Quais os motivos para que a revolução dos bichos não desse certo o que alguns porcos começaram a fazer?

Porque a revolução dos bichos fracassou?

A revolução dos bichos não deu certo porque os porcos, líderes da revolta, passaram a agir da mesma forma que o fazendeiro, explorando os outros animais e só se preocupando consigo mesmo, em manter seus privilégios. ... Mas, a ilusão revolucionária é breve e os porcos, que comandaram a rebelião, acabam se corrompendo.

Quantas páginas tem o livro A Revolução dos Bichos?

Características

Consumível150
Número 1
Ano 2000
Mês 447
Número de Páginas 117

Onde nasceu George Orwell?

Motihari, Índia

Qual ler primeiro 1984 ou Revolução dos Bichos?

"A revolução dos bichos", crítica ao governo stalinista na União Soviética escrito em 1944, é o 7º livro de ficção mais vendido no país, com 17,2 mil exemplares; "1984", uma distopia futurística escrita em 1949 como metáfora do totalitarismo, ocupa a 11ª posição e vendeu 12,5 mil cópias.

O que deveria ser feito para que o animalismo continua na Fazenda?

Deveriam ter seguido as regras pré-estabelecidas e deixadas pelo porco Major. Quando Napoleão vira um verdadeiro ditador, o correto a ser feito seria ter tirado ele do poder para que ele não mais mentisse . A mudança das regras impostas por ele fez com que fosse tudo por água abaixo.

Qual livro do George Orwell ler primeiro?

1984

Quem é o autor do livro Revolução dos Bichos?

George Orwell

Alane.Sthefany 26/03/2022

Revolu��o dos Bichos - George Orwell
A cl�ssica obra do autor ingl�s George Orwell narra a jornada de um grupo de animais que decide se rebelar contra o dono da fazendo, o Sr. Jones, e contra a explora��o dos humanos para com os animais da Granja do Solar (Granja dos Bichos).

Jones � o fazendeiro que explora os animais. O velho porco Major foi a figura respons�vel pela ideia da revolu��o contra o fazendeiro.
O porco Bola-de-neve foi o l�der da revolu��o, depois da morte do Major.
E o porco Napole�o foi representado como a figura autorit�ria que passa a liderar os bichos.

A Revolu��o dos Bichos, de George Orwell, se passa numa granja liderada, inicialmente, pelo Sr. Jones (propriet�rio da fazenda).
Os animais j� insatisfeitos com a domina��o e a explora��o que sofriam, foram influenciados pelo Porco Major, a fazerem uma Revolu��o. Assim, o inimigo seria aquele que andasse sobre duas pernas.

Liderados primeiramente pelos porcos Bola-de-Neve, Garganta e Napole�o, os animais tentam criar uma sociedade ut�pica, mas Napole�o, seduzido pelo poder, afasta Bola-de-Neve e estabelece uma ditadura semelhante (ou pior) a dos humanos.

Napole�o representa o desejo da onipot�ncia, do poder absoluto e, para conseguir seus objetivos, tudo passa a ser v�lido, desde: mentiras, manipula��es, trai��es, mudan�as de regras, for�a, medo.

Garganta, que era experto e de boa l�bia, era sempre o porta-voz escalado para justificar os privil�gios e arroubos autorit�rios dos porcos. Uma de suas t�ticas recorrentes � invocar o nome de Jones, o ex-propriet�rio da fazenda, expulso pelos revolucion�rios.

"Garganta foi enviado aos outros, para dar explica��es.
? Camaradas! ? gritou. ? N�o imaginais, suponho, que n�s, os porcos, fazemos isso por esp�rito de ego�smo e privil�gio.
(...)
Nosso �nico objetivo ao ingerir essas coisas � preservar nossa sa�de. O leite e a ma�� (est� provado pela Ci�ncia, camaradas) cont�m subst�ncias absolutamente necess�rias � sa�de dos porcos. N�s, os porcos, somos trabalhadores intelectuais. A organiza��o e a dire��o desta granja repousam sobre n�s. Dia e noite velamos por vosso bem-estar. � por vossa causa que bebemos aquele leite e comemos aquelas ma��s. Sabeis o que sucederia se os porcos falhassem em sua miss�o? Jones voltaria! Jones voltaria! (...) com toda certeza, n�o h� dentre v�s quem queira a volta de Jones.

Ora, se algo havia sobre o que todos animais estavam de acordo, era o fato de nenhum desejar volta de Jones."

"Um passo em falso e o inimigo estar� sobre n�s. Por certo, camaradas, n�o quereis Jones de volta, hem?

Uma vez mais esse argumento era irrespond�vel. Sem d�vida alguma, os bichos n�o desejavam Jones de volta."

Dizendo que os mesmos n�o queriam a volta do ex-propriet�rio Jones, na sua escravid�o e explora��o, logo, todos estavam em boas m�os, afinal:

"Nenhuma criatura dentre eles andava sobre duas pernas. Nenhuma criatura era "dona? de outra. Todos os bichos eram iguais."

Trechos Preferidos ???

?? Discurso do Major ??

