Porque a fala de Haroldo no último quadrinho provoca o efeito de humor?

77 Da ob s erv aç ã o para a teoria 77 Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. As histórias em quadrinhos, em geral, têm o objetivo de divertir o leitor por meio de narrativas engraçadas ou aventuras de heróis. Elas também podem ter uma função didática, quando são usadas para transmitir ensinamentos (como ocorre em material que divulga campanhas de vacinação, por exemplo) ou estimular reflexões. Muitas HQs têm publicação diária ou semanal e circulam inicialmente em jornais, revistas e sites. Depois, podem ser transformadas em livros, como ocorreu com as tiras de Fernando Gonsales. REPRODUÇÃO 3 Observe o uso da linguagem não verbal nos quadrinhos. a) O que as linhas que aparecem junto do coelhinho da Mônica no segundo quadrinho indicam? b) Em que outro quadrinho foi empregado um recurso semelhante? Descreva-o e explique a ideia que ele traduz. c) Observe agora a expressão facial e corporal de Mônica. Que sentimentos ela revela no quarto quadrinho? E no quinto? Como eles foram expressos? d) Que sentimento é revelado pela expressão de Cebolinha nos dois quadrinhos finais? e) No terceiro quadrinho, que recurso da tirinha demonstra que Cebolinha sente dor? 4 A maioria das HQs apresenta cenário simplificado e personagens desenhados com traços básicos. a) Onde estão os personagens? b) Como esse ambiente foi representado? 5 Em alguns quadrinhos foram usadas onomatopeias. a) Transcreva as onomatopeias. b) Que sons elas sugerem? 6 O enquadramento é um recurso importante para os quadrinistas. a) No segundo quadrinho, o enquadramento permite ver apenas Cebolinha e o coelhinho. O leitor consegue saber o que está se passando? Por quê? b) No sexto quadrinho, o enquadramento mostra Mônica, Cebolinha e o cartaz. O leitor consegue perceber claramente o que está acontecendo? Justifique. c) Descreva agora o enquadramento do último quadro e identifique o efeito dele. 7 Tanto a HQ de Fernando Gonsales quanto a de Samanta Flôor comunicam-se com obras de outros artistas. a) Elas podem ser consideradas imitações? Explique sua resposta. b) É comum sentirmos prazer quando percebemos que a obra que estamos conhecendo conversa com outra e que fomos capazes de reconhecer isso. Você já viveu essa experiência? Conte como foi. As onomatopeias são representações de sons ou ruídos do ambiente, como bum! para representar um estouro ou nhac! para indicar uma mordida. Lembra? 3a. As linhas indicam o movimento realizado, sugerindo que o coelhinho foi arremessado. 3b. No quadrinho 8, as linhas em espiral sugerem que Mônica está girando o coelhinho. 3c. No quarto quadrinho, a expressão de Mônica revela surpresa, expressa pelos olhos arregalados, a boca aberta e o corpo inclinado para a frente. No quinto, revela constrangimento, vergonha, expressos pela cabeça baixa e pelos olhos voltados para o chão. Medo. O desenho de uma estrelinha e da mão de Cebolinha Em uma área externa, com casas ao redor. Com um contorno que representa janela, paredes e telhado de casas, nuvens no céu e grama no chão. Pimba!; flop! Pimba!: pancada; flop!: cartaz se soltando. Provavelmente consegue, já que o fato de Mônica dar “coelhadas” quando irritada é bastante conhecido pelos leitores. passando? Por quê? No sexto quadrinho, o enquadramento mostra Mônica, Cebolinha Sim, o leitor vê que um cartaz cai no rosto de Cebolinha. no local atingido pelo coelhinho. 7a. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos constatem que não, reconhecendo que há uma apropriação marcada por modificações que indicam autoria. 7b. Resposta pessoal. 6c. O quadrinho apresenta um enquadramento maior que o das cenas anteriores. É nele que o leitor consegue enxergar o muro com a homenagem a Mauricio de Sousa e, ao mesmo tempo, o que Cebolinha havia escrito para importunar Mônica. Seu efeito é de surpresa. Questão 7b – Ao longo da coleção, voltaremos ao tema intertextualidade. Nesse momento sugerimos que haja uma sensibilização. Você pode mostrar aos alunos o vídeo Pixar Easter Eggs (procure-o em fontes confiáveis da internet. Comente com os alunos que também há HQs já pensadas em forma de livros, como novelas gráficas (graphic novels) ou romances literários adaptados para quadrinhos. 78 78 Você vai ler agora uma HQ eletrônica ou webcomic, gênero textual que alia características da HQ impressa – balões, quadros e ilustrações – a recursos da esfera digital – imagens que se alteram conforme a navegação, inserção de trilha sonora, uso de links externos. Bear conta a história de Raven, uma garotinha que se perde de seus familiares e sai à procura deles com um amigo que acabou de fazer, um grande urso-pardo. A narrativa foi publicada semanalmente em 2013, no blog da autora. Leia, a seguir, alguns trechos dessa narrativa, veja os comentários nos boxes e responda a algumas perguntas. Comece com o momento em que Raven conhece seu amigo. © BIANCA PINHEIRO Chamamos de texto multissemiótico aquele que articula várias linguagens (ou semioses): linguagem verbal escrita ou falada, sons, imagens (estáticas ou em movimento), elementos gráficos (tipos e cores de letras, setas, balões de fala), disposição das palavras no papel etc. Sabia? A HQ eletrônica A HQ eletrônica CG: 1, 2, 3, 4, 5 CEL: 1, 2, 3, 6 CELP: 1, 6, 7, 8, 10 Habilidades: EF67LP01, EF67LP28, EF69LP05, EF69LP54 Com as novas ferramentas da internet, a HQ tem ultrapassado o universo do impresso para se introduzir no digital. Nestas páginas especiais, o aluno encontrará partes de uma HQ eletrônica e poderá ampliar seu letramento ao considerar alguns dos recursos mobilizados para a construção delas: sobreposição de imagens, sincronização de linguagens, complementação com efeitos sonoros etc., aspectos citados na EF89LP07 para tratar de outros gêneros do campo jornalístico-midiático. A mobilização de práticas da cultura digital é o elemento central da CELP 10. Se possível, acesse com os alunos o site da HQ (Disponível em: . Acesso em: 12 jun. 2018). As perguntas podem ser respondidas de forma oral e coletiva. 79 79 Olá, senhor! © BIANCA PINHEIRO Você viu meus pais? 1. O urso está dormindo quando uma sombra se projeta sobre ele. Que expectativa o leitor cria ao ver os seis primeiros quadrinhos? Por que ocorre uma quebra de expectativa? 2. Como você interpretou o nono quadrinho? Explique. 3. De que maneira o sétimo e o oitavo quadrinhos contribuem para a leitura que é feita do nono? 4. Atente aos cinco últimos quadrinhos: como foi construída a ideia de contraste? 5. Explique como o recurso da quebra de expectativa foi produzido no último quadrinho. ANDERSON DE ANDRADE PIMENTEL 1. A sombra parece indicar que algo ameaçador entrou na toca do urso, mas, em seguida, revela- -se que foi uma menininha. 2. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos indiquem que o urso urrou e que isso espantou os passarinhos. A intenção é mostrar que a menina estava em risco. 3. O arqueamento da sobrancelha do urso e, depois, seu olhar, revelam que ele percebeu a entrada de algo na toca e está irritado. 4. O contraste é criado pela oposição entre os tamanhos do urso e da menina e pela oposição entre o urro e a pergunta delicada que ela faz, sem revelar medo. 5. Embora a menina tenha deparado com um urso enorme, que urrou para ela, manteve-se calma e perguntou pelos pais, o que rompe a expectativa de desfecho da cena. 80 80 Efeitos de entrada e de cores e texturas © BIANCA PINHEIRO Vem, Vamos dormir. Amanhã será outro dia. Vem, Vamos dormir. Amanhã será outro dia. Vem, Vamos dormir. Amanhã será outro dia. A seguir, veja alguns recursos encontrados na HQ eletrônica Bear. Apresentação de imagens alternadas © BIANCA PINHEIRO 6. A iluminação quadro a quadro destaca a pronúncia fracionada e dinamiza a narrativa, além de torná-la engraçada. Em uma HQ eletrônica são utilizados recursos como sobreposição e transição de imagens, inserção de outras mídias e exploração do espaço da página. Nessa imagem, vemos cada quadro iluminado em um momento diferente, em ritmo bem rápido. 6. Que relação há entre a iluminação quadro a quadro e o conteúdo deles? Qual é a contribuição desse recurso? 7. Observe, na tela reproduzida três vezes, o que acontece com o segundo sol representado. Qual é a finalidade do recurso de colorização gradativa? 7. O sol que brilha indica que um novo dia está em processo de nascimento. 81 81 Ao fim desta página existe um texto que solicita ao leitor que vá a um link externo que, clicado, o leva a uma música que serve de trilha a duas cenas. Trata-se da principal canção da trilha sonora do conhecido filme Rocky, protagonizado por um lutador de boxe. 8. Qual é o efeito desse recurso? Trilha sonora © BIANCA PINHEIRO Pra entrar no clima, ouça esta música quando for ler: “Eye of the Tiger” (mantenha tocando pra próxima página). ANDERSON DE ANDRADE PIMENTEL 8. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos percebam que a trilha sonora constitui um elemento de construção de sentido para a narrativa, já que associa os movimentos feitos pela personagem da HQ ao treinamento épico de Rocky Balboa, humilde e desconhecido boxeador da Filadélfia e estrela da série de filmes Rocky. Questão 8 – Não é necessário que os alunos saibam detalhes da obra com a qual se propõe a intertextualidade, mas é interessante que reconheçam o reforço da ideia de esforço da personagem da HQ graças à sua associação com o personagem do filme. Se não puder acessar a canção e souber, cantarole o trecho mais conhecido para facilitar a identificação. Aproveite para perguntar aos alunos se apreciaram a possibilidade de inclusão de trilhas sonoras nas HQs e peça justificativas para os pontos de vista. A resposta é pessoal, mas é interessante que contemple os efeitos produzidos por essa inserção. 82 Uso de cliques 3 cliques para o oceano 82 © BIANCA PINHEIRO Pronto. O oceano? Fica pra lá. Peraí, peraí! O que foi aquilo?! Por que você subiu antes de responder? Ahm, ok, você disse que o oceano é pra lá? Isso. Três cliques pra lá. Nós medimos a distância em cliques, aqui embaixo. E o oceano fica a três cliques daqui. Naquela direção. Três cliques?! Como assim? Oh... Eu subi para respirar, é claro. Sabe, nem todas as criaturas podem respirar embaixo d'água como vocês... 83 Bem-vindo ao oceano 83 Biblioteca cultural Que tal entrar no site e navegar pela HQ? Acesse o site de Bianca Pinheiro. Disponível em: . Acesso em: 12 jun. 2018. Você já tinha visto uma HQ eletrônica? O que achou desse gênero? E dos recursos dessa HQ especificamente? Fala aí! © BIANCA PINHEIRO Olha só! Chegamos ao Par filKote Uhuul! Praia! Nessa sequência, os personagens navegam juntos até chegar ao oceano. Enquanto fazem isso, conversam e mostram ao leitor a beleza do cenário em que estão. Perceba que, conforme eles se aprofundam no caminho do oceano, a página perde os quadrinhos fixos e ganha certa fluidez. 9. Como você interpreta a construção dessa sequência? ANDERSON DE ANDRADE PIMENTEL 9. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos percebam que a sequência de cenas 3 cliques para o oceano busca criar uma expectativa para a chegada dos personagens ao oceano e, de certo modo, envolver o leitor no deslocamento. Fala aí! – Insista para que os alunos sustentem sua opinião com argumentos técnicos e respostas afetivas. Peça que comparem o material que conheceram agora com HQs e mangás que costumam ler. 84 84 Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. O formato dos balões 1 Leia uma tirinha produzida pela cartunista paulista Laerte. Se eu quiser aprender mais a) O que permite concluir que, para o personagem Messias, o pai teve muitas namoradas? b) O que a reação do pai de Messias no último quadrinho sugere? c) Por que o formato do último balão é diferente dos outros? d) No primeiro quadrinho da tira de Fernando Gonsales, reproduzida no início deste capítulo, há um detalhe diferente no balão de fala das moças. O que ele indica? Nas histórias em quadrinhos, o formato dos balões é uma característica muito importante para a leitura. Ele indica se o conteúdo foi dito ou apenas pensado e pode, ainda, demonstrar como esse conteúdo foi expresso. 2 Analise os quadrinhos a seguir e responda: o que os balões indicam sobre a maneira como os personagens estavam falando? Gato e Gata Laerte © LAERTE a) b) c) d) © CLARA GOMES © PAULO ALVES © MÁRCIA D’HAESE © MAURICIO DE SOUSA EDITORA LTDA. O fato de que Messias tenta usar uma calculadora para contar o número de namoradas do pai e ainda reclama do limite do equipamento. 1b. Pode-se entender que o pai teme desapontar Messias por não ter tido tantas namoradas ou que está preocupado com a visão do filho a respeito de namoros. 1c. Porque indica um pensamento, e não uma fala. Indica que elas falaram ao mesmo tempo. Em voz alta, gritando. Com ânimo, entusiasmo. Em voz baixa, para si mesmo, e revelando desespero. Sussurrando. Se eu quiser aprender mais CG: 1, 2, 3, 4 CEL: 1, 2, 3 CELP: 1, 2, 3, 7, 8 Habilidades: EF67LP28, EF69LP03 Estamos tomando o primeiro semestre do 6o ano como um período de transição entre os anos iniciais e finais do Ensino Fundamental; por isso, elegemos como tópicos a serem abordados na seção, nos quatro primeiros capítulos, alguns conteúdos que já têm sido explorados: divisão de parágrafos, segmentação de frases, uso de balões em HQs e relações de causa e consequência. Nesta nova etapa, a línguagem é objeto de análise e seu uso é mais reflexivo, portanto a reiteração desse conteúdo pode não apenas ajudar os alunos a mobilizá-los com mais cons ciência como os ajudar, em um processo metacognitivo, a se apropriar de um novo modo de manipular tais objetos e de estudar. Reforce com eles a ideia de que devem aproveitar esses conteúdos em suas práticas de linguagem, aplicando seu conhecimento para ler e produzir textos com mais acuidade. 85 85 Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. a) Por que a mãe de Pile não quer que ela faça explorações? Que palavra empregada na tira revela essa característica da mãe? b) No contexto da tirinha, a mãe tem razão? Por quê? c) Que recurso do segundo quadrinho permite descobrir que a mãe ficou assustada ao ver Pile ao lado do cacto? d) Quem está falando nos balões retangulares dos dois primeiros quadrinhos? e) Com qual finalidade essas duas falas foram incluídas? 3 Na HQ a seguir, a linguagem verbal não representa apenas a fala de personagens. As HQs podem apresentar legendas, que são textos verbais atribuídos a um narrador. Essas legendas podem informar o tempo e o espaço em que a narrativa se passa ou oferecer informações que contextualizam as imagens. © PAULO KIELWAGEN Na tirinha a seguir, o quadrinista brincou com a linguagem das HQs: o gatinho Blue dorme confortavelmente sobre o contorno superior do último quadrinho enquanto seu dono o procura. Quando uma obra chama atenção para sua própria linguagem, dizemos que ela é metalinguística. Blue e os gatos Paulo Kielwagen Pile #002 Bianca Pinheiro © BIANCA PINHEIRO 3a. Para proteger Pile de qualquer perigo, como sugere a palavra superprotetora. 3b. Sim. A mãe tem razão em preocupar-se com os perigos, como revela a aproximação de Pile de um cacto que poderia machucá-la. 3c. O balão de fala da mãe em formato pontiagudo, sugerindo que ela gritou. 3d. A própria Pile. Comente com os alunos que, nessa coleção de tiras, a personagem é também narradora. 3e. As falas mostram que Pile está se recordando da infância, ou seja, a ação descrita ocorre no passado e não no presente. Boxe sobre metalinguística – Explore, com os alunos, a construção da tirinha e ajude- -os a perceber que, ao colocar o gato fora do quadrinho e apoiado em sua linha superior, o quadrinista evidencia não apenas o conteúdo da narrativa, mas também o fato de ela ser uma HQ. Em lugar de "mergulhar"na historinha e vê- -la como parte de uma universo real, o recurso evidencia que o mundo mostrado é ficcional, fruto da criação de um artista. Cite um segundo exemplo – casos em que o personagem conversa com o público em uma HQ, filme, telenovela etc. Nesses momentos, o público é relembrado de que aquela é uma obra ficcional e de que o personagem sabe que está sendo visto. 86 86 Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Momento de produzir Planejando minha HQ No quadro a seguir, você encontrará orientações para sua produção. A etapa de planejamento é fundamental para qualquer produção textual. É nesse momento que definimos todos os elementos do texto, o que nos dá oportunidade de perceber falhas ou pontos que deverão ser melhorados. O tempo empregado nesta etapa facilitará a produção do texto. Dica de professor Elaborando minha HQ 1. Os desenhos devem ocupar a folha verticalmente. Divida-a no número de quadrinhos de que você precisa. Pode ser necessário o uso de mais de uma folha. Reserve um espaço no alto do primeiro quadro para escrever o título de sua história, se optar por usá-lo. As tirinhas não costumam ter título, mas as histórias mais longas incluídas em gibis, sim. Agora é sua vez de produzir uma HQ. Você decidirá o acontecimento a ser narrado e o número de quadrinhos e de personagens de sua história. Se quiser, poderá usar personagens já conhecidos. Há uma única exigência: entreter seus leitores, que são os colegas de turma. Sua produção fará parte de uma revistinha da classe. FOURLEAFLOVER/ SHUTTERSTOCK FOURLEAFLOVER/ SHUTTERSTOCK Minha história em quadrinhos NA PRÁTICA As HQs são textos narrativos. O que você vai narrar? Pense em uma história que envolva poucas ações e defina o que deverá ser desenhado em cada quadro. As ações devem formar uma sequência em que seja possível identificar o começo, o desenvolvimento e o desfecho da história. Em geral, as HQs têm poucos personagens. Se for usar personagens já conhecidos, cuide para que sua aparência e seu comportamento estejam coerentes com as figuras originais. Nas HQs predomi na a linguagem coloquial. Empregue palavras e frases simples, que pareçam com aquelas que usamos no dia a dia. Embora, nas HQs, sejam representadas falas de personagens, em geral não são usadas abreviações como tá ou tou. Use está, estou etc. Além dos desenhos e dos balões de fala, procure usar onomatopeias, palavras destacadas e linhas para indicar movimento. Lembre-se de que os personagens e os cenários podem ser representados com traços simples. Nas HQs são usados recursos de construção muito variados. Da teoria para a... ... prática FERNANDO JOSÉ FERREIRA Minha história em quadrinhos na prática CG: 1, 2, 3, 4, 9, 10 CEL: 1, 2, 3 CELP: 1, 2, 3, 7, 8 Habilidades: EF67LP30, EF69LP47, EF69LP51 Momento de produzir – Se quiser oferecer ao alunos outras atividades de produção de HQ, sugerimos: 1. Reelaborar uma HQ já existente, apagando os balões de fala e de pensamento, legendas e outros recursos (onomatopeia, linhas de movimento etc.) e produzindo novas cópias. Peça aos alunos que completem esses dados e avalie-os, verificando sua coerência. 