino Ferreira Soares, Carolina Carvalho Gontijo, Elias Silveira Barros, Vinícius Rodrigues de Carvalho, Maíra Teles Teixeira, Bruno Rogério de Souza, Renata De Souza Freitas, JESSICA NAYANE GOMES DE SOUZA, João Victor da Rocha Rodrigues, Andréia Silva Brito, Gabriel Moura Alves Seixas, Ligia Canongia de Abreu Cardoso Duarte, Sabrina Lunara Santos Pavelquesi, Ana Carolina Almeida de Oliveira Ferreira, Vívian Taís Fernandes Cipriano, Linconl Agudo Oliveira Benito, Daniel Oliveira Freire, Luzitano Brandão Ferreira , Lorena Aparecida Gonçalves de Noronha, Geísa Izetti Luna, Alexandre Sampaio Rodrigues Pereira , Jéssica de Sá Guimarães Peixoto, Elias Silveira Barros, Aline Ribeiro Barros, Pedro Henrique Rodrigues Peixoto, Jamila Reis de Oliveira, Leonardo Sisinno de Abreu, Diego Madureira de Oliveira, Eduardo Antonio Ferreira , Calliandra Maria de Souza Silva

Há integrantes externos à UnB?

Sim

Possui apoio de Grupo de Pesquisa Certificado pela UnB no CNPq?

Sim

Análise do Contexto

Na atual fase do COVID-19, muitos estudos focam ou no diagnóstico do vírus, ou no tratamento, sem se preocupar com condições de base do paciente acometido. Assim, acredita-se que a condição genética afeta a patogenia da doença e/ou seu adequado tratamento. Além disto, há registros na literatura de estudos que discutem possíveis abordagens mais promissoras para tratamento da COVID-19, com base em lições aprendidas com influenza- as abordagens com foco no hospedeiro. São reforçados que os tratamentos devem ser centrados na interação vírus-hospedeiro, uma vez que os vírus emergentes são mutantes, dentre eles que atuam na regulação da sinalização de citocinas.

Breve Fundamentação Teórica

O polimorfismo genético corresponde a aproximadamente 90% da variabilidade em humanos. Com o avanço da Farmacogenética e Farmacogenômica, identificou-se fatores interferentes na resposta terapêutica dos fármacos atribuídas aos polimorfismos, pois estes alteram a expressão e/ou a atividade de sítios de associação a fármacos, impactam na estabilidade do RNA mensageiro ou modificam a estrutura de proteínas- e assim, afetam a atividade ou quantidade da proteína. Como resultado, podem ocorrer reação adversa ou interação medicamentosa. Por exemplo, os pesquisadores reforçam a importância de tratamentos capazes de bloquear a interação vírus-ACE2, fundamental para que ele adentre a célula dos hospedeiro, assim como medicamentos capazes de controlar a tempestade de citocinas para evitar a evolução para pneumonia grave e óbito; e esses eventos são influenciados por polimorfismos nos gene ACE e de citocinas. Com base nisto, os fatores dos hospedeiros interferem no desenvolvimento de terapêuticas contra a COVID-19.

Objetivos e Metas

Objetivo geral: Determinar a prevalência de polimorfismos genéticos em pacientes com alta suspeição de COVID-19 em um estudo de coorte multicêntrico prospectivo.

Objetivos específicos:
a) Identificar a presença do polimorfismo dos genes dos genes CYP, Interleucinas, NOS3, ECA no COVID-19
b) Associar a presença do polimorfismo com dados clínicos dos pacientes, tais como exames laboratoriais, imagens e ficha clínica.

Metas e indicadores da proposta:
Meta 1: Avaliação dos desfechos primários (perfil genético) dos participantes da pesquisa bem como de seus dados clínicos. Indicadores: aplicação de instrumentos de avaliação (questionários e escala) e obtenção de dados clínicos com o intuito de avaliar o prognóstico do paciente.
Meta 2: Coleta, processo de análise dos dados e interpretação dos resultados obtidos. Indicadores: planilhas, gráficos e tabelas com dados coletados e analisados estatisticamente.

