O que pode causar para nossa saúde o som alto?

Bem mais do que apenas incomodar os ouvidos mais sensíveis, os ruídos intensos preocupam cada vez mais cientistas e especialistas de diversas áreas médicas. As consequências da poluição sonora na audição já são amplamente conhecidas. Porém, há estudos mais recentes mostrando como o barulho também pode prejudicar os sistemas nervoso e cardiovascular.

Apesar de não ser a causa direta de problemas relacionados à saúde mental ou cardíaca, o desconforto provocado por ruídos intensos pode agravar sintomas relacionados à ansiedade, à instabilidade emocional, às alterações de humor, ao estresse e ao nervosismo. Tais consequências são examinadas no estudo "O barulho associado à depressão e ansiedade da população em geral – a contribuição do ruído das aeronaves", divulgado pela Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos, do Instituto Nacional de Saúde1.

Os ruídos alteram a condição normal de audição e de comunicação, e isso pode ocorrer tanto por sequência (sons repetitivos, baixos ou não) quanto por intensidade (sons altos). Há pessoas mais ou menos tolerantes às consequências dos sons altos no ambiente. Mas, em geral, idosos, crianças e pessoas com tendência à depressão, que têm mecanismos de defesa mais vulneráveis, costumam ser os mais afetados.

A exposição por um longo período a sons acima de 65 decibéis (métrica de intensidade ou volume dos sons) ou a ruídos agudos entre 80 e 85 decibéis pode ativar respostas hormonais e do sistema nervoso. Um liquidificador, por exemplo, atinge 75 decibéis, em média. Um show de rock chega a aproximadamente 110 decibéis. As turbinas de um avião, por volta de 120 decibéis. E uma rua de trânsito intenso alcança 85 decibéis.

Essa intensidade sonora provoca reações. O ruído leva a uma maior produção de cortisol, conhecido como "o hormônio do estresse". E o estresse, por sua vez, repercute em todo organismo, acarretando no aumento da pressão arterial e dos batimentos cardíacos, podendo causar danos cardiovasculares. Também provoca ansiedade, déficit de atenção, perda de memória, distúrbios de sono e dores de cabeça.

Batalha diária

Livrar-se das consequências da poluição sonora não é tarefa fácil. Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), o nível recomendável de ruído deve ser abaixo de 50 decibéis. Só que não é isso o que acontece em grandes centros urbanos, os mais afetados. E até mesmo dentro de casa há barulhos aparentemente inocentes que ultrapassam o índice confortável para os ouvidos humanos.

No Brasil, país com o maior número de pessoas com depressão na América Latina (5,8% da população) e o primeiro do mundo em transtorno da ansiedade (9,3% da população)2 – segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgadas em 2017 –, combater os ruídos indesejados e, principalmente, saber evitá-los ou reduzir suas consequências, é indispensável para a boa saúde mental e cardíaca. Um bom caminho é tomar algumas medidas simples e rápidas.

Em um show ou uma festa, o ideal é ficar longe das caixas de som. Quem mora em ruas barulhentas pode optar por janelas antirruído ou, caso não seja possível, colocar barreiras entre os sons que vêm de fora e o ambiente interno – uma cortina mais grossa, tipo blackout, por exemplo.

Profissionais que tenham atividade ou trabalhem em lugares com ruídos intensos não devem abrir mão de protetores auriculares. E se a dificuldade maior é para dormir, o protetor auricular podem ser uma boa ideia.

Em casa, você pode começar hoje mesmo: basta diminuir o volume da televisão ou do som. Um primeiro passo para tornar o ambiente mais saudável, com maior qualidade de vida.

Referências:

1Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos, Instituto Nacional de Saúde https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4873188/

2O Estado de S. Paulo http://saude.estadao.com.br/noticias/geral,brasil-tem-maior-taxa-de-transtorno-de-ansiedade-do-mundo-diz-oms,70001677247

O ouvido é um dos mais complexos e sensíveis órgãos do corpo humano. Composto de três partes, ele comanda nossa sensibilidade aos sons e ruídos. Quando a exposição sonora é muito agressiva e prolongada, isso pode trazer prejuízos temporários ou permanentes à saúde.

Entretanto, existe muita especulação acerca dos efeitos do ruído sonoro no organismo. Se você está entre as pessoas que não tem certeza do que ele causa, veio ao lugar certo.

No post de hoje, vamos desmistificar os efeitos do ruído sonoro no organismo e você vai entender de uma vez por todas quais são as consequências da exposição ao ruído sem a devida proteção.

Entendendo a diferença entre som e ruído

O que pode causar para nossa saúde o som alto?

A primeira coisa que precisamos esclarecer é a nomenclatura que confunde as pessoas quando se fala em som e ruído. Do ponto de vista técnico, som e ruído são exatamente a mesma coisa, caracterizada por uma onda vibratória de percepção auditiva que viaja pelo ar, ou por condução em contato físico direto com o crânio.

A diferença está no conhecimento popular e no costume das equipes médicas e técnicas para com os pacientes. Para distinguir sons potencialmente nocivos de sons naturais e corriqueiros do dia-a-dia, há uma distinção figurada entre som e ruído.

Dessa forma, podemos dizer que som é qualquer som em volume normal que ouvimos durante o dia, como as cordas de um violão, o som da água da chuva ou do vento.

Já ruído, diz respeito a um som mais alto e persistente, que quase sempre incomoda quem o está ouvindo. Como, por exemplo, o ruído de um trem passando pelos trilhos, de uma máquina industrial, ou ainda de uma colisão de veículos.

Os ruídos são potencialmente perigosos à saúde, já que são sons mais altos e repetitivos, que causam prejuízos às pessoas que estão em constante exposição a eles.