2. Usar sites próprios para produção de tirinhas. Pergunte aos alunos em que situações haveria preferência por uma linguagem não coloquial. Veja se citam situações formais de comunicação, como, em determinadas HQs, a transmissão de uma notícia de jornal por uma emissora de rádio ou a fala de um agente secreto dirigida ao prefeito de uma cidade em perigo. 87 87 Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. FOURLEAFLOVER/ SHUTTERSTOCK 2. Desenhe as ações necessárias à compreensão da narrativa. Lembre-se de que algumas ações podem ser deduzidas pelo leitor. Nessa fase, você deve usar lápis grafite (que pode ser apagado) para que sejam feitas possíveis correções. 3. Inclua os balões de fala. Cuide para que as falas sejam bem curtas, de modo que caibam nos balões. Se possível, use letra de forma, que ocupa menos espaço e é mais legível. 4. Releia toda a produção para aprimorar desenhos e balões de fala e incluir outros recursos, como as onomatopeias e as letras expressivas (em tamanho maior ou em destaque, por exemplo). 5. Se desejar, use lápis de cor, giz de cera, canetinhas hidrocor ou tinta guache para colorir a produção. Você pode deixar para usar esses recursos quando produzir a versão final. 6. Finalize e assine sua produção. O nome do autor costuma aparecer no primeiro ou no último quadrinho. Momento de reescrever Avaliando a HQ dos meus colegas Essa produção será avaliada em trios. Você deve analisar com muita atenção o trabalho de mais dois colegas para avaliar se os critérios abaixo foram atendidos. Comente com eles o que observou. A A narrativa tem começo, desenvolvimento e desfecho (final)? B Todas as ações necessárias à compreensão do acontecimento foram apresentadas? C Os personagens, quando inspirados em outros já existentes, agem de modo coerente com os personagens originais? D Os textos dos balões de fala são curtos e seu conteúdo é coerente com a situação apresentada? E A linguagem usada nos balões de fala é adequada à situação vivida pelos personagens? F Recursos como a onomatopeia e linhas para indicar movimento foram usados de modo adequado? G A produção foi feita com capricho? Não está suja ou amassada? Reelaborando minha HQ 1. Reflita sobre os comentários dos colegas e planeje as alterações necessárias em sua HQ. 2. Teste em sua própria produção as alterações que sugeriu para a HQ de seus colegas, já que ela será refeita. Mesmo que os colegas tenham gostado de sua HQ, verifique se você não pode aprimorá-la com base no que observou nas produções deles. 3. Prepare novamente sua HQ. Decida se vai colorir a produção ou fazer o acabamento usando somente o lápis grafite, uma técnica interessante para trabalhar tonalidades e texturas variadas. 88 88 Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Momento de apresentar Inserindo minha HQ na revistinha 1. A turma deverá eleger uma equipe de alunos editores para elaborar uma revistinha para a classe. 2. A equipe deve criar uma capa, reproduzindo e colocando alguns dos qua - drinhos feitos pelos colegas para formar um mosaico. Nessa capa deve aparecer o nome escolhido para a revistinha, assim como a identificação da turma e o nome da escola e do professor que orientou a atividade. 3. Na primeira página, deve ser colocado um texto de abertura com a explicação da atividade e, na página seguinte, um sumário com autores em ordem alfabética e o número das páginas em que estão suas HQs. 4. Cada página pode conter uma única HQ ou várias tirinhas. Criem um layout bonito e interessante. 5. Deve ser incluída uma página em branco no final do bloco. 6. Se possível, preparem duas ou três cópias da revistinha para que possam ser emprestadas aos alunos para leitura em casa. KAPITOSH/SHUTTERSTOCK ZECA AGOSTINI. Os paiaço (1). 2008. Grafite sobre papel. Neste desenho, o artista usou apenas grafite. Observe que ele criou tonalidades e texturas variadas ao cobrir algumas partes ou usar diferentes pressões do lápis no papel. © ZECA AGOSTINI 89 89 Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Textos em conversa Como você viu no boxe “Sabia?” da página 75, o personagem Thor faz parte da mitologia, isto é, uma coletânea de relatos sobre deuses, heróis e outras entidades fantásticas que eram transmitidos oralmente. Posteriormente, Thor foi transformado em um super-herói dos quadrinhos e do cinema. Observe um cartaz de divulgação do filme Thor: Ragnarok. Cartaz do filme Thor: Ragnarok, direção de Taika Waititi. EUA, 2017. REPRODUÇÃO 1 Além do título, os cartazes de divulgação de filmes trazem outras informações. Observe os nomes ampliados na lupa e responda. a) Qual dos atores faz o protagonista Thor? Como o cartaz revela essa informação? b) Que outros atores ganham destaque no cartaz? Como isso é feito? 2 Observe a figura de Thor. a) Como o cartaz mantém o foco de atenção do público no protagonista? b) Que características de Thor são enfatizadas? Explique sua resposta. 3 Analise, agora, os demais personagens. a) Na parte superior esquerda, aparece Hela, a implacável inimiga de Thor. Como a imagem dela reforça seu papel de vilã poderosa? b) Na primeira parte do filme, o super-herói Hulk enfrenta Thor. Que característica psicológica dele está em destaque? Justifique sua resposta. 4 Releia a tirinha produzida por Fernando Gonsales. O personagem Thor se assemelha a esse apresentado no cartaz? Justifique sua resposta. Cartaz do filme direção de Taika Waititi. EUA, 2017. CHRIS HEMSWORTH, TOM HIDDLESTON, CATE BLANCHETT, IDRIS ELBA, JEFF GOLDBLUM, TESSA THOMPSON, KARL URBAN, MARK RUFFALO COMO HULK E ANTHONY HOPKINS COMO ODIN 1a. Chris Hemsworth. O cartaz revela isso ao indicar o nome dele como primeiro na ordem de leitura. 1b. Mark Ruffalo e Anthony Hopkins. Seus nomes estão acompanhados de informações sobre os personagens que eles interpretam no filme, o que os destaca dos demais. 2a. Thor ocupa a posição central e mais à frente. Assim, sua figura se sobrepõe às outras. Sua cabeça coincide com a ponta superior do losango brilhante, o que também contribui para o destaque. 2b. A força física, revelada no corpo musculoso; a habilidade como guerreiro, evidenciada pelo uso das espadas; e a determinação, sugerida pela expressão facial, sobretudo pelo olhar desafiador. 3a. A roupa preta e um adereço de cabeça com pontas criam uma imagem ameaçadora, perigosa, confirmada pelo olhar e pela expressão malévola. A fúria de Hulk, como mostra sua expressão contraída. racterística psicológica dele está em destaque? Justifique sua resposta. A semelhança ocorre no primeiro quadro, em que o herói aparece orgulhoso da missão que deveria cumprir. No segundo quadro, essa imagem é invertida e ele parece um homem comum. Questão 4 – Se desejar ampliar a atividade, traga outros cartazes para os alunos, preferencialmente mais recentes. Considere a adequação à faixa etária e, se possível, indique filmes nacionais. Os cartazes podem ser encontrados em sites de cinemas ou em guias de entretenimento de jornais e revistas. Cada grupo deve analisar um cartaz por 15 minutos e apresentar os resultados da discussão para a turma. Escolha um orador por grupo e comente a fala, considerando a clareza das informações e a postura do orador (ritmo da fala, altura da voz, uso de gírias etc.). Textos em conversa CG: 1, 2, 4 CEL: 1, 2, 3 CELP: 1, 2, 3 Habilidades: EF67LP27, EF69LP02 Em filmes de heróis é frequente a presença de espadas e ferramentas utilizadas em combate. Se desejar, problematize essa questão com os alunos enfatizando a necessidade de se promover uma cultura de tolerância e paz. 90 90 Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Você já deve ter observado que as HQs se utilizam de imagens e da língua escrita para representar as falas dos personagens. As formas escrita e falada da língua têm semelhanças e diferenças. Este é o assunto desta seção. Convencer as crianças a comer certos alimentos nem sempre é fácil. Observe o que acontece entre Calvin e seu pai na tira a seguir. Depois, responda às questões. 1 Nos três primeiros quadrinhos, as expressões corporal e facial de Calvin demonstram qual sensação dele em relação aos alimentos que estão no prato? 2 O pai quer convencer o menino a comer. Como sua expressão facial contribui para essa finalidade? 3 No contexto da tirinha, a que se referem as palavras isto (primeiro quadrinho) e eles (quarto quadrinho)? 4 Calvin não experimenta a comida e afasta o prato com expressão de nojo. Considere a fala do menino no último quadrinho e explique essa atitude. Na maior parte das tirinhas, são retratadas situações de conversação, nas quais o texto é criado coletivamente, por meio da interação. Nelas, gestos e expressões faciais expressam atitudes diversas, como irritação, rejeição e concordância, por exemplo. Além disso, complementam ideias e sentimentos expressos por meio de palavras, pois, nas conversas frente a frente, não é necessário dizer tudo. É possível, inclusive, apontar os objetos com as mãos ou com o olhar, como fez Calvin no primeiro quadrinho. Calvin Bill Watterson CALVIN & HOBBES, BILL WATTERSON © 1985 WATTERSON/DIST. BY UNIVERSAL UCLICK BILL WATTERSON. Calvin e Haroldo. Campinas/São Paulo: Cedibra, 1987. p. 7. Mais da língua Escrever não é o mesmo que falar Pra começar Algumas pessoas apreciam mais a leitura de histórias em quadrinhos do que a leitura de outros textos. Em sua opinião, a linguagem dos quadrinhos é responsável por isso? Justifique. Fala aí! Resposta pessoal. A sensação de desconfiança em relação ao sabor da comida "desconhecida" que está no prato. O pai mostra, com sua expressão facial, que a comida está muito gostosa. Isto refere-se à comida que está no prato; eles, aos pais. 4. A fala de Calvin sugere que o menino já passou por experiências anteriores em que os pais não lhe explicaram o que era a comida e ele achou o gosto ruim. Essas experiências podem tê-lo levado a rejeitar o alimento antes mesmo de experimentá-lo. Fala aí! – É importante que os alunos considerem a natureza da linguagem das HQs, mais próxima da fala e com situações de interação informal. Nelas, em geral, tanto as imagens quanto os enunciados simples permitem uma compreensão rápida e fácil da informação. Assuntos trabalhados na parte de linguagem deste capítulo: • Particularidades da fala e da escrita; • Planejamento da fala e da escrita; • Turno conversacional; • Fonemas e letras. Mais da língua e Isso eu já vi CG: 1, 2, 3, 4, 6 CEL: 1, 2, 3, 5 CELP: 1, 2, 3, 5, 7 Habilidades: EF06LP12, EF69LP17, EF69LP19, EF69LP54, EF69LP55 Quando descreve o eixo da oralidade, a BNCC (p.76-78) destaca o estudo das semelhanças e diferenças entre modos de falar e de registrar por escrito e o estudos dos aspectos sociodiscursivos, composicionais e linguísticos de cada modalidade. Esta seção é dedicada ao tema e apresenta atividades que conduzem o aluno a refletir sobre tais elementos, relacionando-os a alguns dos gêneros textuais e à escolha do nível de linguagem adequado a cada situação comunicativa, conforme indica a CELP 5. Verifique se os alunos compreendem a ideia de que um texto é construído coletivamente em algumas situações de interação. Se for o caso, exemplifique: quando um professor está expondo um conteúdo, observa a reação facial ou gestual dos alunos, e pode optar por repetir uma ideia ou trocar uma palavra para que eles compreendam melhor a informação. Embora os alunos não tenham usado palavras para completar o texto do professor, a reação deles determinou a maneira como ele iria progredir. 91 91 Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. As falas nos balões, por sua vez, representam o conteúdo verbal do diálogo. Associados às palavras, vemos recursos como o tamanho, a cor, os tipos de letra e a pontuação, usados nas tiras para reproduzir a maneira como o texto seria falado, considerando a entonação. No primeiro quadrinho, o ponto de interrogação indica que a fala de Calvin é uma pergunta. No último, as letras destacadas em sabe sugerem que essa palavra foi dita com mais ênfase. Nem todas as situações que envolvem a fala são interações face a face e se constroem coletivamente, mas a maior parte dos recursos citados está presente também nos seminários, nas conversas telefônicas, nos programas de rádio etc. Já a escrita vale-se de recursos diferentes e envolve uma interação realizada a distância e com um determinado intervalo de tempo entre a escrita do texto e sua leitura. O planejamento da fala e da escrita O trecho a seguir é a transcrição de parte de uma entrevista concedida pelo animador brasileiro Leo Santos, da Disney/Pixar, ao jornalista Paulo Gustavo Pereira, editor-chefe da BESTV, a respeito do filme Divertida Mente. [...] Paulo Gustavo Pereira: O que que foi mais di... mais interessante, mais divertido fazer no Divertida Mente ? Leo Santos: Eu, eu sempre quis fazer esse filme por causa... basica - mente por causa do estilo. Eu gosto do diretor pra caramba. Ele tem um estilo que eu gosto, que é animação dos anos 50, música de jazz e tudo mais... Então, ele traz esse, essa, esse sabor para os filmes dele, que são o Monstros S.A. e o Up! E... eu sempre gostei muito, então eu, tipo assim, assim que me deram a opção de escolher qual filme que eu ia fazer, eu falei “Eu quero aquele filme”. PGP: Te deram a opção? LS: Sim, sim, sim. PGP: Os caras falaram “Oh, vem cá! Você é do Brasil. Pode escolher o que você quiser”? LS: Porque tem... é... é... tem muitos filmes em produção agora. Assim... tipo... tem o Bom dinossauro, tem o Procurando Nemo. Então... tipo... nesse caso aqui apareceu a oportunidade: “Qual é o próximo que você quer fazer?”. Aí eu falei: “Eu quero trabalhar nesse aqui porque é... é... é a minha praia, assim...”. [...] Transcrição de vídeo de entrevista com Leo Santos, animador da Disney/Pixar: de 1:37 a 2:20. Disponível em: . Acesso em: 13 jun. 2018. A entonação é a va - riação no modo de emitir um enunciado. Preste atenção ao som das ora - ções “Ele é seu amigo.” e “Ele é seu amigo?”. Na primeira, que é uma de - claração, a voz abaixa no final da frase; na segunda, uma pergunta, a voz se eleva na última palavra. As transcrições pro - curam reproduzir as ca - racterísticas da fala, por isso no texto são anota - das as pausas, as repeti - ções, os sons alongados, as palavras ou orações que ficaram incomple - tas etc. A escrita e a fala são duas modalidades da língua. Existem particulari - dades que as diferenciam. Situações de interação face a face, com troca de turnos, costumeiramente exigem um planejamento mais acelera - do e podem resultar em um monitoramento imperfeito da língua. Se achar conve - niente, comente isso com os alunos, apontando eventuais desvios em relação ao uso recomendado. Peça à turma que faça a lei - tura silenciosa para observar as marcas usadas na trans - crição. As questões podem ser respondidas de modo oral e coletivo. 92 92 Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 1 Releia um trecho da resposta do entrevistado. “Eu, eu sempre quis fazer esse filme por causa... basicamente por causa do estilo”. Por que há uma pausa indicada pelas reticências nessa fala? 2 Releia este outro trecho: “Então, ele traz esse, essa, esse sabor para os filmes dele, que são o Monstros S.A. e o Up!”. Como você explicaria a sequência “esse, essa, esse”? Nas interações imediatas – bate-papo, entrevista, conversa telefônica etc. –, os falantes precisam construir sua fala rapidamente porque o interlocutor está esperando para tomar para si o turno conversacional, isto é, para começar a perguntar, a responder ou a apresentar novas ideias. O planejamento da fala conta com um tempo bem pequeno, ou seja, o falante não pode demorar muito para construir seu texto. Como consequência, as falas são marcadas por hesitações, repetições, pausas e correções, pois o falante está procurando a maneira mais eficiente de comunicar suas ideias. Essas são marcas típicas da oralidade. Já nas situações de escrita, o leitor não tem acesso ao processo de formulação do texto. Quem o escreve pode corrigir aquilo que não ficou claro, eliminar repetições, reorganizar a ordem das palavras, entre outras intervenções, e o texto só será lido quando o autor estiver satisfeito com a maneira como expressou suas ideias. Há, na escrita, um tempo maior de planejamento. Observe uma sugestão de como poderia ser escrita a terceira resposta do entrevistado no trecho transcrito: Há muitos filmes em produção agora: o Bom dinossauro, o Procurando Nemo. Assim apareceu a oportunidade. Perguntaram-me: “Qual é o próximo que você quer fazer?”