O uso do estrangeirismo é pertinente em Todos os contextos explique

Algumas vezes, esses termos são incorporados ao léxico do idioma (dicionários), dependendo de sua utilização pelos falantes da língua.

Para muitos estudiosos da área, o uso demasiado de palavras estrangeiras causa um problema de descaracterização da língua, enquanto outros acreditam que esse processo é natural, uma vez que língua está o tempo todo se modificando.

A inclusão de palavras estrangeiras no vocabulário pode ocorrer por motivos históricos, sociais, políticos, econômicos, culturais, dentre outros.

Um exemplo disso, é a expansão da tecnologia, o que levou ao surgimento de diversos novos termos no vocabulário da língua portuguesa, sobretudo, provenientes da língua inglesa.

Estrangeirismo na Língua Portuguesa

A língua portuguesa conta com um grande número de palavras estrangeiras, sobretudo, de origem inglesa (denominada “anglicismo”). Isso porque a língua inglesa é muito influente, sendo considerada a língua mundial dos negócios.

Importante lembrar que a maioria dos vocábulos da língua portuguesa são de origem latina, grega, árabe, espanhola, italiana, francesa ou inglesa.

Palavras como hot-dog (cachorro quente), show (espetáculo), bacon (toucinho), mouse (computador) são palavras estrangeiras em que não ocorreu o "aportuguesamento".

Entretanto, há termos em que o processo de aportuguesamento é notório, ou seja, a adaptação das palavras para o português, por exemplo:

  • futebol (do inglês football)
  • basquetebol (do inglês basketball)
  • abajur (do francês abat-jour)
  • sutiã (do francês sutien)
  • batom (do francês bâton)
  • bege (do francês beige)
  • bife (do inglês beef)
  • esporte (do inglês sport)

Veja também: Vícios de Linguagem

Exemplo de Estrangeirismo

O “Samba do Approach”, dos compositores Zeca Pagodinho e Zeca Baleiro, é um exemplo da presença do estrangeirismo na nossa língua.

A canção está repleta de palavras da língua inglesa (anglicismo) e algumas da língua francesa (galicismo):

Venha provar meu brunch
Saiba que eu tenho approach
Na hora do lunch
Eu ando de ferryboat...

Eu tenho savoir-faire
Meu temperamento é light
Minha casa é hi-tech
Toda hora rola um insight
Já fui fã do Jethro Tull
Hoje me amarro no Slash
Minha vida agora é cool
Meu passado é que foi trash...

Fica ligado no link
Que eu vou confessar my love
Depois do décimo drink
Só um bom e velho engov
Eu tirei o meu green card
E fui prá Miami Beach
Posso não ser pop-star
Mas já sou um noveau-riche...

Eu tenho sex-appeal
Saca só meu background
Veloz como Damon Hill
Tenaz como Fittipaldi
Não dispenso um happy end
Quero jogar no dream team
De dia um macho man
E de noite, drag queen...

Glossário

Segue abaixo um glossário das palavras estrangeiras utilizadas na composição "Samba do Approuch":

  • Brunch: café da manhã reforçado
  • Approach: aproximação, abordagem
  • Lunch: almoço
  • Ferryboat: balsa, barco de passagem
  • Savoir-Faire: do francês "saber fazer", habilidade, esperteza
  • Light: tradução é luz, entretanto, na música está utilizada no sentido conotativo: suave
  • Hi-tech: alta tecnologia
  • Insight: esclarecimento
  • Cool: legal, divertido
  • Trash: coisa sem valor, lixo, escória
  • Link: endereço eletrônico
  • My Love: meu amor
  • Drink: bebida
  • Green Card: passaporte americano
  • Miami Beach: Praia de Miami
  • Pop Star: pessoa famosa
  • Noveau Riche: em francês “novo rico”
  • Sex-appeal: atraente, do ponto de vista sexual
  • Background: fundo, fundamento
  • Happy End: final feliz
  • Dream Team: seleção americana de basquete
  • Man: homem
  • Drag Queen: homem que se veste de mulher

O uso do estrangeirismo é pertinente em Todos os contextos explique

Daniela Diana

Licenciada em Letras pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) em 2008 e Bacharelada em Produção Cultural pela Universidade Federal Fluminense (UFF) em 2014. Amante das letras, artes e culturas, desde 2012 trabalha com produção e gestão de conteúdos on-line.

