Revista: Caribeña de Ciencias SocialesISSN: 2254-7630 Show
Autores e infomación del artículoKeila Tavares Gomes* Michelle Carneiro Serrão** Jadson Justi*** Universidade Federal do Amazonas, Brasil RESUMO Falar da afetividade na relação professor-aluno é compreender sua importância no processo de ensino e aprendizagem das crianças, pois elas precisam estar rodeadas de energia positiva, para desenvolver-se integralmente. Deste modo, o presente trabalho é resultado da pesquisa realizada em um Centro Educacional Infantil da rede pública municipal de ensino, que aconteceu por meio da temática afetividade na relação professor-aluno em uma sala de educação infantil no município de Parintins, AM, Brasil. O empenho em realizar este estudo se deu por necessidade de compreender como a falta de afetividade entre professor e aluno, na educação infantil, pode desestimular o interesse por aprender e contribuir para o fracasso escolar, além das contribuições positivas e negativas da afetividade na relação professor-aluno para o processo de ensino e aprendizagem na educação infantil.Para tanto, o objetivo deste estudo é caracterizar a relação professor-aluno sobre afetividade e suas consequências para o desenvolvimento infantil. Os fundamentos nas ideias de Angotti (2002), Barreto (1998), Castro (2012), Lima (1998), La Taille, Pedro-Silva e Justo (2010), Marchand (1985), entre outros, colaboraram diretamente na reflexão teórica desta pesquisa. A metodologia deste estudo engendrou-se na fenomenologia levando-se em consideração uma abordagem qualitativa. Fez-se observação com os alunos da educação infantil, bem como solicitou-se a realização de desenhos para análise da afetividade na relação professor-aluno. Utilizou-se questionário semiestruturado para a coleta de dados e conversa informal com uma docente para a coleta de informações que pudessem porventura ser pertinentes para a valorização desta pesquisa. Todas as observações, as experiências e os conhecimentos conquistados contribuíram para uma discussão criteriosa no que tange a esclarecimentos do trabalho referente à afetividade na relação professor-aluno no ensino infantil. Conclui-se que o professor deve procurar entender suas próprias ações como mediador no processo do ensino e aprendizagem das crianças, estando ciente de que está formando sujeitos para atuar com boa conduta na sociedade, e que, por meio de suas relações afetivas em sala de aula, irá diminuir conflitos emocionais e intelectuais dos seus alunos, para estimular neles a vontade de aprender. Palavras-chave: Afetividade, Ambiente educacional, Relação professor-aluno, Educação infantil, Infância. AFETIVIDAD EN LA RELACIÓN PROFESOR-ALUMNO EN LA EDUCACIÓN INFANTIL RESUMEN Hablar de la afectividad en la relación profesor-alumno es comprender su importancia en el proceso de enseñanza y aprendizaje de los niños, pues ellas necesitan estar rodeadas de energía positiva, para desarrollarse íntegramente. De este modo, el presente trabajo es el resultado de la investigación realizada en un Centro Educativo Infantil de la red pública municipal de enseñanza, que tuvo lugar a través de la temática afectiva en la relación profesor-alumno en una sala de educación infantil en el municipio de Parintins, AM, Brasil. El empeño en realizar este estudio se dio por necesidad de comprender cómo la falta de afectividad entre profesor y alumno, en la educación infantil, puede desalentar el interés por aprender y contribuir al fracaso escolar, además de las contribuciones positivas y negativas de la afectividad en la relación profesor -aluno para el proceso de enseñanza y aprendizaje en la educación infantil. Para ello, el objetivo de este estudio es caracterizar la relación profesor-alumno sobre afectividad y sus consecuencias para el desarrollo infantil. En el caso de Angotti (2002), Barreto (1998), Castro (2012), Lima (1998), La Taille, Pedro-Silva y Justo (2010), Marchand (1985), entre otros, colaboraron directamente en la reflexión teórica de esta investigación. La metodología de este estudio se engendró en la fenomenología teniendo en cuenta un abordaje cualitativo. Se hizo observación con los alumnos de la educación infantil, así como se solicitó la realización de dibujos para análisis de la afectividad en la relación profesor-alumno. Se utilizó un cuestionario semiestructurado para la recolección de datos y conversación informal con una docente para la recolección de informaciones que pudieran ser pertinentes para la valorización de esta investigación. Todas las observaciones, las experiencias y los conocimientos conquistados contribuyeron a una discusión cuidadosa en lo que se refiere a aclaraciones del trabajo referente a la afectividad en la relación profesor-alumno en la enseñanza infantil. Se concluye que el profesor debe procurar entender sus propias acciones como mediador en el proceso de enseñanza y aprendizaje de los niños, siendo consciente de que está formando sujetos para actuar con buena conducta en la sociedad, y que, por medio de sus relaciones afectivas en sala de estar la clase, disminuirá los conflictos emocionales e intelectuales de sus alumnos, para estimular en ellos la voluntad de aprender. Palabras clave: Afectividad, Ambiente educacional, Relación profesor-aluno, Educación infantil, Infancia. AFFECTIVENESS IN TEACHER-STUDENT RELATIONS IN CHILDREN'S EDUCATION ABSTRACT To speak of the affectivity in the teacher-student relationship is to understand its importance in the process of teaching and learning of children, since they need to be surrounded by positive energy, to develop integrally. Thus, the present study is the result of the research carried out in a Children's Educational Center of the municipal public school network, which happened through the thematic affectivity in the teacher-student relationship in a kindergarten room in