Produtos comercializados pelos portugueses no século XVI enciclopédia

    As Especiarias

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    Resumo do trabalho

    Trabalho escolar sobre as especiarias, realizado no âmbito da disciplina de História (9º ano)...


    Introdução

    Com este trabalho pretendo aprender mais sobre o que são especiarias, para que servem, como é que elas chegavam até Portugal, onde eram produzidas, etc.

    Pesquisei sobre o assunto em livros, na Internet, consultei enciclopédias.

    O que é uma especiaria?

    Uma especiaria é uma substância, extracto ou produto de planta aromática, fresca ou seca, que se junta aos alimentos para lhes conferir sabor aromático ou picante, ou para lhes realçar o sabor próprio. As especiarias são de origem vegetal (flor, fruto, semente, casca, caule, raiz).

    Em Portugal, o comércio das especiarias encontra-se documentado a partir de 1145. As especiarias mais vulgares são a canela, o gengibre, o cravo, o cravinho, a pimenta e a noz-moscada. Os produtos contendo especiarias secas moídas apresentam fraca força aromatizante, são usados geralmente na ordem dos 0,5-1% no produto final, têm uma natureza celulósica e são frequentemente corados.

    Apesar das vantagens de manterem a integridade do sabor, conterem antioxidantes naturais e apresentarem actividade anti bacteriana, estes produtos variam na cor e no poder aromatizante e demoram tempo a atingir o equilíbrio com o alimento. Isto é, quando o produto é novo não há uniformidade de sabor, existindo zonas com elevadas concentrações de aroma junto às partículas da especiaria, em detrimento de outras áreas com pouco ou nenhum sabor.

    Muitas das especiarias eram tão valiosas quanto o ouro e serviam moeda de troca.

    Para se preparar uma especiaria basta recolher a planta, secar e moer até ao tamanho pretendido.

    Algumas especiarias

    Açafrão

    O açafrão é um pó de cor amarelado ou avermelhado, é extraído dos estigmas de flores de uma variedade de Crocus sativus, uma planta da família das Iridáceas, e utilizado desde a antiguidade como especiaria.

    A variedade de Crocus sativus que se usa para extrair o açafrão é originária da região do mar Mediterrâneo (Turquia) e consumido na culinária da região.

    Actualmente, é a especiaria mais cara do mundo, uma vez que para a preparação de apenas alguns gramas se utilizam milhares de flores da planta, processadas manualmente (cerca de 100 mil flores para obtenção de apenas 1 quilo de estigmas).

    Canela

    A Cinnamomum zeylanicum, árvore que dá origem á canela é originária do Sri Lanka, e obtêm-se a partir da parte interna da casca do seu tronco. Já na Antiguidade a valorizavam, sendo presenteada aos reis e outros dignitários. No inicio do século XVI era trazida por comerciantes portugueses directamente de Ceilão (actual Sri Lanka), chegando um quilograma a valer dez gramas de ouro.

    Cardomo

    O nome cardamomo é usado para designar diversas espécies em três géneros da família do gengibre (as zingiberáceas): Elettaria, Amomum e Aframomum. O cardamomo foi usado pela primeira vez aproximadamente no ano 700 d.C., na Índia meridional, e foi importado para a Europa, pela primeira vez, em cerca de 1200. São plantas nativas das florestas húmidas do sul da Índia, do Sri Lanka, Malásia e Sumatra. Hoje em dia é cultivado no Nepal, Tailândia e América Central. Constitui uma especiaria vastamente usada na Coreia, Vietname e Tailândia.

    Cravinho

    O craveiro-da-índia ou cravo-da-índia (Syzygium aromaticum) é uma árvore nativa das ilhas Molucas, na Indonésia. Actualmente é cultivado em outras regiões do mundo, como as ilhas de Madagáscar e de Granada.

    O botão de sua flor, seco, é utilizado como especiaria desde a antiguidade, empregado na culinária e na fabricação de medicamentos.

    Uma das especiarias mais valorizadas, no mercado do início do século XVI um quilo de cravo equivalia a sete gramas de ouro.

    Gengibre

    O gengibre é uma planta asiática, originária da ilha de Java, da Índia e da China, de onde se difundiu pelas regiões tropicais do mundo. O gengibre (Zingiber officinale) é uma planta herbácea da família das Zingiberaceae. Originário da Ásia, é conhecido na Europa desde tempos muito remotos, para onde foi levado por meio das Cruzadas.

    Hoje, o gengibre é cultivado principalmente na faixa litorânea do Espírito Santo, Santa Catarina, Paraná e no sul de São Paulo, em razão das condições de clima e de solo mais adequadas. Trata-se de uma planta perene da Família das Zingiberáceas, que pode atingir mais de 1 m de altura.