Embora nem sempre seja visto com bons olhos, o estrangeirismo é um fenômeno linguístico que pode auxiliar nossas atividades discursivas.

O uso do estrangeirismo é pertinente em Todos os contextos explique
O estrangeirismo, quando empregado com bom senso, não coloca em risco a soberania da língua portuguesa

Existem alguns pontos controversos quando o assunto é a língua. Entre os diversos pontos que geram discussões acaloradas entre os linguistas está o estrangeirismo. Verdade é que os empréstimos linguísticos nem sempre são vistos com bons olhos, muitos estudiosos acreditam que eles podem ameaçar a soberania da língua portuguesa, bem como empobrecer e dificultar a comunicação, função primordial da linguagem.

Bom, diante de tantas polêmicas, o sítio de Português preparou uma listinha sobre tudo que você precisa saber sobre estrangeirismo. O que é? Para que serve? Ele realmente coloca em risco nossa língua portuguesa? Boa leitura, bons estudos!

Tudo que você precisa saber sobre estrangeirismo

1. O que é estrangeirismo?

O estrangeirismo é o emprego de palavras, expressões e construções alheias ao idioma tomadas por empréstimos de outra língua. Vocábulos oriundos de outras línguas são incorporados por meio de um processo natural de assimilação de cultura ou ainda por conta da proximidade geográfica com regiões cujos idiomas oficiais sejam outros. Sendo assim, podemos dizer que o estrangeirismo é um fenômeno linguístico orgânico, isto é, ele acontece de maneira espontânea e, quando menos percebemos, estamos utilizando empréstimos linguísticos para nos referir a objetos e ideias.

2. O estrangeirismo não coloca em risco a soberania da língua portuguesa:

Alguns estudiosos, sobretudo os tradicionalistas, veem o estrangeirismo como uma ameaça à língua portuguesa, um patrimônio cultural imaterial do Brasil. Contudo, é preciso cautela antes de afirmarmos que os empréstimos linguísticos causam prejuízos ao idioma oficial de um país. É absurdo o mito que corre por aí com ares de verdade de que, de repente, todos substituiremos o português pelo inglês, idioma que mais vocábulos empresta ao português na atualidade.

O estrangeirismo é um fenômeno social e, para que você entenda melhor o que isso significa, podemos comparar a língua à vestimenta: assim como as roupas, os comportamentos linguísticos da sociedade seguem a moda da época. Se até algum tempo atrás era comum dizer que uma garota era um “broto” e que um garoto era um “pão”, hoje não mais, pois “broto” e “pão” tornaram-se expressões obsoletas, como é obsoleta a expressão calças boca de sino, atualmente chamadas de calças flare, já que estamos falando sobre empréstimos linguísticos. Essa comparação nos diz que interações sociais, econômicas, culturais e políticas refletem de maneira considerável os comportamentos linguísticos, portanto, conclui-se que, diante da tradição, isto é, da língua portuguesa, o estrangeirismo é apenas uma “nuvem passageira”.

3. Se os estrangeirismos podem ser comparados aos modismos, por que existem empréstimos que se consagraram na língua portuguesa?

Muitos empréstimos linguísticos incorporaram-se de maneira indelével ao nosso vocabulário, isso é inquestionável. Contudo, isso não quer dizer que estamos deslegitimando o argumento defendido no tópico 2, mas apenas relativizando a questão, afinal de contas, quando o assunto é a língua, generalizações não são permitidas. Ao longo da história tomamos emprestados vocábulos de muitos idiomas. Se hoje em dia o inglês é quem mais nos empresta palavras, no início do século XX, por exemplo, o francês era quem dava as cartas por aqui. Algumas palavras desse idioma o tempo levou de nosso vocabulário, enquanto outras foram tão bem recebidas e assimiladas que fica difícil acreditar que não são nossas. Quer alguns exemplos? Veja a listinha abaixo:

abajur – abat-jour

balé – ballet

batom – bâton

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Sutiã – soutien

Toalete – toilette

Você deve ter percebido que as palavras que hoje usamos não preservaram suas formas originais, e isso se deve ao processo de aportuguesamento vocabular. Outras, no entanto, conservaram a grafia original, deixando claro que são “intrusas” em nosso léxico. Veja alguns exemplos:

Backup

Hardware

Software

Pen drive

Check-in

Design

A maioria dos termos acima pertence a um mesmo campo semântico, isto é, faz referência ao universo da informática e ainda não possui correspondentes à altura na língua portuguesa. Por ainda não termos conseguido substituí-los sem que houvesse perda de significação e expressividade, preferimos, ainda que inconscientemente, preservar a “matriz”. Se eles serão consagrados em sua forma original, só o tempo e os falantes, responsáveis por definir o que fica e o que deve ser descartado, dirão.

