Presidente do Brasil na Segunda Guerra Mundial

O mês de janeiro de 1943 marcou uma reviravolta no rumo da Segunda Guerra Mundial. Enquanto até aquele momento parecia que nada poderia parar a máquina de guerra germânica, com a derrota em Stalingrado e a capitulação iminente das forças do Eixo na campanha do Norte da África, os ventos da vitória começaram a soprar para os Aliados.

Presidente do Brasil na Segunda Guerra Mundial
Registro da batalha de Stalingrado // Crédito: Bundesarchiv, Bild via Wikimedia Commons

Para garantir que nada ficasse em seu caminho, ingleses e americanos precisavam de um país que até aquele momento se mantinha afastado do conflito que se desenrolava do outro lado do Atlântico, mas que se provaria essencial para o esforço de guerra: o Brasil.

Desde meados de 1942, quando os Estados Unidos decidiram que derrotar a Alemanha devia ser a prioridade na guerra, o Brasil passou a figurar entre seus interesses.

Com a necessidade de assegurarem um “trampolim para a vitória” no teatro de operações africano — garantindo assim o controle do Mediterrâneo e mantendo os preciosos campos de petróleo do Oriente Médio longe do Eixo — o Brasil estava no centro do esforço de guerra Aliado.

Natal na mira dos Aliados

Neste cenário, Natal, no Rio Grande do Norte, destacava-se como o coração da travessia do Atlântico rumo ao continente africano. Foi justamente ali que, entre 28 e 29 de janeiro de 1943, ocorreu um dos mais emblemáticos capítulos da História brasileira: a Conferência de Natal, também conhecida como Conferência do Potengi.

Ao retornar da Conferência de Casablanca — onde fora decidido quais seriam os próximos passos da guerra —, o presidente dos EUA, Franklin Roosevelt, parou em Natal para se encontrar com seu homólogo brasileiro, Getúlio Vargas.

Mais que visitar as instalações militares americanas na cidade, o encontro foi a oportunidade de os dois chefes de estado decidirem o rumo das relações entre os dois países.

Foi a bordo do destróier USS Humboldt, ancorado no Rio Potengi, que banha a capital potiguar — daí um dos nomes da conferência — que foi materializada a aliança entre as duas nações. O evento formalizou o comprometimento brasileiro com o esforço de guerra Aliado.

O país contribuiria com o patrulhamento do Atlântico Sul e proveria suprimentos de borracha amazônica e demais insumos necessários para o material bélico dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha.

Em retribuição, os EUA garantiriam os recursos para a consolidação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), o que permitiria o desenvolvimento industrial brasileiro.

A agenda dos dignitários incluiu visitas à Base Aérea de Parnamirim e ao Porto de Natal. Ao final, foi divulgada uma declaração conjunta, em que a “segurança das Américas” era a prioridade.

Todavia, o ponto mais importante da conferência foi o apelo do presidente norte-americano para que o Brasil contribuísse mais ativamente com as ações de combate dos Aliados.

O Brasil enviar tropas além-mar, que de início parecia ser uma missão impossível, se materializou com a criação da Força Expedicionária Brasileira. Em 1944, a FEB teve seu batismo de fogo na Itália, e, em 1945, os Aliados venceram a guerra. Em Natal, fora aberto o caminho para a vitória.


Ricardo Lobato é Sociólogo e Mestre em economia pela UNB, Oficial da Reserva do Exército brasileiro e Consultor-chefe de Política e estratégia da Equibrium – Consultoria, Assessoria e Pesquisa.


**Esse texto não reflete necessariamente a opinião da Aventuras na História


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Presidente do Brasil na Segunda Guerra Mundial

             

Em 22/08/1942, após ter seus navios mercantes torpedeados, o Brasil declarou guerra à Alemanha nazista e à Itália fascista.

          A declaração foi uma resposta do então presidente Getúlio Vargas à pressão da população. Os ataques do Eixo a embarcações brasileiras tiveram início no ano anterior, mas em agosto de 1942, mais de 600 brasileiros morreram nos 5 navios torpedeados pelo submarino alemão U-507.

          Antes disso, a Alemanha havia sido um importante parceiro comercial para o Brasil, e muitos militares e membros do governo, incluindo o próprio Getúlio Vargas, eram simpáticos à Alemanha nazista e à ideologia fascista.

          Apesar da declaração de guerra, apenas em julho de 1944 os 25 mil soldados brasileiros foram enviados para os campos de batalha na Itália, onde a Força Expedicionária Brasileira serviria.

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Quem foi o presidente do Brasil durante a 2 Guerra Mundial?

O Brasil passou a participar do conflito a partir de 1942. Na época, o presidente da República era Getúlio Vargas.

Quem foi o presidente que assumiu o poder no Brasil durante a Primeira Guerra Mundial?

Venceslau Brás foi o nono Presidente da República brasileira, governando entre os anos de 1914 a 1918, eleito em substituição a Hermes da Fonseca como candidato de consenso entre as elites paulistas e mineiras, que estavam alinhadas no Partido Republicano Paulista e no Partido Republicano Mineiro, respectivamente.

Qual foi o motivo do Brasil entrar na Segunda Guerra Mundial?

A participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial ocorreu após navios mercantes brasileiros terem sido afundados por submarinos alemães em 1942.

Quem ganhou a guerra Brasil ou Alemanha?

Os ataques foram apenas o empurrão final que levou o Brasil a passar totalmente para a órbita dos Aliados, em especial os americanos.