Por que é importante valorizar é preservar o patrimônio histórico cultural de um povo?

O património cultural é um conjunto de bens, materiais e imateriais, que são considerados de interesse público e coletivo, relevantes para a perpetuação no tempo. O património faz-nos viajar pelo passado, recordando-o; constitui uma manifestação, um testemunho, uma invocação, uma convocatória do passado. Tem, portanto, a função de (re)memorar acontecimentos mais importantes; daí a relação com o conceito de memória social.

Uma das preocupações atuais da sociedade é proceder à preservação do património cultural e memória social, com vista à construção da identidade de um povo. Compete-nos a todos nós salvaguardar o património coletivo, sendo também agentes ativos na construção do saber, registando as nossas tradições individuais e familiares, em prol da sociedade vindoura. O que fazemos no nosso presente deve ser efetivamente registado para mais tarde ser relembrado. Conhecendo a nossa cultura, compreenderemos a importância de mantê-la viva na memória, protegê-la e valorizá-la, como forma de preservar o que somos, as nossas características, a nossa identidade.

A verdadeira identidade de um povo está na sua cultura. Conhecer e valorizar a nossa cultura são auto-afirmações do que somos. A identidade de um povo contrói-se através de todas as manifestações humanas, das várias linguagens e representações artísticas e práticas sociais. A cultura popular contribui fortemente para a identidade de um povo.Somos possuidores de uma identidade ou de várias identidades?

Na verdade, existe em todas as sociedades, uma enorme variedade de identidades distribuídas por género, idade, raça, etnias, religião, entre outras. A identidade implica um sentimento de pertença a um determinado grupo étnico, cultural, religioso, de acordo com a perceção da diferença e da semelhança entre o “eu” e o “outro”, “nós” e os “outros”.

É importante valorizar a cultura. Damos neste texto especial destaque à cultura popular, presente também na literatura, nas artes plásticas, na arquitetura, na gastronomia, na música, dança, entre outras. Foi através da cultura popular que pesquisas antropológicas e sociológicas chegaram a diversas características dos nossos antepassados. A grande maioria da cultura popular é transmitida oralmente, dos elementos mais velhos da sociedade para os mais novos. Surgiu graças à interação contínua entre pessoas de regiões diferentes e à necessidade do ser humano de se enquadrar no seu ambiente envolvente. A cultura popular é influenciada pelas crenças do povo e é formada graças ao contato entre indivíduos de certas regiões.

Em Braga, entre maio e junho de cada ano, respira-se precisamente muito a cultura popular que vingou nos registos documentais da História e da memória coletiva. Braga Romana e festas de S. João de Braga são atualmente grandes manifestações culturais, artísticas e sociais que reavivam a cultura popular e ajudam a perpetuá-la junto dos mais novos.

Preservar o património histórico, cultural, social e a identidade de um povo é uma missão subjacente à área da Documentação, aos Arquivos, Bibliotecas e Museus. Pode-se dizer que bibliotecários, arquivistas, museólogos, historiadores, arqueólogos entre outros profissionais partilham da ideia de que preservar é preciso, saber é obrigação. Associa o património às questões memoralistas e identitárias. Os patrimónios documentais e museológicos diligenciam pelo passado, presente e futuro do Homem.

O homem sonha acordado;
Sonhando a vida percorre…
E desse sonho dourado
Só acorda, quando morre!
António Aleixo

Na noite do dia 2 de setembro de 2018, o fogo começava a consumir as estruturas e o acervo do maior museu de história natural e antropológica da América Latina: o Museu Nacional, no Rio de Janeiro.

Mais do que abrigar uma insubstituível coleção de itens que contavam a história do Brasil e do mundo, o próprio prédio tinha enorme valor histórico: nele se instalou a família real portuguesa quando aqui desembarcou, em 1808, fugindo das tropas napoleônicas.

As causas do incêndio ainda não foram divulgadas, mas de lá para cá governo federal e UFRJ (responsável pela administração do museu) trocaram acusações e o Ministério Público Federal pediu a interdição imediata de seis outros museus federais do Rio de Janeiro, até que eles adotem medidas de prevenção contra incêndios.

Anunciou-se a liberação de milhões para a reconstrução do Museu Nacional, mas o maior legado que a tragédia poderia proporcionar aos brasileiros seria a disseminação de uma mentalidade de preocupação real com a preservação do patrimônio histórico. Para que ações paliativas não fossem necessárias.

O que é patrimônio histórico?

Patrimônio histórico é um termo usado para se referir a bens naturais e físicos que contribuem para um maior entendimento e apreciação da riqueza histórica e cultural de uma nação. O que inclui sítios arqueológicos, ruínas, prédios, praças, monumentos, templos religiosos e outros.

No Brasil, o patrimônio histórico é protegido pelo Decreto-Lei Nº 25, de 1937, que em seu primeiro artigo o define da seguinte maneira (com a redação da época):

“Art. 1º Constitue o patrimônio histórico e artístico nacional o conjunto dos bens móveis e imóveis existentes no país e cuja conservação seja de interêsse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico.”

Por que é importante valorizar é preservar o patrimônio histórico cultural de um povo?
Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto-(MG), é um exemplo de patrimônio histórico brasileiro. Foto: Antonio Correa

Por que é importante preservá-lo?