    Malagueta

    A pimenta-malagueta (Capsicum frutescens) é um arbusto pequeno da família das solanáceas, nativo de regiões tropicais da América, muito cultivado no Brasil. Tal espécie de arbusto possui folhas ovais, acuminadas, flores alvas e bagas fungiformes, vermelhas, bastante picantes, utilizadas como condimento e excitantes do aparelho digestivo. É bastante comum o uso tanto do nome popular como do científico para os diversos cultivares de Capsicum annuum com frutos muito pungentes.

    Noz-moscada

    É uma especiaria proveniente da espécie Myristica fragans, a moscadeira, pertencente à família das Myristicaceae. Planta de porte alto, atingindo de 10 a 15 metros de altura, com várias ramas dispostas ao longo do tronco principal. Os principais países produtores são: Indonésia, Índia, Nova Guiné, Ceilão, Zanzibar, Trinidad, Tailândia.

    Na região Sul da Bahia, a cultura ainda é pouca explorada, apesar das amplas possibilidades de ampliação do seu cultivo, tendo em vista a excelente adaptação da planta às nossas condições de clima e de solo.

    Muito usada na Índia, foi introduzida no ocidente pelos árabes, logo se tornando - junto com a noz-moscada - uma das especiarias mais caras e procuradas.

    Pimenta-do-reino

    A pimenta-do-reino (Piper nigrum L.) é uma planta trepadeira originária da Índia. É a mais importante especiaria comercializada mundialmente e é usada em larga escala como condimento, e também em indústrias de carnes e conservas. O Brasil é um dos maiores produtores de pimenta-do-reino, oscilando entre a segunda e terceira posição no mercado mundial. Das 50 mil toneladas por ano, o País exporta 45 mil, principalmente para a Europa e para os Estados Unidos.

    As utilizações das especiarias

    Além de utilizadas na culinária, com fins de tempero e de conservação de alimentos, as especiarias eram utilizadas ainda na preparação de óleos, cosméticos, incensos e medicamentos.

    O açafrão é usado para tratar de dores menstruais, problemas relacionados com a depressão e dores nevrálgicas. Também é usado nos casos de coqueluche, asma, cálculos renais, do fígado e da bexiga.

    A Canela é usada na culinária para condimentar presunto e alguns tipos de carne, no preparo de doces, pães doces, arroz-doce, bolos, tortas de frutas, cremes para pastéis e panquecas doces, frutas condimentadas, compotas, pudins e bebidas quentes como o chocolate e o café.

    Na cosmética serve para dar brilho nos cabelos; usada em pastas dentais e óleos bronzeadores.

    Na saúde é usada contra os gases abdominais, úlceras estomacais causadas por stress, hipertensão arterial, resfriados e dores abdominais.

    O cardamomo -verde na Índia (A. subulatum) é largamente usado para tratar infecções nas gengivas e nos dentes, na prevenção de doenças da garganta, congestão pulmonar, tuberculose pulmonar, inflamação das pálpebras e problemas digestivos. É também referido como antídoto para veneno de algumas cobras e escorpiões.

    Algumas espécies do género Amomum são ainda usadas na medicina tradicional indiana. Entre outras espécies, variedades e cultivares, a Amomum villosum é usada pela medicina tradicional chinesa para tratar dores estomacais, constipações, disenteria e outros problemas digestivos. O cardamomo-tsaoko é cultivado na província chinesa de Yunnan, tanto como especiaria como para fins medicinais. Algumas espécies do género Amomum são ainda usadas na medicina tradicional indiana.

    O cravinho é usado como tempero desde a antiguidade: era uma das mercadorias, entre as especiarias da China, que motivaram inúmeras viagens de navegadores europeus para o continente asiático. Na China, os cravos eram usados não só como condimento, mas também eram usados para prevenir o mau hálito.

    O óleo desta planta é usado como matéria-prima na indústria farmacêutica, cosmética e odontológica. O cravo tem sido utilizado, há mais de 2000 anos, como uma planta medicinal. Os chineses acreditavam em seu poder afrodisíaco. Os seus efeitos medicinais compreendem o tratamento de náuseas, flatulências, indigestão, diarreia, tem propriedades bactericidas e é também usado com anestésico e anticéptico para o alívio de dores de dente.

    O gengibre como planta medicinal é uma das mais antigas e populares do mundo. As suas propriedades terapêuticas são resultado da acção de várias substâncias, especialmente do óleo essencial que contém canfeno, felandreno, zingibereno e zingerona, o chá de gengibre, feito com pedaços do rizoma fresco fervido em água, é usado no tratamento contra gripes, tosse, resfriado e até ressaca. Banhos e compressas quentes de gengibre são indicados para aliviar os sintomas de gota, artrite, dores de cabeça e na coluna, além de diminuir a congestão nasal, cólicas menstruais e um tipo de câncer.

    Desde a Antiguidade, o gengibre é utilizado na fabricação de xaropes para combater a dor de garganta.