. Eu respondi que trabalharia nesse porque era a “minha praia”. Essa diferença não significa, contudo, que a modalidade oral seja mais descontraída que a escrita e vice-versa. Algumas situações de fala são formais e exigem um uso cuidadoso da linguagem, com vocabulário mais preciso, frases mais complexas e maior monitoramento em relação ao uso das variedades urbanas de prestígio. Por outro lado, há situações de escrita informais, em que se nota um uso mais descontraído da língua. ARTE Investigue em Em que consiste a profissão de um animador? As particularidades que diferenciam a língua escrita da língua falada são produzidas, principalmente, por diferentes tempos de planejamento e formas de interação. O uso monitorado da língua caracteriza-se pela maior atenção à maneira de formular o texto, o que costuma ser mais comum nas situações de comunicação formais. WALT DISNEY STUDIOS MOTION PICTURES/ EVERETT COLLECTION/AGB PHOTO LIBRARY Cena da animação Divertida Mente, direção de Pete Docter, EUA, 2015. O animador é o profissional que cria uma sequência de imagens que dão a ilusão de movimento: as animações. Costuma produzir obras para cinema e televisão, bem como para videogames. Alguns animadores iniciam o trabalho no papel e passam para o computador na fase de finalização; outros usam apenas o computador. Atualmente, são raros os animadores que usam apenas o papel. A pausa, provavelmente, indica que o entrevistado estava pensando no que iria dizer na sequência. 2. O falante parece ainda estar buscando a palavra que usará na sequência, daí a dúvida quanto ao uso do pronome flexionado no gênero masculino ou no feminino. Investigue em Arte – Sugerimos uma atividade em duplas. Um dos alunos fará o papel de entrevistador, criando perguntas interessantes e pertinentes para o outro, que deverá respondê-las com base em uma pesquisa. Duas duplas podem ser convidadas a apresentar a entrevista para a turma. Para isso, peça-lhes que criem um roteiro de perguntas e respostas. Essa atividade pode ser feita no final do capítulo, a fim de que os alunos experimentem uma situação de fala planejada, aproveitando o que estudaram. Para evidenciar algumas características das modalidades em estudo, peça aos alunos que comparem o trecho da transcrição da entrevista e a reformulação ao lado e citem as diferenças. 93 93 Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Observe alguns exemplos de uso da língua falada e da língua escrita na tabela a seguir e reflita sobre suas diferenças e semelhanças. Língua falada Língua escrita Informal Bate-papo presencial Troca de mensagens entre amigos pelo celular • Troca rápida dos papéis de falante e de ouvinte • Fala produzida no momento da conversa, sem planejamento • Uso descontraído da língua • Troca rápida dos papéis de quem envia e de quem recebe as mensagens • Planejamento rápido • Uso descontraído da língua Mais ou menos formal Entrevista com personalidade da política Letra de música popular • Troca constante dos papéis de falante e de ouvinte • Fala produzida no momento da conversa, sem planejamento • Uso monitorado da língua • Produção do texto sem interação com o leitor/ ouvinte • Planejamento longo • Uso descontraído da língua Formal Palestra para profissionais da saúde Reportagem sobre economia • Texto produzido pelo palestrante sem interrupção • Fala produzida no momento da interação, com planejamento anterior • Uso monitorado da língua • Texto produzido sem interação com o leitor • Planejamento longo • Uso monitorado da língua Língua falada e língua escrita NA PRÁTICA 1 A tira a seguir é protagonizada pelos gatos Blue (coleira azul) e seu irmão Branco (coleira rosa), personagens criados pelo quadrinista paulista Paulo Kielwagen. Blue e os gatos Paulo Kielwagen © PAULO KIELWAGEN a) Além das imagens e da linguagem verbal, que outro recurso de linguagem também foi usado para construir o sentido da tira? b) Descreva a imagem do segundo quadrinho e explique como o leitor deve entendê-la. c) No último quadrinho, para qual objeto a fala do gato Blue chama a atenção? 1b. O segundo quadrinho está preenchido pela cor azul, em vários tons, com algumas formas ovaladas mais claras. Destacam-se duas dessas formas em azul mais forte, dentro das quais há outras menores, brancas. Há linhas curvas em preto. O leitor deve entender que houve um forte aumento no fluxo da água e que o gato Branco levou um banho. Para a peça usada para abrir e fechar a torneira. Sugestão: Os balões de fala ou o enquadramento. 94 94 Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. d) Que palavra usada por Blue faz referência a esse objeto? e) O que fez o gato Branco reconhecer o referente dessa palavra? f) Que problema ocorreria se a fala do gato Blue fosse usada, sem alterações, em uma comunicação escrita, como uma mensagem enviada pelo celular? Explique sua resposta. g) Explique por que o humor da tira está na possibilidade de que a fala de Blue no último quadrinho não seja tão inocente quanto parece. h) Considerando a reflexão que você fez nesta atividade, conclua: em uma situação de comunicação como esta, que vantagem tem uma interação face a face quando comparada à comunicação a distância? 2 Leia a adaptação de um anúncio publicitário transmitido em uma emissora de rádio da cidade de São Paulo. Anda e para Locutor lê o texto com muitas pausas. Locutor: Você tem muitos motivos... para ouvir... a Rádio X Trânsito... e o primeiro deles... é escapar... desse anda e... para... anda e... para... Só o Seguro Auto Y, que protege tão bem você e o seu carro, poderia criar a Rádio X Trânsito. Vinte e quatro horas no ar com informações para ajudar você a enfrentar o trânsito de... São Paulo. 33o Anuário do Clube de Criação de São Paulo. São Paulo: Matrix, 2009. p. 262. (Adaptado). A palavra referente é usada para indicar o elemento (ser, objeto, lugar, ideia etc.) a que uma palavra se refere. No trecho “O jovem acabou de sair; ele estava se sentindo mal”, a palavra ele não tem sentido próprio; remete a jovem, seu referente. VICENTE MENDONÇA a) Explique o título do texto. b) Um anúncio publicitário divulgado em uma rádio é produzido conforme o processo de escrita ou de fala? Por quê? c) As reticências marcam as pausas na fala do locutor. O que normalmente provoca pausas em uma fala? d) Qual é o objetivo das pausas nesse anúncio? e) Por qual motivo essa forma de representação da fala chama a atenção do leitor? f) DESAFIO DE ESCRITA Agora, escreva um parágrafo de análise do anúncio, reunindo suas respostas. • No início, mencione o gênero do texto em análise, seu título e seu objetivo. • Inclua mais uma frase para identificar e explicar o recurso expressivo explorado na composição do anúncio. • Finalize explicando por que esse recurso chama a atenção do ouvinte. O comentário de um texto deve informar o autor, o gênero e o título ou, pelo menos, parte dessas informações. Você pode introduzi-las usando formas como “Na tirinha de Fernando Gonsales, ...” ou “Ivan Junqueira, no poema ‘O aeroplano’, ...”. Dica de professor O fato de Blue estar mexendo nesse objeto e olhando para ele. O que fez o gato Branco reconhecer o referente dessa palavra? Que problema ocorreria se a fala do gato Blue fosse usada, sem 1g. A fala de Blue pode ser um disfarce para a ação maldosa de aumentar o fluxo da água com o objetivo de molhar Branco de propósito. 1f.A ideia não seria compreendida, porque o referente da palavra aqui não seria conhecido. enviada pelo celular? Explique sua resposta. g) 1h. A interação face a face permite que as ideias sejam transmitidas por meio de recursos expressivos, como os movimentos do corpo, e que elementos do contexto (situação de comunicação) sejam apenas apontados. Aqui. 2a. O título “Anda e para” refere-se às várias pausas que o motorista é obrigado a fazer por causa do trânsito na cidade de São Paulo. 2b. Conforme o processo de escrita, porque é um texto com planejamento longo, que será lido. 2c. As pausas ocorrem porque o falante está procurando a melhor maneira de continuar sua fala. 2d. As pausas remetem às interrupções do trânsito. 2e. Porque essa representação se diferencia da fala comum e se relaciona diretamente com o assunto apresentado. 2f. O anúncio intitulado “Anda e para” tem como objetivo divulgar uma emissora de rádio paulistana que informa o ouvinte sobre o trânsito da cidade. Finalize explicando por que esse recurso chama a atenção do ouvinte. Em sua composição, foi explorado o uso das reticências, que interrompem várias vezes a fala do locutor para simular as paradas de um automóvel que circula em São Paulo. Esse recurso chama a atenção do ouvinte porque rompe a fala habitual e a relaciona aos movimentos típicos do trânsito pesado. Questão 2 – Os nomes da emissora de rádio e do seguro foram omitidos para não caracterizar propaganda. Desafio de escrita – Em lugar de solicitar que o texto analítico fosse completado, como nos capítulos anteriores, oferecemos um roteiro para a produção do parágrafo, contando com as experiências anteriores como base. Sugerimos que a correção coletiva da atividade anteceda a realização do Desafio de linguagem para que o aluno se sinta seguro quanto ao conteúdo a introduzir no parágrafo, concentrando seu esforço na atividade de expressão. Aproveite a correção para avaliar a aprendizagem da segmentação de frases e para verificar como o recurso expressivo (as reticências) foi relacionado ao sentido produzido pelo texto. 95 95 Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 3 Leia agora a transcrição de um trecho de reportagem da TV Cultura do Pará sobre a participação da equipe paraense no 9o Campeonato Brasileiro de Kung Fu e no 10th Hong Kong International Wushu Competition 2015. [Repórter em off] Uma paixão que saiu das telinhas para a vida real. Cada vez mais o kung fu vai ganhando espaço aqui no estado. Em 2012, surgiu a primeira liga paraense da modalidade. Mas você sabe o que é essa arte marcial chinesa? Quem explica é o professor Pablo. [Pablo Silva] O principal objetivo do kung fu é o autocontrole e o autoconhecimento. Se você se conhece, se você sabe... é... é... pra onde movimentar e como movimentar o seu corpo, você tem completo controle sobre o oponente, sobre o inimigo... É uma arte marcial que d... d... é... é... enfatiza a defesa pessoal, mas o principal objetivo é se autoconhecer. [Repórter em off] Os movimentos do kung fu chamam a atenção, assim como a possibilidade de servir como técnica de defesa pessoal. Mas praticar essa arte marcial milenar requer muita atenção, esforço e muita dedicação. [Pablo Silva] O kung fu tá dividido em duas vertentes, né? O tradicional e o moderno. O moderno é... é o que tá sendo mais divulgado na mídia. Tem muitos saltos, lutas... é... é... com muitas acrobacias, né?, e isso chama muito a atenção dos jovens, né? Veem que podem executar esses movimentos mais acrobáticos e acabam vindo pra academia buscando isso. [...] Disponível em: . Acesso em: 13 jun. 2018. a) A expressão “em off” significa que apenas a voz da repórter está sendo ouvida enquanto são mostradas imagens em que ela não aparece. Observe a imagem a seguir. Por que o editor da reportagem teria optado por mostrar imagens como esta, e não a da repórter? O professor de kung fu Pablo Silva. Foto de 2015. Belém, Pará. ARQUIVO PESSOAL 3a. Porque essa imagem contribui para que o telespectador saiba como é o kung fu, um esporte que pode ser desconhecido por muitos. Aproveite a correção para avaliar a aprendizagem da segmentação de frases e para verificar como o recurso expressivo (as reticências) foi relacionado ao sentido produzido pelo texto. Situações de interação face a face, com troca de turnos, costumeiramente exigem um planejamento mais acelerado e podem resultar em um monitoramento imperfeito da língua. Se achar conveniente, comente isso com os alunos, apontando eventuais desvios em relação ao uso recomendado. Mencione também que nenhum falante deve ser censurado em razão da variedade linguística que emprega, mas é interessante que possa se apropriar de construções mais adequadas a situações de fala formais. Essa discussão foi iniciada no volume do 6o ano e deve ser retomada sempre que for oportuno. Questão 3 – Comente com o professor de Educação Física que os alunos entraram em contato com esse trecho de reportagem sobre o kung fu. Um dos temas do curso, no 6o ano, são as lutas brasileiras, mas talvez ele possa aproveitar a referência para tecer comparações ou tratar de características relativas a ri tuais, elementos técnico-táticos e indumentária, entre outras, ampliando as experiências dos alunos. Se possível, antes da leitura, apresente o trecho da reportagem duas vezes e peça aos alunos que anotem todas as características do kung fu mencionadas. Faça um levantamento das respostas na lousa. Para avaliar a habilidade de identificação de informações explícitas em um texto não impresso, leia a lista em voz alta e peça que os alunos ergam as mãos todas as vezes que tiverem anotado a informação. Caso note que há dificuldade nessa habilidade, crie outras oportunidades para essa atividade. As informações mencionadas no texto são as seguintes: é uma arte marcial chinesa; tem como objetivos o autocontrole e o autoconhecimento; enfatiza a defesa pessoal; pode ser dividido em tradicional e moderno; o kung fu moderno tem movimentos acrobáticos e chama a atenção dos jovens. 96 96 Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. b) Releia as duas falas do professor entrevistado na reportagem. Quais marcas de oralidade você percebeu? Cite algumas delas. c) Nas falas da apresentadora do jornal, não é possível identificar marcas típicas da oralidade, como acontece nas do entrevistado. Como explicar essa diferença? Para responder, considere que a reportagem é gravada, não é apresentada ao vivo. d) O uso da expressão aqui no estado, presente no texto, dificulta a identificação do lugar a que se refere a reportagem? Por quê? 4 Leia um trecho da crônica “Sfot poc”, do escritor gaúcho Luis Fernando Verissimo (1936-). Chamava-se Odacir e desde pequeno, desde que começara a falar, demonstrara uma estranha peculiaridade. Odacir falava como se escreve. [...] [...] Um dia, a mãe veio correndo. Ouvira, do berço, o Odacir chamando: – Mama sfot poc. E, quando ela chegou perto:  – Mama sfotoim poc.  Só depois de muito tempo os pais se deram conta. “Sfot poc” era ponto de exclamação e “sfotoim poc”, ponto de interrogação.  Na escola, tentaram corrigir o menino. – Odacir!  – Presente sfot poc.  – Vá para a sala da diretora!  – Mas o que foi que eu fiz sfotoim poc.  Com o tempo e as leituras, Odacir foi enriquecendo seu repertório de sons. Quando citava um trecho literário, começava e terminava a citação com “spt, spt”. Eram as aspas. Aliás, não dizia nada sem antes prefaciar um “zit”. Era o travessão. Foi para a sua primeira namorada que ele disse certa vez, maravilhado com a própria descoberta:  – Zit Marilda plic (vírgula) você já se deu conta que a gente sempre fala diálogo sfotoim poc. – O quê?  – Zit nós sfot poc. Tudo que a gente diz é diálogo sfot poc.  – Olhe, Odacir. Você tem que parar de falar desse jeito. Eu gosto de você, mas o pessoal fala que você é meio biruta. VICENTE MENDONÇA Certos termos, como né?, tá?, certo?, sabe?, são marcadores conversacionais. Nós os utilizamos com frequência em diálogos orais como forma de pedir o apoio e a atenção do interlocutor para aquilo que estamos dizendo. 3b. Há marcas de hesitação (como é... é...), além do uso de tá (forma reduzida de está) e né? (não é?), que são marcadores de conversa. 3c. Provavelmente, a jornalista preparou seu texto com antecedência e o está lendo. Houve tempo para planejá-lo e pode ter havido mais de uma tentativa de gravação até que ficasse satisfatória. 3d. Não. O telejornal é transmitido no Pará, e, por isso, os telespectadores entendem o uso de aqui. Além do mais, a jornalista faz referência à “liga paraense”, explicitando o lugar. Questões 3c – Apresentadores de telejornais costumam utilizar o teleprompter, aparelho que reproduz um texto escrito em uma tela. Esses jornalistas leem os textos em vez de falar espontaneamente, por isso há poucas marcas de oralidade em seu discurso. 97 97 Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. – Zit spt spt biruta spt spt sfotoim poc.  – Viu só? Você não para de fazer esses ruídos. E ainda por cima, quando diz “sfotoim”, cospe no meu olho.  O namoro acabou. [...] LUIS FERNANDO VERISSIMO. Sfot poc. O analista de Bagé. Porto Alegre: L&PM, 1981. p. 51-52. a) O narrador afirma que existe uma “estranha peculiaridade” na fala de Odacir. O que significa a palavra peculiaridade? b) Você já conhecia a palavra peculiaridade? Se não, como descobriu o seu sentido? c) Além dos problemas em casa, que outras dificuldades Odacir enfrentou pela “peculiaridade” de sua fala? d) Como seriam escritas as duas primeiras falas do personagem se ele fosse uma criança comum? e) Reescreva a fala “– Zit spt spt biruta spt spt sfotoim poc” conforme as regras da modalidade escrita. f) Explique por que nessa fala foram empregados os sinais de pontuação correspondentes a spt spt e sfotoim poc. VICENTE MENDONÇA Você já reparou que alguns moradores do Brasil nascidos e criados em outros paí ses pronunciam os sons da língua portuguesa de maneira diferente daquela dos que nasceram e cresceram aqui? Mesmo sabendo usar determinada palavra no contexto adequado, o sotaque evidencia que a pessoa não é um falante nativo do português. Com seu grupo, entreviste um imigrante para saber as maiores dificuldades dele no aprendizado e no uso da língua portuguesa. Peça autorização para gravar estas palavras pronunciadas por ele: você, coração, leite, acerto, cola, carro e milho. Leve o material para a sala de aula para partilhar suas observações com os demais colegas. Não se esqueça de anotar o nome do entrevistado, o país de origem e a língua nativa dele. A língua nas ruas 4a. “Particularidade”, “especificidade”. 