Na concepção de aristóteles, em termos políticos, o cidadão se preocupa com o bem comum.

De modo a introduzir o presente texto e dar conta dos problemas levantados pelo tema a ser trabalhado – a saber, a quest�o �tica e pol�tica de diferencia��o entre o bem egol�gico e o bem comum na grega cl�ssica e no Helenismo –, procuraremos elaborar um percurso hist�rico-filos�fico, de modo a clarificar as mudan�as dos polos de pensamento referentes a cada �poca. Para tanto, em primeiro lugar, buscaremos explicitar o sentido etimol�gico dos termos �tica e pol�tica, para que em seguida seja poss�vel construir um breve arcabou�o te�rico tanto na Gr�cia antiga quanto no per�odo no Helenismo. De modo, ent�o, a embasar a tem�tica a ser constru�da, elencaremos como bases incontorn�veis de desenvolvimento sobre a quest�o supracitada: Plat�o, Arist�teles, a filosofia estoica e pirr�nica. Cujos pensamentos permitem observar claramente como ocorreu a passagem entre a �tica do bem comum grega antiga e a �tica individualista hel�nica. Sendo assim, de maneira a n�o nos alongarmos mais, partamos � contextualiza��o etimol�gica indicada.

Em seu sentido origin�rio, o termo �tica (ethike) � tudo aquilo o que se refere ao h�bito (ethos), ou seja, ao modo de ser e agir do homem. Logo, por defini��o terminol�gica, a �tica � a investiga��o sobre as a��es humanas. O campo de reflex�o que investiga a intencionalidade das a��es, as escolhas pr�ticas deliberadas referentes aos prop�sitos que levam o homem a agir. Indo al�m desta concep��o etimol�gica, na compreens�o atual e usual do termo encontramos a seguinte defini��o elaborada por Ferreira (1993, p.235): a �tica � o “estudo dos ju�zos de aprecia��o referente � conduta humana, do ponto de vista do bem e do mal”. N�o muito distante da concep��o grega, assim como � definida hoje, a �tica tamb�m � compreendida como sendo algo relativo �s a��es humanas, a sua conduta enquanto tal. Esta segunda defini��o, apresenta, entretanto, um segundo elemento conceitual que n�o � explicitado no seu sentido origin�rio, a �tica al�m de ser acerca das a��es humanas, ela � referente � escolha, ou seja, � delibera��o que leva o homem a agir bem ou mal. Nas palavras de Luz (2018, p.1):

Tal como � teorizado por Arist�teles, na �tica a Nic�maco, a �tica � “uma capacidade verdadeira e raciocinada de agir com respeito �s coisas que s�o boas ou m�s para o homem”(ARIST�TELES, 1140b). Ora, assim como visto nas defini��es acima, a �tica trata essencialmente da a��o humana, ou seja, ela trata dos atos ou a��es pr�prias de cada homem. Lida com o cuidado humano em tomar boas decis�es e, por conta disso, realizar boas a��es. Sendo assim, a �tica investiga o bem humano enquanto tal, e mais, tal como explicita Arist�teles, no �mbito da �tica o homem n�o tenta ser apenas bom, ele tenta ser excelente ou virtuoso a partir da pr�tica de suas a��es (LUZ, 2018, p.1).

� vista disto, o termo �tica tem a ver como o modo de vida dos indiv�duos, com a forma��o e cria��o do seu car�ter fundamentado nas suas a��es. Desta maneira, � poss�vel dizer que a �tica tem rela��o com a forma��o de h�bitos pr�ticos. Ou ainda, em termos gregos, a �tica � a ci�ncia do ethos (h�bito), j� que se define a partir da repeti��o das a��es humanas que corroboram para a forma��o do car�ter. Mas, afinal, o que significa dizer que a �tica � a ci�ncia do ethos? Do grego antigo, o termo ethos significa h�bito, costume, uso, h�bito social ou pol�tico, habitualmente, ter h�bito de2. Sendo assim, esta compreens�o etimol�gica da origem do termo �tica, acaba por confirmar a sua liga��o irremedi�vel com o h�bito, com a forma��o de costumes que, assim como veremos, est� diretamente relacionada � forma��o de car�ter.

Cabe ressaltar, ainda, que o homem grego n�o fazia uma distin��o clara entre �tica, pol�tica e moral. Por isso, falar sobre �tica na Gr�cia Antiga significa que a pol�tica e a moral se encontram interpostas e entrela�adas a ela, na teoriza��o filos�fica desenvolvida. Isto, porque quando Plat�o e Arist�teles est�o a arquitetar suas reflex�es �ticas, como por exemplo, eles tamb�m est�o explicitando suas teorias pol�ticas e morais. Visto que, para o homem grego, formar o seu ethos � equivalente a sua forma��o pol�tica e moral. Sendo assim, sigamos com a defini��o etimol�gica de pol�tica para que, em seguida, adentremos em nosso escopo te�rico. Em seu sentido origin�rio, o termo pol�tica (politike) significa a t�cnica (techne) de governar a polis. Trara-se, portanto, daquilo que se refere ao poder e suas rela��es – defini��o esta observ�vel no pr�prio desmembramento do termo polikratia (que deriva a palavra politike, cujo prefixo advindo de techne pressup�e j� uma atividade pr�tica), o poder (kratos) da polis.