the municipality of Parintins, AM, Brazil. The commitment to carry out this study was due to the need to understand how the lack of affectivity between teacher and student in early childhood education can discourage the interest to learn and contribute to school failure, besides the positive and negative contributions of affectivity in the teacher relationship - student for the teaching and learning process in early childhood education. Therefore, the objective of this study is to characterize the teacher-student relationship on affectivity and its consequences for child development. The foundations of Angotti (2002), Barreto (1998), Castro (2012), Lima (1998), La Taille, Pedro-Silva and Justo (2010), Marchand (1985) collaborated directly in the theoretical reflection of this research. The methodology of this study was engendered in phenomenology taking into account a qualitative approach. It was observed with the students of the education of children, and it was requested the realization of drawings to analyze the affectivity in the teacher-student relationship. A semi-structured questionnaire was used to collect data and informal conversation with a teacher to collect information that might be relevant for the valorization of this research. All the observations, experiences and knowledge gained contributed to a careful discussion regarding the clarification of the work concerning affectivity in the teacher-student relationship in early childhood education. It is concluded that the teacher should seek to understand his own actions as mediator in the teaching and learning process of children, being aware that he is forming subjects to act with good conduct in society, and that, through his affective relationships in the classroom classroom, will reduce emotional and intellectual conflicts of their students, to stimulate in them the will to learn. Keywords: Affectivity, Educational environment, Teacher-student relationship, Child education, Childhood. Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato: Keila Tavares Gomes, Michelle Carneiro Serrão y Jadson Justi (2018): “Afetividade na relação professor-aluno na educação infantil”, Revista Caribeña de Ciencias Sociales
(junio 2018). En línea: 1 INTRODUÇÃO O objetivo deste estudo é caracterizar a relação professor-aluno sobre afetividade e suas consequências para o desenvolvimento infantil. Tal objetivo é pertinente e condiz com uma teorização sobre afetividade na relação professor-aluno no ensino infantil, que pode ser contextualizada como uma forma de pensar sobre as visões educacionais afetivas passadas, buscando entender as concepções e direcionar um novo olhar para o sentimento e outras especificidades do universo infantil. Visões conceituais sobre afetividade na relação professor-aluno na educação infantil Segundo Ariès (2006), até por volta do século XII, a arte medieval desconhecia a infância ou não tentava representá-la, o que mostra que não havia lugar para a
infância. A descoberta da infância surgiu em meados do século XIII acompanhada da história da arte, pois surgiram algumas pinturas de crianças pouco mais próximas do sentimento moderno, representado por um anjo que seria um menino que tinha acabado de sair da infância e sua evolução se tornou significativa a partir do século XVI e durante o século XVII. O sentimento da infância não significa o mesmo que afeição pelas crianças: corresponde à consciência da particularidade que distingue a criança
de um adulto. A afetividade é uma espécie de “temperatura” (intensidade, qualidade, modalidade etc.) da atividade (algo como a marcha e a aceleração que engatamos, no carro, quando o veículo encontra um obstáculo em seu caminho). Não existe um fato afetivo sem um componente cognitivo (o ato de amor, por exemplo, exige o conhecimento-intelectual do objeto amado). A ideia esclarece que a afetividade é um ato de amor, pois, entre professor e aluno, esse é um dos aspectos relevantes para o desenvolvimento intelectual das crianças. Se o docente constrói uma relação afetiva com seus educandos, com certeza, irá fazer seu trabalho com mais dedicação ao aprendizado eles, e os alunos irão retribuir com mais respeito e atenção aos estudos. Muitas vezes, a afetividade na relação professor e aluno é transmitida de maneiras distintas, que podem ser confundidas com vários tipos de emoções, pode ser com o intuito bondoso ou mal-intencionado, compromissada ou não. Nesse contexto é indispensável compreender que É muito melhor aprender e ensinar quando existe afeto envolvido. Afeto não são apenas beijinhos, palavras melosas. Afeto é afetar. É o compromisso de transformar o outro. O coletivo. É desafiar, abrir caminhos. É dar as mãos, é generosidade. Não se educa sem generosidade. A escolha por ser professor deve passar por essa reflexão. Serei capaz de me entregar com afeto à minha profissão? Serei capaz de afetar o outro de forma a transformar a sua vida? Somos marcados por mapas afetivos para sempre! Escuto muitas pessoas dizendo que escolheram as suas profissões por conta de um professor específico. Por quê? Pela forma como esse professor afetou você pelo conhecimento. O afeto está na preparação da aula. Nas escolhas do professor. Na voz, no toque, nos pequenos gestos. No silêncio, na forma como esse avalia. Aprendi que de nada vale estar em uma super escola, com um super material, num super espaço, numa super linha pedagógica se não há seres capazes de afetar e dispostos a serem afetados pelos outros! Afeto é o que fica. Esse afeto que percebe que o educar se faz nas miudezas. É ele que vai além de toda a tecnologia pedagógica atual. (Bueno, 2011). Atualmente, não se pode negar que a maioria dos professores está comprometida em fazer a diferença na aprendizagem do aluno, ensinando e dando-lhe toda a atenção que atenda suas necessidades, se não houver essa relação afetiva dificilmente a criança irá crescer integralmente. Bueno (2011) ressalta que o afeto não é somente no contato físico, e afirma