Metodologia

Trata-se de estudo do tipo coorte multicêntrico (N=100). Amostras dos participantes com suspeição de COVID-19 serão coletadas por punção venosa ou arterial, swab de narinas e boca, conforme conveniência, nos hospitais da rede D´OR ou Serviço de Verificação de Óbitos do Distrito Federal e no Laboratório Pronto Análise. O DNA genômico será extraído por kit comercial, e a genotipagem será executada pela técnica PCR /qPCR. Para avaliação da influência genética na resposta terapêutica medicamentosa, dados do prontuário do paciente tais como, terapia medicamentosa, efeitos adversos e exames complementares, serão transcritos para questionário próprio. O projeto será antecipadamente apreciado por CEP.

Resultados Esperados

Este projeto contribuirá para melhor entendimento de marcadores de gravidade; fatores prognósticos para gravidade e óbito da COVID-19. No tocante ao objetivo preconizado na chamada, o presente projeto propõe avaliar o perfil genético de 100 participantes da pesquisa com alta suspeição de COVID-19 segundo critérios clínicos específicos em tratamento Ambulatorial ou Hospitalar e Participantes com COVID-19 confirmado por meio de exames laboratoriais ou de imagem em tratamento Ambulatorial ou Hospitalar, para os seguintes genes CYP, Interleucinas, NOS3, ECA no COVID-19; e associar a Influência dos polimorfismos estudados e a medicação utilizada no tratamento para a patologia. Quanto a aplicabilidade ao SUS, e potencial impacto e relevância do projeto para o enfrentamento da COVID-19 e aprimoramento da atenção à saúde – vale ressaltar que o entendimento de fatores de base genética auxiliam na tomada de decisão clínica para manejo do paciente – neste tocante, o projeto irá contribuir na abordagem terapêutica centrada no hospedeiro humano. Este conhecimento trará uma inovação sanitária, e poderá auxiliar os profissionais de saúde atuantes tanto na saúde pública, quanto na saúde suplementar a tomarem decisões no manejo dos pacientes com melhor evidência, e assim reduzir exposição do hospedeiro a um risco desnecessário- tratamento sem eficiência para seu caso.

Há previsão de Orçamento proveniente na unidade acadêmica?

Sim

Valor da previsão de financiamento da unidade

R$ 100.000,00

Cronograma da Execução

2020
ATIVIDADE 5 6 7 8 9 10 11 12
Sumissão ao CEP x x
Levantamento bibliográfico X X X X X X
Sorteio dos participantes x x x x x x
Agendamento para coleta de dados X X X X X X
Coleta de Dados X X X X X X
Análise dos Dados- laboratorial e estatística X X X X X

2021
ATIVIDADE 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Agendamento para coleta de dados X X X X X X X X X x X x
Coleta de Dados X X X X X X X x X x X x
Análise dos Dados- laboratorial e estatística X X X X X X X X X X
Redação dos artigos X X X X X

2022

ATIVIDADE 1 2 3 4
Redação dos artigos x x
Relatório x x

Tempo total de execução previsto

24


Documento

Como o polimorfismo genético pode afetar a ação dos fármacos?

Qual a importância dos polimorfismos genéticos para o desenvolvimento de fármacos?

A importância clínica do polimorfismo da CYP2D6 está relacionada à maior probabilidade de reações adversas entre os indivíduos PM, pois uma metabolização deficiente acarreta um acúmulo do fármaco no organismo, com aumento de efeitos colaterais.

O que são polimorfismos genéticos e como eles se relacionam com a farmacogenética?

Polimorfismos que ocorrem em regiões codificadoras dos genes determinam variações na sequência de aminoácidos proteicos, que podem modificar a estrutura, propriedades físico-químicas e função da proteína responsável pelo metabolismo do fármaco ou seu sítio de ação (WEINSHILBOUM, 2003; TROTTA et al., 2004).

O que o polimorfismo pode causar?

O polimorfismo nesse gene, conhecido como C677T, resulta na substituição do aminoácido alanina por valina, e tem sido associado com elevação da concentração plasmática de homocisteína, declínio dos níveis de folato plasmáticos, estando associados com aumento do risco para o desenvolvimento de câncer coloretal e mama.

Como a genética pode influenciar o funcionamento de um fármaco?

Caracterizada como um ramo da ciência, a Farmacogenética estuda como a variação genética humana impacta na resposta a medicamentos. A composição dos genes determina como diferentes substâncias se comportam no organismo. Com isso, um medicamento pode fazer efeito em uma pessoa e não ter resposta no tratamento de outra.