Apreendidas, ent�o, as significa��es prim�rias dos termos �tica e pol�tica, abordemos as perspectivas plat�nicas e aristot�licas que, como veremos, constituem o nascimento efetivo, irremedi�vel e fundamental da filosofia pol�tica antiga.

A �tica e a pol�tica nasceram, enquanto polos de problematiza��o filos�fica e n�o enquanto inst�ncias humanas, por volta dos s�culos V e IV a.C. na Gr�cia Antiga, tendo Plat�o como seu fil�sofo fundador. Mas por que Plat�o e n�o S�crates? Ora, de modo a clarificar o pr�prio desenvolvimento das quest�es a serem apresentadas, � imperativo que se distinga o S�crates hist�rico do S�crates personagem dos di�logos de Plat�o. Tal como � sabido, o S�crates hist�rico nada escreveu. Fazendo com que as suas reais reflex�es filos�ficas sejam de dif�cil identifica��o – problema este massivamente tratado pelos pesquisadores contempor�neos da �rea. Sendo assim, ao tratarmos do emergir filos�fico �tico-pol�tico, faremos refer�ncia � obra plat�nica e, quando citarmos S�crates ser� sempre em rela��o ao personagem dos di�logos de Plat�o e n�o ao S�crates hist�rico, cujo qual sabemos, enquanto comunidade cient�fica, t�o pouco.

Destarte, retomando o problema central do presente texto, reitera-se que foi com Plat�o que a conduta pr�tica e a forma��o do ethos humano se tornaram foco de problematiza��o na Gr�cia Antiga. Ora, enquanto os fil�sofos da physis se preocupavam, sobretudo, em refletir acerca das coisas primeiras do cosmos, estando estas externas ao homem; Plat�o se empenhou em mudar a esfera de pensamento, trazendo o polo de reflex�o para o pr�prio homem – seu comportamento pr�tico e modo de pensar. Sendo a partir do problema da busca pelo conhecimento verdadeiramente existente (as Ideias), que o fil�sofo funda sua tese acerca da praxis humana.

Com efeito, � na Rep�blica que podemos identificar a �tica plat�nica de maneira mais evidente. Entretanto, antes de adentrarmos propriamente na teoria pol�tica desenvolvida na obra, � relevante dizer que j� no G�rgias (XIX) – obra anterior � Rep�blica –, Plat�o apresenta sua hip�tese suprema, onde a pol�tica � definida como uma techne que � diretamente relacionada � natureza da alma – n�o desenvolvendo, entretanto, esta teoria a fundo. Assim, � na Rep�blica que Plat�o desenvolver� a tese exposta, cujo objetivo � utiliz�-la como um referencial argumentativo para a constru��o de sua teoria da reminisc�ncia.

No Livro I da Rep�blica, ent�o, Plat�o afirma que antes de teorizar sobre qualquer coisa propriamente humana – afirma��o esta que � recorrente na maioria dos seus di�logos – � preciso que se conhe�a a natureza da alma. Pois s� a partir do conhecimento da psyche e sua estrutura interna, que � poss�vel identificar a virtude (arete) inerente a cada indiv�duo, como seu ethos � formado e qual o seu papel perante a sociedade.

Mas o que vem a ser a virtude para Plat�o e qual a sua rela��o com a natureza da alma? De acordo com o fil�sofo, a arete � uma disposi��o da alma, que faz com que o homem aja de uma certa maneira. Assim, cada homem teria uma fun��o que lhe � pr�pria, uma virtude que permitiria desempenhar uma fun��o com excel�ncia. Ora, mas como distinguir qual a fun��o ou virtude pr�prias de cada indiv�duo? Bem, partindo do pressuposto de que as virtudes s�o internas � estrutura da alma humana, todos os homens buscariam, de maneira inata, um tipo espec�fico de bem. Sendo este condizente com a sua fun��o espec�fica.

Deste modo, nos Livros II e III da Rep�blica, Plat�o se ocupar� de diferenciar os tipos de bens existentes, para que depois venha a desenvolver, a partir deles, sua cidade ideal que, como veremos, se basear� na no��o de virtude. Isto posto, o fil�sofo afirma que existem tr�s tipos de bem: (1) os bens n�o necess�rios, desejados por eles mesmos de forma imediata, inata e n�o liberada (tal como a satisfa��o dos apetites); (2) os bens intermedi�rios, que s� s�o desejados pelas suas consequ�ncias (tal como a sa�de); (3) e os bens necess�rios, desejados por eles mesmos e por suas consequ�ncias (tal como a sabedoria e a justi�a).