4b. Resposta pessoal. Verifique se os alunos têm consciência de que podem usar o contexto para compreender o sentido de uma palavra desconhecida. 4c. Odacir não foi bem compreendido pela professora, pelos demais alunos e pela namorada. Mama!; Mama? – “Biruta”? 4f. Empregou-se sfotoim poc (ponto de interrogação) porque se trata de uma per- gunta, e zit (travessão) foi usado porque biruta é uma palavra que ele citou, repe- tindo a fala da namorada. Questões 4e e 4f – Finalize a atividade mencionando que a entonação é um aspecto que aparece duas vezes na fala de Odacir. Isso porque, ao pronunciar as falas, ele emprega entonações específicas e as repete quando inclui os sinais de pontuação representados pelas palavras que inventou. Verifique se os alunos realmente compreenderam que os sinais de pontuação indicam a entonação na escrita. A língua nas ruas – Como estratégia, sugerimos que sejam anotados na lousa o nome dos entrevistados, o país de origem e a língua de cada um. Depois, cada grupo poderá relatar o conteúdo da entrevista feita e reproduzir as palavras gravadas. A intenção da atividade não é desenvolver um conhecimento específico de fonética e fonologia, mas estimular os alunos a observar o uso efetivo da língua. Espera-se que percebam que o sistema que relaciona letras e fonemas não se mantém idêntico em todas as línguas, mesmo quando elas têm uma origem comum. 98 98 Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Isso eu já vi Os fonemas e as letras Leia a tirinha produzida pela cartunista paulista Laerte. 1 Observe a reação do personagem no segundo quadrinho. O que, provavelmente, o levou a dar essa explicação? 2 O que a repetição da frase iniciada por Bem... sugere? 3 O humor da tira é provocado por uma confusão entre vaca atolada e faca amolada. O que poderia ter causado o equívoco? 4 Considerando que o filme foi baseado em um livro (romance) e que há um contrato descrevendo o acordo, a confusão não se justifica. Por quê? Para criar o humor, a tirinha explorou a semelhança entre pares de palavras. Do ponto de vista sonoro, uma única unidade as diferencia. Observe a sequência abaixo. /v/ /a/ /c/ /a/ /f/ /a/ /c/ /a/ /a/ /t/ /o/ /l/ /a/ /d/ /a/ /a/ /m/ /o/ /l/ /a/ /d/ /a/ As unidades mínimas de som da língua são chamadas de fonemas. As letras são as representações escritas dos fonemas. Pronuncie em voz alta algumas palavras e observe a correspondência entre sons e letras. hoje: a letra h não representa nenhum som barro: duas letras representam um único som táxi: uma letra representa dois sons exame e azar: letras diferentes representam o mesmo som caixa e exercício: a mesma letra representa sons diferentes As letras usadas para representar os sons seguem regras ortográficas, que garantem que as palavras sejam escritas da mesma forma por todas as pessoas, independentemente da maneira como os sons da língua são produzidos nas várias regiões do Brasil. O quadrinista Diogo Salles decidiu escrever “paulixta” (com x) porque quis representar a maneira como os cariocas pronunciam o s em certas palavras. Contudo, esse é um uso excepcional, realizado para produzir determinado efeito. As regras ortográficas preveem uma única forma de representação dos sons de cada palavra. Faça as atividades a seguir para estudar esse tema. © LAERTE Laerte © DIOGO SALLES Os fonemas são representados entre barras inclinadas. Esse tipo de representação é usado para distingui-los das letras. O fato de que a interlocutora parece ter estranhado o título Vaca atolada. Sugere que o personagem não sabe o que dizer diante do equívoco ocorrido e de uma provável reação irritada por parte da interlocutora. O fato de as duas expressões serem sonoramente muito parecidas. Nesse caso, as palavras estariam escritas, portanto não haveria motivo para essa confusão. Isso eu já vi – Pelo processo de alfabetização, o aluno passou a estabelecer relações entre os fonemas e os grafemas e a conhecer, progressivamente, a ortografia do português do Brasil. Nesta seção, revisitará esse conhecimento a partir de uma perspectiva analítica, com apoio na metalinguagem, para refletir sobre as particularidades da língua falada. Esse conteúdo é um pré-requisito para a revisão de elementos notacionais da língua (regularidades e irregularidades ortográficas e acentuação gráfica, particularmente), os quais serão abordados, especialmente, na seção. 99 99 Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 5 Leia este trecho de notícia publicada em um site que divulga a cidade de Manaus. INGRID ANNE/MANAUSCULT O Passo a Paço, projeto de ocupação cultural do Centro Histórico de Manaus, surgiu a partir da iniciativa de dar ressignificação a essa região da cidade atraindo população, comerciantes, organizações e turistas por meio de um festival de artes integradas em todas as suas formas de expressão. O surgimento de novos eventos, inclusive da iniciativa privada, novos estabelecimentos comerciais e o aumento do número de visitantes do Paço da Liberdade, futuro Museu da Cidade, são frutos que refletem os primeiros resultados dessa política. Reaberto em 2013 após adequações para visitação pública, o Paço da Liberdade, prédio histórico de 1872, recebeu 80 mil visitantes nos últimos quatro anos. Os picos de visitação ao local que abriga exposições permanentes e temporárias, como o conjunto de quadros doados à Prefeitura de Manaus pelo poeta Thiago de Melo, aconteceram durante a realização do Passo a Paço, quando o Centro Histórico respira cultura e arte e quando as famílias manauaras efetivamente desfrutam da história no centro da cidade. [...] Disponível em: . Acesso em: 14 maio 2018. a) O que é o projeto “Passo a Paço”? b) O que o leitor infere sobre a antiga situação do Centro Histórico de Manaus ao saber que a implantação do projeto buscou “dar ressignificação” a essa região? Fachada do Paço da Liberdade, prédio histórico de Manaus. Foto de 2016. 5a. É um projeto que promove um festival de artes e cultura no Centro Histórico de Manaus. 5b. O leitor infere que a região estava abandonada, já que os cidadãos de Manaus e os turistas não a visitavam e havia poucos estabelecimentos comerciais. Informe aos alunos que a palavra paço significa “palácio”, “habitação luxuosa”. Antes de iniciar as atividades 5 a 8, revise ou apresente alguns conceitos relativos à fonologia. O objetivo não é fazer o aluno memorizar tais conceitos, mas observar a produção dos sons da língua. 1. Peça aos alunos que pronunciem os fonemas /o/ e /p/ e faça uma distinção entre vogal e consoante: na pronúncia de uma vogal, o ar que vem dos pulmões passa livremente pela boca e pelo nariz; na pronúncia da consoante, ele encontra algum obstáculo. No caso do /p/, os lábios se fecham ligeiramente, com um bloqueio rápido do ar, antes de uma pequena explosão para expulsá-lo. 2. Solicite, então, que os alunos pronunciem as palavras massa e maçã, e mostre que, na pronúncia dos fonemas vocálicos orais, o ar sai só pela boca, enquanto nos nasais sai também pelo nariz. 3. Peça, na sequência, que pronunciem as palavras saúde e saudável, para que percebam as diferentes pronúncias da letra u. Na primeira, o fonema vocálico /u/ é pronunciado com a mesma intensidade de /a/. Na segunda, é pronunciado com menor intensidade e mantém-se junto do /a/, na mesma sílaba. Neste último caso, ele é uma semivogal. 4. Relembre os alunos de que as sílabas da língua portuguesa contêm uma única vogal. Essa vogal pode vir acompanhada por consoantes e/ou semivogais. 100 100 Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. ACERVO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE/GOVERNO FEDERAL a) Qual é o objetivo da campanha? b) Que aspectos da imagem direcionam a propaganda a crianças bem novas? c) O texto principal também parece se dirigir a elas? Por quê? d) Os fonemas representados pelas letras destacadas nas palavras assim, gente e longe apresentam sons nasais. Que regra ortográfica justifica a escrita desse som ora com m ora com n ? Quando uma vogal é nasal, ela é marcada pelo sinal gráfico chamado de til (~), como acontece em irm ã, ou é seguida pelas letras m ou n, como em grampo ou sangue . Lembra? c) Analise o nome do projeto. Qual é o sentido da palavra paço nesse contexto? d) O nome “Passo a Paço” remete a uma expressão muito usada pelos falantes da língua portuguesa. Qual é essa expressão e qual é seu sentido? e) Essa expressão pode ser associada, com coerência, àquilo que o projeto propõe? Justifique sua resposta. f) Além do sentido das palavras, o que mais justifica a construção do nome do projeto? g) Ao dizer “Quando o Centro Histórico respira cultura e arte”, o produtor do texto não está apenas relatando o que acontece. O que mais ele está fazendo? 6 Esta peça publicitária faz parte de uma campanha de interesse social. A presença de aparente propa - ganda na seção se justifica de acor - do com o Pare - cer CNE/CEB nº 15/2000, que diz que “o uso didá - tico de imagens comerciais identi - ficadas pode ser pertinente desde que faça parte de um contexto peda - gógico mais am - plo, conducente à apropriação críti - ca das múltiplas formas de lingua - gens presentes em nossa socie - dade, submetido às determinações gerais da legis - lação nacional e às específicas da educação brasi - leira, com compa - recimento módico e variado”. 6c. Sim. Porque estão em destaque atividades co - muns na rotina das crian - ças, como brincadeiras, correrias e pulos. 5f. O nome é composto de um jogo de palavras formadas pelos mesmos fonemas, mas que não têm a mesma grafia, o que contribui para torná-lo mais chamativo. 5g. Está avaliando posi - tivamente o projeto, que consegue envolver os fre - quentadores em ativida - des culturais e artísticas. A letra m é usada no final das palavras e quando antecede p e b; a letra n costuma ser empregada no meio delas. Se achar conveniente, informe (ou lembre) aos alunos que o n também pode vir no final de certas palavras (como hífen e líquen). Incentivar a prática de atividades físicas por crianças para que elas tenham uma vida mais saudável. A imagem do garoto, que parece ter cinco ou seis anos, e os brinquedos desenhados na asa colocada em suas costas. É uma referência ao Paço da Liberdade, um museu que é uma das principais atrações do Centro Histórico de Manaus. Passo a passo. Indica algo feito progressivamente, aos poucos. 5e. Sim. A expressão pode se referir ao fato de que as ações implementadas em Manaus vão obtendo resultados progressiva - mente. 101 101 Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Na sua opinião, qual é a importância da prá - tica de exercícios para as pessoas? E para as crianças especialmente? 7 Releia um trecho ampliado da propaganda. Fala aí! a) Qual é o efeito do uso das letras em destaque nesse trecho? b) Que elemento não verbal do trecho ajuda a reforçar a ideia de que o projeto é divertido? c) Conte o número de letras e de fonemas das palavras corporais, hábito, verifique e participando. Ele é o mesmo em cada uma delas? 8 Leia um cartum do ilustrador paranaense Will Leite. ACERVO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE/GOVERNO FEDERAL a) Em que contexto a frase “Terra à vista!” é conhecida? b) A que “terra” o navegador se refere? Como é possível essa identificação? c) O humor do cartum é produzido por um contraste entre duas épocas históricas. Quais são elas? d) Por meio desse contraste, o cartunista critica um hábito da sociedade contemporânea. Explique essa crítica. e) A palavra wi-fi está ligada a que campo das atividades humanas? É um termo emprestado de qual língua? f) A relação entre letras e fonemas não é a mesma nas várias línguas. A que sons da língua portuguesa corresponde a letra i em wi-fi ? © WILL LEITE Will Leite Resposta pessoal. É interessante que os alunos associem a prática de exercícios à manutenção da saúde e do bem-estar, além de perceber que os exercícios favore - cem o crescimento das crianças, contribuem para a correção de desvios posturais e ajudam a educar o corpo para a realização de movimentos diversos e para a prática esportiva futura. 7a. Elas chamam a atenção para uma parte específica do texto e ajudam a destacar o convite feito ao leitor do cartaz. 7b. O tamanho, a cor e o tipo de le - tra usados em “Saúde na escola”. 3c. Não, isso ocorre apenas em corporais, que tem 9 letras e 9 fonemas. Nas demais palavras, há 6, 9 e 12 letras e 5, 8 e 11 fonemas, respectivamente. 8a. A frase é empregada por na - vegadores para fazer referência à descoberta de novos espaços geográficos. 8c. O período das grandes nave - gações, nos séculos XV e XVI, e a atualidade, época marcada pela presença da internet. 8e. A palavra wi-fi está ligada ao campo da tecnologia digital e é um termo da língua inglesa. 8f. A letra i tem o som de ai . 8b. O navegador se refere ao Brasil na época da chegada dos portu - gueses, como sugere o tipo de vegetação, a presença de indíge - nas e o fato de as caravelas terem a cruz que identificava Portugal em 1500. 8d. O cartunista critica a depen - dência excessiva das pessoas em relação à internet, o que as leva a se preocupar mais em manter a conexão do que com outros as - pectos da vida. 102 Conversa com arte 102 Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Neste capítulo, você aprendeu sobre um gênero bastante popular: a HQ. Agora, vai bater um papo sobre o videoclipe, gênero audiovisual que mistura imagens e sons para contar uma história ou traduzir ideias presentes em canções. O clipe a seguir foi produzido para a canção “Segredos”, presente em dois discos do cantor, compositor e guitarrista fluminense Roberto Frejat: Amor pra recomeçar (2001) e Ao vivo no Rock in Rio (2012). O videoclipe dessa canção contribuiu para torná-la conhecida pelo mundo afora. Veja abaixo uma sequência de quadros retirados do clipe. ESTÚDIO CONSEQUÊNCIA DE ANIMAÇÃO/FOTOS FRAMES DO CLIPE “SEGREDOS” GENTILMENTE LICENCIADOS PELA WARNER MUSIC BRASIL LTDA., UMA EMPRESA WARNER MUSIC GROUP Cenas do videoclipe da canção “Segredos”, de Roberto Frejat. Estúdio Consequência. Brasil, 2002. O desenvolvimento do senso estético para a valorização das manifestações artístico-culturais é uma competência citada dentre as gerais, específicas de Linguagens e específicas de Língua Portuguesa, além de ser uma das dimensões do componente curricular Arte. Nesta e na próxima seção, será explorada a linguagem do videoclipe com o objetivo de compreender a complementariedade entre as várias semioses e estimular a reflexão sobre os processos criativos. Embora não mencione essa manifestação artística, a habilidade EF89LP07 comunica- -se com ela ao indicar a análise dos “efeitos de sentido devidos ao tratamento e à composição dos elementos nas imagens em movimento, à performance, à montagem feita (ritmo, duração e sincronização entre as linguagens –, complementaridades, interferências etc.) e ao ritmo, melodia, instrumentos e sampleamentos das músicas e efeitos sonoros”. Conversa com arte e Expresse-se! CG: 1, 2, 3, 4, 5, 6 CEL: 1, 2, 3, 6 CELP: 1, 2, 7, 8, 10 Habilidades: EF67LP11, EF69LP47 103 103 Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Assista ao videoclipe na internet e participe da discussão oral proposta por seu professor com base nas questões a seguir. Você também pode ler a letra da canção de Frejat e até mesmo cantá-la e tocá-la com seu grupo. 1 Em geral, o videoclipe é criado para promover uma canção. Esse gênero mescla imagens e música. a) De que trata a letra da canção “Segredos”? b) Qual é a história contada pelas imagens do videoclipe? c) Você acha que a narrativa inventada pelos criadores desse clipe animado é adequada à canção “Segredos”? Justifique sua opinião. 2 Nos videoclipes, é comum um cantor, cantora ou banda aparecer tocando uma música ou cantando. Isso também ocorre em “Segredos”? Explique. 3 Se você fosse convidado a transformar a canção de Frejat em um videoclipe ou em um clipe animado, como ele seria? 4 Escolha três quadros da sequência retirada do clipe de “Segredos” nas quais apareça o personagem principal. Atribua falas a ele, levando em consideração a narrativa do clipe e a letra da canção. Tom: G G Eu procuro um amor C9 que ainda não encontrei G D9/F# C9 Diferente de todos que amei G C9 Nos seus olhos quero descobrir uma razão para viver G D9/F# C9 E as feridas dessa vida eu quero esquecer Em7 D Pode ser que eu a encontre numa la de cinema Em7 D C9 Numa esquina ou numa mesa de bar G D9/F# C9 Procuro um amor que seja bom pra mim G D9/F# C9 Vou procurar eu vou até o m Em7 D E eu vou tratá-la bem pra que ela não tenha medo C9 G/B Am7 Quando começar a conhecer os meus segredos G C9 Eu procuro um amor uma razão para viver G D9/F# C9 E as feridas dessa vida eu quero esquecer Em7 D Pode ser que eu gagueje sem saber o que falar Em7 D C9 Mas eu disfarço e não saio sem ela de lá G D9/F# C9 Procuro um amor que seja bom pra mim G D9/F# C9 Vou procurar eu vou até o m Em7 D E eu vou tratá-la bem pra que ela não tenha medo C9 G/B Am7 Quando começar a conhecer os meus segredos ROBERTO FREJAT. Disponível em: . Acesso em: 15 maio 2018. Biblioteca cultural Conheça os primeiros contatos de Frejat com a música, ainda criança e adolescente, na aba “Biografia”, no site oficial do artista. 