que a afetividade está presente no momento da elaboração do plano de aula do professor. O autor não acredita que haja um bom aprendizado somente auxiliado por meio de conteúdos, e sim deixando o aluno afetado com um ensino dinâmico que possa contribuir com seu crescimento intelectual e que seja significante para a vida do indivíduo. É fundamental que o professor goste de sua profissão e que aplique suas atividades com generosidade, pois se o educador agir de forma rígida ou colocar pressão
psicológica sob o aluno, é provável que este possa sofrer problema emocional, e com isso apresentar uma aprendizagem fraca e carregar consigo até a vida adulta. [...] os sentimentos (por exemplo: prazer e desprazer simpatia e antipatia, etc.), propriamente ditos e, em particular, as emoções e as diversas tendências aí compreendidas, como as ‘tendências superiores’ e, em particular os afetos de todos os tipos que intervêm na conduta interindividual (regulação da conduta em geral). (Lima, 1998: 91). Nessa ideia, a afetividade é entendida como sentimento prazeroso ou não, dependendo de como ela envolve o indivíduo, ou seja, pode ser compreendida como emoções agradáveis ou como emoções que machucam o ser humano, lembrando que o professor, para muitos alunos, é um espelho exemplar para a formação da personalidade deles. Nesse contexto é relevante destacar que A afetividade designa os processos psíquicos que acompanham as manifestações orgânicas da emoção. É um processo corporal e centrípeto que obriga a consciência a se voltar para as alterações íntero e proprioceptivas que acompanham, e prejudica a percepção do exterior. Caracteriza não o processo relacional, mas o fechamento da consciência sobre si. (Dantas, 1990: 10). Segundo Duarte e Gulassa (2010), Henri Wallon (1812-1904), em Psychologie et Éducation de L'enfance (1959, em português Psicologia e Educação da Infância), na teoria de Wallon, mostra que a criança, no decorrer do seu desenvolvimento psíquico, passa por alterações da consciência, ou seja, está buscando respostas para tudo o que está em sua volta. Nesse período, a criança está no processo da construção de sua personalidade. Na teoria psicogenética do desenvolvimento da personalidade de Henri Wallon integra a afetividade e a inteligência. Sempre destacando que essa dinâmica é marcada por rupturas e sobreposições, elucida que ela acontece por meio do mecanismo e ‘alternância funcionais’. Muitas vezes refletindo em oposição ao adulto e, ao mesmo tempo, com imitações motoras e posturas sociais, esclarecendo que as mudanças de fases não se dão por sucessão linear [...] (Gratiot-Alfandéry, 2010: 34). É importante que na sala de aula o professor fique atento, para não exagerar quando a criança tiver algum comportamento atípico, porque nessa etapa procura resposta para suas necessidades. Nesse contexto, observa-se que a criança na educação infantil manifesta suas desenvolturas chamando a atenção com a finalidade de fazer o professor atender somente suas necessidades. Essa manifestação de desejar objetos ou atenção para si próprio é chamado de egocentrismo, no qual a criança acredita que todos devem satisfazer suas vontades e lhe compreender. O egocentrismo se caracteriza, basicamente, por uma visão da realidade que parte do seu próprio eu, isto é, a criança não concebe um mundo, uma situação da qual não faça parte, confunde-se com objetos e pessoas, no sentido de atribuir a eles seus próprios pensamentos e sentimentos etc. (Rappaport, 1981: 68). Essa fase, especialmente do nascimento até os sete anos de idade, é repleta de vontades e desejos. As percepções e opiniões da criança refletem apenas seu ponto de vista, caso contrário revida os argumentos das outras pessoas que a cercam. Na sala de aula, cabe ao professor ajudar esse aluno a refletir sobre as atitudes que está apresentando, e fazer com que a criança desenvolva sua autonomia, elogiando o esforço nos trabalhos feitos, passando atividades coerentes em
que a criança seja capaz de realizar. “É, sobretudo, o mestre que pode, mudando de atitude provocar um aperfeiçoamento da relação afetiva. Toda pedagogia desta relação leva, pois, em última análise, a uma formação do mestre que se preocupe, principalmente, com o aspecto afetivo.” (Marchand, 1985: 93). [...] pode ser definido como uma técnica para obtenção de informações sobre sentimentos, crenças, expectativas, situações vivenciadas e sobre todo e qualquer dado que o pesquisado (a) deseja registrar para atender os objetivos de seu estudo. Em geral, os questionários têm como objetivo descrever as características de uma pessoa ou de determinados grupos sociais. A resposta da Professora A, em relação ao conceito de afetividade na relação professor-aluno no ensino infantil, foi que “[...] a afetividade é muito importante na relação professor-aluno na educação infantil, porque é o novo para criança, é o começo de sua vida escolar. Então ela precisa
