O que é preciso para trabalhar com educação especial?

Perguntado por Raquel Valle Holl 12510 Visualizações 6 Respostas

Estou no 3° período do curso de história e minha intenção é trabalhar com crianças especiais nos ensinos fundamental e médio. Estou em busca de um curso de Língua Brasileira de Sinais (Libras) e braille para interagir melhor e também de outros meios que possam me ajudar a trabalhar com eles. Quero me especializar ao máximo na educação inclusiva. Por onde começar? No RJ existem locais que ministram palestras?

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6 respostas

Por em 15/05/2017

Olá Raquel!

Seja muitíssimo bem-vinda à comunidade DIVERSA 🙂

Ficamos felizes em receber sua pergunta. Há vários aspectos importantes nela que vale à pena explorarmos juntas. 😉

O primeiro diz respeito ao modo como nos referimos às pessoas com deficiência. A partir do reconhecimento de que, antes de ter deficiência, ela é, simplesmente, uma pessoa e sua condição sensorial, intelectual ou física é mais uma entre outras tantas características, o termo recomendado é pessoa com deficiência. Esta tem sido a terminologia usada mundialmente nos últimos anos, em todos os idiomas. O termo faz parte do texto da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, adotado pela ONU em 2006 e ratificado, no Brasil, com equivalência de emenda constitucional em 2008. Mas, e quanto ao termo “especiais”? A inclusão parte do princípio de que a diferença é própria da condição humana. E, sendo assim, somos todos diferentes e temos caraterísticas e necessidades próprias. Isso também se aplica ao contexto da sala de aula. Hoje sabemos que todos os alunos, não somente os com deficiência, precisam ser vistos por seus professores como únicos, singulares, “especiais”. Isso é pressuposto para que a prática pedagógica possa ser, de fato, inclusiva.

Durante muito tempo, acreditava-se que era possível generalizar pessoas e, assim, padronizar estratégias terapêuticas e pedagógicas a partir de um mesmo quadro diagnóstico. Atualmente, a partir da perspectiva inclusiva, sabemos que isso não é possível. Ainda que apresentem pareceres diagnósticos absolutamente iguais, duas pessoas podem reagir às mesmas intervenções de maneiras (bem) diferentes. Porque são diferentes entre si – ainda que tenham uma característica comum: a deficiência. Não há, portanto, “receitas prontas” ou métodos infalíveis de como trabalhar com qualquer aluno com um determinado diagnóstico. Por isso, precisamos tomar cuidado com cursos que adotam orientações padronizadas sobre como desenvolver práticas inclusivas por tipo de deficiência, desconsiderando as particularidades de cada contexto e o potencial criativo do educador. Este é um primeiro argumento que nos faz questionar o “especialismo” no contexto da docência na educação inclusiva. O segundo, igualmente importante, baseia-se no princípio de que a educação inclusiva é um processo que diz respeito a todos os alunos, não somente aos com deficiência ou autismo. Por isso, apesar de considerarmos válido, sim, o plano de aprender Língua Brasileira de Sinais (Libras) e braille, enfatizamos que é muito importante não parar por aí. Se você pretende exercer a docência nos ensinos fundamental e médio de maneira inclusiva, sugerimos que sua expectativa – e, portanto, o critério – na escolha de cursos e bibliografia seja sempre de buscar ser uma educadora cada vez melhor para todos, considerando diferenças de credo, raça, gênero, condição econômica, social, cultural, física, mental, intelectual, sensorial ou linguística. E saiba, de antemão, que você nunca estará pronta. Sempre haverá alunos cuja chegada representará novos desafios e agregará novos aprendizados a você, como educadora.

E esse processo não precisa – nem deve – ser solitário. Liliane Garcez, especialista em educação inclusiva, enfatiza a importância de “coletivizar (…) o fazer pedagógico no sentido de aproximar o discurso de que cada aluno é da escola e não só do professor às ações cotidianamente desenvolvidas, buscando meios de modos de trabalho colaborativo entre nós e dentro de nossas salas de aula”. Professores criativos ou que já tenham experiência com inclusão de crianças com deficiência no contexto dos ensinos fundamental e médio podem ser bons parceiros. Outra estratégia pode ser estabelecer parcerias com unidades escolares que ofereçam o atendimento educacional especializado (AEE). Certamente há escolas públicas em sua cidade que oferecem esse serviço (é possível saber quais através da Secretaria de Educação local).

Além das referências já embutidas no texto através de hiperlinks, há outros artigos, estudos de caso e relatos de experiência que podem subsidiar e fomentar reflexões importantes e, assim, ajudá-la a exercer a docência numa perspectiva inclusiva.