Parte da resposta está no trecho de lei que acabamos de transcrever. Segundo o artigo, a conservação é de interesse público pela sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil e “por seu excepcional valor arqueológico, etnográfico, bibliográfico ou artístico”.

Além de ajudar a montar o quebra-cabeça da história, o patrimônio histórico está repleto de informações sobre tradições e saberes da cultura de um povo e é importante fonte de pesquisa para diversas áreas do conhecimento.

Quem não tem o menor interesse nisso tudo ainda pode estar tentando entender qual a utilidade em preservar um prédio antigo como o do Museu Nacional, um palacete da primeira década do século 19.

Para esses, vale citar o velho chavão: “povo que não conhece a sua história está condenado a repeti-la”. A repetição, nesse caso, é no mau sentido, de passar novamente por episódios negativos que ocorreram no passado.

Em vez de esquecer, relembrar para não permitir que aquilo se repita. É por isso que, na Alemanha, a memória do nazismo, uma página negra na história do país, é tão preservada.

Há motivos mais concretos e imediatos para desejar a preservação de nosso patrimônio histórico: o principal é a qualidade de vida. Estamos falando de bens intimamente relacionados com a identidade do local e que, por isso, ajudam a construir em nós uma sensação de pertencimento, muito importante em um mundo cada vez mais homogêneo.

Isso tudo sem contar na beleza insuperável que a maioria das construções antigas possui. Veja, abaixo, a foto do Theatro São Pedro, de Porto Alegre, um prédio concluído em 1858, e diga se não é uma construção digna de uma demorada contemplação.

Por que é importante valorizar é preservar o patrimônio histórico cultural de um povo?
Theatro São Pedro, em Porto Alegre. Foto: Cristina Gehlen

O aspecto estético, às vezes mais que os aspectos cultural e histórico, também fomentam o turismo. Sem as ruas e casas bem preservadas do centro histórico de Ouro Preto e do Pelourinho, em Salvador, será que esses seriam destinos turísticos tão visitados?

Restaurando um prédio histórico

A estrutura já se deteriorou. O tempo passou e os responsáveis por conservar o patrimônio histórico não fizeram seu trabalho. E agora? Além de lamentar e apontar dedos para os culpados, há muitos casos em que vale a pena investir na restauração.

Esse é um processo que precisa ser feito por pessoas especializadas, com muita responsabilidade e cuidado, e sem interferir nas características da obra original. Na medida do possível, devem ser utilizados os mesmos métodos construtivos e materiais da época em que a construção foi feita.

Em seu blog, a empresa canadense Heather & Little, especializada na restauração de construções históricas, listou quais considera os cinco principais desafios nesse trabalho:

  1. Não provocar danos irreparáveis ao patrimônio enquanto o restaura;
  2. Avaliar quando o ideal é substituir e não Remendar;
  3. Não fazer acréscimos inadequados no prédio;
  4. Atender ou superar normas modernas de construção sem arruinar o prédio;
  5. Encontrar uma equipe de restauração que fará o trabalho direito.

Alguns podem perguntar como fica a questão ambiental. Com a necessidade de construções mais sustentáveis, prédios antigos ainda têm espaço em nossas cidades?

No Brasil, muitas casas antigas eram feitas com terra e tinham pés-direitos altos, características que beneficiam a circulação do ar e a manutenção de uma temperatura agradável em meio ao verão tropical. Exige-se muito menos do ar condicionado, portanto.

Sem contar que, demolindo um prédio para construir outro, há um impacto ambiental enorme, com geração de resíduos que serão descartados na natureza e gastos com energia, transporte, materiais e ferramentas para a construção.

E quanto ao dinheiro, o que é mais barato? Pode até acontecer de uma restauração ser tão complexa que custa mais dinheiro do que destruir a construção e fazer uma nova. Mas e o valor histórico e cultural do qual falamos antes, será que não deveria entrar nessa conta?

Para quem se preocupa tanto com o dinheiro, uma coisa é certa: os esforços constantes para a conservação, uma ação preventiva, custam dezenas de vezes menos que a restauração ou que construir uma obra nova no local. E ainda preserva melhor as características originais.

Que tal, então, começar a se preocupar mais com o impacto positivo de prezar pelo patrimônio histórico da sua rua, bairro, cidade e país?

Se você ficou com alguma dúvida ou sugestão sobre o tema, deixe um comentário abaixo. Gostou do artigo? Compartilhe com seus amigos nas redes sociais 🙂

Por que é importante valorizar é preservar o patrimônio histórico cultural de um povo?

Além de ajudar a montar o quebra-cabeça da história, o patrimônio histórico está repleto de informações sobre tradições e saberes da cultura de um povo e é importante fonte de pesquisa para diversas áreas do conhecimento.

Qual é a importância da preservação do patrimônio histórico?

O Patrimônio Histórico é algo que faz parte da identidade de uma sociedade quanto aos costumes, às características e ao comportamento das pessoas que fazem parte desta estrutura. Além disso, também é um registro importante para a posterioridade.

Qual a importância da valorização do patrimônio histórico

Os prédios históricos refletem as características sobre a história do local e o modo de vida de seus habitantes. A destruição destes simboliza o esquecimento de parte da nossa identidade cultura.

Qual é a importância do patrimônio cultural?

O patrimônio cultural é composto por monumentos, conjuntos de construções e sítios arqueológicos, de fundamental importância para a memória, a identidade e a criatividade dos povos e a riqueza das culturas.