ter com certeza uma relação de afetividade com o professor, para que possa se sentir à vontade [...]”. O professor deve atentar-se para estimular situações de desenvolvimento com os alunos, de aproximação, de contato, além de dedicar todo um cuidado à sua apresentação. Ele não deve considerar-se como um sujeito sem sentimentos, com a simples tarefa de transmitir conhecimentos para alunos-objetos, podendo desprover-se de quaisquer responsabilidades além de conteúdo. Os alunos ali estão em sua sala de aula trazem mundos dentro de si, trazem históricos conscientes, impulsos e forças reguladoras, além de forças de identificação com desejo de encontrar referências a construir. São sujeitos e assim devem ser considerados, respeitados e ouvidos, além de alimentados por imagens positivas. O autor ainda esclarece que o professor deve proporcionar aos alunos atividades que estimulem contato de aproximação com o outro, considerando que todo sujeito tem sentimentos, sendo que ele consiga transmitir sentimentos verdadeiros sem improvisos, e considerar que todos os alunos trazem em si um histórico regulador, que precisam de referências positivas para construir sua personalidade. Afetividade e aprendizagem na relação professor-aluno na sala de aula de educação infantil O artigo 29 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional determina que, na educação infantil, a primeira etapa da educação básica é importante para o desenvolvimento integral da criança, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social (Brasil, 1996). A escola
então é um ambiente de interações onde o aluno do ensino infantil desenvolve seu cognitivo, emocional e social, e cabe ao educador amenizar as emoções dessas crianças quando necessário para não ter problemas interpessoais futuramente, e por estarem começando a viver no meio coletivo fora da família. As emoções e sentimentos raramente constituem um objeto de reflexão no âmbito escolar, como se o seu conhecimento fosse inato ou desnecessário. Apesar de ser um dos campos mais complexos do pensamento humano - ou talvez por isso-, seu conhecimento é deixado ao acaso, mesmo sabendo-se que esse é o tema que pode conduzir aos estados mentais mais positivos ou aos mais profundamente negativos. Essa concepção, mesmo sendo uma ideia pouco recente, ainda se distancia do âmbito escolar, pois esses aspectos emocionais da criança, como choro, dor sem hematoma, raiva, entre outras, muitas vezes, são tratados por alguns educadores como reações sem importância ou
invenções para chamar atenção. Sastre e Moreno (2003) discorrem que os sentimentos devem ser abordados desde a mais tenra idade, pois os conflitos podem ser de diversos tipos nas diversas idades. Para que as crianças possam distinguir os diferentes sentimentos é preciso fazer exercícios com elas, pois, além de constituir a aprendizagem emocional, dispõe de uma aprendizagem cognitiva, uma vez que inicia os estudantes na noção de causalidade, exercitando-os na diferenciação de propriedades,
habilidades necessárias para todo conhecimento. [...] Ouvir música, aprender uma canção, brincar de roda, realizar brinquedos rítmicos, jogos de mãos etc., são atividades que despertam, estimulam e desenvolvem o gosto pela atividade musical, além de atenderem a necessidades de expressão que passam pela esfera afetiva, estética e cognitiva. Aprender música significa integrar experiências que envolvem a vivência, a percepção e a reflexão, encaminhando-as para níveis cada vez mais elaborados.(Brasil, 1998: 58). Notou-se também que na sala de aula da Professora A faltavam alguns materiais para ajudar a criança na leitura e aprendizagem, como o cantinho da leitura, cantinho dos brinquedos, entre outros, para estimular o gosto da criança pela leitura, e os livros de literatura infantil e outros objetos ficam trancados em um armário. Ainda para o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, É aconselhável que os locais de trabalho, de maneira geral acomodem confortavelmente as crianças,
dando ao máximo de autonomia para o acesso e uso dos materiais [...]. Diante de tal teoria, pode-se ajuizar que a Professora A deixa a desejar nas atividades dinâmicas que podem ser realizadas em sala de aula, podendo enriquecer a socialização e o aprendizado das crianças, como
dramatizações, histórias cantadas, entre outras. Ela costumava chamar atenção por meio de ameaças, por exemplo, “Vou contar para teu pai” ou “Vou já te levar para a gestora”. Eram raros os momentos em que pedia atenção de todos para abrir diálogo, para a melhoria da relação. Não existe mágicas que irão resolver todas as dificuldades em piscar dos olhos, que farão desaparecer das salas de aula os “alunos problemas”. Alguém precisa dar o primeiro passo. Trabalhar a base afetivo-volitiva dos educadores e dos alunos é o caminho mais certo para este equilíbrio cognitivo, social, psicoemocional. De acordo com esse pensamento, alguém tem que iniciar o trabalho emocional da criança, quando não é trabalhada na família, a perspectiva fica a critério do educador auxiliar essas situações. Em relação à sala da Professora A, observou-se que ela não se comovia com as manifestações sentimentais das crianças, deixando-as chorarem até pararem por si próprias. Outro aluno que foi observado na sala da professora demostrou emoções contrárias do anterior. Bate nos colegas, desobedece aos combinados da professora, responde com grosseria quando chamam sua atenção. Essa mesma criança apresenta histórico de pais separados e convive apenas com o pai e avós. Quando ele apresentava atitudes grosseiras, a professora o repreendia e o levava para a secretaria, onde a coordenadora e a gestora conversavam com a criança até acalmá-la. Pode-se dizer que as reações afetivas são, nesses casos, uma consequência, e não uma causa dos problemas de aprendizagem. Ou seja, há choques culturais na relação cotidiana; esses choques impedem que haja resultados de aprendizagem, e a consequência seguinte são as reações emocionais: apatia, agressividade, indisciplina. (Kupfer, 2003: 50). O parágrafo anterior mostra as consequências que a falta de afetividade acarreta quando a criança é
tratada de forma grosseira ou presencia conflitos familiares. Nesses casos, é necessário trabalhar vários aspectos emocionais com a criança, para que não possa prejudicar seu aprendizado e tentar ajudar a superar conflitos de forma amigável, sem chantagem, sem gritar, sem punir, ferindo o sentimento das crianças. As repreensões e as chantagens não são aconselháveis, já que, segundo Gratiot-Alfandéry (2010: 37), “Henri Wallon destaca que a afetividade é central na construção do conhecimento e da