1a. Trata da busca do personagem por um grande amor “que seja bom” e “diferente de todos” que ele já teve na vida. Esse amor deverá ser sua “razão para viver”. 1c. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos percebam que, tanto na canção quanto na narrativa, há alguém em busca de um grande amor. 1b. Um rapaz desiludido com o amor acha que poderá encontrá-lo na Lua. Ele traça planos mirabolantes para chegar ao satélite natural da Terra: transforma-se em uma bala humana e fracassa; voa em um balão e também é malsucedido; finalmente, constrói um foguete que o faz atingir seu objetivo. Quando ele chega à Lua, não encontra o que procurava e se sente só. Descobre, enfim, que esse amor está, na verdade, na Terra. Então inicia uma nova luta para voltar ao seu planeta. Sim. No clipe da canção “Segredos”, Frejat – transformado em animação – é o personagem principal da narrativa e, ao mesmo tempo, cantor da canção. 4. Resposta pessoal. Oriente os alunos a criar as falas dentro de balões adequados. Por exemplo, um balão de pensamento no 6o quadro: “Preciso construir um veículo que me leve até meu amor”. 3. Resposta pessoal. Ouça o que os alunos propõem e faça perguntas para estimulá-los a pensar sobre a forma e o conteúdo. 104 Expresse-se! Os videoclipes surgiram, em princípio, para atingir o público jovem televisivo. Com a chegada da internet, muitos especialistas acreditaram que esse gênero fosse desaparecer, mas não foi isso que ocorreu. Os videoclipes ainda são importantes produções artísticas da nossa cultura. Usando uma ferramenta de busca na internet, localize o videoclipe “Passarinhos” (2015), protagonizado pela cantora mato-grossense Vanessa da Mata e pelo músico paulista Emicida, que também é o compositor da canção. O videoclipe foi dirigido por Rafael Kent. 104 Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 1 Conte, com suas palavras, a narrativa encenada no videoclipe. 2 O comportamento dos meninos representado no videoclipe é reprovável? Justifique sua resposta. 3 No contexto do videoclipe, no entanto, essa prática não é tratada como algo inaceitável. Há uma justificativa, na narrativa, para essa ação. Como a livraria age sobre os meninos e de que modo faz isso? 4 O videoclipe, portanto, não tem uma moral negativa, ruim. Que ideia está sendo defendida? 5 Os meninos do videoclipe são os passarinhos da canção. Por que foi feita essa associação? 6 Que relação existe entre a personagem feminina e o livreiro? Que figuras da realidade podem ser associadas a ela? 7 Quase no final do filme aparece uma pilha de livros, entre os quais está O mundo de Sofia, de Jostein Gaarder. Pesquise sobre essa obra e responda: que relação há entre ela e a história narrada no videoclipe? YASUYOSHI CHIBA/AFP Vanessa da Mata e Emicida em show no Rio de Janeiro. Foto de 2016. Os meninos roubam os livros, o que é consiResposta pessoal. 5. Os meninos encontram a liberdade e várias possibilidades para sua vida ao se encantar com os livros, livrando-se de uma realidade triste, que poderia aprisioná-los. 7. No romance O mundo de Sofia, uma menina, Sofia Amundsen, tem sua vida transformada pela história da Filosofia, como ocorreu com os meninos que conheceram os livros em “Passarinhos”. No romance, a jovem recebe bilhetes e postais do Líbano, enviados por um desconhecido para outra pessoa, e neles há perguntas sobre sua identidade e o sentido do mundo. Esse é o ponto de partida para que se apresente toda a história da filosofia ocidental. 3. A livraria aparece como um espaço que tem a capacidade de atrair os meninos, por isso dela saem a luz e a fumaça misteriosa. Ao entrar em contato com ela e com os livros, os meninos são conquistados. A ideia de que todos devem ter a oportunidade de se 6. A personagem feminina foi responsável, no passado, por apresentar o menino aos livros, algo que ele repassou para o jovem engraxate. Essa figura pode, por exemplo, ser associada aos professores, aos familiares e a outros adultos que estimulam as crianças a ler. derado, culturalmente, um comportamento reprovável. encantar com a ficção e com os conhecimentos que estão disponíveis nos livros. Questão 1 – Sugestão de resposta: Um menino que trabalha como engraxate tem curiosidade por uma livraria e pelo livreiro. Uma noite, atraído por uma forte luz que sai do local, ele a observa por uma fresta na porta e, no dia seguinte, resolve visitá-la. O interesse pelos livros faz com que roube um e mostre aos amigos, os quais, a princípio, zombam dele, mas logo na sequência revelam interesse igual e passam também a retirar livros. Apesar de perceber a situação, o livreiro não reage; pelo contrário, sorri. Ele aparece como um ser mágico, cujo objetivo é transmitir aos outros o interesse pela leitura, algo que também acontecera com ele tempos atrás. A forte luz e a fumaça que saem da loja bem como a figura feminina que lá está sugerem que aquele é um espaço encantado, que promove o bem e isso é reforçado quando o livreiro abandona o local deixando o menino em seu lugar para que seja um novo livreiro e passe adiante o mesmo ensinamento. Ao indicar um clipe cujo protagonista é um menino negro na posição de engraxate, nós, autores desta coleção, não pretendemos reforçar estereótipos. Nosso objetivo, ao contrário, é mostrar como essa terrível herança histórica pode ser transformada principalmente pela educação (metaforizada no clipe pelo poder mágico da leitura). Além disso, reforçamos que o próprio diretor do clipe cuidou desse aspecto ao incluir, no grupo de amigos do protagonista, também jovens brancos. Questão 4 – É evidente que o videoclipe não pretende estimular a prática do roubo. Essa seria uma leitura equivocada. Caso os adolescentes não entendam isso, retome toda a narrativa para mostrar como o raciocínio desenvolvido remete a uma infeliz condição de parte das crianças e adolescentes para apontar a importância de, pelo conhecimento, encontrarem um projeto de vida produtivo e feliz. 105 105 Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 8 “Cruel” é uma canção de amor. No videoclipe, a protagonista aparece segurando uma casinha. Que outros objetos apresentados ao longo do clipe lembram o amor da protagonista? 9 O que as diretoras do clipe fazem para mostrar que a protagonista está se sentindo sozinha? 10 Que objetos sugerem o contato que a protagonista da história narrada no videoclipe tem com o universo da música? Foto do videoclipe “Cruel”, de Nina Fernandes. Direção das Irmãs Fridman. Som Livre; Slap, 2017. As pessoas costumam fazer listas dos melhores filmes do ano, das melhores frases sobre determinado tema, das melhores canções da vida, dos melhores videogames etc. Organizem-se em grupos de quatro alunos e elaborem suas listas de videoclipes. Primeiro, relacionem os clipes de que os integrantes do grupo mais gostam. Depois, definam um critério para a lista do grupo (melhores imagens, melhor relação entre a canção e a narrativa, melhores efeitos especiais etc.) e os cinco clipes que a comporão. Observem que os clipes escolhidos precisam ser coerentes com o critério estabelecido. A próxima etapa é a da pesquisa. Procurem informações sobre os videoclipes escolhidos: dados sobre o trabalho dos artistas, detalhes da produção, álbum em que as canções se encontram, participações especiais, premiações etc. Tais informações serão usadas para a escrita de um pequeno resumo de cada videoclipe, acompanhado por uma opinião. Pesquisem também uma plataforma on-line de criação de playlist e façam a inserção dos clipes selecionados por seu grupo. Depois, disponibilizem o link da playlist aos editores da turma. Eles serão os responsáveis por encaminhar as playlists ao professor, que as publicará no blog. Nossa playlist de videoclipes NINA FERNANDES Procure em fontes confiáveis da internet e assista ao videoclipe da canção "Cruel", interpretada e cantada pela artista paulista Nina Fernandes. Depois, responda às questões. Biblioteca cultural Procure em fontes confiáveis da internet e assista à versão de “Rock and roll lullaby” gravada pela banda mineira Pato Fu no disco Música de brinquedo (2010). O videoclipe colaborativo foi feito com base no projeto BabyStar, para o qual alguns pais enviaram fotos de seus bebês. 8. O cachorro, a flor, os abajures, a máquina fotográfica, o telefone, o disco de vinil e o gramofone. 9. Elas mostram a cantora pequena diante de objetos como uma flor imensa. Além disso, ela é filmada de cima para baixo e a distância (ampliando a sensação de solidão); toca piano sozinha em meio a uma grande paisagem; e surge isolada em um arrozal, um milharal e uma Um piano, um gramofone praia desertos. e um disco de vinil. 106 Leitura puxa leitura Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. MSP 50 Novos Artistas Por que devo ler essa coletânea de HQs? Para conhecer essa homenagem aos 50 anos de carreira de Mauricio de Sousa, feita por novos talentos dos quadrinhos brasileiros que produziram releituras da Turma da Mônica. Níquel Náusea – Por que devo acessar esse site? Para conhecer Níquel, Gatinha, Rator Ruter, Sábio de Buraco e outros personagens muito populares criados por Fernando Gonsales. Turma da Mônica – HQ Por que devo ler as histórias em quadrinhos dessa turma? Para se divertir com Mônica, Cebolinha, Magali, Cascão, Chico Bento e tantos outros personagens de uma série criada em 1959 pelo desenhista Mauricio de Sousa. A série Turma da Mônica circula em 40 países. Site da Turma da Mônica – Por que devo acessar esse site? Para assistir a vídeos, jogar, fazer downloads, brincar e conhecer outros personagens da série de HQs mais popular do Brasil, a Turma da Mônica. STUDIOVIN/SHUTTERSTOCK 106 Leitura puxa leitura e Biblioteca cultural em expansão CG: 2, 3, 5, 7 CEL: 6 CELP: 1, 8, 9 Habilidades: EF67LP01, EF67LP20, EF67LP28 107 Biblioteca cultural em expansão 107LONELY/SHUTTERSOCK /ANNA_LENI/SHUTTERSTOCK REPRODUÇÃO REPRODUÇÃO REPRODUÇÃO ILUMINURAS ESTÚDIO DE ANIMAÇÃO No capítulo dedicado ao estudo das histórias em quadrinhos, entramos em contato com Thor, deus da mitologia nórdica. Se você gosta desse universo, conheça exemplares que ampliarão sua biblioteca cultural. As 100 melhores histórias da mitologia, de A. S. Franchini e Carmen Seganfredo Leia esse livro digital e mergulhe nas deliciosas aventuras dos heróis da mitologia greco-romana. Descubra as explicações dos antigos para o surgimento do Universo, do homem e do fogo. Envolva-se com as histórias de Hércules, Jasão, Aquiles, Ulisses, entre tantos heróis que estão no imaginário do homem ocidental. As melhores histórias da mitologia africana, de A. S. Franchini e Carmen Seganfredo Nesse livro, você conhecerá Ogum, deus da guerra; Oxóssi, deus da caça; Iemanjá, deusa dos mares; Xangô, deus do fogo e dos metais; entre outras figuras que habitam a rica cultura mitológica africana. REPRODUÇÃO Como nasceram as estrelas: doze lendas brasileiras, de Clarice Lispector Nesse livro, uma das escritoras mais importantes de nossa literatura reúne histórias do folclore nacional, uma para cada mês do ano. Lendas indígenas e personagens folclóricos como Pedro Malazarte, Saci-pererê e Negrinho do Pastoreio habitam as lendas recontadas por Clarice. ILUMINURAS ESTÚDIO DE ANIMAÇÃO Icamiabas na Amazônia de Pedra, de Otoniel Oliveira A animação se passa em uma fantástica Cidade Amazônia, onde os antigos deuses se aposentaram e agora os conflitos passaram a ser resolvidos por suas estagiárias, as Icamiabas, quatro meninas guerreiras, uma espécie de versão tupi da lenda grega das amazonas. Verifique se a biblioteca dispõe de uma das obras indicadas ou outras relativas a mitologias. Em caso afirmativo, leve a(s) obra(s) para a classe de modo que os alunos possam folhear os volumes e, eventualmente, escolhê-los para leitura. 108 108 Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. CAPÍTULO 4 É provável que você já tenha acompanhado, em telejornais, vídeos com pessoas relatando experiências provocadas por fenômenos naturais. Eles costumam complementar reportagens ou notícias. Leia a transcrição de um relato divulgado no portal de notícias G1. Nele fala o professor Rogério Quintanilha, que, na ocasião, estava com a família em Santiago, no Chile. Aproveite seus conhecimentos sobre a língua falada para reconhecer as marcas de oralidade no texto. Leitura 1 Na imagem, o professor Rogério Quintanilha. REPRODUÇÃO/G1/TV FRONTEIRA Oi. Meu nome é Rogério. Eu estou com a minha esposa e o meu filho pequeno aqui em Santiago. Ontem nós estávamos numa farmácia e f... dentro de um shoppingcenter durante o tremor ontem à noite eee... nós sentimos o chão tremer, as prateleiras eee... fiquei com medo que alguma coisa pudesse cair, não aconteceu, mas... daí eu peguei o meu filho e minha esposa e nós saímos pela saída de emergência... era um shopping. Os chilenos todos fizeram isso, foram para a rua, parece que eles estão mais acostumados com esses fatos e estavam tranquilos. Durante a noite a gente voltou pro hotel e sentiu algumas vezes, duas ou três vezes, novamente ressonâncias do primeiro... é... tremor, mas... agora já está tudo bem e a cidade parece estar funcionando normalmente. Obrigado. Disponível em: . Acesso em: 5 jun. 2018. RELATO DE EXPERIÊNCIA: contar o que houve comigo FERNANDO JOSÉ FERREIRA Milhares de sites são criados, modificados e desativados diariamente. É possível que, quando forem consultados, aqueles indicados neste capítulo não estejam mais disponíveis ou tenham mudado de endereço. Se possível, inicie a atividade apresentando apenas o vídeo aos alunos, sem que vejam a transcrição. Em seguida, permita que ouçam o relato ao mesmo tempo que leem a transcrição para que as marcas de oralidade se evidenciem. Leituras 1 e 2 CG: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 CEL: 1, 2, 3, 4, 6 CELP: 1, 3 Habilidades: EF06LP01, EF67LP03, EF67LP05, EF67LP06, EF67LP20, EF69LP03, EF69LP12, EF69LP17, EF69LP19, EF69LP21, EF69LP30, EF69LP42, EF69LP55, EF07LP02, EF07LP08, EF07LP09, EF07LP14, EF08LP16, EF89LP31 Capítulo 4 Pré-requisitos • EF35LP10 • EF05LP27 • EF06LP05 • EF67LP14 Materiais digitais Sequência didática 4: Fonema CG: 3 CEL: 1, 2, 5 CELP: 1, 3 Habilidades: EF67LP31, EF67LP32, EF69LP44, EF69LP55, EF69LP56 Sequência didática 5: O hip-hop é cultura CG: 3, 4 CEL: 1, 3, 5 CELP: 9 Habilidades: EF69LP46 Sequência didática 6: O substantivo CG: 1 CEL: 3 CELP: 2 Habilidades: EF06LP04, EF06LP06 CG: 1, 2; CEL: 1; CELP: 1, 2 Habilidades: EF67LP22, EF69LP34 Leitura 1 – Antes de iniciar o estudo do capítulo, peça aos alunos que façam a pesquisa do boxe “Investigue em Geografia” da página 109 como tarefa de casa. No retorno, reúna-os em grupos e peça-lhes que produzam um cartaz para responder à primeira ou à segunda pergunta. Eles devem escolher e efetivar uma estratégia que lhes permita uma comunicação clara e ágil. Afixe os cartazes na lousa ou na parede formando dois blocos. Analise com os alunos as estratégias de exposição e identifique com eles aquelas que parecem mais eficientes. O objetivo é ampliar o repertório de soluções de apresentação da turma e estimular a intencionalidade. Orientações para o professor acompanham o Material Digital Audiovisual Material Digital Audiovisual • Videoaula: Como fazer um resumo 109 Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 109 1 Rogério Quintanilha relatou um terremoto ocorrido no Chile. a) O evento narrado é real ou fictício? b) Segundo o relato, como o terremoto pôde ser percebido? c) O evento parece ter sido impactante para Rogério? Por quê? 2 Localize as palavras que informam quando ocorreu o terremoto. a) O evento aconteceu em um passado distante ou próximo em relação ao relato de Rogério? Justifique sua resposta. b) No momento do relato, o acontecimento ainda preocupa o falante? Explique sua resposta. c) O falante diz que “a cidade parece estar funcionando normalmente”. Por que ele usa a palavra parece? 3 Releia este trecho: “Os chilenos todos fizeram isso, foram para a rua, parece que eles estão mais acostumados com esses fatos e estavam tranquilos”. a) Que palavra mostra que o evento não foi único, isto é, que já havia acontecido algo parecido antes? b) Que palavra descreve a reação dos chilenos? c) Redija uma frase para comparar a reação do produtor do relato com a dos chilenos. Inclua nela as duas palavras que você respondeu nos itens a e b. 4 O relato lido é uma transcrição, isto é, um texto que reproduz a fala conforme ela aconteceu. Releia um trecho do texto. “Ontem nós estávamos numa farmácia e f... dentro de um shopping center durante o tremor ontem à noite eee... nós sentimos o chão tremer, as prateleiras eee... fiquei com medo que alguma coisa pudesse cair, não aconteceu, mas... daí eu peguei o meu filho e minha esposa e nós saímos pela saída de emergência... era um shopping.” a) O falante repetiu a informação de que estava em um shopping center. Levante uma hipótese: o que o fez repetir isso? b) Observe que, em dois momentos, o falante alonga a vogal e antes de continuar a fala. O que esse alongamento mostra? Desvendando o texto FERNANDO JOSÉ FERREIRA GEOGRAFIA Investigue em O Chile é um país da América do Sul constantemente atingido por terremotos. Você sabe por que isso acontece? Quais medidas são tomadas pelas autoridades chilenas para minimizar as mortes e os danos materiais? Faça uma pesquisa, em fontes confiáveis da internet ou livros de geografia, para reunir dados sobre o tema. Real. Aconteceu em um passado próximo, como indicam a palavra ontem e a expressão ontem à noite. O falante percebeu que o chão estava tremendo. Não. Ele afirma, no final do relato, que naquele momento já estava tudo bem. Acostumados. Tranquilos. O alongamento mostra que o falante está buscando a melhor maneira de continuar sua fala. 4a. Resposta pessoal. É possível imaginar que o falante tenha esquecido o fato de já ter mencionado a informação ou que a tenha repetido porque citou uma “saída de emergência”, algo que só costuma existir em locais públicos, o que o levou a reafirmar que estava em um shopping. O falante sugere que não tem certeza de que tudo já esteja normalizado; está relatando uma impressão que ele tem a esse respeito. 