Por que podemos dizer que o autor o centrismo representa uma postura etnocêntrica?

O eurocentrismo é uma visão de mundo centrada em valores europeus, colonizadores ou racistas. Assim, esse conceito descreve o processo em que a Europa se constitui como o centro de poder no mundo, principalmente com a colonização. Contudo, mesmo após o fim do período colonial, muitos aspectos sociais continuam eurocêntricos. Entenda mais a seguir.

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O eurocentrismo na história

Os importantes marcos do início do eurocentrismo são a colonização, a construção das Américas e o capitalismo moderno. A partir desses processos, países da Europa impuseram ao resto do mundo a sua cultura, sua economia e seu poder militar.

Com isso, a própria História passa a ser contada a partir de uma visão eurocêntrica. Por exemplo, é comum ouvirmos que europeus “descobriram” o continente americano. Inclusive, o nome “América” advém de Américo Vespúcio, um explorador italiano que supostamente teria chegado primeiro ao continente.

Entretanto, o continente não foi descoberto pelos europeus – ele já era habitado por uma diversidade de sociedades. Certamente, a descoberta foi uma novidade somente para os próprios europeus que, na verdade, invadiram e impuseram seu poder às populações locais.

Mais tarde, emergiam também na Europa as ideologias racistas. A partir do racismo, líderes e intelectuais europeus classificaram o mundo conforme sua própria medida (ou seja, eurocêntrica): a espécie humana seria dividida entre brancos, negros, vermelhos e amarelos.

Nessa formulação racista, os brancos seriam a raça superior, enquanto as demais seriam de algum modo consideradas inferiores. A essa altura, é possível notar como foram vários os processos necessários para que uma visão eurocêntrica se impusesse no mundo todo.

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Eurocentrismo no Brasil

Mesmo após a colonização, o Brasil esteve mergulhado em concepções eurocêntricas. A própria ideia de “nação” foi em grande parte trazida da Europa. Nossa bandeira nacional, por exemplo, contém o escrito “Ordem e Progresso”, que tem como inspiração o positivismo europeu.

Em uma obra clássica do escritor Lima Barreto, Triste Fim de Policarpo Quaresma, é narrada a história que mostra as contradições de uma nação brasileira que quer se modernizar – no modelo europeu –, mas ignora os seus diversos problemas sociais e suas origens.

Eurocentrismo e a África

A África é um vasto continente que abriga diversas etnias e sociedades. O Brasil, que é o país que possui o maior número de pessoas negras fora do continente africano, foi formado com a contribuição dessas culturas.

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Entretanto, basta conferir os conteúdos escolares no Brasil: a história que aprendemos é majoritariamente europeia, e pouco africana. Essa conformação do currículo mostra como o centro de poder continua sendo a Europa, que se torna conhecida todos os anos.

Por essa razão, surgiram legislações como a Lei 10.639/2003, que buscam corrigir esse problema nas escolas. Nessa lei, torna-se obrigatório o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana nas instituições escolares.

Eurocentrismo e a filosofia

Assim como outras disciplinas, a filosofia que conhecemos está bastante centrada em reflexões feitas por filósofos ocidentais. Certamente, isso não invalida ou diminui qualquer pensamento desenvolvido por esses autores. Todavia, podemos ampliar nossa percepção.

Por exemplo, a narrativa tradicional da história ocidental é que a filosofia teria surgido na Grécia, no séc. VI a.C. Contudo, há registros atuais que mostram que um pensamento filosófico também existia em outros lugares, como no continente africano.

Eurocentrismo e etnocentrismo

O etnocentrismo é uma atitude de considerar sua própria cultura como superior ou melhor, inferiorizando as demais. Ou seja, é ter no seu centro de referência apenas a sua cultura.

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Decerto, essa é uma definição parecida com o eurocentrismo: a postura de ter os valores europeus, principalmente aqueles ligados à história da colonização e do racismo, como o seu centro de referência e verdade.