pessoa [...]”, pois se não houver afeto entre os seres humanos, não será possível conhecimento construtor e nem uma boa personalidade na formação integral do indivíduo. “Você é malvado!” É válido ressaltar que algumas dessas palavras pronunciadas anteriormente foram ouvidas na sala de aula na presença dos pesquisadores deste estudo. Castro (2012: 91, grifo da autora) sugere também algumas atitudes que facilitarão na construção de limites, mantendo a afetividade: 1) Trate o comportamento do seu filho/aluno sem irritação ou raiva. Quando a vontade do educador é contrariada, ele tem a tendência de irritar-se e tratar o comportamento não pela medida do ato, mas pela raiva que está sentindo. Castro (2012) nos convida a pensar nessas atitudes, mas não adianta só pensar, é preciso agir, sair da passividade e fazer a diferença diante das situações que tanto inquietam os educadores no dia a dia. Essas informações são relevantes, uma vez que podem chegar aos profissionais leitores da educação
infantil, além disso, fazê-los refletirem sobre a temática e melhoria da prática profissional, dispondo de uma excelente atuação diante das crianças que precisam de uma educação infantil com qualidade, amor, dedicação e respeito. A relação que se estabelece entre professor-aluno encontra-se em analogia com a estabelecida entre o jardineiro e o seu jardim, e aquela estabelecida entre mãe e filho [...] em que a professora baseada na habilidade que a mãe possui na observação e acompanhamento do desenvolvimento do seu filho, propicia as melhores condições para que alcance o desenvolvimento pleno da criança numa relação afetuosa, amiga, construtiva, humana e justa. (Angotti, 2002: 20). A literatura científica menciona a existência de outras maneiras de conquistar a amizade e respeito do aluno, como: contos infantis voltados para as relações afetivas, dramatizações, histórias cantadas, pequenas oficinas lúdicas para
ajudar na aprendizagem. De acordo com Angotti (2002), para Maria Montessori (1870-1952), pedagoga, pesquisadora e médica italiana, o professor é um instrumento que possibilita o crescimento intelectual da criança. Isto mostra a relevância do professor no processo de ensino e aprendizagem do aluno, devendo atuar com afeto na sua profissão, ajudando a criança no desenvolvimento intelectual e afetivo. Segundo Gratiot-Alfandéry (2010: 36), para Henri Wallon a “[...]afetividade e a cognição estarão,
dialeticamente, sempre em movimento, alternando-se nas diferentes aprendizagens que o indivíduo incorporará ao longo de sua vida.” [...] O fazer compartilhado entre o educador e a criança é a garantia para que ela mantenha uma atitude ativa em relação ao conhecimento e que, ao mesmo tempo, conheça o novo. Isso não significa que o educador se iguale à criança no processo de ensino, mas que, ao coordenar e dirigir esse processo para o desenvolvimento das qualidades humanas, compartilhe com a criança os passos dos procedimentos didáticos, os objetivos das tarefas propostas, a divisão das tarefas possíveis e provoque a iniciativa e a atividade da criança no processo de execução da tarefa, assim como sua participação na avaliação da atividade desenvolvida. (Mello, 2004: 148-149). O educador deve estar sempre auxiliando o aluno nas atividades desenvolvidas, e essa atividade precisa ser sempre de caráter construtivo, no qual possa ajudar a criança a superar seus erros e dificuldades, fortalecendo e conduzindo a um conhecimento significativo, ou seja, podendo aprender de modo que seja marcante, cujo aprendizado adquirido possa ser lembrado quando necessário. Quanto à avaliação, Mello (2004) enfatiza que precisa ser coletiva, em que se ofereça aos alunos a oportunidade deles se autoavaliarem, podendo assim fazer análises críticas da realização de sua atividade e dos colegas, buscando sempre melhorias no seu desempenho individual e coletivo. Dificuldades na relação afetiva entre o professor e o aluno na educação infantil Para o educador socializar uma criança de forma afetiva, no ambiente escolar de educação infantil, não é tarefa fácil. Muitas vezes a criança se nega a ficar na escola, quando é deixada pelos pais, às vezes, chora, bate, xinga os professores, fica triste, não faz atividades, entre outros, e isso pode contribuir para as relações afetivas
se distanciarem e atrapalhar sua concentração na execução das atividades que lhe são propostas. As reações sentimentais do professor variarão em função de cada aluno, segundo seus êxitos escolares, seu comportamento, seu caráter. Na prática pedagógica que coloca frente a frente o educador e o aluno, pode surgir atração ou repulsão como resultado do confronto entre dois caracteres. Todas estas atitudes sentimentais influem sobre as metodologias, com o risco de alterá-las, e provocam na criança, rudes transformações afetivas mais ou menos desfavoráveis ao ensino. (Marchand, 1985: 19). Nessa concepção, o afeto que o professor sente pelo aluno pode ser diversificado, isto é, alguns serão mais prezados que outros. Na sala de aula da Professora A, percebeu-se que os alunos que têm um bom comportamento, a família deles é de prestígio social e se interessa pelas atividades escolares. Por outro lado, o aluno que gostava de bagunçar na hora da explicação das atividades, ela fingia que ele não estava na sala até parar sua explicação aos outros, depois chamava a