3c. Sugestões de resposta: 1. Rogério Quintanilha teve medo dos tremores, enquanto os chilenos permaneceram tranquilos porque já estão acostumados com o fenômeno. 2. Os chilenos estão acostumados com tremores, portanto ficaram tranquilos, mas Rogério Quintanilha sentiu medo. 1c. Sim. Rogério afirma ter sentido medo e relata que precisou deixar o shopping às pressas. Ele também contrasta sua reação com a dos chilenos, que ficaram mais tranquilos. Questão 3c – Sugerimos que duas ou três respostas sejam anotadas na lousa de modo que se possam destacar conectores de causa ou de conse quência para relacionar os termos tranquilos e acostumados e conectores de comparação ou de oposição para contrastar a reação do falante com a dos chilenos. 110 Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 1105 Compare um trecho do relato oral com o trecho de uma notícia escrita na qual esse relato foi incluído. Trecho do relato oral “Eu estou com a minha esposa e o meu filho pequeno aqui em Santiago. Ontem nós estávamos numa farmácia e f... dentro de um shopping center du - rante o tremor ontem à noite eee... nós sentimos o chão tremer, as prateleiras eee... [...] saímos pela saída de emergência... era um shopping. Os chilenos todos fizeram isso, foram para a rua, parece que eles estão mais acostumados [...].” Trecho da notícia [...] Segundo o prudentino, no momento do tremor, ele estava dentro de uma farmácia, em um shopping center de Santiago. “Nós, eu, minha esposa e meu filho pequeno, sentimos o chão tremer e vimos as prateleiras balançarem. [...] Todos os clientes do local foram para a rua, pois os chilenos parecem ser mais acostumados a esse tipo de situação [...]”, afirmou ao G1. Disponível em: . Acesso em: 5 jun. 2018. a) A notícia apresenta duas vozes: a de quem a escreveu e a de Rogério, que fez o relato. Que sinal de pontuação foi usado para separar a voz de Rogério? b) Qual é o sentido da palavra segundo nesse contexto? Qual é sua finalidade? c) Que adaptações da linguagem foram feitas pelo produtor da notícia na fala de Rogério? d) Em sua opinião, é mais interessante assistir a um relato de experiência em vídeo ou lê-lo? Por quê? Prudentino : pessoa nascida em Presidente Prudente (SP). IVAN ALVARADO/REUTERS/FOTOARENA Carro destruído entre escombros após terremoto de magnitude 8,3 que atingiu a cidade de Coquimbo, a 445 km de Santiago, no Chile, em 17 set. 2015. O epicentro do tremor foi a cerca de 55 km a oeste de Illapel, capital da província de Choapa, localizada na região de Coquimbo. 6 No mesmo dia em que o vídeo do relato foi divulgado, o portal UOL publicou a notícia acompanhada por uma galeria de fotografias. Veja uma delas. 5a. As aspas. 5d. Resposta pessoal. Entre outros fatores, os alunos podem apontar a maior impressão de veracidade do relato oral, uma vez que o público vê e ouve o falante, conhecendo a maneira como real - mente formulou suas falas, ou indicar como vantagem a tendên - cia à síntese do texto escrito. 5b. Essa palavra tem o sentido de “de acordo com”, e sua finalidade é introduzir a fala do entrevistado. 5c. O produtor da notí - cia incluiu informações que faltavam (viu prate - leiras balançarem), tornou a linguagem mais precisa (os chilenos todos × todos os clien - tes do local), eliminou marcas de oralidade, como pausas, entre outras. 111 Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 111 a) Explique por que o relato do professor e a fotografia provocam duas impressões diferentes sobre o terremoto no Chile. b) Comparando os dados oferecidos no relato de Rogério e na legenda da foto, explique por que o terremoto produziu consequências tão diferentes em Santiago e em Coquimbo. c) Por que esse tipo de fotografia é também um trabalho jornalístico, como uma notícia? d) Que aspectos do fato estão destacados na fotografia? Explique sua resposta. e) A foto a seguir faz parte da mesma galeria da qual foi extraída a imagem dos escombros. Em sua opinião, o que ela pretende destacar? MARTIN BERNETTI/AFP O chileno Jorge Castro resgata cachorro perdido durante o tsunami que sucedeu o terremoto. Coquimbo, Chile, 18 set. 2015. Tendo em vista o relato de Rogério Quintanilha, divulgado em um portal de notícias, responda às questões. 1 O falante apresenta o fato como um participante ou como um observador? Justifique sua resposta com palavras do texto. 2 Em sua opinião, por que o portal se interessou em apresentar esse relato? 3 Você ficou interessado nesse relato? Por quê? Como funciona um relato de experiência? No gênero textual relato de experiência, ou depoimento, o falante conta uma experiência real e marcante. O texto, que pode ser falado ou escrito, apresenta um ponto de vista pessoal. Da ob s erv aç ã o para a teoria 6a. O relato do professor é tranquilizador e fala de uma cidade que está retornando à vida normal, enquanto a fotografia mostra uma área to- talmente destruída, revelando uma situação muito séria. Porque cumpre a função de informar sobre um fato de interesse social. 6d. Resposta pessoal. Espera- -se que os alunos reconheçam que a foto destaca a força do terremoto, como sugerem os escombros vistos na cena e, mais especialmente, o carro lançado sobre eles. Também permite ao leitor inferir que a população enfrentará dificuldades severas. 6e. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos notem a intenção de ressaltar o aspecto humano da tragédia, mostrando a alegria do homem que conseguiu resgatar o animal. 6b. Coquimbo foi mais atingida pelo terremoto por estar perto do epicentro, enquanto a capital, Santiago, mais distante, sofreu um abalo mais leve. 1. Como um participante, pois emprega pronomes de 1a pessoa: eu, minha esposa, meu filho, nós. 2. Resposta pessoal. Porque fatos como terremotos e outros acidentes naturais provocam a curiosidade do público, que deseja saber como as pessoas lidaram com o evento. 3. Resposta pessoal. É possível que alguns alunos apontem o interesse por conhecer uma experiência real envolvendo um terremoto, enquanto outros digam que esperavam um relato mais emocionante. Questão 6d – Aproveite a atividade para comentar com os alunos que, ao definir o enquadramento e a distância que ficará do objeto retratado, entre outros aspectos, o repórter fotográfico apresenta um ponto de vista pessoal sobre o fato, que vai destacar aquilo que mais lhe interessa. Não há neutralidade absoluta nas atividades que dependem de escolhas. Questão 6e – Veja se os alunos incorporaram a discussão sobre neutralidade que você promoveu no item anterior. 112 Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 112 Primeiro eu conheci o rap. Aííí... euuu... cheguei no Espaço Criança Esperança, que era perto da minha casa. Quem me levou no Espaço Criança Esperança foi um amigo meu, o Diego, ele é grafiteiro, eleee... a gente sempre morou na mesma rua, estudou até na mesma escola um tempo. Ele me levou lá. Ele falou “Então, tem um estúdio aqui, tem um pessoal”. Aí eu catei, cheguei no espaço, que pr... eu não conhecia, só passava por lá, mas não sabia o que tinha. Eu não era ali da região, né? Eu era um... eu era da Freguesia, o Espaço Criança Esperança já fica na Brasilândia. Não ia muito prali. Ééé... aííí... eu... comecei a conhecer o pessoal. Conheci o Douglas, que era o cara que operava o estúdio, conheci o Bonga, que era ooo... grafiteiro... queee... meio que era o coordenador do espaço, que foiii... meu... meu maior professor no hip-hop, um cara que me ensinou muita coisa, que me ensinou o que era hip-hop. Foi o cara que pegou, chegou em mim, estava tendo um show e ele falou “Pega um microfone e rima”, porque eu não queria fazer isso, eu tava com vergonha. Foi a primeira vez que eu peguei no microfone e rimei, foi ele que deu espaço, ele que mandou fazer isso aí e eu fiz. Tinha eventos, tinha umas oficinas de rádio, tinha oficina de produção, tinha oficina de DJ... Eu cheguei até a dar umas oficinas no espaço. De MC. E foi... sabe... muito... foi muito gratificante pra mim, porque eu p... saí dali e ali mesmo eu tava podendo... sabe?... mostrar “Ó, ser MC... MC significa tal coisa, o MC faz isso, a função dele é isso e pra você começar a fazer tal coisa...” Conseguia passar o conhecimento. Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2018. Leitura 2 O relato transcrito a seguir foi produzido pelo músico paulista Pedro Antônio Alves para o Museu da Pessoa. Nele é contada sua experiência em um projeto social, inicialmente como aprendiz e depois como orientador. Leia o texto e responda às questões. Leia prestando atenção nas marcas de oralidade mostradas na transcrição. Você já conheceu outro relato disponível nesse mesmo museu virtual: aquele em que o médico Jaime Murahovschi contou como soube que a Segunda Guerra Mundial tinha acabado. Lembra? Espaço Criança Esperança: parceria entre Instituto Sou da Paz, Prefeitura de São Paulo, Rede Globo e Unesco que promove atividades culturais e esportivas voltadas à cidadania. LASSMAR O rap e o hip-hop O hip-hop é uma cultura nascida nas periferias urbanas de algumas cidades da América Latina e dos Estados Unidos. Inclui o rap, o grafite e a breakdance, entre outros elementos. VICENTE MENDONÇA O rap é uma fala musicada, com rimas e poesia, muitas vezes improvisada. Costuma ser interpretado com uma batida musical ao fundo. LASSMAR 113 Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 113 Refletindo sobre o texto 1 Nesse relato de experiência, o jovem músico conta sua participação no projeto Espaço Criança Esperança. a) O contato de Pedro com a arte se iniciou nesse projeto? Por quê? b) Quem o apresentou ao projeto? c) O que essa pessoa deixou implícito em sua fala quando disse “Então, tem um estúdio aqui, tem um pessoal”. d) Segundo o relato, qual pessoa mais contribuiu para o desenvolvimento profissional de Pedro? Por quê? 2 Os relatos de experiência trazem o depoimento de quem viveu uma situação incomum, como testemunhar um acidente, ou apresentam uma história pessoal que pode servir como um exemplo para outras pessoas. Qual é a finalidade do relato de Pedro? Explique. 3 Os textos desse gênero contam uma vivência marcante, de um ponto de vista pessoal. a) Que pessoa gramatical predomina no relato: a primeira ou a terceira? b) A predominância dessa pessoa sugere que o falante participa das ações relatadas ou as observa? c) Os fatos relatados referem-se ao presente, passado ou futuro? Explique. 4 O relato de Pedro é divulgado no site do Museu da Pessoa, que permite aos falantes usarem a linguagem com a qual têm mais intimidade. a) A linguagem de Pedro é formal ou informal? Dê exemplos de palavras ou expressões que comprovem sua resposta. b) Relacione a linguagem utilizada por Pedro às características dele. c) Em sua opinião, a linguagem empregada por Pedro seria adequada se ele fosse apresentar as atividades desenvolvidas no Espaço Criança Esperança para possíveis patrocinadores? Explique sua resposta. 5 A transcrição do texto procurou reproduzir a maneira como Pedro realmente falou. a) Releia o início do relato. “Primeiro eu conheci o rap. Aííí... euuu... cheguei no Espaço Criança Esperança, que era perto da minha casa.” Observe o alongamento das vogais no trecho. Para que serve esse recurso comum em textos orais? Não, pois ele já conhecia o rap. A primeira pessoa. Participa. Ao passado, porque são experiências já vividas. 1c. A pessoa sugeriu a Pedro que considerasse a possibilidade de se envolver nas atividades musicais desenvolvidas pelo projeto. 4a. É informal. Pedro usa termos como catei (com sentido de “tomei a iniciativa”) ou cara e expressões como chegou em mim (com sentido de “se aproximou”) ou meio que era (com sentido de “atuava como”). 4b. Pedro é um músico, que divulga uma cultura popular jovem, o que explica sua opção por uma linguagem informal. 1b. Pedro foi apresentado ao projeto por Diego, um amigo de infância, que sabia da existência de um estúdio no Espaço Criança Esperança. 1d. O grafiteiro Bonga foi seu maior incentivador. Ele atuava como coordenador do espaço, ensinou a Pedro o que era o hip-hop e o estimulou a fazer sua primeira apresentação pública. 2. A finalidade do relato é mostrar uma situação exemplar, já que apresenta um jovem que encontrou, em um projeto social, estímulo para sua expressão artística e para compartilhar conhecimentos com outras pessoas. Resposta pessoal. Para que o falante tenha tempo para preparar a continuação da fala. Questão 4c – Ajude os alunos a perceber que, apesar de a linguagem estar relacionada com a idade e a cultura defendida por Pedro, em certas situações comunicativas espera-se que o falante use uma linguagem mais formal. É o caso de uma apresentação para possíveis patrocinadores, já que o assunto não é pessoal e não há intimidade entre os interlocutores. 114 Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 114 O vídeo do relato de Pedro Antônio Alves está disponível no site do Museu da Pessoa, que coleta vários relatos de experiência para compor um painel do povo brasileiro. Em sua opinião, esse projeto é interessante? Por quê? Fala aí! LASSMAR No gênero textual relato de experiência, o produtor conta um evento incomum, como testemunhar um terremoto, ou exemplar, como ser voluntário em uma campanha social. O texto apresenta fatos, causas e consequências, decisões e sentimentos, sempre de um ponto de vista pessoal. Dependendo do veículo de circulação (um telejornal, um jornal on-line, um blog etc.) e dos interlocutores, o texto poderá ser mais formal ou menos formal. Da ob s erv aç ã o para a teoria Se esse relato fosse meu... Suponha que você estivesse no lugar de Pedro e fosse explicar o que significa MC e o que ele faz. Como explicaria? b) Releia outro trecho. “Quem me levou no Espaço Criança Esperança foi um amigo meu, o Diego, ele é grafiteiro, eleee... a gente sempre morou na mesma rua, estudou até na mesma escola um tempo.” O falante desistiu de completar uma das orações: “eleee...”. Por que isso aconteceu? c) As marcas de oralidade que você observou nos itens a e b revelam que Pedro estava falando de modo displicente, descuidado? Explique sua resposta. 6 Pedro não chega a explicar o que um MC faz. Releia este trecho. “Ó, ser MC... MC significa tal coisa, o MC faz isso, a função dele é isso e pra você começar a fazer tal coisa...” a) Copie as palavras ou expressões usadas para evitar a descrição das funções de um MC. b) Por que Pedro optou por não descrever as funções? O MC, ou mestre de cerimônias, é um artista que atua na esfera da cultura hip-hop ou da cultura do funk. Ele anima as festas interagindo com o público, cantando letras de sua autoria ou fazendo improvisações. Tal coisa; isso. 6b. Essa descrição não era necessária para o sentido que Pedro queria construir. Ele desejava mostrar a maneira como atua no projeto, e não transmitir as informações que apresenta nas oficinas. O falante sentiu necessidade de explicar melhor qual era sua O falante desistiu de completar uma das orações: “eleee...”. Por que relação com Diego antes de contar o que ele propôs. 5c. Não. Os textos orais têm características diferentes daquelas dos textos escritos, porque há um tempo mínimo de planejamento. Os alongamentos e as interrupções revelam o processo de cons- trução da fala, e não uma atitude displicente. Resposta pessoal. Questão 5c – Aproveite essa atividade para retomar o conteúdo estudado no Capítulo 3, que trata das diferenças entre a língua escrita e a língua falada. Se esse relato fosse meu... – Dependendo de sua turma, é possível que os alunos tenham muitas informações sobre a atuação de um MC. Permita que falem dessa função e, se possível, relacione-a com o relato de Pedro Antônio Alves. Fala aí! – Leve os alunos a perceber que esses relatos ajudam a formar um grande panorama do Brasil e de seus moradores e contribuem para a construção da memória coletiva. 115 Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 115 Relações de causa e consequência 1 Leia um relato escrito pelo menino paulistano Jibran Coruminas Hsieh, colunista do caderno Folhinha, do jornal Folha de S.Paulo. Um vascaíno em São Paulo Meu pai nasceu em Brasília e torce para o Vasco. Eu nasci aqui em São Paulo, mas desde pequeno também sou vascaíno. Quando tinha 5 anos, fui internado no hospital. Tinha que colocar um cateter na veia para tomar remédio, mas não queria deixar, porque estava com aflição daquela agulha. Então, meu pai prometeu que eu poderia conhecer os jogadores do Vasco se deixasse o médico colocar o tubo no meu braço. Quando saí do hospital, fui com ele, minha mãe e meus irmãos para Atibaia para ver um treino do time. Foi muito legal! Eu tirei fotos e joguei bola com todos os jogadores. E um repórter que estava lá também me entrevistou para a TV. [...] Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2018. Se eu quiser aprender mais LASSMAR a) O que convenceu o produtor desse relato a aceitar o tratamento médico? b) Veja a reelaboração de um trecho do texto. (1) O menino não queria a colocação de um cateter em sua veia, / (2) porque tinha aflição de agulha. I. A frase apresenta uma relação de causa e consequência. O trecho que indica causa é o primeiro ou o segundo? II. Que palavra foi usada para estabelecer essa relação? c) Escreva um período juntando as informações a seguir, na ordem em que foram apresentadas. Entre elas, use uma ou mais palavras que estabeleçam uma relação de consequência. O menino tinha aflição de agulha. O menino não queria um cateter em sua veia. Na língua, existem palavras responsáveis por relacionar ideias, estabelecendo uma relação lógica entre elas. São os conectores. Ao usá- -los, organizamos melhor o texto e ajudamos nossos interlocutores a compreen der nosso pensamento. Costuma-se usar a vírgula antes dos conectores de causa e de consequência. 1a. A promessa feita pelo pai, também vascaíno, de que o menino poderia conhecer os jogadores do Vasco caso permitisse que um cateter fosse colocado em sua veia para um tratamento médico. O segundo. Porque. 1c. Sugestão: O menino tinha aflição de agulha, por isso não queria um cateter em sua veia. Se eu quiser aprender mais CG: 1, 5 CEL: 1, 2 CELP: 1, 3 Habilidades: EF67LP37, EF08LP12, EF08LP13, EF09LP08, EF09LP11 116 Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 116 Há também conectores de condição, de oposição, de adição, entre outros que você estudará depois. Conheça, agora, mais alguns conectores de causa e de consequência que você pode empregar em seus textos escritos e orais. • Conectores de causa: porque, pois, como (no início das frases), visto que, já que, uma vez que. • Conectores de consequência: portanto, por isso, então, logo, assim, desse modo, dessa forma, consequentemente. 2 Reúna as informações em uma única frase, estabelecendo entre elas uma relação de causa. Siga o modelo. Não comprou o vestido. O preço estava muito alto. Não comprou o vestido, já que o preço estava muito alto. a) Eu sairei mais cedo hoje. Preciso comprar um presente para meu amigo secreto. b) Há um caminhão quebrado na pista. Os carros não conseguem passar. c) Será preciso limpar a sala novamente. Uma criança derrubou a caneca de leite. 3 Reescreva as mesmas frases, agora estabelecendo relações de consequência. Veja o modelo. Não comprou o vestido. O preço estava muito alto. O preço estava muito alto, logo não comprou o vestido. Nesta seção, estamos estudando conectores de causa e de consequência. Veja como funcionam. Ela foi aprovada, pois estudou bastante. Estou muito gripada, então não irei à aula hoje. Pois introduz uma oração que indica a causa do que foi declarado antes. Então introduz uma oração que é uma consequência, um resultado do que foi dito anteriormente. ILUSTRAÇÕES: LASSMAR As respostas são sugestões. 2a. Eu sairei mais cedo hoje, porque preciso comprar um presente para meu amigo secreto. 2b. Como há um caminhão quebrado na pista, os carros não conseguem passar. Será preciso limpar a sala novamente, visto que uma criança derrubou a caneca de leite. As respostas são sugestões. a) Preciso comprar um presente para meu amigo secreto, portanto sairei mais cedo hoje. b) Há um caminhão quebrado na pista; por consequência, os carros não conseguem passar. c) Uma criança derrubou a caneca de leite, então será preciso limpar a sala novamente. 117 Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 117 Você conheceu três relatos de experiência neste volume: o do médico que falou sobre o fim da Segunda Guerra Mundial, no Capítulo 1, o do professor que presenciou um terremoto no Chile e o do músico que participou do projeto Espaço Criança Esperança, os dois últimos neste capítulo. Agora é sua vez de compor um relato de experiência. Procure se lembrar de um evento que tenha sido marcante para sua comunidade: a inauguração de um espaço cultural, a presença de um artista na cidade, a gravação de cenas de um filme em espaço público, um desastre natural que tenha atingido a região etc. Você vai contar sua experiência pessoal em relação a esse evento. Filme-o, usando um smartphone. Seu relato deve durar entre 1min20s e 2min e será apresentado para seus colegas durante uma aula. Momento de produzir Planejando meu relato de experiência Para compor seu relato de experiência, considere as informações e orientações apresentadas no esquema a seguir. Meu relato de experiência NA PRÁTICA Da teoria para a... ... prática Os relatos de experiência tratam de eventos marcantes. Procure deixar claro onde e quando aconteceu o evento. Seus ouvintes devem reconhecer a situação a que você está se referindo. Dependendo da situação de exposição, esse gênero textual se vale de uma linguagem mais informal ou mais formal. Você vai expor o relato para seus colegas de turma. Procure usar construções parecidas com as de uma conversa, sem esquecer que está em uma situação escolar. Não exagere no uso de gírias. Como você vai planejar a apresentação, o texto não será espontâneo e, portanto, deverá ter menos marcas de oralidade. Essa produção é oral, mas planejada. Preste muita atenção à clareza necessária, que é conseguida com uma boa organização das ideias e um bom uso da voz e do corpo na apresentação. O relato é uma fala pública. Coloque-se na posição de protagonista, evidenciando como você vivenciou o evento. Empregue a primeira pessoa e palavras que mostrem sua visão particular dos acontecimentos. Os relatos de experiência apresentam um ponto de vista pessoal. FERNANDO JOSÉ FERREIRA Caso não seja possível fazer a filmagem, peça aos alunos que ensaiem e apresentem o relato ao vivo. Nesse caso, a apresentação será feita para um grupo de quatro pessoas, que a avaliará logo na sequência. A intenção da atividade é oferecer aos alunos a possibilidade de rever suas produções e pensar em formas de tornar a comunicação ainda mais eficaz. Após a refilmagem proposta nesta seção, escolha dois ou três relatos e exiba-os aos alunos. Analise com eles essas produções, observando os elementos relacionados à fala (modulação de voz, ritmo, altura etc.), a postura corporal e a gestualidade. Leve-os a perceber a progressão do texto, a clareza e a variedade linguística empregada. Após a avaliação, os relatos podem ser guardados para apresentação aos pais em uma reunião de série. Como são curtos, é possível apresentar dois ou três deles em uma situação coletiva e reproduzir os demais nos momentos que antecedem e sucedem a reunião. A EF69LP06 menciona a possibilidade de o aluno vivenciar de forma significativa alguns papéis típicos do campo jornalístico/midiático. A produção de um relato de experiência, aos moldes daqueles inseridos em um telejornal ou em um museu virtual, permite ao aluno vislumbrar sua participação nesse campo e instrumentaliza-o para tal. Coloca-se como sugestão para a participação do aluno em práticas sociais diversas, inclusive práticas cidadãs, estimulando a produção responsável e ética de conteúdo digital com fins informativos ou opinativos. Meu relato de experiência na prática CG: 1, 3, 4, 5, 9, 10 CEL: 1, 2, 3, 6 CELP: 1, 2, 3, 4, 7 Habilidades: EF69LP06, EF69LP07, EF69LP10, EF69LP12, EF69LP19, EF69LP40, EF08LP14 118 Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 118 Elaborando meu relato de experiência 1. Inicie o relato cumprimentando o público e introduzindo o assunto. Você pode começar explicando por que escolheu contar essa experiência. 2. Apresente as informações em uma ordem adequada. Cuide para que exista uma boa progressão, evitando repetição ou inserção de dados fora da ordem mais lógica. 3. Finalize o relato contando como o evento marcou a história da comunidade. 4. Lembre-se: é importante que sua fala possa ser entendida. Não fale rápido nem baixo demais e pronuncie bem as palavras. Use uma entonação adequada ao conteúdo e gesticule de modo natural. Momento de reescrever Avaliando meu relato de experiência Forme grupo com mais três ou quatro colegas. Vocês devem assistir à filmagem de um relato e comentá-la logo na sequência, usando os critérios anotados no quadro a seguir. Indiquem os pontos de que mais gostaram e sugiram formas de aprimorar os aspectos que não estejam satisfatórios. A O relato tem uma introdução, isto é, ele não se inicia de repente? B O ouvinte consegue compreender facilmente o que é relatado? C O final do relato apresenta uma conclusão? D O relato revela uma visão pessoal da experiência? E O texto apresenta linguagem informal, mas adequada a uma situação de apresentação escolar? F A fala não é repetitiva nem confusa? G O falante está seguro? H O ritmo, a entonação e a altura da voz estão adequados? I Os movimentos são adequados e a expressão facial é coerente com o que se apresenta? Reelaborando meu relato de experiência 1. Aproveite os comentários feitos por seus colegas e utilize-os para repensar sua apresentação. 2. Lembre-se também de usar os conectores de causa e de consequência, que ajudam a organizar as ideias. 3. Se tiver gostado de alguma estratégia usada por um colega, procure incorporá-la a seu texto. 4. Filme novamente seu relato de experiência. Ensaie sua apresentação. Você não deve escrever um texto e memorizá-lo, porque ele não soará natural, mas pode organizar previamente as ideias e formular algumas frases que considere interessantes. Dica de professor Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. e sugiram formas de aprimorar os aspectos que não estejam satisfatórios. O relato tem uma introdução, isto é, ele não se inicia de repente? O ouvinte consegue compreender facilmente o que é relatado? O texto apresenta linguagem informal, mas adequada a uma Os movimentos são adequados e a expressão facial é coerente LASSMAR Avaliando meu relato de experiência – Se possível, peça aos alunos que usem os próprios smartphones para apresentar suas filmagens. Caso contrário, exiba todas elas usando um aparelho disponível na escola. Indique, previamente, os alunos que deverão fazer a avaliação de cada produção. 119 Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 119 O primeiro texto que você leu relata a maneira como um brasileiro vivenciou um terremoto no Chile. Leia agora um poema do escritor mineiro Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), que também fala de um tremor de terra. Classe mista “Meninas, meninas, do lado de lá. Meninos, meninos, do lado de cá.” Por que sempre dois lados, corredor no meio, CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992. p. 581. Carlos Drummond de Andrade © Graña Drummond. 1 Que aspecto da educação retratado no poema é diferente nos dias de hoje? 2 Que palavra do texto revela que o eu lírico se inclui no grupo de estudantes? 3 Os quatro primeiros versos apresentam duas frases entre aspas. Por que esse sinal de pontuação foi empregado? 4 No oitavo verso, o eu lírico afirma sonhar com um tremor de terra. Qual é o sentido da palavra sonho nesse contexto? 5 Por que o sonho de um terremoto é estranho? 6 O que explica esse sonho do eu lírico? 7 Que informação sobre os terremotos é sugerida pela palavra jamais no texto? 8 A repetição da palavra jamais tem o objetivo de reforçar, suavizar ou alterar o sentido da palavra? 9 Que diferença existe entre o terremoto citado por Rogério Quintanilha e esse mencionado no poema de Drummond? professora em frente, e o sonho de um tremor de terra que só acontece em Messina, jamais, jamais em Minas, para, entre escombros, me ver junto de Conceição até o m do curso? Textos em conversa Na questão 8, você examinou um efeito expressivo. Além de transmitir ideias por meio das palavras, podemos produzir sentidos manipulando recursos da língua. É o que acontece, por exemplo, quando usamos um diminutivo para revelar carinho (meu filhinho), atribuímos uma ação humana a um objeto com o objetivo de sugerir uma intenção (O carro tinha decidido não funcionar) ou repetimos um termo para enfatizá-lo. Verso é cada linha de um poema. Lembra? Messina: cidade italiana devastada por um terremoto em 1908. Em sua opinião, que benefícios existem na forma atual de ensino, que não separa meninos e meninas? Fala aí! Resposta pessoal. A informação de que não ocorrem terremotos na região em que está a escola (Minas Gerais). O fato de as carteiras de meninos e de meninas não ficarem misturadas na sala de aula. A palavra me. Porque a fala não é do eu lírico; ele está citando o que ouviu na escola. Desejo, vontade. Porque, em geral, as pessoas temem os terremotos pelo risco de morte e de prejuízos. Por que o sonho de um terremoto é estranho? Reforçar. 9. O terremoto citado por Rogério é um fato real, que efetivamente ocorreu, enquanto o mencionado no poema é apenas um evento imaginário, usado pelo eu lírico para sugerir seu grande desejo de estar perto da amada. O terremoto imaginado seria uma solução para que o eu lírico se aproximasse de Conceição, porque o evento alteraria a posição dos alunos na sala de aula. Fala aí! – Ajude a turma a perceber que a convivência na escola é um dos fatores que contribuem para a igualdade de gêneros, pois ali evidenciam-se as mesmas competências de meninos e meninas. Caso apareçam comentários preconceituosos, como os que sugerem que as meninas distraem os meninos, aponte o equívoco desse pensamento, mostrando que a convivência em sociedade exige respeito mútuo. Durante o debate, procure levar os próprios alunos, respeitosamente, a rebater argumentos que firam princípios éticos. Insista no respeito aos turnos de fala. Textos em conversa CG: 1, 3, 4, 6 CEL: 1, 2, 3, 4 CELP: 1, 6 Habilidades: EF67LP05, EF67LP27, EF67LP28, EF69LP48, EF69LP54 120 Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 120 Como você estudou, o relato de experiência é uma das maneiras de contar aos ouvintes ou leitores uma situação vivida por alguém e suas sensações. Esse conteúdo também poderia ser transmitido por meio de uma entrevista, um gênero textual muito usado por programas de televisão e rádio, jornais e revistas. Nela, um entrevistador faz perguntas a um entrevistado, estimulando-o a contar suas experiências, comentar seus sentimentos ou dar sua opinião. Imagine uma entrevista com Pedro Antônio Alves, o jovem músico do Espaço Criança Esperança (Leitura 2). Ela poderia começar assim: Entrevistador: Olá, Pedro. Como você se tornou um músico? Pedro: Primeiro eu conheci o rap e depois comecei a frequentar o Espaço Criança Esperança. Entrevistador: E como você conheceu esse projeto? Pedro: Foi o Diego, um amigo que morava na minha rua e estudava na mesma escola que eu, que me levou até lá. Agora é sua vez de transformar um relato em entrevista. Crie perguntas e respostas usando o conteúdo do relato do professor Rogério Quintanilha sobre sua experiência no Chile (Leitura 1). O maior desafio desta atividade é formular boas perguntas, que pareçam naturais, verdadeiras, e permitam a construção de respostas com os dados que estão no relato. Imagine que sua entrevista será publicada no jornal da escola. Inicie cada pergunta com o termo entrevistador e cada resposta com o nome do entrevistado, como você viu no exemplo anterior. Crie um título que ajude o leitor a reconhecer o assunto da entrevista. Vamos avaliar? Forme dupla com um colega. Leia em voz alta as falas do entrevistador enquanto ele lê as do entrevistado. No final da leitura, seu colega deve avaliar com “sim”, “não” ou “mais ou menos” os aspectos listados a seguir e explicar a opinião dada. 1. As perguntas são coerentes com as respostas? 2. As respostas trazem as principais informações do relato? 3. As perguntas e respostas permitem ao leitor compreender o que aconteceu com Rogério no Chile e o que ele sentiu no momento? 4. O título ajuda o leitor a saber o conteúdo da entrevista? 5. O texto é interessante, desperta a curiosidade do leitor? Ao terminarem, invertam suas posições para que você avalie o texto produzido por seu colega. Transformando o relato de experiência em entrevista Antes de iniciar qualquer texto, reflita sobre a forma como ele circulará. De que modo a entrevista será divulgada? Quem vai ler o texto? Que modalidade da língua deve ser usada: a escrita ou a falada? É melhor usar um nível de linguagem mais formal ou mais informal? Esses dados vão ajudar você a definir a melhor forma de redigir seu texto. Dica de professor LASSMAR Se achar conveniente, peça aos alunos que façam outras perguntas e respostas antes de iniciar a atividade escrita. Dica de professor – Ajude os alunos a notar que, devido à forma de circulação (jornal da escola), eles deverão usar a modalidade escrita, portanto sem marcas de planejamento, e que, em razão do público (alunos, profissionais da escola e, eventualmente, famílias), seu nível de linguagem deve seguir as variedades urbanas de prestígio, mas sem excesso de formalidade. O gênero entrevista ainda não apareceu no volume, mas contamos com o conhecimento prévio dos alunos, já que estão previstas a leitura e a produção de textos do gênero nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Além disso, a atividade dispõe de orientações e exemplos que vão nortear o processo de produção. Transformando o relato de experiência em entrevista CG: 1, 3, 4, 6, 7, 9, 10 CEL: 1, 2, 3, 4 CELP: 1, 2, 5 Habilidades: EF67LP09, EF67LP14, EF69LP06, EF69LP10, EF69LP16, EF69LP39, EF89LP13 121 Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 121 Onde ocorreu o terremoto relatado pelo professor paulista no início deste capítulo? Quem estava com ele? O que ele sentiu? As palavras que você usaria para nomear o lugar, as pessoas e o sentimento fazem parte de uma mesma classe gramatical: o substantivo. Esse é o tema das seções a seguir. MARCELLA BRIOTTO/ABRIL COMUNICAÇÕES S.A 1 Que tipo de atitude essa campanha pretende combater? 