Pessoas que foram quase mortas por quê

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Pessoas que foram quase mortas por quê

Reprodução Twitter

Autoridades americanas encontraram na noite desta segunda-feira (27) 46 pessoas mortas empilhadas dentro da carreta de um caminhão na cidade de San Antonio, no Texas.

Na mesma carreta, também foram salvas 16 pessoas, dentre elas quatro crianças. Segundo os bombeiros, não há crianças entre os mortos.

A imprensa americana sugere que as vítimas sejam imigrantes trazidos aos EUA por comboios ilegais comandados pelos “coiotes”.

Dentre todas as 62 pessoas encontradas na carreta, as autoridades informaram ter confirmado a nacionalidade de duas, ambas resgatadas com vida, que são nacionais da Guatemala, na América Central.

A cidade de San Antonio, no sudoeste do Texas, está a apenas 250 km da fronteira com o México.

Três pessoas já foram detidas sob suspeita de participação no caso.

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Um outro desastre climático atingiu a região serrana do Rio de Janeiro em 11 de janeiro de 2011. Foram 918 mortos e 100 desaparecidos. Aproximadamente 35 mil pessoas perderam suas casas ou tiveram que sair por conta do risco de desabamento.

O município mais atingido foi Nova Friburgo com 451 mortes. Teresópolis, Petrópolis, Sumidouro e São José do Vale do Rio Preto também foram afetados. Além de deslizamentos, rios também transbordaram. Casas, comércios, pontes e ruas ficaram destruídas.

Uma das cenas mais impactantes aconteceu no município de São José do Vale do Rio Preto. Na imagens uma mulher aparecia na laje de uma casa segurando cachorros. O entorno era de destruição. Ao redor do imóvel, uma forte correnteza de água e lama deixava um rastro de destruição. A mulher foi resgatada com uma corda segundos antes de a casa desabar.

De acordo com o especialista em drenagem urbana e professor da Escola Politécnica da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Matheus Martins, a chuva que atingiu Petrópolis nesta terça-feira (15) teve um volume semelhante a dos eventos de 2011 na região serrana.

“O pico da chuva que atingiu Petrópolis na tarde de terça-feira no posto do Alto da Serra, teve um intensidade máxima de 199,2 mm/h. Foram quatro horas de chuva. Em Nova Friburgo Friburgo, em 2011, choveu 281,6 mm em oito horas, no Posto Ypu. A intensidade máxima registrada foi de 88 mm/h no posto Olaria. Na chuva de Petrópolis de terça-feira o pico foi de 200 milímetros por hora, enquanto em 2011 o pico máximo foi de 90 milímetros”, explicou.

O professor ainda disse que diferente de 2011, a chuva foi concentrada em uma área da cidade,o que provocou estragos ainda maiores.

“A chuva de ontem foi atípica. Foi uma ocorrência muito rara. Muito mais forte do que Petrópolis está acostumada. Foi uma chuva mais localizada ali no entorno do Centro. Não como a de 2011 que foi em vários municípios. E ela encontrou um solo seco. Diferente de em 2011 que o solo já estava úmido. O mês de dezembro já tinha sido com chuvas maiores. O solo mais saturado possibilidade maiores chances de acontecer deslizamento.”

Ele também destaca que Petrópolis está localizada em uma região bastante úmida que chove acima da média de outros pontos do Rio de Janeiro e que a formação da cidade também influencia nesses eventos.

“A topografia é bem propícia a esse tipo de evento. Uma inundação rápida com alta velocidade. O que chamamos de enxurrada”, disse Martins.

Chuvas também fizeram vítimas na costa verde

No dia 31 de dezembro de 2009, 53 pessoas morreram depois que fortes chuvas atingiram a cidade de Angra dos Reis, na região do Estado conhecida como costa verde. Na Enseada do Bananal, que fica na Ilha Grande, uma pousada foi soterrada. A maior parte dos deslizamentos aconteceu durante a madrugada.

Cerca de 80 bombeiros trabalharam no resgate. A chuva que atingiu Angra, entre os dias 31 de dezembro e 1 de janeiro, foi apontada por especialistas como o maior volume de água em 24 horas dos últimos 10 anos anteriores a tragédia. Segundo dados do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), foram 142,9 mm de água, um volume normalmente registrado em um mês.

Ainda de acordo com o especialista Matheus Martins, na tragédia de Angra as chuvas e o tipo de solo contribuíram com a situação.

“Apesar de ser uma encosta com vegetação, tem um solo bem característico da mata Atlântica. É um solo raso, alguns metros de profundidade até a rocha. Em solo raso quando a água satura a terra escorre por cima da rocha causando o deslizamento”, explicou.