Conte-nos sobre isso e continue participando da comunidade. 🙂

Raquel Paganelli Antun – Equipe DIVERSA

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Por Equipe DIVERSA em 24/05/2017

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Por Larissa Matos Silva Sant'Anna em 04/12/2017

Olá Raquel!

Eu indico para você iniciar o aprendizado de Língua brasileira de sinais (Libras) um curso dentro das associações de surdos. No RJ te indico a Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (Feneis). Dê preferencia pela sua formação com professores surdos, você terá não apenas conhecimento da língua, mas aspectos culturais que abrangem essa comunidade.

Em relação ao aprendizado do braille, existem oficinas que irão te ajudar a ter uma base do sistema. Hoje existem até aplicativos que você consegue treinar de forma digital. Para a escrita você irá precisar de uma máquina braille ou reglete.

Bom início! Se tiver alguma dúvida estou à disposição, sou braillista e intérprete de Libras de formação.

Um abraço

Por Instituto Paradigma em 18/07/2018

A formação para a educação inclusiva provoca a necessidade de uma profunda discussão sobre o currículo e as rotinas pedagógicas adotadas pela escola. Como o processo de inclusão e a chegada dos alunos com deficiência nas escolas tem se dado de forma ampliada e recorrente, não há uma melhor receita para esta formação. O importante é possibilitar que a informação flua entre os professores, por meio de espaços para trocas de experiências e divulgação das boas práticas. Além disso, levantar a real necessidade e interesse dos professores sobre os temas a serem abordados nas formações possibilita um planejamento de conteúdos e estratégias didáticas mais aderentes a realidade desses professores em sala de aula. Outra questão importante nessas formações é não reforçar a abordagem clínica da compreensão das deficiências, que muitas vezes leva os professores a se deslocarem para a situação da “discussão de casos”, debruçando-se mais na pergunta “o que o aluno têm?” ao invés de perguntar “o que o aluno sabe e como ele aprende?”

Por Instituto Paradigma em 25/07/2018

A Lei de diretrizes e bases da educação nacional (LDB), a Política nacional de educação especial na perspectiva da educação inclusiva dentre diversos outros instrumentos legais e conceituais vêm garantindo a inclusão educacional de alunos com necessidades especiais (deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação) no ensino regular. Dados do Censo escolar do Ministério da Educação (MEC) apontam que em 2009 apenas 61% dos alunos da educação especial estavam matriculados em classes regulares. Dessa forma, apesar de ser um processo lento e de longo prazo, o número de alunos com essas necessidades que ingressam no ensino superior vem aumentando, apesar de ainda representar um pequeno contingente de alunos, representam apenas 0,2% dos universitários do país. Portanto, os professores universitários devem ter sim em suas formações de licenciatura plena disciplinas, e oportunidades na sua fase de estágios de aproximar-se das metodologias e práticas de ensino que o instrumentalize para o exercício do magistério em classes inclusivas. Esse processo já se iniciou em algumas áreas do conhecimento, mas ainda é incipiente, e ainda de iniciativas em cursos de pós-graduação, especialização, seminários e etc. Mais informações Câmara dos Deputados.

Por Elisabete dos Santos Bernardino Casagrande em 09/06/2017

Olá, boa noite. O primeiro passo é fazer uma especialização na área, já que você tem vontade de seguir nessa carreira, fazer língua de sinais (Libras) e o braille e um estágio em uma sala de AEE. Você se apaixonará, vai por mim e depois me diga.

Um abraço e sucesso.

Beth Bernardino

Qual deve ser a formação do professor para atuar na educação especial?

Conforme a Política, “para atuar na educação especial o professor deve ter como base da sua formação inicial e con- tinuada, conhecimentos gerais para o exercício da docência e co- nhecimentos específicos da área”.

Como dar aula na educação especial?

Como trabalhar a educação especial em sala de aula?.
Sempre manter a calma. ... .
O professor de educação especial precisa ter múltiplas funções. ... .
O professor de educação especial precisa ser flexível. ... .
Planeje aulas divertidas. ... .
Trabalhar o respeito em sala de aula. ... .
O debate da inclusão deve acontecer dentro da escola..

Qual o melhor curso para educação especial?

Neste conteúdo, você vai conhecer os 7 cursos mais procurados da área da educação especial..
Educação Inclusiva: surdez;.
Trabalho docente na sala de aula;.
Educação especial: libras..

Quais são as áreas da educação especial?

Os cursos de “Especialização em Educação Especial”, nas áreas de Deficiência Auditiva/Surdez, Deficiência Visual, Deficiência Intelectual, Deficiência Física, Transtorno Global do Desenvolvimento e Altas habilidades/Superdotação possuem carga horária total de 686 horas distribuídas entre atividades web, estágio, dez ...