De acordo com Plat�o, ent�o, cada homem tende a valorizar em um grau superior um destes bens, de acordo com a natureza da sua alma, o que definiria, por consequ�ncia, a sua fun��o na polis. Segundo o fil�sofo, todos os bens supracitados s�o importantes ao equil�brio da cidade. E considerando que cada homem s� valoriza um tipo de bem, Plat�o conclui que nenhum homem � autossuficiente. Todos os homens devem viver em sociedade, na medida em que, por priorizar um s� bem, temos mais necessidades do que capacidade para satisfaz�-las. Logo, a vida em sociedade � fonte de satisfa��o das necessidades comuns, visto que, de acordo com o bem que � privilegiado � poss�vel que se dividam as atividades ou fun��es (arete) individuais, tendo em vista o bem comum.

Partindo da asser��o desta tr�plice de bens, ent�o, Plat�o fundar� a sua teoria da triparti��o da alma. Afirmando ser esta a base da constru��o de uma cidade justa (dikaiopolis), onde todas as necessidades humanas seriam saciadas. Assim, tal como diz o fil�sofo, a alma humana � dividida em tr�s partes. E a predomin�ncia de uma destas partes em cada indiv�duo formaria uma virtude, um tipo de homem e um tipo de bem espec�ficos. Deste modo, inserindo o predom�nio de uma das partes da alma na formula��o da cidade ideal plat�nica, tal como em uma pir�mide, ter�amos em sua base a alma epithym�nica. Este tipo de alma, cujos apetites (epithymia) se sobrep�em �s outras partes, tem por virtude os impulsos inatos e, por isso, tem o epithymetikon como o tipo de homem – aquele que por ser guiado pelos apetites n�o deliberados, e almejar os bens n�o necess�rios, � respons�vel pelos trabalhos f�sicos e manuais da polis. Em segundo lugar, estando no meio da pir�mide, temos a predomin�ncia da parte da alma referente ao thymos. Onde tamb�m impera o apetite (epithymia; que tem o termo thymos como raiz etimol�gica). Entretanto, neste tipo de alma h� um desejo mais deliberado, fazendo com que suas virtudes se configurem como um impulso dos afetos, a c�lera (hybris) e a coragem (andreia); e o tipo de homem referente a ela o thymolides – aquele que � guiado pelos afetos e almeja os bens intermedi�rios – representado pelos guerreiros. Por fim, no topo da pir�mide h� a alma cuja parte predominante � o logos (raz�o, discurso, linguagem, palavra, conhecimento), que tem por virtude a racionalidade e a busca eterna pelos conhecimentos verdadeiramente existentes. O tipo de homem derivado da supremacia do logos sobre as demais partes da alma � o logistikon, representado pelos fil�sofos. Dado que os fil�psofos s�o os �nicos guiados pela raz�o e preza pelos bens necess�rios. Quer dizer, nas palavras do fil�sofo: por uma classe de bens “que nos agradamos tanto por eles mesmos como por suas consequ�ncias” (357b).

Nesta estrutura de pir�mide, ent�o, Plat�o acaba por construir um sistema sophokratico, onde a alma cuja racionalidade � dominante deve se sobrepor e governar os outros tipos de alma. Visto que s� o logistikon possui a arete suprema da justi�a, resultante da busca incessante pelo conhecimento, ele se apresenta como o �nico capaz de promover o bem comum desta polis dist�pica plat�nica. Em contrapartida, nesta din�mica aristocr�tica – que no pr�prio sentido etimol�gico do termo significa o poder dos melhores –, na constru��o desta cidade ideal, Plat�o afirma ser imperativo que todos os cidad�os sejam felizes de maneira igual. Logo, o exerc�cio da fun��o (arete) pr�pria de cada um � diretamente relacionado ao bem comum, resultado direto da harmonia entre a tr�plice de bens supracitada.

Definidos, ent�o, os pressupostos �tico-pol�ticos plat�nicos caros a n�s, partamos � an�lise da filosofia aristot�lica, observando de que modo ela se distancia ou congrui com o pensamento de Plat�o, partindo desta vis�o sophokratica em prol do bem comum.

Tal como o descrito, Plat�o foi o fundador da reflex�o �tico-pol�tica na Gr�cia Antiga. Em contrapartida, o fil�sofo tinha como preocupa��o central a defesa da teoria das Formas, fazendo com que o seu estudo acerca da praxis humana servisse apenas de embasamento � reminisc�ncia. Sendo assim, � poss�vel afirmar que Arist�teles foi o primeiro fil�sofo a formular de maneira efetiva um tratado normativo �tico-pol�tico. Em A Pol�tica e na �tica a Nic�maco, o fil�sofo se prop�e a investigar acerca da intencionalidade das a��es humanas. Tendo como ponto base a forma com que o homem deve agir para poder viver de maneira excelente e, assim, promover o bem comum. Vejamos, ent�o, certos aspectos relevantes das obras citadas, de modo a criarmos um panorama conceitual sobre o que dominaremos de �tica das virtudes aristot�lica. Deste modo, em primeiro lugar, � de extrema import�ncia que analisemos como Arist�teles define o homem nos livros iniciais de A Pol�tica.

