Onde nasce o rio parana

Por Alcides Faria, biólogo e diretor executivo da Ecoa.

A bacia do rio Paraná é a unidade ambiental onde ocorre o maior impacto da atual crise de água, um processo sem precedentes, com repercussão direta na economia de Brasil, Paraguai e Argentina e que se manifesta desde a década passada com diferentes intensidades. Ocupa 10% do território brasileiro (879.860 km²) e se divide entre os estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Santa Catarina e o Distrito Federal. Nela vive 32% da população brasileira, sendo o centro das principais atividades econômicas.

Onde nasce o rio parana
Localização da Bacia do rio Paraná na América do Sul.

O rio Paraná tem uma extensão de 4.880 km, da nascente a foz, na Argentina. Seus principais formadores são os rios Paranaíba e Grande e a região hidrográfica se subdivide em seis grandes sub-bacias: Grande, Iguaçu, Paranaíba, Paranapanema, Paraná e Tietê. Apresenta uma vazão média correspondente a 6,5% do total do país.

Na bacia do Paraná está mais de 60% da capacidade de geração hidrelétrica e da demanda: 75% do consumo nacional de energia. Existem 176 usinas hidrelétricas de diferentes portes na região, sendo as maiores Furnas, Porto Primavera, Marimbondo e Itaipu, sendo esta a última represa em território brasileiro. A partir da foz do rio Iguaçu, onde deixa o território brasileiro, passa a ser o limite entre Argentina e Paraguai, sendo totalmente argentino a partir da confluência com o rio Paraguai, até o rio da Prata, onde desagua. Com os rios Paraguai e Uruguai forma a grande bacia do rio da Prata.

Foto de capa: Rodrigo Soldon.

Por que o rio Paraná é comparado ao mar?

Por que o rio Paraná é comparado ao mar? Etimologia.A etimologia do termo Paraná (ou Paranã) baseia-se na descrição de Teodoro Sampaio, em 1901, quando definiu ser de origem tupi-guarani, para + nã, significando etimologia do termo Paraná (ou Paranã) baseia-se na descrição de Teodoro Sampaio, em 1901, quando definiu ser de origem tupi-guarani, para + nã, significando o que é semelhante ao mar.

Rio de planalto. O rio Paraná é tipicamente de planalto, sendo formado pela confluência dos rios Paranaíba (que nasce em Goiás), a uns 10 km ao nordeste da cidade de Aparecida do Tabuado, e o Grande (cujas cabeceiras ficam na serra da Mantiqueira, em Minas Gerais); daí até o ponto extremo de Mato Grosso do Sul que faz divisa com São Paulo e Paraná. Sua extensão total é de pouco mais de 4.200 km até desaguar no oceano Atlântico, no estuário do Prata; em Mato Grosso do Sul percorre em torno de 600 km. É o principal rio da bacia do mesmo nome e recebe muitos afluentes de Mato Grosso do Sul, como Sucuriú, Verde, Taquaruçu, Ivinhema, Iguatemi, entre outros de menor proporção.

Usinas hidrelétricas. Por ser rio de planalto, foi possível a construção de várias unidades geradoras de energia elétrica no rio Paraná. Nele se encontram as hidrelétricas de Ilha Solteira, e Engenheiro Sousa Dias, conhecida por Jupiá, (ambas fazem parte do complexo de Urubupungá); e Engenheiro Sérgio Mota, conhecida como usina Primavera; na fronteira do Brasil com a República do Paraguai (no estado do Paraná) está a usina hidrelétrica de Itaipu, cuja construção fez desaparecer o salto das Sete Quedas, e na fronteira entre a Argentina e o Paraguai há a usina hidrelétrica Yaceretá.

Alterações após 2001. Após 2001, com o funcionamento da usina hidrelétrica Engenheiro Sérgio Mota, criou-se uma represa a montante do rio, alcançando várias ilhas (total de 44), deixando-as submersas, podendo surgir em época de estiagens prolongadas. Além disso, “nasceram” novas ilhas e foram formados muitos bancos de areia. Além das ilhas, vários cursos d’água tiveram o mesmo destino.