atenção do aluno que estava bagunçando. A Professora A culpa os pais dele por tal situação. Os professores precisam estar seguros de seu papel e não ficar hesitantes para tomar decisões. Têm de se responsabilizar por aquilo que decidem e não temer impor limites para as ações dos alunos e de suas famílias, pois o ambiente escolar é diferente do familiar que deve decidir, há de se resgatar a autoridade docente. Quando a criança não tem com os pais uma relação de disciplina, de diferenciação, também não terá com o professor. Esta relação necessita ser construída. De acordo com Castro (2012), os limites devem ser impostos desde quando se inicia o período letivo, para que a criança aprenda a se relacionar de forma disciplinada, pois muitas atitudes que a criança expressa, geralmente, se aprende na família, por exemplo, ao ver o pai bater na mãe e nos irmãos, poderá muito bem repetir isso nos colegas e no professor, causando assim conflitos em sua relação social em sala de aula. [...] As crianças que tem mania de fazer caretas, com tiques mais ou menos acentuados, os falsos “bobos”, revelam geralmente esta tentativa de reação contra o professor. Outras se apegam às coisas, gostam de tocar em tudo, de riscar os carros que estão ao seu alcance, de escrever nas paredes, de arrancar flores, de rasgar livros e cadernos [...] (Marchand, 1985: 73). De acordo com a citação anterior, isso realmente ocorre porque a criança recebe muitos mimos da família, principalmente nas realizações de seus desejos. Quando o aluno tem pela primeira vez contato com a escola, ao chegar à sala de aula, ele quer que o professor favoreça o mesmo afeto que a família dispõe. Quando a criança é contrariada, muitas vezes não respeita o professor, faz tudo para chamar atenção na sala de aula, rasga o trabalho do
colega, bate sem razão nenhuma. Crianças assim têm facilidade para deixar o professor estressado, não aprendem os conteúdos, têm uma relação desagradável com seus colegas e seu professor, e para a criança entender ou obedecer às normas da escola é necessário um bom diálogo por parte do professor e ajuda da família no processo. Este tipo de entrevista informal é o menos estruturado possível e só se distingue da simples conversação porque tem como objetivo básico a coleta de dados. O que se pretende com as entrevistas deste tipo é a obtenção de uma visão geral do problema pesquisado, bem como a identificação de alguns aspectos da personalidade do entrevistado. A Professora A
relatou que quando abre diálogo com os pais de alunos, para saber o porquê do comportamento da criança, segundo ela, não é bem ouvida, pois a maior parte dos pais fica receosa quando o professor faz queixas dos filhos. Segundo essa professora, são muitos casos de pais separados, pais presidiários, crianças que são criadas por avós idosos, entre outros. Com isso fica difícil a situação ser resolvida entre família e escola, porém se sabe que estas precisam estar interligadas, ajudando na formação
intelectual e personalidade da criança. É importante considerar o papel dos pais como os primeiros responsáveis pelas crianças. Cada criança é [...] um broto que deve ser jugado a florescer em todas as suas potencialidades. Consistentes do importantíssimo papel de ter gerado filhos, os pais devem ter fé nas verdades básicas da vida, vivenciar valores da humanidade e do serviço amoroso ao próximo, plantando nas mentes das crianças estes princípios; os pais devem ser vistos refletindo sobre a construção educativa e vivenciando o perdão uns com os outros. Os pais e professores não devem ser vistos pelas crianças como ansiosas, vítimas das circunstâncias, desamparadas e descontentes, sofredora e desprovida da fé. Assim será construído, será construído na infância o caminho do exemplo. A escola torna-se parceira na construção desde caminho. Esse esclarecimento mostra que o ponto de partida na educação do aluno vem dos exemplos familiares e dos educadores, e que a criança aprende pelos exemplos que presencia, se compartilha bons saberes, certamente irá internalizar bons sentimentos, caso contrário, irá sofrer consequências no florescimento das potencialidades (Freitas, Carneiro e Justi, 2018). Em vista disso, percebeu-se que na sala da Professora A, em alguns momentos, a minoria das crianças não apresentava interesse nas atividades, pois algumas delas com brincadeiras que pareciam grosseiras, e a interferência da professora não dava bons resultados, porque ela não procurava constantemente dialogar com esses alunos para tentar amenizar de forma cautelosa, visto que as crianças eram contidas com palavras desagradáveis. Segundo La Taille, Pedro-Silva e Justo (2010: 75), A prática do rebaixamento moral pode levar a, pelo menos, duas consequências condenáveis e antipedagógicas. A primeira tem a ver que o aluno menosprezado constituirá uma relação com o mundo de mera subserviência, isto é, será capaz somente de cumprir deveres; logo, jamais reivindicará os seus direitos. Ter-se-á, portanto um tipo de homem distante do objetivo pela educação (cidadão), segundo a concepção apresentada nos novos Parâmetros. O segundo é um sujeito menosprezado que poderá sentir sua autoimagem diminuída ou desfigurada. Como forma de recompô-la, é provável que cometa atos de indisciplina e até de violência, sobretudo se estiver em jogo valores importantes para eles nos dias de hoje, a beleza, a riqueza, a força física e o prestígio social. Nessa concepção, esse tipo de rebaixamento na sala de aula chama atenção, já que a criança está em formação de sua personalidade, deve ser cercada de afetos, atenção, e outros contatos positivos, pois, se em casa ela recebe maus-tratos e na escola a história se repete, certamente essa criança irá crescer com essas características agressivas, timidez e outras dificuldades em suas relações interpessoais e consequentemente no aprendizado. Tais considerações visam alertar o educador para o fato de que qualquer uso do termo “emocional” para designar dificuldades de seus alunos tem suas consequências, pois vem carregado de uma tradição teórico-filosófica que entende as emoções como veneno para alma. (Kupfer, 2003: 38). De acordo com o parágrafo anterior, atitudes