A Pol�tica tem como um de seus objetivos prim�rios falar sobre o status do homem, enquanto ser naturalmente pol�tico, a partir da fun��o que o difere dos outros animais: a fala e a delibera��o – que est�o intimamente relacionadas, sendo consideradas como um �nico elemento. Para al�m disto, em A Pol�tica Arist�teles se preocupa em apresentar as formas poss�veis de governo (monarquia, aristocracia, democracia e oligarquia), contrapondo-as uma a uma at� chegar a conclus�o do porqu� a democracia ateniense � a melhor forma de governo e a que melhor pode levar o homem � felicidade.

De acordo com o fil�sofo, ent�o, o homem se define atrav�s das duas fun��es inatas que possui. A saber, o homem �, por natureza, um zoon logistikon (animal racional) e um zoon politikon (animal pol�tico). Sendo assim, tal como � afirmado, o logos � algo sem o qual o homem n�o seria homem. Sendo justamente a faculdade racional e dial�gica (referente � linguagem) que difere o homem dos outros animais. Em outras palavras, enquanto os outros animais respondem apenas a instintos de sobreviv�ncia inatos, o homem � dotado de fala e delibera��o (logos), sendo justo por isto que ele tem como inata a habilidade pol�tica. Em suas palavras:

Agora � evidente que o homem, muito mais que a abelha ou outro animal greg�rio, � um animal pol�tico. Como costumamos dizer, a natureza nada faz em v�o, e o homem � o �nico entre os animais que tem o dom da fala. Na verdade, a simples voz pode indicar a dor e o prazer, e outros animais a possuem (sua natureza foi desenvolvida somente at� o ponto de ter sensa��es do que � doloroso ou agrad�vel e externa-las entre si), mas a fala tem a finalidade de indicar o conveniente e o nocivo, e portanto tamb�m o justo e o injusto; a caracter�stica espec�fica do homem em compara��o com os outros animais � que somente ele tem o sentimento do bem e do mal, do justo e do injusto e de outras qualidades morais, e � a comunidade de seres com tal sentimento que constitui a fam�lia e a cidade (ARIST�TELES, A Pol�tica, 1253a).

Portanto, o homem � compreendido como destinado, naturalmente, a fazer pol�tica; sendo exatamente o logos que o diferencia dos outros seres vivos. Os animais n�o s�o seres pol�tico, nem o podem ser, pois n�o compartilham da palavra ou argumenta��o e da delibera��o. E se assim como acreditava Arist�teles, a natureza nada faz em v�o, e se ela deu ao homem o poder da palavra e da delibera��o, ele pode ser dito como sendo naturalmente um animal pol�tico.

Por ser dotado de fala e delibera��o, o homem � um ser �tico-pol�tico. Por isso, ele deve alcan�ar a plenitude, o seu fim �ltimo, o bem supremo para a vida, atrav�s desta habilidade particular. A �nica forma de exercer plenamente a humanidade � estando com os outros, � vivendo em sociedade. Logo, um homem s� � pleno quando se faz �tico e pol�tico. Isto �, quando n�o est� sozinho ou inserido em uma estrutura social.

Ora, se o homem � naturalmente um ser pol�tico, n�o � poss�vel que ele viva bem vivendo s�. � necess�rio que o homem viva em uma comunidade. De acordo com Arist�teles, o homem fora da vida em sociedade deixa de ser homem. Se a fun��o do homem � viver em sociedade e, deste modo, deliberar acerca de suas a��es, se ele viver sozinho ele n�o cumpre a sua fun��o. E, assim como afirma o fil�sofo, uma coisa, qualquer que seja, s� pode ser denominada enquanto tal se ela realiza bem a fun��o que lhe � pr�pria. E sendo um homem um animal pol�tico, sendo esta a sua fun��o, se ele n�o o for, ele deixa de ser homem. Da mesma maneira, a humanidade s� se caracteriza como humanidade pelo fato do homem ser pol�tico, pois � por causa desta natureza, ou fun��o natural, que ele � capaz n�o s� de viver sob leis e regras, mas tamb�m de cria-las para si. Viver, portanto, significa promover a manuten��o do bem comum. E se o homem � por natureza um animal pol�tico, � para que ele possa viver bem, para que ele possa viver da melhor maneira poss�vel.

