O que levou o governo inglês à combater o tráfico e à escravidão?

A China, contudo, avança a passos largos na utilização do Big Data. Um dos exemplos foi o caso do combate à pandemia da covid-19, surgida em Wuhan, quando o governo chinês utilizou tal ferramenta tecnológica para prevenir, conter e controlar a disseminação da doença através de dados de localização e viagem, de saúde, de consumo, entre outros. 

Assim, o cruzamento de dados desempenhou um papel no rastreamento, vigilância e alerta precoces, bem como acompanhamento, tratamento médico e recuperação dos pacientes. O resultado foi uma gestão eficiente da pandemia e redução dos gastos com recursos hospitalares e humanos - não obstante os conflitos e as complexas dimensões geográficas do país. 

Já o caso da erradicação da pobreza, se baseou na construção de indicadores. O Big Data foi utilizado como banco de dados abrangente para identificar as famílias-alvo e suas necessidades específicas, através de oito indicadores territorializados. 

Estes indicadores foram criados em uma parceria entre a ONU e o Baidu Big Data Laboratory¹ através do chamado Dimensão de Padrões de Vida do Índice de Desenvolvimento Humano (ou simplesmente Índice de Padrões de Vida). Os indicadores combinam três dos dados do censo e cinco dos grandes conjuntos de dados do Baidu: censitários como acesso a água encanada, acesso aos banheiros sanitários e à cozinhas internas; e do Baidu incluem acesso a serviços de moradia, financeiros, estradas, cobertura de internet e iluminação pública. 

Assim, é possível avaliar com mais precisão a situação de pobreza nas áreas rurais, melhorar a produtividade do setor público, criar um sistema de proteção social mais responsivo, fortalecer a resiliência das cidades contra as mudanças climáticas e fornecer informações de maior granularidade para o planejamento do transporte urbano, entre outras muitas possibilidades.

A ferramenta permite que toda família pobre cadastrada no sistema possa ser localizada geograficamente. Assim, é possível reconhecer as famílias que precisam de ajuda, rastrear sua jornada para sair da pobreza e também conhecer os elementos de risco que podem fazê-los voltar à condição de vulnerabilidade extrema. Dessa forma, o trabalho se torna mais preciso e direcionado, otimizando recursos financeiros e humanos. Antes, os funcionários precisavam preencher todo tipo de relatório a mão, sujeito a erro, e dificultando o cruzamento e integração das informações.

Em suma, a China trilha uma fronteira inovadora na construção de um sistema nacional de governança digital, usando as ferramentas das novas tecnologias da informação para aumentar a capacidade estatal e o aprimoramento da gestão pública. 

Não é forçoso dizer que a China está elevando a novos patamares o entrelaçamento entre tecnologia e planejamento. Mais do que isso: pode-se sugerir que estão surgindo perspectivas para a experiências de orientação socialista à luz destas inovações em planejamento. 

Extinguir ou não a escravidão? Talvez essa tenha sido a questão mais relevante discutida no Brasil no século 19. José Bonifácio, já na época da Independência, alertava que a construção da nação dependia, em grande parte, da libertação dos escravos.

Após a Guerra do Paraguai, o problema voltou a chamar a atenção da sociedade de forma intermitente até que, durante a década de 1880, concentrou os debates que resultaram na decretação da Lei Áurea, em 13 de maio de 1888. Apesar das inúmeras pressões, o Brasil foi o último país a tornar ilegal uma das obras mais nefastas criadas pelo homem.

Desde a Independência, a Inglaterra vinha exigindo do governo brasileiro ações explícitas para acabar com o tráfico. Como resposta, foi aprovada, em 1831, uma "lei para inglês ver", que declarava livres os africanos desembarcados em portos brasileiros após aquele ano. Essa lei, naturalmente, foi desrespeitada milhões de vezes, com a cumplicidade cínica das elites políticas e das autoridades do governo, o que ajudou a consolidar a tradição que vigora até hoje no Brasil, segundo a qual a violação da regra é a regra.

Em 1845, esgotou-se a paciência dos ingleses. Eles aprovaram o Bill Aberdeen e passaram a reprimir o tráfico internacional de escravos. O Brasil ainda resistiu por alguns anos, mas, em 1850, depois de várias ações inglesas contra navios brasileiros, foi aprovada a Lei Eusébio de Queirós, que extinguia o tráfico para o Brasil.

A extinção do tráfico tornou o fim da escravidão uma questão de tempo. Os fazendeiros começaram a tentar utilizar o trabalho livre do imigrante. Depois de alguns fracassos iniciais, o sistema do colonato se consolidou como uma alternativa segura e eficiente.

A abolição da escravatura nas colônias da França e depois nos EUA jogou por terra o último argumento da aristocracia escravista brasileira em defesa do regime.

As elites alegavam que o fim da escravidão representava o colapso da economia do país. Identificavam assim seus interesses particulares com os da nação. Entretanto, a realidade internacional mostrava o contrário: nos países em que a escravidão fora extinta, o desenvolvimento se acelerara. O "terrorismo" das elites aristocráticas não tinha amparo na realidade.

As pressões do Movimento Abolicionista desferiram o golpe final contra o regime. A escravidão acabou e o fim do mundo não veio, como previam as elites decadentes e retrógradas.

O que levou o governo inglês a combater o tráfico e a escravidão?

A decisão da Inglaterra de lutar contra o tráfico de escravos foi mais por causa dos interesses econômicos do que por motivos humanitários.

Qual seria o motivo do interesse inglês em defender o fim do tráfico e da escravidão?

A Inglaterra foi pioneira na Revolução Industrial por isso, já no século XIX, a maioria do capital da industrialização não era mais dependente do tráfico negreiro e pedia novos mercados. O fim do tráfico e da escravidão, estimularia o investimento do capital em outras áreas e aqueceria o mercado com novos consumidores.

Quais motivos levaram a Inglaterra a acabar com o tráfico de escravos e como esse movimento mudou o sistema de escravidão no Brasil?

A Revolução Industrial iniciada na segunda metade do século XVIII na Inglaterra já passava a modificar os parâmetros sociais e econômicos e, por isso, a abolição da escravidão – tanto pela Inglaterra como pelas demais nações do mundo – está diretamente relacionada ao processo de industrialização.

O que os ingleses fizeram para impedir o tráfico negreiro?

O Bill Aberdeen era assim uma pressão inglesa sobre o governo de D. Pedro II e que, de certa forma, surtiu resultado. Em 1850, foi promulgada a Lei Eusébio de Queirós, que proibiu definitivamente o tráfico de escravos no Brasil. Porém, seriam necessários ainda 38 anos para que a escravidão fosse extinta.