Rio já era navegado e bem conhecido durante século 17. Historicamente, no início do século 17, o rio Paraná já era bastante navegado e, portanto, conhecido, a ponto de se registrarem seus principais afluentes, alguns com o nome atual (como o Verde) e outros, como o Sucuriú, com outros nomes. Taunay cita que em 1628, Céspedes e Xeria teria denominado o rio Paraná com o nome de “rio de La Plata”. No século seguinte ficou mais conhecido como rio Grande. Rota das monções. Foi importante no desenvolvimento da rota das monções. O rio Paraná foi a principal via de navegação para se chegar aos rincões do então Mato Grosso. Conforme relatório de 11 de setembro de 1856, Antônio Joaquim Ribas, deputado e advogado influente na sistematização da parte geral do direito civil brasileiro, já apontava o obstáculo representado por Jupiá, posto que é grande recife de pedra, que se estende de uma margem à outra, deixando apenas um estreito canal por onde as águas se precipitam em redemoinho. Nesse local, hoje, localiza-se a usina hidrelétrica de Jupiá, no município de Três Lagoas, na divisa com o estado de São Paulo. Outro obstáculo no rio Paraná era representado pelo salto de Urubupungá, próximo da foz do rio Tietê (rio paulista), no limite entre os atuais municípios de Selvíria e Aparecida do Tabuado. No relatório de 1856, o aludido deputado ainda alertava sobre o perigo de se navegar à noite devido à multidão de ilhas então existentes no curso do rio Paraná.

As ilhas submersas e a poesia. Hoje, muitas dessas ilhas foram submersas pelas águas das represas das usinas que formam o complexo de Urubupungá, como poetizou Aldo de Queiroz, em 1974, em que o homem realizando história legou Urubupungá ao passado. Francisco Leal de Queiroz, o Queirozinho, também dedicou um poema ao rio Paraná, pois com o seu destino de fazer história pátria, no seu dorso conduziu as canoas bandeirantes. Agora é luz, é energia, é paladino da grandeza do Brasil. Neste poema (A assembleia das garças, de 1967), Leal de Queiroz arremata que a assembleia das garças sempre enfeitaram os domínios daquelas margens. O progresso do país decretou urgentemente o aproveitamento do salto de Urubupungá. E ao barrarem as águas para armarem as máquinas de fazer a energia elétrica, elas irão umedecer até perto do espigão... Choupanas de pescadores, recanto de veraneio, fazendas abertas com sacrifício insano, tudo vai ser esganado pelo peso indômito da água represada.

Fonte: MENECOZI, Arnaldo Rodrigues. A partir do nome, Paraná é comparado com o mar. Campo Grande, MS: O Estado, 21 mar. 2015, p. C7.

Que lugar nasce o rio Paraná?

O rio Paraná é tipicamente de planalto, sendo formado pela confluência dos rios Paranaíba (que nasce em Goiás), a uns 10 km ao nordeste da cidade de Aparecida do Tabuado, e o Grande (cujas cabeceiras ficam na serra da Mantiqueira, em Minas Gerais); daí até o ponto extremo de Mato Grosso do Sul que faz divisa com São ...

Como nasce o rio Paraná?

Sua nascente fica na confluência dos rios Paranaíba e rio Grande, na região de divisa entre os estados de São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Ao correr para a região oeste, ele cria uma divisa natural entre a Argentina e o Paraguai.

Onde nasce o rio?

Nascente: é o local onde a água subterrânea atinge a superfície, dando origem a um curso d'água.

Qual rio faz divisa com Paraná e São Paulo?

O rio Paranapanema, das nascentes até a foz do rio Itararé, corre em território paulista; a jusante deste ponto, faz fronteira entre os estados do Paraná e de São Paulo. A declividade média total do rio Paranapanema, desde suas nascentes até a desembocadura no rio Paraná é de 61 centímetros por quilômetro.