A pol�tica para Arist�teles n�o � um ato de voli��o, n�o podemos nos eximir dos fins pol�ticos. Isto se confirma, na medida em que se pensa na vida em sociedade como um todo. Em todos os ambientes que nos circundam, mesmo que seja um ato involunt�rio, h� a forma��o de uma rela��o pol�tica, ou ainda – apesar de n�o estar nas bases te�ricas de Arist�teles (sendo abordado apenas a partir dos fil�sofos modernos) –, de um contrato social. No interior da institui��o familiar, h� certas regras normativas que, mesmo que n�o sejam escritas, configuram legitimamente um contrato social. Da mesma maneira acontece em todas as institui��es que comp�em uma sociedade, independente do seu tempo ou contexto cultural. Todos os homens naturalmente mant�m rela��es pol�ticas para que ele possa viver e, mais que isso, para que ele possa viver bem, de forma excelente. A sociedade �, portanto, formada por um pacto entre indiv�duos, para que eles possam viver plenamente, para que eles possam viver da melhor maneira poss�vel. Sendo assim, � leg�timo que se afirme que, sim, o homem � por natureza um ser pol�tico. Em termos gregos, o homem � um zoon politikon (do grego, animal pol�tico), por pertencer naturalmente � vida em sociedade.

O homem, portanto, � dotado de racionalidade, e mais, o homem � dotado de fala, o que o torna, por natureza, um animal pol�tico. Visto que ele tem como instrumento fundamental a delibera��o, a capacidade de racioc�nio e escolha que interferem invariavelmente no seu modo de agir em sociedade. Compreender esta racionalidade, esta fun��o particular do homem, � essencial para que se possa entender a felicidade, visto que o princ�pio racional que rege as atitudes e o pensamento humanos constitui a natureza da pr�pria felicidade.

Partindo da defini��o da natureza humana, ent�o, Arist�teles se questiona acerca do modo como � poss�vel se exercer a fun��o que nos � inata. A saber, a vida em sociedade. Ora, o homem s� vive de forma plena se ele exerce a sua fun��o e a desenvolve. Ou seja, ele s� se faz enquanto homem sendo um ser �tico-pol�tico. Tal como afirma Arist�teles: viver � estar entre os homens, e deixar de viver � deixar de estar entre os homens. Se o homem n�o exerce a sua fun��o pol�tica, ele deixa de ser homem. E exercer a sua fun��o significa deliberar sobre as pr�prias a��es, de modo a possibilitar a vida em sociedade e promover o bem comum.

Na esteira deste pensamento, partindo do conte�do da �tica a Nic�maco, Arist�teles passa a se questionar sobre a natureza e os objetivos das a��es humanas. Baseando-se em uma concep��o teleol�gica, cujo objetivo � o estudo da finalidade �ltima da praxis humana; o fil�sofo arquiteta uma �tica das virtudes, afirmando ser a felicidade o sumo bem de toda a vida e o objetivo supremo da conduta pr�tica. Assim, ao longo da �tica, Arist�teles ter� a preocupa��o de apresentar quais as pr�ticas mais valorosas que permitiriam o homem a alcan�ar a felicidade e, por consequ�ncia, o bem comum da polis. De acordo com os princ�pios aristot�licos, ent�o, a felicidade s� pode ser alcan�ada atrav�s de uma vida de virtudes (arete). Onde a sabedoria pr�tica (phronesis) e a mediania moral se mostram como elementos essenciais para se alcan�ar o Sumo Bem da vida humana. Tal como � colocado, s� com uma vida plena de virtudes, s� com a��es excelentes (arete), s� com a forma��o de bons h�bitos (ethos), e consequentemente de um bom car�ter, que o homem consegue atingir a felicidade e, assim, exercer de forma plena suas fun��es inatas. Logo, para Arist�teles, exercer as fun��es que nos s�o inatas com sabedoria pr�tica e medida � promover n�o s� o nosso bem particular como tamb�m o bem comum. Cabendo a um bom governante, t�o somente promover as condi��es necess�rias para que os seus cidad�os consigam alcan�ar o sumo bem de maneira equivalente.

Concluindo este seguimento argumentativo acerca do pensamento aristot�lico, � poss�vel afirmar que Plat�o e seu disc�pulo em muito dialogam a respeito dos objetivos essenciais de uma polis. Apesar de em muito divergirem em termos estruturais reflexivos, ambos concordam que o logos configura a parte inata mais importante do homem, que em uma sociedade ideal todos os cidad�os devem ser igualmente felizes e que toda praxis humana deve convergir sempre ao bem comum.

Sendo exatamente estas tr�s proposi��es que configurar�o o ponto de ruptura entre a reflex�o �tica grega antiga e a hel�nica.

Isto posto, antes de adentrarmos na estrutura te�rico-filos�fica da �poca hel�nica, fa�amos uma breve contextualiza��o que em muito clarificar� a mudan�a dos polos de reflex�o �tico-pol�ticos.