    No Japão, massagens com óleo de gengibre são tratamentos tradicionais e famosos para problemas de coluna e articulações. Na “fito terapia chinesa”, a raiz do gengibre é chamada de "Gan Jiang" e apresenta as propriedades acres e quentes. A sua acção mais importante é a de aquecer o baço e o estômago, expelindo o frio. É usada contra a perda de apetite, membros frios, diarreia, vómitos e dor abdominal.

    A Malagueta protege o aparelho digestivo contra danos causados por substâncias agressivas, como álcool e alimentos ácidos, além de aumentar a velocidade de trabalho das funções intestinais. Além disso, o seu efeito na boca e nas gengivas, estimula a salivação e limpa os dentes e, através da acção vasodilatadora, aumenta os batimentos cardíacos e a sudorese.

    Os bioflavonóides, pigmentos vegetais contidos nas pimentas vermelhas, segundo pesquisas realizadas, parecem prevenir contra o câncer, age como eficiente anticoagulante, prevenindo a formação de coágulos que podem causar ataques cardíacos ou derrames cerebrais.

    Uma das aplicações medicinais da pimenta-malagueta, amplamente divulgada pelos meios científicos, é o seu efeito curativo sobre grande parte dos tipos de enxaqueca.

    A Noz-moscada é bastante usada na cozinha devido à sua versatilidade, servindo desde pratos doces e salgados como condimento.

    Na saúde, ajuda a aliviar náuseas, flatulência e a controlar a diarreia.

    A pimenta é utilizada na culinária como condimento indispensável, devido ao seu aroma e sabor picante.

    É também utilizada na medicina para estimular o apetite e facilitar a digestão. Possuiu também propriedades analgésicas e energéticas, melhora a circulação e ajuda a controlar o colesterol.

    É usada contra a febre, a sinusite e alterações metabólicas.

    Como chegavam as especiarias à Europa

    Em Portugal, o comércio das especiarias encontra-se documentado a partir de 1145.

    Antes da descoberta do caminho marítimo para a índia (1498) as especiarias chegavam através de uma rota terrestre que consistia em subir o Golfo Pérsico e depois, por terra, atingir uma feitoria italiana no Norte de África. A partir destas feitorias, o comércio passava a ser controlado por burgueses de cidades italianas como Veneza e Génova.

    Com a descoberta do caminho marítimo para a Índia a maior parte das especiarias passa a ser transaccionada em Lisboa. Foi aí que aportou, em 1502, a primeira pimenta trazida pela rota do Atlântico.

    Mapa-mundo: Locais produtores destas especiarias

    Conclusão

    No final deste trabalho eu fiquei a saber muito mais sobre as especiarias que eu não sabia que tinham tanto valor e nem sabia que eram tão importantes.

    Gostei muito de fazer este trabalho porque o achei muito interessante e aprendi algumas coisas com ele.

    Bibliografia

    As fontes do meu trabalho foram tiradas de:

    Fontes escritas

    Internet

    • www.wikipédia.com/açafrão
    • www.wikipédia.com/canela
    • www.wikipédia.com/cardamomo
    • www.wikipédia.com/cravinho
    • www.wikipédia.com/gengibre
    • www.wikipédia.com/pimenta-do-reino

    Livros

    • Thomaz, Luís Filipe; A rota das especiarias; Edições Inapa; 1989

    Diciopédia

    • Diciopédia 2005 “especiaria. In Diciopédia 2005 (DVD-ROM). Porto editora.”

    Fontes gráficas

    • www.wikipédia.com

    150 Visualizações 02/01/2020



    Quais produtos eram comercializados por Portugal no século XVI?

    As principais mercadorias eram pimenta, açafrão, canela, cominho, gengibre, trigo, cana-de-açúcar e seus subprodutos como o açúcar, o caldo da cana e a cachaça, minerais e jóias preciosas.

    Quais são os produtos comercializados pelos portugueses?

    Gêneros como a cana-de-açúcar, caju, tomate, cravo-da-Índia, canela, pimenta, café, laranja, banana, entre tantos outros que comumente encontramos no comércio em geral eram raridades disputadas a altos preços. Até mesmo o sal era gênero de alto valor, origem de disputas inclusive no Brasil.

    Quais eram as especiarias comercializadas no século XV e XVI?

    As especiarias na História As principais são: pimenta, gengibre, cravo, canela, noz moscada, açafrão, cardamomo e ervas aromáticas. Na época das Grandes Navegações e Descobrimentos Marítimos (séculos XV e XVI) eram muito valorizadas na Europa, pois não podiam ser cultivadas neste continente em função do clima.

    Quais eram as especiarias comercializadas no século XIV?

    Raras e caras, as especiarias eram muito apreciadas na Europa da Idade Média. As seis mais importantes - pimenta, gengibre, canela, cravo, maça e noz-moscada -, vinham de muito longe e davam lucros generosos.