que provoquem emoção afeta o aluno, podendo designar dificuldades no desempenho e contribuir para o fracasso escolar, mas também depende do tipo de sentimento que ele traz consigo. De acordo com Castro (2012), existe uma relação entre as emoções e a aprendizagem e identifica cinco emoções básicas as quais chama de “Eixos”: ansiedade, aborrecimento, frustração, desânimo e terror, sendo esses responsáveis pelo fracasso do aluno, enquanto o sucesso está relacionado à confiança, ao fascismo, à
euforia, ao encorajamento e ao encantamento. [...] não se pode responsabilizar pelo fracasso escolar tão somente a um dos envolvidos, porém todos os atores desse processo lhe são essenciais, inclusive o professor e seus métodos e materiais, em função do êxito ou do fracasso do aluno. É essencial que a instituição caminhe junto do desenvolvimento conceptual da criança, de modo que diversas metodologias possam ter êxito, porém, contradizendo tais considerações, qualquer metodologia pode fracassar, enfrentar e criar dificuldades. Nesse sentido, em um ambiente de dificuldades múltiplas, o professor e o aluno precisam ter uma conversa amigável por causa dos momentos que irão estar na sala de aula. Esse tipo de conversa pode ser uma aproximação para um bom relacionamento entre eles. Algumas crianças, ao iniciar uma afinidade com o educador, vão sentir liberdade para expressar
seus sentimentos, outras não, mas para que a criança comece a ter uma boa relação afetiva depende da maneira que o professor vai se conduzir a ela. Quando duas pessoas se encontram para conversar, não é de imediato que se dá o confronto de dois caracteres na totalidade de seus aspectos. Primeiro, nos parece, há uma tomada de posição sentimental, irrefletida e muitas vezes repentina, motivando a simpatia que vai influir em todo o diálogo. Nesse diálogo pode haver uma relação afetiva de imediato ou não. Marchand (1985) enfatiza também que a qualidade do diálogo que se estabelece entre o educador e o educando na presença concreta de dois seres colocados em uma dada situação é que cria entre eles uma união peculiar, ou os separa por obstáculos quase intransponíveis. Nessa linha de pensamento, Barreto (1998: 65) afirma que para Paulo Freire (1921-1997), educador, pedagogo e filósofo brasileiro, [...] “o papel do educador não é
propriamente falar ao educando, sobre sua visão de mundo ou lhe impor esta visão, mas dialogar com ele sobre a sua visão e a dele. Sua tarefa não é falar, dissertar, mas problematizar a realidade concreta do educando, problematizando-se ao mesmo tempo [...]”. O diálogo afetivo entre o professor e aluno proporciona à criança ter
liberdade de falar sobre sua visão diante do que está aprendendo, se gosta das atitudes do educador e aprende ser verdadeiro nas falas, e não se submeter somente às imposições postas a ela na sala de aula. No entanto, pode haver mudança de atitudes, tanto para o aluno quanto para o professor. O educador nas ideias ouvidas pode também rever sua prática para melhorar a maneira nos auxílios dos conteúdos aos alunos, com isso fazer com que estes entendam melhor as atividades, aprimorando sua
aprendizagem. Marchand (1985) declara que o mestre sofre modificações intelectuais em suas ideias sobre a educação e modificações afetivas, enquanto que o aluno, respondendo à sua maneira a essa evolução, está em constante transformação. Na vivência das relações com seus alunos, os professores expressam seu conhecimento e seu compromisso com o desenvolvimento social e cognitivo dos mesmos. Para tanto, precisam conhecer-se melhor, investir no seu aprimoramento interpessoal, tendo uma visão mais ampla dos seus alunos, não só no que diz respeito ao desenvolvimento cognitivo, mas, antes de tudo, enxergando-o empaticamente como um ser humano integral, dentro de toda fragilidade que é peculiar aos seres humanos. Tomando como base essa concepção, buscou-se investigar as dificuldades que o professor enfrenta em manter uma relação afetuosa com seus alunos. Para tanto, a Professora A expôs que [...] logo no começo pode até dificultar, mas depois fica tudo certo. Tem criança que não tem carinho em casa, quando vem para escola, se fecha, é uma criança tímida, e professor precisa trabalhar essa questão com ela, fazendo com que ela possa ter uma boa relação com os colegas e o professor [...]. É visível que entre a maioria das crianças há uma boa relação na sala de aula da Professora A, poucas são as crianças que não conseguem manter uma relação afetiva estável, e o professor deve oferecer por meio de pequenos gestos amor pelas crianças proporcionando momentos de bem-estar. Nesse sentido, Castro (2012: 73) afirma que O amor que a criança precisa receber na escola tem a mesma essência do amor familiar, apenas tem manifestação diferente. Em casa, o número de filhos é bem mais limitado; na escola, este amor é mais elástico, mas não deixa de ter a essência da doação, da entrega, do importar-se com o momento e com as circunstâncias, da capacidade de serem felizes juntos. Essa ideia lembra um dos argumentos
que a Professora A relatou durante a observação informal, na qual criticava o excesso de alunos na sala de aula. Segundo ela, se houvesse menos alunos na sala de aula, a relação afetiva e a atenção dobrava para atender à necessidade deles, pois o excesso de alunos dentro de uma sala cansa o estado físico e emocional do professor. Segundo a professora, ela tem que assumir vários papéis dentro da sala de aula, como é o caso de psicólogo: às vezes ajuda no equilíbrio emocional dos alunos; de
médica: quando o aluno se machuca tem que procurar meios para não deixar o ferimento se agravar; de mãe: aconselhando quando a criança desobedece os combinados, entre outros. O desenho de A1 demonstra que ele vive em um ambiente escolar agradável, cheio de cores (Figura 1a). Segundo a criança, sente afeto pela Professora A, gosta das atividades propostas, adora quando a atividade é de desenhar. O ponto negativo na vivência