No s�culo III a.C., as grandes expedi��es de Alexandre Magno marcam o fim de uma �poca, tanto hist�rica quanto filos�fica, tendo como consequ�ncia uma reviravolta radical do esp�rito reflexivo grego antigo. Tal como veremos a seguir, o seu projeto de monarquia divina universal e de sincretismo cultural configura um golpe mortal para a antiga concep��o de cidade-estado grega. Como por exemplo, realizando um retorno � Gr�cia Antiga, Atenas era vista como cidade-estado, cujos cidad�os participavam ativamente da vida p�blica. N�o havia qualquer heterogenia cultural e a forma��o era dada exclusivamente para a polis, a partir de uma �tica do bem comum – tal como foi poss�vel observar em Plat�o e Arist�teles. Destarte, com as conquistas de Alexandre, que funda o Helenismo (que em sua etimologia significa viver ou falar como os gregos), n�o existe mais a no��o de uma cidade-estado. Portanto, atrav�s do sincretismo cultural alexandrino a polis � transformada em cosmopolis (cidade do mundo) e o politos (cidad�o), por sua vez, se torna um cosmopolita (cidad�o do mundo) que, por conta do final do sistema democr�tico e da reascens�o da monarquia, perde sua principal refer�ncia pol�tica. Logo, n�o havendo mais atividade pol�tica, o homem passa a se formar enquanto sujeito individualizado, dentro de uma perspectiva egol�gica do conhecer e do fazer pol�tico – que se encontra diminu�do. Forma��o esta que o far� procurar bens igualmente individuais. Em outras palavras, longe das discuss�es pol�ticas, o homem n�o se preocupa mais com a a��o efetiva na e pela polis, em prol do bem comum, se descobrindo enquanto indiv�duo.

Tendo como centro de mudan�a estrutural da conduta humana tais acontecimentos hist�ricos, novos modelos de vida s�o propostos por uma filosofia emergente que n�o visam mais, como o dito, a procura de um bem comum coletivizado, e sim a procura de um bem individual, onde o ethos � voltado para um desenvolvimento essencialmente aut�rquico, e cuja preocupa��o principal era, sobretudo, estabelecer as regras para o bem viver, a partir da tentativa de se encontrar a f�rmula para a felicidade – sob pressupostos acr�ticos e baseados essencialmente plat�nicos e aristot�licos. Ent�o, como principais representantes desta nova reflex�o temos: o epicurismo, o estoicismo, o Pirronismo e o cinismo. Entretanto, para uma explicita��o mais breve da filosofia �tico-pol�tica hel�nica, nos ateremos a trabalhar t�o somente como as primeiras tr�s correntes citadas.

A primeira das grandes escolas helen�sticas foi a de Epicuro, que surge em Atenas por volta do fim do s�culo IV a.C. Sua filosofia hedonista tinha como base a busca pelo prazer e a supress�o da dor. Em suas palavras: “todo prazer constitui um bem por sua pr�pria natureza” (EPICURO, 2002, p.39). Segundo o fil�sofo, entretanto, a satisfa��o dos prazeres n�o pode ser dada de maneira ilibada. Os prazeres devem ser submetidos ao comedimento (metron), sendo serenos e calmos. Visto que os prazeres muito intensos podem trazer perturba��es � alma. Ou seja, apesar de realizar uma �tica dos prazeres, Epicuro defende que estes devem sempre ser medidos pelo logos, pelo metron e pela phronesis (sabedoria pr�tica). Afirmando, da mesma maneira, que o fim �ltimo da praxis humana � a felicidade, o fil�sofo diz que esta s� pode ser alcan�ada atrav�s da tranquilidade da alma, ou ainda, atrav�s de um estado de imperturbabilidade da psyche (ataraxia).

Na constru��o do homem aut�rquico hel�nico, ent�o, a busca por uma felicidade ego-centrada se faz imperativa. E para que ela seja alcan�ada � preciso, enquanto princ�pio �tico epicurista b�sico, liberdade (para que a alma permane�a serena), amizade (para que seja poss�vel a troca de conhecimento e compartilhamento de prazeres) e filosofia (pois a busca pelo conhecimento verdadeiro � essencial para uma vida feliz). Sobre a filosofia, Epicuro ainda nos diz:

Que ningu�m hesite em se dedicar a filosofia enquanto jovem, nem se canse de faz�-lo depois de velho para alcan�ar a sa�de do esp�rito. Quem afirma que a hora de dedicar-se a filosofia ainda n�o chegou, ou que ela j� passou, � como se dissesse que ainda n�o chegou ou que j� passou a hora de ser feliz (EPICURO, 1973, p.21-3).