4. Os estrangeirismos podem ser abolidos da língua portuguesa?

Não, exceto por algum tipo severo de coerção. Ainda que seja criada uma lei que proíba o cidadão de usar estrangeirismos, sempre haverá um ou outro “meliante” a desobedecer à regra. Abolir os empréstimos linguísticos por decreto é tão produtivo quanto proibir o falante de falar. Não é possível delimitar fronteiras para a comunicação, a língua é uma ferramenta democrática e pertence aos falantes, somos nós quem decidimos os rumos da linguagem.

Não pense você, no entanto, que ninguém nunca tentou barrar o avanço dos estrangeirismos na língua portuguesa. Em 1999, o então deputado Aldo Rebelo criou um Projeto de Lei que propunha “a promoção, proteção, defesa e o uso da língua portuguesa”, cujo objetivo era abolir os empréstimos linguísticos e punir quem insistisse em conspurcar o português, essa última flor do Lácio, inculta e bela... Bom, o final dessa história quase cômica vocês já devem imaginar: o projeto não deu em nada graças ao bom senso de vários linguistas que, por meio de dois ou três argumentos fortes, conseguiram desmontar o absurdo proposto pelo deputado, que se achou no direito de legislar sobre o que não conhecia.

5. Estrangeirismos e bom senso devem caminhar lado a lado:

Fôssemos dotados de bom senso o tempo todo, a discussão sobre os estrangeirismos não ganharia tamanha relevância. A implicância contra os empréstimos deriva do exagero: se existe uma palavra na língua portuguesa que consegue expressar com exatidão o significado de um empréstimo vocabular, por que não adotá-la? A resposta para essa pergunta passa por aspectos que fogem da mera discussão linguística e invariavelmente nos levam a pensar sobre a influência nem sempre positiva de uma cultura sobre a outra. Pensar que o inglês, o francês ou seja lá qual língua for sejam mais importantes do que a nossa apenas reafirma poderes simbólicos que levam o falante a acreditar que é chique usar nove estrangeirismos a cada dez palavras ditas.

Assim, viva os estrangeirismos, eles estão aí para contribuir para nossas atividades discursivas, e não para serem um obstáculo para a comunicação, razão maior da linguagem. Todavia, como em quase tudo na vida, menos é mais, portanto, na dúvida e na possibilidade de um vocábulo tupiniquim, opte sempre pelo bom senso, ou seja, prefira o bom e velho português e nada de for sale em vez de liquidação, certo?

Qual é sua opinião sobre o uso de estrangeirismo?

O estrangeirismo não coloca em risco a soberania da língua portuguesa: Alguns estudiosos, sobretudo os tradicionalistas, veem o estrangeirismo como uma ameaça à língua portuguesa, um patrimônio cultural imaterial do Brasil.

Porque usamos o estrangeirismo?

O estrangeirismo é decorrente da influência de uma língua sobre outra. Estrangeirismo é um fenômeno linguístico caraterizado pela apropriação de uma palavra ou expressão estrangeira. Mas se tal apropriação for desnecessária ou excessiva, esse fenômeno se torna um vício de linguagem.

É errado usar o estrangeirismo?

Sendo assim, não é errado usar os estrangeirismos, o errado é abusar deles. Internet, por exemplo, é uma palavra que não existia em nossa língua. Então, o que era mais prático: criar uma palavra para designar o que é a internet, ou usar uma palavra – internet – que já existia e que é usada por todo o mundo?

Como podemos usar o estrangeirismo?

Os estrangeirismos devem ser usados com cuidado..
Se já existir uma forma aportuguesada, não use o estrangeirismo. ... .
Se houver um termo equivalente em português, prefira-o à palavra estrangeira. ... .
Se o termo estrangeiro já foi incorporado à língua portuguesa na sua forma original, use-o sem itálico..