dela neste ambiente é andar em fila para o banheiro, como se pode perceber é visível no desenho da criança, que demostra os alunos posicionados em fila. “É assim que, por meio do desenho, a criança cria e recria individualmente formas expressivas, integrando percepção, imaginação, reflexão e sensibilidade, que podem então ser apropriadas pelas leituras simbólicas de outras crianças e adultos.” (Brasil, 1998: 93). Muitas ações dos pais contribuem negativamente na educação de seus filhos e, ao agirem de determinada maneira, a única coisa que eles querem é acertar. Por isso, é preciso refletir sobre nossas ações enquanto educadores. Quando refletimos, a nossa ação passa a ser planejada, avaliada, e a chance de acertarmos é maior [...]. Em casa, a criança não faz atividade escolar, sempre acha desculpa para a não execução das suas responsabilidades, e os pais ignoram este fato, possivelmente, na escola, esta criança não dará importância a concluir as atividades e, como consequência, poderá ter um baixo rendimento. (Castro, 2012: 64). O parágrafo anterior mostra a falta de incentivo dos pais como uma das dificuldades que o professor enfrenta na relação amigável com seu aluno, na falta de interesse e responsabilidades dos alunos pelas atividades O desenho mostra também a figura de um colega ao lado
do aluno, pelo que se percebeu na sala de aula, ele realmente sempre brincava e compartilhava sua merenda trazida de casa com o colega. Este aluno não gostava de ser abraçado pelos colegas, quando alguém tentava abraçá-lo, ele o rejeitava empurrando. Segundo ele, só abraça e gosta de conversar com o pai dele, inclusive anda com a foto do pai dentro da mochila. A transferência tanto positiva como negativa pode ocorrer em qualquer tipo de relação humana. Em se tratando de relacionamento entre professor e aluno, a intensidade e a natureza destes afetos determinam se a transferência favorecerá ou será um obstáculo aos objetivos da relação. É importante que a transferência de sentimentos
entre professor e aluno seja sem oposições, isso pode ajudar o aluno a cooperar com o professor na sala de aula. Ao analisar o processo da atividade de A3, foi visto que o início da atividade ficou um pouco tímido e pensativo, no final ficou indeciso de entregar, parecia que faltava alguma coisa para fazer, mas não se lembrava, tinha receio ou não conseguia executar, mas acabou entregando sua atividade. No desenho de A4, notou-se uma imagem fantasiosa, na qual a professora está à frente das crianças. Segundo a criança, gosta muito da professora, não citou nenhum desgosto contra ela, sente-se feliz pois a escola é muito legal, porque nela tem piscina, parquinho e na sala de aula tem desenhos na parede, merenda, e uma coleguinha
que ela gosta muito de brincar. Com base nessas falas, Araújo (2003: 159) ressalta que “[...] podemos fazer uma analogia com a escola. Se a criança gosta daquele ambiente, se é bem tratada, respeitada, se ela vê sentido no que aprende ali, a instituição escolar pode tornar-se um valor para ela.” É relevante salientar que muitas crianças se sentem melhor na escola do que na casa, porque na escola existe lazer que elas não têm oportunidade de desfrutar quando está com a família. 2 CONSIDERAÇÕES FINAIS Em vista do que foi exposto, discutido e analisado ao longo deste estudo, pode-se mencionar que o objetivo fora alcançado de forma eficiente. Conclui-se que a criança no seu processo de ensino-aprendizagem precisa de afeto tanto da família quanto da escola para se desenvolver integralmente. A temática escolhida para a realização deste estudo é pertinente às problemáticas contemporâneas
que a comunidade escolar brasileira está passando. Relata-se ainda que esta pesquisa favorece uma reflexão social que permite uma melhor compreensão dos sentimentos das crianças, relatando experiências diante das manifestações desagradáveis na sala de aula, sem partir para repreensão humilhante, e que toda criança precisa sentir-se respeitada e valorizada pelos familiares, professores e colegas de classe. REFERÊNCIAS ANGOTTI, M. (2002). O trabalho docente na pré-escola: revisitando teorias, descortinando práticas. 2. ed. Pioneira, São Paulo. *Universidade Federal do Amazonas Nota Importante a Leer: Qual a importância da afetividade na relação de professor e aluno?A relação afetiva professor e alunos se apresentam com grande relevância na construção do conhecimento, destacando a necessidade de trazer para o ambiente escolar uma convivência agradável entre todos os que nela estão envolvidos, contribuindo para a formação integral do educando.
Qual é a importância da afetividade na educação infantil?A afetividade na Educação Infantil contribui, também, para a criação de um espaço agradável e harmonioso em sala de aula. Este ambiente é um dos responsáveis por despertar nas crianças a curiosidade e prazer por aprender, influenciando positivamente no processo de aprendizagem.
Como deve ser as relações afetivas entre professor e aluno na educação infantil?“É fácil perceber se há vínculo entre a criança e seu educador. A busca de proximidade é o maior sinal de que o vínculo foi instaurado. Há vínculo se a criança procura o professor, confere suas dúvidas com ele. Se ela evita o professor e fica retraída em sala é porque não tem nele seu porto seguro”, diz Maria Isabel.
Qual é a importância de se trabalhar a afetividade com crianças na educação infantil na perspectiva de Wallon?Para Wallon (in Mahoney & Almeida, 2004) é importante o professor saber sobre afetividade, pois que a emoção (um dos seus aspectos mais importantes) é contagiosa, daí que o comportamento do aluno influencia a dinâmica da sala de aula e a postura do professor e este deve estar preparado para colaborar na solução dos ...
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