Quais os malefícios e efeitos do ruído sonoro no organismo?

Se as pessoas que estão sujeitas à exposição ao ruído sonoro não utilizarem equipamentos de proteção individual (EPIs) para evitar possíveis danos, os prejuízos podem começar a aparecer.

Alguns deles são temporários, enquanto outros são permanentes. Vamos explicar abaixo cada um dos efeitos do ruído sonoro no organismo e você entenderá os riscos dessa exposição.

Prejuízos temporários

A perda auditiva temporária ocorre quando há exposição moderada ao ruído sonoro. É considerada uma exposição moderada, aquela que apresenta alta intensidade (som muito alto) durante um curto período de tempo. Exemplo: um show ao vivo de uma banda.

O ruído, neste caso, ocasiona uma diminuição temporária e transitória da sensibilidade auditiva. Ou seja, o funcionamento do aparelho auditivo apresenta uma diminuição, mas ainda é recuperável com repouso.

Recomenda-se entre 11 e 14 horas mínimas de repouso antes de uma nova exposição, ou antes de realizar testes audiométricos para verificar a sensibilidade auditiva.

É necessário ficar atento aos efeitos do ruído sonoro no organismo, mesmo quando estes são temporários. A repetida exposição a efeitos de perda auditiva temporários pode, com o tempo, ocasionar perda auditiva permanente, que vamos abordar em seguida.

Prejuízos permanentes

A perda auditiva permanente é um efeito do ruído sonoro no organismo que não tem reversibilidade, ou seja, é irreversível. Ela se dá pela exposição prolongada e repetitiva a ruídos moderados ou intensos.

Uma exposição de prejuízos temporários pode se tornar permanente quando repetida em curtos intervalos de tempo. Um bom exemplo é o trabalhador que não utiliza seus equipamentos de proteção individual e se expõe a ruídos, mesmo que moderados, todos os dias.

Existem dois tipos de perda auditiva permanente do ponto de vista médico. A Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR) e a Perda Auditiva Induzida por Ruído Ocupacional (PAIRO), que é referente aos prejuízos durante o período de trabalho.

Na maioria das vezes, o indivíduo só percebe a perda auditiva quando esta já está avançada. Os sintomas podem incluir zumbido no ouvido (mais perceptível no silêncio da noite), dificuldade para escutar a própria voz e o diálogo com outras pessoas, bem como aparelhos eletrônicos, como TV e aparelho de som.

Este tipo de perda auditiva pode resultar na incapacidade total para o trabalho, dependendo das funções do trabalhador. Exemplo: telemarketing, engenheiro de som, enfermeiro, entre outros.

Trauma acústico

Existe também o trauma acústico, que é uma exposição violenta a um ruído de alta intensidade e curta duração, como uma explosão, uma falha em amplificadores de som, uma batida violenta de automóveis, entre outros.

O trauma acústico é uma lesão imediata e severa na audição, podendo causar até mesmo a surdez permanente, dependendo de sua intensidade e da proximidade do indivíduo da fonte do ruído.

O ouvido possui mecanismos para atenuar ruídos muito fortes, entretanto, no caso do trauma acústico, esses mecanismos não têm tempo de entrar em ação devido ao súbito ruído, e os efeitos do ruído sonoro no organismo podem ser permanentes, imediatos e irreversíveis.

Efeitos extra auditivos

Além dos prejuízos temporários ou permanentes à audição, há ainda efeitos extra auditivos, ou seja, observados em outras funções do organismo além da audição.

Entre eles, podemos destacar:

  • Comprometimento da comunicação e entendimento vocal/auditivo;
  • Problemas neurológicos, como insônia e dores de cabeça;
  • Problemas cardiovasculares, como aumento de batimentos cardíacos e de pressão arterial;
  • Vertigens, desequilíbrios e desmaios;
  • Problemas respiratórios e aumento da frequência respiratória;
  • Problemas digestivos, como gastrite, náuseas e úlceras;
  • Problemas comportamentais e/ou psicoemocionais, como irritabilidade, ansiedade, mudança de humor, depressão, entre outros;
  • Cansaço, desânimo, déficit de atenção e diminuição de rendimento devido à falta de disposição.

Estes são todos efeitos do ruído sonoro no organismos extras, que podem aparecer dependendo da severidade e do prolongamento da exposição sonora.

É recomendado que todas as pessoas que estejam sujeitas à exposição sonora de ruídos façam exames de audiometria frequentemente, além de acompanhamento médico para saber como anda sua audição.

Caso você note algum dos sintomas descritos acima, procure o médico o quanto antes e use equipamentos de proteção individual, como protetores auriculares.

O que o som alto pode provocar?

Com o passar do tempo, uma pessoa exposta diariamente a sons muito altos pode ter a audição comprometida. Além disso, a longo prazo, o ruído excessivo pode causar gastrite, insônia, aumento do nível de colesterol, distúrbios psíquicos e perda da audição.

Como o barulho afeta a saúde humana?

São importantes os distúrbios cardiorrespiratórios (arritmias e infartos), zumbidos no ouvido, dificuldades para se concentrar, dores de cabeça, prejuízos à audição, agravamento da arteriosclerose, além de outras doenças e até enfermidades infecciosas.

Que perigos à saúde à exposição aos altos níveis sonoros podem causar?

A exposição a sons intensos é uma das causas mais comuns desse tipo de problema. Ruídos a partir de 50 decibéis já são capazes de causar danos ao indivíduo, variando de acordo com o tempo de exposição e intensidade. Dor de cabeça, cansaço e elevação da pressão arterial são alguns desses prejuízos.