Portanto, é possível dizer que o eurocentrismo é um etnocentrismo. Entretanto, ele não é qualquer atitude etnocêntrica: o olhar eurocêntrico foi responsável por diversas violências e está relacionado com muitas desigualdades sociais.

O eurocentrismo nos mapas

Embora um pouco achatada e com irregularidades, o planeta Terra tem um formato esférico. Isso quer dizer que não há uma referência absoluta de “embaixo” ou “em cima” que pudesse ser aplicada em qualquer mapa mundial.

Sendo assim, o modelo clássico de mapa-múndi que conhecemos é arbitrário. Em outras palavras, ele pode ser de outra forma – desenhado de “ponta-cabeça”, por exemplo. Entretanto, o mapa que se popularizou globalmente é aquele que possui a Europa em seu centro.

De fato, os mapas considerados “oficiais” e que foram adotados no mundo todo foram aqueles produzidos na Europa, colocando esse continente como o centro do globo. Apesar de existirem outros modelos, é esse que se mantêm sem questionamentos.

Vídeos sobre a visão de mundo eurocêntrica

Neste ponto, é possível notar como o eurocentrismo está presente nos mais variados aspectos do nosso cotidiano. A seguir, confira vídeos que podem ajudar a ampliar o assunto e fazer perceber essas sutilezas:

O que é eurocentrismo

Se ainda restaram dúvidas, confira uma revisão sobre o que é o eurocentrismo e a importância desse conceito.

Sobre o colonialismo

O fenômeno mais importante que explica e contextualiza o eurocentrismo é o colonialismo. Assim, veja uma explicação ampliada desse tema.

Uma visão eurocêntrica é etnocêntrica?

O etnocentrismo abarca as posturas que privilegiam a própria cultura ao invés das outras. Logo, o olhar eurocêntrico é sempre também etnocêntrico. Entenda mais neste vídeo.

O contraponto: a decolonialidade

O debate sobre os problemas do eurocentrismo já está bastante avançado atualmente. Portanto, confira uma discussão sobre uma atitude oposta àquela eurocêntrica: a decolonialidade.

Como a História pode ser eurocêntrica

Existem muitas histórias humanas em todo o mundo. Todavia, elas podem mudar a depender da perspectiva de quem conta. Assim, entenda sobre como o eurocentrismo influencia a História.

O eurocentrismo é um conceito importante para analisarmos diversos problemas sociais que enfrentamos atualmente. Assim, não deixe de conferir outros debates imprescindíveis para pensar sobre os efeitos da colonização e da visão eurocêntrica no mundo todo, como o do etnocentrismo.

Referências

Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina – Aníbal Quijano;

Repensando o eurocentrismo como legado imposto: constituição da historicidade da monoculturalidade no ambiente escolar – Luiz Carlos Kanigoski.

Por que podemos dizer que o que o eurocentrismo representa uma postura etnocêntrica?

3) - O eurocentrismo defende a ideia de que só tem valor a cultura europeia e quem nasce na Europa e o etnocentrismo significa acreditar que sua cultura é melhor que a dos outros.

O que representa uma postura etnocêntrica?

O etnocentrismo é a visão preconceituosa e unilateralmente formada sobre outros povos, culturas, religiões e etnias. Esse conceito refere-se, portanto, ao hábito de julgar inferior uma cultura diferente da sua própria cultura, considerando absurdo tudo que dela deriva e considerando a sua como a única correta.

Como podemos identificar as ideias etnocêntricas?

Ideias Etnocêntricas podem ser identificadas quando um indivíduo tem atitudes que aflora sua percepção sobre o seu grupo étnico ou cultura como mais importante do que as demais culturas e grupos do seu meio de convívio. Isso pode acarretar em atitudes negativas com agressão, intolerância, impaciência.

Por que o etnocentrismo é uma postura que deve ser evitada?

Assim, o pensamento etnocêntrico torna-se um perigo quando inculca ideias de superioridade racial e cultural. Isso porque ele coloca um grupo étnico no centro de tudo, limitando ou impedindo qualquer outra possibilidade de existência.