Quais fatores contribuem para o insucesso das capitanias hereditárias?

Título da redação:

Redação sem título. Tema de redação: A questão da fome no Brasil e seus fatores motivadores

Materiais:

Quais fatores contribuem para o insucesso das capitanias hereditárias?
Texto de Apoio

Quais fatores contribuem para o insucesso das capitanias hereditárias?
Texto de Apoio

Redação enviada em 02/01/2018

Isolamento, seca e a fome são elementos representados na obra “Vidas Secas” de Graciliano Ramos. Nessa lógica, a saber, a fome é uma realidade para muitos brasileiros, que mesmo distante da seca, a falta de comida assemelha-se à família de Fabiano. Outrossim, a má distribuição de renda e a falta de recursos são fatores que sancionam a mazela da fome no Brasil. Primeiramente, é necessário salientar que a questão da fome no país ocorre em virtude da concentração de renda. Nesse sentido, desde a fundação das capitanias hereditárias, no Brasil colonial, até os dias de hoje com a expansão do agronegócio, existe uma má distribuição de capital. Sob esse viés, gerou-se um paradoxo, por um lado, um dos maiores representantes na agricultura mundial, por outro lado, há cidadãos passando fome. Segundo pesquisa feita pelo IBGE de 2,1 milhões de domicílios, pelo menos uma pessoa passa um dia inteiro sem comer por falta de dinheiro. Dessa forma, percebe-se que os fatores históricos junto com seu continuísmo contribuem para a fome no Brasil. Concomitantemente, a falta de integração de algumas regiões brasileiras corrobora a falta de alimentos. Hodiernamente, ainda, há pessoas sem informações e recursos necessários, seja para fazer o registro de nascimento, seja para adquirir projetos do governo que dão auxílio às famílias carentes como o Bolsa Família. Desse modo, as medidas paliativas oferecidas pelo Estado não são capazes de ajudar, pois esses indivíduos não dispõem da documentação solicitada. Destarte, o documentário brasileiro “Garapa” demonstra essa questão da fome e o insucesso do cadastramento nos projetos sociais do governo. Diante disso, portanto, a desigualdade social como a concentração de renda e o negligenciamento de regiões do país são fatores que precisam ser solucionados para sanar a questão da fome no Brasil. Para isso, o Governo Federal deve aplicar a lei que ratifica a redistribuição de terras sem função social para as famílias carentes produzirem seus alimentos, além de financiar os recursos para o início de uma plantação. Por fim, ONG’s devem promover, junto com o governo, campanhas, em regiões isoladas do país, com o intuito de registrarem pessoas e fazerem documentos, como a carteira de identidade. Por fim, a história de muitos brasileiros terão uma vida distinta da obra citada de Graciliano Ramos e, com isso, garante-se o direito de isonomia a todos cidadãos.

As capitanias hereditárias foram uma divisão administrativa que os portugueses criaram para organizar a colonização da América Portuguesa. As capitanias foram criadas pelo rei português D. João III em 1534 e dividiram toda a colônia em 15 lotes de terras, que foram entregues a pessoas responsáveis por desenvolvê-las. A criação das capitanias foi o primeiro grande esforço da Coroa Portuguesa em colonizar as regiões que correspondem ao Brasil.

Contexto histórico

Os portugueses chegaram ao Brasil em 22 de abril de 1500 com a expedição de Pedro Álvares Cabral. Apesar da “descoberta”, os portugueses não deram tanta importância aos territórios do novo continente, pois a prioridade naquele momento era o comércio de especiarias que existia na Índia.

Os primeiros 30 anos da colonização portuguesa no Brasil (América Portuguesa) ficaram conhecidos como Período Pré-Colonial e foram marcados pela construção de feitorias, que funcionavam como entrepostos comerciais dos portugueses. A atividade econômica mais comum nesse período foi a extração do pau-brasil, árvore que deu nome ao nosso país.

Acesse também: Descobrimento do Brasil ou conquista portuguesa?

A posse da América Portuguesa estava “garantida” aos portugueses pela Igreja Católica por meio do Tratado de Tordesilhas, no qual a Igreja dividia as novas terras “descobertas” (América) entre Espanha e Portugal. A existência do tratado, no entanto, não impedia que ingleses e franceses questionassem essa divisão, já que foram excluídos dela.

No começo da década de 1530, o comércio com a Índia estava decadente, e as posses de Portugal na América eram constantemente ameaçadas por corsários franceses, que se aliavam aos indígenas inimigos dos portugueses e exploravam os recursos da terra sem a autorização de Portugal. O rei português percebeu que, diante da ameaça estrangeira, era necessário criar uma frente de colonização para garantir a posse da terra.

Sendo assim, em 1534, o rei português decidiu dividir as terras que pertenciam a Portugal pela força do Tratado de Tordesilhas. Com essa decisão, Portugal dividiu a colônia em 15 lotes de terra, que correspondiam, ao todo, a 14 capitanias, que foram entregues para a administração dos capitães-donatários.