2 Recursos não verbais são importantes para a transmissão de uma mensagem em um anúncio publicitário. a) Quais figuras foram escolhidas para compor a imagem? b) Explique a maneira como essas figuras foram organizadas no anúncio e relacione-as ao objetivo dele. Mais da língua Substantivo Pra começar Leia este anúncio publicitário de uma campanha de interesse social. A presença de aparente propaganda na seção se justifica de acordo com o Parecer CNE/CEB nº 15/2000, que diz que “o uso didático de imagens comerciais identificadas pode ser pertinente desde que faça parte de um contexto pedagógico mais amplo, conducente à apropriação crítica das múltiplas formas de linguagens presentes em nossa sociedade, submetido às determinações gerais da legislação nacional e às específicas da educação brasileira, com comparecimento módico e variado”. A discriminação das mulheres. 2a. Uma menina e um menino, o sinal de igualdade, uma boneca, a ponta de um carrinho, um doce e livros. 2b. A imagem se divide em duas partes, uma referente à menina, e outra, ao menino. Entre os dois há o sinal de igualdade, sugerindo a equivalência dos gêneros. Os objetos dispõem-se de modo a mostrar que não há um universo próprio de um ou de outro sexo: uma boneca aparece na divisa entre os lados do garoto e da garota, enquanto a ponta de um carrinho figura ao lado dela. Há livros em ambas as partes. Assuntos trabalhados na parte de linguagem deste capítulo: • Conceito e classificação do substantivo; • Flexão de gênero; • Flexão de número; • Variação de grau; • Grafia de encontros consonantais (revisão). A seção Mais da língua deste capítulo e dos dois próximos está centrada no estudo de substantivo, adjetivo, artigo, numeral e verbo. O conteúdo comunica-se com as CELP 4 e 5, que apontam a compreensão do fenômeno da variação linguística e o emprego das variedades em função da situação comunicativa. Nas atividades dessas seções, o aluno analisará a função e as flexões das palavras dessas classes gramaticais, como indica a EF06LP04, com o propósito principal de empregar as regras básicas de concordância nominal e verbal, como preveem a EF06LP06 e EF07LP06. Além disso, observará sua formação, conforme a habilidade EF67LP35. Mais da língua e Isso eu já vi CG: 1, 2, 3, 4, 6, 7, 9 CEL: 1, 2, 3, 4, 5 CELP: 1, 2, 3, 4, 5, 7 Habilidades: EF06LP03, EF06LP04, EF06LP06, EF06LP11, EF67LP05, EF67LP08, EF67LP32, EF67LP35, EF69LP02, EF69LP17, EF08LP05, EF89LP37 122 Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 122 4 Essas palavras fazem referência a um grupo e não a um único ser. Como essa ideia de número é indicada? 5 O texto verbal faz referência a dois momentos: hoje e amanhã. O que eles significam no contexto desse anúncio? 6 Redija uma frase que traduza a ideia central do anúncio. Essa campanha publicitária é dirigida aos familiares de crianças e jovens. Você acha importante tratar desse tema com sua família? Por quê? O que você pensa sobre o assunto abordado no anúncio? Fala aí! Para falar desse anúncio publicitário, usamos palavras que nomeiam seres e objetos: meninos, meninas, homens, mulheres, carrinho, boneca, doce e livros. Essas palavras são substantivos. Os substantivos também nomeiam lugares, sentimentos, ações e conceitos. Observe que o anúncio explora a ideia de igualdade. Igualdade é o nome que damos à qualidade do que é igual ou que não apresenta diferenças, portanto é usado para identificar um conceito. Os substantivos apresentam informações gramaticais de número singular (menino) ou número plural (meninos), assim como de gênero masculino (menino) ou gênero feminino (menina). Palavras de outras classes gramaticais costumam acompanhar os substantivos para determinar o sentido deles. Observe. Os substantivos nomeiam seres, objetos, lugares, instituições, ações, sentimentos, estados e conceitos. Expressam as noções de gênero e de número e têm seu sentido especificado ou completado por termos de outras classes gramaticais. LASSMAR Meu primeiro brinquedo foi uma bola enorme. ideia de posse ideia de ordem ideia de generalização ideia de tamanho substantivo substantivo 3 No texto verbal, aparecem quatro palavras que nomeiam seres. Quais são elas? Pela terminação -s, que indica plural. 6. Sugestões de resposta: O tratamento de meninos e meninas com igualdade na infância propicia o fim de preconceitos na vida adulta. A igualdade de gêneros na vida adulta depende do tratamento igualitário na infância. Hoje representa a infância; amanhã, a vida adulta. Meninos, meninas, homens, mulheres. Fala aí! – Enfatize aos alunos que as mulheres continuam não recebendo o mesmo tratamento dos homens, o que se reflete na menor oportunidade em algumas áreas profissionais ou no menor salário recebido em algumas funções. A educação familiar é um importante fator para que os meninos não discriminem as meninas e para que elas percebam que têm os mesmos direitos que eles. A atribuição de tarefas domésticas também aos meninos contribui para a consciência de que o cuidado com a casa e a família é uma atribuição do casal, e não apenas das mulheres, assim como a carreira profissional pode ser uma meta de ambos. Como a atividade não pode se sobrepor ao tópico que está sendo desenvolvido, sugerimos que, em vez do debate, dirija a pergunta a alguns alunos apenas, o que dará a eles uma prática de fala pública e fará os demais refletir. Se a questão empolgar sua turma, retome-a no final do capítulo e dê continuidade ao debate. Questão 6 – Caso tenha pedido a preparação prévia da tarefa, conceda algum tempo para que os alunos revejam a frase que redigiram antes de fazer a correção. É possível que alguns aprimorem sua compreensão após a discussão dos itens anteriores. 123 Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 123 1 Leia o parágrafo inicial de uma reportagem publicada em um blog. O que o nome do seu animal diz sobre você Dizem que você é o que você come e que você é o que você pensa. Não muito diferente, o nome que você dá para o seu animal de estimação diz muito sobre quem você é e até sobre o que você busca na sua vida. Parece muito para um simples nome de um animal de estimação, mas não é o que alguns estudiosos do assunto dizem. Estudos mostram que o nome que damos para os nossos animais refletem sim os nossos interesses e as expectativas que temos em nossa vida. Eles são um indicativo de como nós enxergamos as coisas e, inclusive, de características muito pessoais, como o nosso senso de humor. Por exemplo, dar o nome “Hulk” para um maltês pode significar que o dono do animal é uma pessoa que gosta de ironias e que tem um senso de humor apurado. [...] Disponível em: . Acesso em: 4 jun. 2018. a) Retome: para que servem os substantivos? b) Que relação existe entre o assunto tratado no texto e a função dos substantivos, retomada por você no item a? c) Segundo a reportagem, o que leva as pessoas a escolher os nomes de seus animais de estimação? d) Observe acima a imagem de um cão da raça maltês. Por que seria uma ironia chamá-lo de Hulk? e) Os substantivos cachorro e Hulk podem ser usados para designar o mesmo ser. Que diferença existe entre essas formas de nomear? f) Redija uma continuidade para o texto que você leu, incluindo mais um exemplo coerente com a abordagem feita pela reportagem. GLOBALP/ISTOCK PHOTOS G/ ETTY IMAGES Cão da raça maltês. Os substantivos que se aplicam a todos os seres de uma espécie são chamados de substantivos comuns. Aqueles que dão nome a um indivíduo específico denominam-se substantivos próprios e são escritos com inicial maiúscula. Substantivos comuns: cachorro homem país pintor Substantivos próprios: Hulk Rafael Brasil Portinari A ironia é um recurso de linguagem marcado pelo contraste entre dois sentidos: aquele que é dito e aquele que deve, de fato, ser entendido. A frase Que tênis limpinho!, por exemplo, dita pela mãe ao ver o filho com o calçado sujo de lama, é irônica. O substantivo NA PRÁTICA 1b. O texto retoma a função dos substantivos de nomear seres; no caso, animais de estimação. 1a. Para nomear seres, objetos, lugares, instituições, ações, sentimentos, estados e conceitos. As características do próprio dono: seus Segundo a reportagem, o que leva as pessoas a escolher os nomes interesses e suas expectativas. 1d. Porque o maltês é um cão pequeno e delicado, portanto de características inversas àquelas atribuídas ao personagem Hulk, de histórias em quadrinhos e filmes, que é grande, forte e irritadiço. 1f. Sugestões de resposta: Escolher o nome Messi ou Neymar para um cãozinho, por sua vez, pode revelar a paixão pelo futebol. Chamá-lo de um nome pouco conhecido, como Mauí, pode sugerir um gosto por exclusividade. 1e. Cachorro é um termo geral, que serve para nomear todos os animais de mesmo tipo; Hulk é um nome específico, que designa um determinado cachorro. O substantivo na prática – Ao longo das atividades, será apresentada uma parte da classificação dos substantivos. Deixamos para falar em substantivos primitivos ou derivados e simples ou compostos nos volumes do 7o e do 8o ano, quando abordaremos o conceito de morfemas e os processos de formação de palavras. Entendemos ser que aquele o momento mais adequado para uma reflexão sobre a estrutura das palavras. 124 Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 124 2 Conheça um texto ilustrado do paulista Orlando Pedroso. © ORLANDO PEDROSO Orlando Pedroso Os substantivos que designam seres reais ou imaginados, objetos, lugares e instituições são chamados de concretos: jardineiro, fantasma, panela, São Paulo, Petrobrás, escola etc. Aqueles que indicam ações, sentimentos, qualidades e ideias são chamados de abstratos: combate, explicação, alegria, inteligência, igualdade etc. Eles nomeiam algo que depende de outro ser para existir. Inteligência, por exemplo, é algo que se manifesta como qualidade de alguém. a) Que palavra poderia ser usada para substituir a expressão nem aí: arrogante, indiferente, atrevida ou ingênua? b) A palavra indicada no item a não é um substantivo. Por quê? c) Em sua opinião, o que o ilustrador sugere sobre o comportamento dos lobos nesse texto? d) Indique um substantivo equivalente à forma verbal uivam, formado pelo mesmo radical. e) Leia o boxe a seguir e conclua: a palavra formada no item d é um substantivo concreto ou abstrato? Por quê? 3 Leia uma tirinha com os personagens Garfield e Jon, criados pelo quadrinista estadunidense Jim Davis. Garfield Jim Davis GARFIELD, JIM DAVIS © 2008 PAWS, INC. ALL RIGHTS RESERVED / DIST. BY ANDREWS MCMEEL SYNDICATION Radical é a parte da palavra que contém a base de seu significado. Por exemplo: os termos livro, livreiro e livraria apresentam o mesmo radical: livr-. 2b. Porque não nomeia algo; ela indica uma característica do objeto lua. Abstrato, por ser o nome de uma ação. Indiferente. Resposta pessoal. Os alunos podem indicar que os lobos seguem instintos. Uivo. Boxe sobre radical – Aprofundaremos o estudo do radical no volume do 7o ano. Por enquanto, os alunos ficarão com uma noção mais geral, sem a necessidade de segmentar os morfemas. 125 Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 125 a) Que percepção a pergunta de Jon revela? b) Garfield é sincero quando responde que não faz ideia da origem do cheiro? Por quê? c) Garfield cria um nome especial para o alimento que está na geladeira. Descreva como esse nome é formado. Os substantivos formados por uma única palavra são chamados de substantivos simples: roupa, flor, pé, sol. Aqueles formados por duas ou mais palavras são substantivos compostos: guarda-roupa, couve-flor, pontapé, girassol. d) Como você percebeu, Garfield criou um substantivo composto. Além disso, é um substantivo próprio. Como sabemos disso? e) O nome próprio humaniza o alimento, isto é, dá a ele o papel de pessoa. Por que isso contribui para o efeito de sarcasmo (deboche) da fala de Garfield? 4 Leia um poema da escritora goiana Cora Coralina (1889-1985). Considerações de Aninha Melhor do que a criatura, fez o criador a criação. A criatura é limitada. O tempo, o espaço, normas e costumes. Erros e acertos. A criação é ilimitada. Excede o tempo e o meio. Projeta-se no Cosmos. CORA CORALINA. Vintém de cobre: meias confissões de Aninha. São Paulo: Global, 2012. a) O eu lírico compara a “criatura” e a “criação”. Que diferença de sentido há entre essas palavras? b) Segundo o eu lírico, a criatura está relacionada a “tempo”, “espaço”, “normas” e “costumes”. Como você entende essa ideia? c) Criatura, criador e criação são substantivos formados a partir do radical de um mesmo verbo. Qual? Os substantivos que se originam de outras palavras são chamados de derivados: jardineiro, cafeteira, contramão. Aqueles que não se originam de outras palavras são os primitivos: jardim, café, mão. VICENTE MENDONÇA A percepção de que há algo estragado na geladeira. Garfield é sincero quando responde que não faz ideia da origem do Não, pois ele indica a provável causa do cheiro ruim no quadrinho seguinte, um repolho guardado há muito tempo. Garfield cria um nome especial para o alimento que está na geladeira. Garfield junta várias palavras: aquela que indica o nome do alimento e outras que indicam o tempo que passou na geladeira. 3d. A palavra senhor, usada antes dele, mostra que se trata de um nome próprio. O nome sugere que o repolho está há tanto tempo na geladeira que já existe intimidade entre Garfield e ele, o que reforça o deboche em relação a Jon, que o esqueceu ali. Leia um poema da escritora goiana Cora Coralina (1889-1985). A criatura é o resultado da criação, que é o ato de criar. Segundo o eu lírico, a criatura está relacionada a “tempo”, “espaço”, 4b. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos relacionem a criatura a um ser que não é eterno, mas limitado pela sociedade em que vive. Criar. 126 Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 126 © MONTT 5 Leia a tirinha produzida pelo ilustrador chileno Alberto Montt, que brinca com o conceito de substantivo coletivo. Leia também o boxe ao lado. Alberto Montt Conhecemos muitos substantivos coletivos, porque os usamos no dia a dia ou os ouvimos nas aulas ou na mídia: cordilheira, quadrilha, tripulação, entre outros. Caso deseje saber um coletivo específico, consulte em um dicionário o verbete relativo ao termo que forma o agrupamento. O verbete soldado, por exemplo, traz o termo tropa. Dica de professor d) Os substantivos derivados podem ser formados com o acréscimo de uma terminação, que recebe o nome de sufixo. O sufixo -or, que está em criador, por exemplo, pode formar nomes de profissões. Cite algumas. e) O sufixo -ção forma o resultado de uma ação, como ocorre em criação. Quais são os substantivos que indicam a ação resultante de trair, comemorar, agredir e compreender? f) A formação de substantivos derivados também pode acontecer com o acréscimo de um elemento no início da palavra, o prefixo como em contramão. • Qual substantivo nomeia o primeiro substituto do presidente? • Qual substantivo nomeia a ausência de felicidade? • E a ausência de atenção? Os substantivos que designam um conjunto de seres ou objetos da mesma espécie são chamados de coletivos: enxame, cardume, constelação, ramalhete, cacho etc. Embora indique vários seres, o substantivo coletivo é empregado no singular. Sufixo é uma terminação específica, que se acrescenta ao final de uma palavra e que altera seu sentido: gatinho, papelaria, carteiro etc. Prefixo é um elemento acrescentado no início da palavra e que muda seu sentido: supermercado, antivírus etc. Lembra? Vice-presidente, infelicidade e desatenção, respectivamente. Sugerimos que a atividade seja feita em duplas para favorecer o compartilhamento do repertório. Sugestões: Agricultor, compositor, caçador, jogador, inspetor. Traição, comemoração, agressão e compreensão. Questão 4e – Chame a atenção dos alunos para as diferentes formas de grafar o sufixo.


Por que a fala de Haroldo no último quadrinho provoca o efeito de humor na história em quadrinhos?

Resolução: O que gera o efeito de humor na tirinha é a fala do último quadrinho, pois ela quebra a expectativa do leitor.

O que seria a causa do humor na tirinha?

Em geral, o humor vem do uso eficaz de estratégias discursivas, como a dupla interpretação ou o realce de características de determinada situação ou personagem. No caso dessa tirinha, é possível apresentar outros exemplos e encontrar o padrão da personagem, que é sempre muito autoconfiante.

Como se caracteriza a linguagem corporal de Haroldo no último quadrinho?

b)Como se caracteriza a linguagem corporal de Haroldo no último quadrinho? Com que finalidade esse recurso foi usado? O tigre encontra-se com o corpo e os olhos voltados para o leitor. Sua expressão é de surpresa/desespero, e o posicionamento de suas mãos indicam um incômodo na garganta.

O que provoca o humor da tira de Calvin?

Resposta. O que provoca o humor da tira é a resposta irônica dada pelo tigre à pergunta feita por Calvin no último quadrinho. Na sua pergunta, Calvin queria demonstrar que se considera um ótimo filho e que, portanto, sua mãe não precisaria de outro.