Niterói: 48 mortos no morro do Bumba

Em 7 de abril de 2010, 48 pessoas morreram em um deslizamento de terra no morro do Bumba, favela localizada em Niterói. A tragédia deixou mais de 200 pessoas desaparecidas. Cerca de 3.000 pessoas foram atingidas pelo desastre. Pelo menos 300 bombeiros participaram do trabalho de resgate.

As casas foram construídas em cima de um antigo lixão desativado em 1982. Cerca de 200 imóveis foram construídos no local. O risco de deslizamentos na região já havia sido sinalizado por pesquisadores desde 2004. De acordo com Martins, no morro do Bumba as chuvas também saturaram o solo.

“No Bumba choveu bastante por mais de um dia. Teve a questão do solo ser um aterro, que tinha uma estabilidade menor.”

Monitoramento e sirenes

Algumas áreas de risco já possuem monitoramento e sirenes que são acionadas em caso de chuva forte, como explicou o especialista.

‘Para as cidades enfrentarem esse tipo de chuva a melhor coisa a se fazer é tentar evitar áreas de risco, ou seja tentar evitar regiões próximas a rios, encostas. Fazer um monitoramento e um sistema de alerta para as regiões de maior risco onde já tem ocupação consolidada. Monitoramento com pluviômetros e o sistema de alarme a partir do volume contabilizado. Na questão da inundação o alerta também é importante. Entretanto é mais difícil monitorar uma enxurrada porque ela é muito repentina. É como se fosse uma tromba d’água que a gente vê em uma cachoeira”, disse Martins.

Fotos – Chuvas causam destruição em Petrópolis

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    Veículos arrastados pela enchente que atingiu o município de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira, 16.

    Crédito: Foto: Estadão Conteúdo

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    Destruição causada pela chuva na localidade de Alto da Serra, no município de Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira, 16.

    Crédito: Foto: Estadão Conteúdo

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    Destruição causada pela chuva no município de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira, 16.

    Crédito: Foto: Lucas Lamela

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    Destruição causada pela chuva na localidade de Alto da Serra, no município de Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira, 16.

    Crédito: Foto: Estadão Conteúdo

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    Destruição causada pela chuva na localidade de Alto da Serra, no município de Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira, 16.

    Crédito: Foto: Estadão Conteúdo

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    Funcionários trabalham para retirar lama de suas lojas na Rua Washington Luiz, no caminho do centro histórico da cidade de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira, 16.

    Crédito: Foto: Estadão Conteúdo

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    Destruição causada pela chuva no município de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira, 16.

    Crédito: Foto: Estadão Conteúdo

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    Veículo arrastado pela enchente é visto no Rio Quintadinha, na Rua Washington Luiz, no caminho do centro histórico de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira, 16.

    Crédito: Foto: Estadão Conteúdo

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    Veículo arrastado pela enchente que atingiu o município de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira, 16.

    Crédito: Foto: Estadão Conteúdo

  • Pessoas que foram quase mortas por quê

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    Destruição causada pela chuva no Centro Histórico de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira, 16.

    Crédito: Foto: Estadão Conteúdo

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    Cidade de Petrópolis (RJ) foi atingida por fortes chuvas na noite desta terça-feira (15)

    Crédito: ESTADÃO CONTEÚDO

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    Diversas ruas da cidade foram alagadas e veículos foram arratados pela água

    Crédito: Gabrielle Ravasco

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    Muitos locais da cidade estão cobertos de água das chuvas e lama

    Crédito: Gabrielle Ravasco

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    A força das chuvas foi o suficiente para arrastar veículos no centro de Petrópolis

    Crédito: Gabrielle Ravasco

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    Veículos amontoados após inundações na cidade

    Crédito: Gabrielle Ravasco

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    Dois ônibus são arrastados em Petrópolis após as fortes chuvas

    Crédito: Cleber Rodrigues/CNN

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    Carro submerso em rio depois de fortes chuvas em Petrópolis, RJ

    Crédito: Ricardo Moraes/Reuters (16.fev.2022)

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    Árvores caídas e carros destruídos pelas chuvas em Petrópolis (RJ)

    Crédito: Carlos Elias Junior/FotoArena/Estadão Conteúdo

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    Ministério da Saúde calcula destruição de locais de atendimento à população em Petrópolis

    Crédito: Tânia Rêgo/Agência Brasil

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    Casa e carro são destruídos pelas fortes chuvas em Petrópolis (RJ)

    Crédito: Carlos Elias Júnior/FotoArena/Estadão Conteúdo (17.fev.2022)

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    Trabalhos das equipes de resgate em Petrópolis (RJ)

    Crédito: Cleber Rodrigues/CNN (17.fev.2022)