Características

Os portugueses criaram o sistema de capitanias hereditárias como forma de iniciar a colonização do Brasil e entregaram as responsabilidades de desenvolvimento e investimento da iniciativa aos donatários. Esses capitães eram, em geral, pessoas da pequena nobreza e comerciantes com algum tipo de ligação com a Coroa Portuguesa.

Os donatários recebiam a faixa de terra correspondente à capitania por meio da carta de doação, documento que lhes dava uma série de direitos sobre a capitania, mas não lhes dava a posse da terra, que continuava sendo do rei de Portugal.

Os donatários possuíam grande poder administrativo e jurídico sobre a capitania. Eram também responsáveis por investir e atrair investimentos, moradores e pessoas interessadas em explorar a capitania, além de promover seu desenvolvimento econômico. A aplicação da lei, cobrança de impostos, distribuição de terras, construção de fortificações para resguardar a capitania de invasões estrangeiras e a luta contra os indígenas também eram atribuições do donatário.

Fracasso das capitanias hereditárias

O sistema de capitanias, no entanto, fracassou em decorrência de uma série de fatores. A divisão territorial permaneceu ainda durante séculos, e, até o século XVIII, ainda existiam donatários com poderes investidos pelo Coroa. Apesar disso, esse sistema mostrou ser deficiente para uma administração unificada da colônia, uma vez que mal havia comunicação entre as capitanias.

Por conta disso, Portugal resolveu criar um sistema de administração que centralizava o poder na colônia. Para isso, criou-se o governo-geral em 1548, e Tomé de Sousa foi delegado para a função de governador-geral.

Acesse também: Conheça a história da invasão holandesa no Nordeste do Brasil

O fracasso das capitanias pode ser explicado por vários fatores. O principal deles foi que, das catorze capitanias, somente duas registraram, de fato, um desenvolvimento notável: São Vicente e Pernambuco. O sucesso dessas capitanias está relacionado com a instalação de engenhos e com o tráfico de indígenas para escravização.

As capitanias também fracassaram pela inexperiência administrativa dos donatários. A falta de recursos também foi um grande impeditivo, assim como a falta de comunicação, seja interna, seja com a Coroa. Por fim, os conflitos com os indígenas também foram um fator relevante para o fracasso das capitanias.

Capitanias e seus donatários

Como mencionado, o território da América Portuguesa foi dividido em quinze faixas de terra, que estavam organizados em catorze capitanias. A respeito dos donatários, a Coroa concedeu a carta de doação para doze pessoas. Seguem abaixo os nomes das capitanias e de seus respectivos donatários.

Capitania

Donatário

Maranhão (lote 1)

Aires da Cunha e João de Barros

Maranhão (lote 2)

Fernando Álvares de Andrade

Ceará

Antônio Cardoso de Barros

Rio Grande

Aires da Cunha e João de Barros

Itamaracá

Pero Lopes de Sousa

Pernambuco

Duarte Coelho

Baía de Todos os Santos

Francisco Pereira Coutinho

Ilhéus

Jorge de Figueiredo Correia

Porto Seguro

Pedro do Campo Tourinho

Espírito Santo

Vasco Fernandes Coutinho

São Tomé

Pero de Góis da Silveira

São Vicente

Martim Afonso de Sousa

Santo Amaro

Pero Lopes de Sousa

Santana

Pero Lopes de Sousa

Mapas

Existem diversos mapas que retratam a suposta divisão territorial que existiu na América Portuguesa com o surgimento das capitanias hereditárias. Um mapa clássico foi feito pelo cartógrafo português Luís Teixeira em 1586. Segue a imagem abaixo:

Quais fatores contribuem para o insucesso das capitanias hereditárias?

Mapa clássico das capitanias hereditárias que mostra a divisão conforme o registro de Luís Teixeira em 1586.*

O mapa das capitanias hereditárias sofreu profundas alterações com uma proposta levantada pelo professor universitário e membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, Jorge Pimentel Cintra. Os estudos conduzidos por esse professor levaram-no a concluir que a divisão territorial aconteceu de uma maneira bem diferente de como imaginávamos. Para ter acesso a esse mapa, sugerimos que acesse este link.

*Créditos da imagem: Commons

Quais os fatores contribuíram para o insucesso das capitanias hereditárias?

Diversos fatores do relativo insucesso das Capitanias: a indisciplina dos colonos, os ataques dos indígenas, as incursões de estrangeiros (franceses), a falta de recursos dos donatários, a inexistência de um governo central para ajudar os donatários.

Quais fatores contribuíram para o insucesso das capitanias hereditárias Brainly?

Resposta. Inúmeros fatores explicam o fracasso das capitanias, como os frequentes ataques de tribos indígenas, falta de apoio econômico por parte da coroa portuguesa aos donatários (responsáveis na administração da capitania), e também a dificuldade de locomoção dessas terras para os grandes centros.

Quais foram as regiões do fracasso da maioria das capitanias?

Resposta verificada por especialistas Apenas duas capitanias obtiveram sucesso, que foram (Pernambuco e São Vicente), sucesso que veio das lavouras canavieiras.