Em retorno: tal como ocorre em toda filosofia helenista, o homem n�o se compreende mais como um ser inserido e indissoci�vel da vida p�blica. Surge, deste modo, uma nova sensibilidade reflexiva, em que para atingir a felicidade, o homem s� precisa de si mesmo. O hedonismo de Epicuro ir�, ent�o, se contrapor diretamente � no��o plat�nica de que os prazeres imediatos e inatos (epithymia) seriam a parte mais baixa da alma, tendo, portanto, de ser moderados. Indo pelo caminho oposto, o epicurismo defender� que os apetites inatos do prazer, o desejo dos sentidos s�o os guias para o verdadeiro. Enquanto Plat�o se preocupa em defender uma vida voltada para o bem comum, para a justi�a e para uma realidade transcendental, os epicuristas t�m como paradigma a afirma��o da vida atrav�s da efetua��o mesma dos prazeres individuais terrenos, tendo como pressuposto que s� estes podem levar ao estado de imperturbabilidade da alma (ataraxia).

Dando prosseguimento, ao que concerne a filosofia estoica, cabe ressaltar que, tal como no epicurismo, os fil�sofos desta corrente tamb�m negavam a no��o transcendental de mundo plat�nica. Para os estoicos, a filosofia tamb�m deveria ser considerada como a techne de viver, e tamb�m deveria ter como base os sentidos, a experi�ncia do vivido. Entretanto, o estoicismo n�o tinha o hedonismo como fundamento da conduta pr�tica humana. Nas palavras de Abr�o (2004):

[...] para os estoicos, a felicidade consiste em viver de acordo com essa ordem universal, permanecendo indiferente aos males, que n�o passam de aspectos isolados no todo racional. Viver de acordo com a raz�o significa desviar-se das paix�es, que s�o as perturba��es da raz�o (ABR�O, 2004, p.75).

Com efeito, os estoicos foram os primeiros pensadores a se reconhecer enquanto cidad�os do mundo, sendo inclusive os criadores dos termos cosmopolis e cosmopolita. Assim, segundo a �tica estoicista, a experi�ncia individual deve ser tomada como base de todo o conhecimento. Dado que, tal como defendia Zen�o de C�tio (336 a.C. - 264 a.C.), fil�sofo epicurista, por serem cidad�os do mundo, os homens deve se seguir pelas leis do g�nero humano. Quer dizer: reconhecer ser a lei natural enquanto lei do homem. Uma lei �tica que deve se sobrepor e antever a qualquer lei pol�tica. Nas palavras de Gazolla (1999, p.62): “a norma natural � a norma �tica”. Ainda em suas palavras:

[...] anterior a ser grego, fen�cio ou espartano, e o que o essencial e ser cosmopolita, cidad�o do mundo, o que significa desconsiderar os limites geopol�ticos tra�ados pela historicidade. Deve-se atentar bem mais � conson�ncia com a physis que construiu o modo de ser humano origin�rio do que as regras mut�veis erigidas [...] (GAZOLLA, 1999, p.50).

Logo, tendo a �tica como fatia mais importante de seu pensamento, os estoicos t�m por objeto de estudo a techne de bem viver, onde o indiv�duo passa a se desenvolver como pessoa singular. Tal como � defendido por Arist�teles – assim como tamb�m fazem os epicuristas –, para os estoicos o objetivo da vida humana e seu princ�pio �tico supremo � a felicidade. Felicidade esta que s� pode ser alcan�ada atrav�s de um estado de imperturbabilidade da alma (ataraxia) – teoria que percorrer� todas as correntes filos�ficas hel�nicas. Entretanto, segundo os estoicos, a ataraxia s� pode ser alcan�ada com metron, logos e com a aceita��o do curso do destino – que acaba por desencadear um determinismo �tico fatalista.

Tal como o colocado acima, a despeito dos epicuristas, os estoicos n�o tem o prazer (hedone) como princ�pio �tico. Ao contr�rio, o pathos advindo dos prazeres � fonte de perturba��o para a alma. Por ser da ordem do irracional, as paix�es s�o consideradas como um mal, fruto de um erro de julgamento. Logo, elas devem ser extintas, fazendo com que a filosofia estoica seja rotulada como contendo uma apathia extrema, nessa din�mica da n�o-emo��o, da n�o-sensa��o.

Tendo estabelecido os princ�pios �ticos epicuristas e estoicistas, sigamos, por fim, � apresenta��o breve de dois aspectos da filosofia de Pirro – fil�sofo hel�nico de grande relev�ncia, justo por ser o fundador do pensamento c�tico.

A filosofia pirr�nica tinha como foco central a investiga��o acerca da legitimidade do real (da natureza das coisas), como o homem deve agir frente a esta realidade e quais as consequ�ncias desta a��o. Tais proposi��es j� permitem identificar a essencialidade pr�tica da filosofia de Pirro, tal como se configura todo pensamento hel�nico. Em contrapartida, segundo o fil�sofo nem os sentidos nem a raz�o nos permitem conhecer as coisas tal como elas s�o. Logo, todas as tentativas de apreens�o de algum conhecimento verdadeira resultariam em fracasso. Por isso, Pirro afirma que: como n�o podemos ter conhecimento das coisas � preciso se distanciar delas, pois a tentativa in�til de conhecer s� traria perturba��es para a alma. E tal como ocorre em toda filosofia hel�nica, os princ�pios �tico fundamentais para a filosofia pirr�nica � a ataraxia, seguida da apathia (tal como no estoicismo) e da aproxia (ina��o). S� atrav�s destes princ�pios que � poss�vel chegar ao objetivo supremo da vida humana: a felicidade. Vejamos o que � exposto por Sexto Emp�rico, a este respeito:

O ceticismo � uma habilidade que op�e as coisas que aparecem e que s�o pensadas de todos os modos poss�veis, com o resultado de que devido a equipol�ncia nesta oposi��o tanto no que diz respeito aos objetos quanto �s explica��es, somos levados inicialmente � suspens�o [epoche] e depois � tranquilidade [ataraxia]3 (SEXTO EMP�RICO, 1997, p.116).

O ceticismo pirr�nico tem, deste modo, por objeto central, a epoche e a ataraxia radizalizadas. Nas palavras de Luz (2021, p.202): de acordo com Pirro, “o c�tico seria aquele que se perturba diante de alguma irregularidade das coisas, passando, por isso, a investigar acerca da verdade sobre elas; para que, ent�o, possa alcan�ar a tranquilidade da alma (ataraxia)”. Sendo que esta tranquilidade, “a ataraxia s� se faz poss�vel via epoche”.

De modo a concluir o presente texto, � poss�vel afirmar que tanto a filosofia grega cl�ssica quanto a filosofia helenista em muito nos ajudam a compreender nossas pr�prias pr�ticas �tico-teleol�gicas. Principalmente ao que concerne a ruptura e a transi��o entre esferas distintas de pensamento, quando da preocupa��o com a conduta humana saltou do polo coletivo, que visava o bem comum, ao polo individualizado aut�rquico ou, como o intitulado, egol�gico. Com efeito, as quest�es levantadas pelos fil�sofos gregos e seus desdobramentos hel�nicos ainda n�o encontraram uma resposta definitiva. Fato este que s� acentua a sua import�ncia, quanto ao desenvolvimento de uma investiga��o acerca da praxis humana como um todo.

Refer�ncias

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BAILLY, A. Dictionnaire Grec-Fran�ais. 16eme. �dition. Paris: Library Hachette, 1950.

EPICURO. Antologia de textos. Trad. Agostinho da Silva, Amador Cisneiros, Giulio Davide Leoni, Jaime Bruna. S�o Paulo: Abril Cultural, 1973.

EPICURO. Carta sobre a felicidade (a Meneceu). Trad. �lvaro L. e Enzo Del Carratore. S�o Paulo: UNESP, 2002.

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GAZOLLA, Rachel. O of�cio do fil�sofo estoico: o duplo discurso da Stoa. S�o Paulo: Loyola, 1999.

LUZ, Ana Rosa. “A verdade como quest�o nota sobre a resposta fenomenol�gica � no��o transcendental do criticismo”. Revista Paranaense de Filosofia, vol. 1, Curitiba, p. 200-214, 2021.

LUZ, Ana Rosa. “O Teleologismo de Arist�teles: A Teoria das Virtudes � luz da �tica a Nic�maco”. �taca, vol. 27, Rio de Janeiro, p.78-93, 2015.

LUZ, Ana Rosa. “Reflex�o Filos�fica sobre a Bio�tica e a T�cnica”. Revista Eletr�nica Do Vestibular, vol. 30, Rio de Janeiro, p.1-3, 2018.

PLAT�O. A Rep�blica. Trad. Carlos Alberto Nunes. 3� ed. Bel�m: EDUFPA, 2000.

Notas

Filosofia

2.Cf. BAILLY (1950, p.247).

3.Grifo nosso.

O que é o bem comum para Aristóteles?

Aristóteles ensina que o bem é aquilo a que todas as coisas tendem e que o bem propriamente humano é o fim. Os fins que vão além das ações são desejados de per si, enquanto que os que estão na própria ação são desejados em razão dos outros que lhe são superiores.

Qual foi a concepção de Aristóteles sobre política?

Na filosofia aristotélica a Política é a ciência que tem por objetivo a felicidade humana e divide-se em ética (que se preocupa com a felicidade individual do homem na pólis) e na política propriamente dita (que se preocupa com a felicidade coletiva da pólis).

O que é a política do bem comum?

Bem comum é uma expressão que se refere a vários conceitos da filosofia, teologia, sociologia e ciência política. No sentido popular, descreve o conjunto de benefícios compartilhados por todos os membros (ou a maioria) de uma dada comunidade. Esta é também a forma como o bem, no seu conjunto, é amplamente definido.

Qual era o pensamento aristotélico?

Aristóteles - Filosofia. Segundo Aristóteles, a filosofia é essencialmente teorética: deve decifrar o enigma do universo, em face do qual a atitude inicial do espírito é o assombro do mistério. O seu problema fundamental é o problema do ser, não o problema da vida.