?Camaradas, j� ouvistes, por certo, algo a respeito do estranho sonho que tive a noite passada. Entretanto, falarei do sonho mais tarde.
Antes, as coisas a dizer. Sei, camaradas, que n�o estarei convosco por muito tempo e antes de morrer considero uma obriga��o transmitir-vos o que tenho aprendido sobre o mundo. J� vivi bastante e muito tenho refletido na solid�o da minha pocilga. Creio poder afirmar que compreendo a natureza da vida sobre esta terra, t�o bem quanto qualquer outro animal. � sobre isso que desejo falar-vos.

?Ent�o, camaradas, qual � a natureza da nossa vida?
Enfrentemos a realidade: nossa vida � miser�vel, trabalhosa e curta. Nascemos, recebemos o m�nimo de alimento necess�rio para continuar respirando e os que podem trabalhar s�o for�ados a faz�-lo at� a �ltima parcela de suas for�as; no instante em que nossa utilidade acaba, trucidam-nos com hedionda crueldade.
Nenhum animal, na Inglaterra, sabe o que � felicidade ou lazer, ap�s completar um ano de vida. Nenhum animal, na Inglaterra, � livre. A vida de um animal � feita de mis�ria e escravid�o: essa � a verdade nua e crua.
?Ser� isso, apenas, a ordem natural das coisas? Ser� esta nossa terra t�o pobre que n�o ofere�a condi��es de vida decente aos seus habitantes? N�o, camaradas, mil vezes n�o! O solo da Inglaterra � f�rtil, o clima � bom, ela pode oferecer alimentos em abund�ncia a um n�mero de animais muit�ssimo maior do que o existente. S� esta nossa fazenda comportaria uma d�zia de cavalos, umas vinte vacas, centenas de ovelhas ? vivendo todos num com uma dignidade que, agora, est�o al�m de nossa imagina��o. Por que, ent�o, permanecemos nesta mis�ria? Porque quase todo o produto do nosso esfor�o nos � roubado pelos seres humanos. Eis a�, camaradas, a resposta a todos os nossos problemas. Resume-se em uma s� palavra ? Homem. O homem � o nosso verdadeiro e �nico inimigo. Retire-se da cena o Homem, e a causa principal da fome e da sobrecarga de trabalho desaparecer� para sempre.
?O Homem � a �nica criatura que consome sem produzir. N�o d� leite, n�o p�e ovos, � fraco demais para puxar o arado, n�o corre o suficiente para alcan�ar uma lebre. Mesmo assim, � o senhor de todos os animais. P�e-nos a trabalhar, d�-nos de volta o m�nimo para evitar a inani��o e fica com o restante. Nosso trabalho amanha o solo, nosso estrume o fertiliza e, no entanto, nenhum de n�s possui mais do que a pr�pria pele. As vacas, que aqui vejo � minha frente, quantos litros de leite ter�o produzido este ano? E que aconteceu a esse leite, que deveria estar alimentando robustos bezerrinhos? Desceu pela garganta dos nossos inimigos. E as galinhas, quanto ovos puseram este ano, e quantos se transformaram em pintinhos? Os restantes foram para o mercado, fazer dinheiro para Jones e seus homens. E voc�, Quit�ria, diga-me onde est�o os quatro potrinhos que deveriam ser o apoio e o prazer da sua velhice? Foram vendidos com a idade de um ano ? nunca voc� tornar� a v�-los. Como paga pelos seus quatro partos e por todo o seu trabalho no campo, que recebeu voc�, al�m de ra��o e baia?

?Mesmo miser�vel como �, nossa vida n�o chega ao fim de modo natural. N�o me queixo por mim que tive at� muita sorte. Estou com doze anos e sou pai de mais de quatrocentos porcos. Isto � a vida normal de um varr�o. Mas, no fim, nenhum animal escapa ao cutelo. V�s, jovens leit�es que estais sentados a minha frente, n�o escapareis de guinchar no cepo dentro de um ano. Todos chegaremos a esse horror, as vacas, os porcos, as galinhas, as ovelhas, todos. Nem mesmo os cavalos e os cachorros escapam a esse destino.
Voc�, Sans�o, no dia em que seus m�sculos fortes perderem a rigidez, Jones o mandar� para o carniceiro e voc� ser� degolado e fervido para os c�es de ca�a.
Quanto aos cachorros, depois de velhos e desdentados, Jones amarra-lhes uma pedra ao pesco�o e joga-os na primeira lagoa.
?N�o est�, pois, claro como �gua, camaradas, que todos os males da nossa exist�ncia t�m origem na tirania dos seres humanos? Basta que nos livremos do Homem para que o produto de nosso trabalho seja somente nosso. Praticamente, da noite para o dia, poder�amos nos tornar ricos e livres.
Que fazer, ? Trabalhar dia e noite, de corpo e alma, para a derrubada do g�nero humano. Esta � a mensagem eu vos trago, camaradas: Revolu��o! N�o sei quando sair� esta Revolu��o, pode ser daqui a uma semana, ou daqui a um s�culo, mas uma coisa eu sei, t�o certo quanto o ter eu palha sob meus p�s:
mais cedo ou mais tarde, justi�a ser� feita. Fixai camaradas isso, para o resto de vossas curtas vidas! E, sobretudo, transmiti esta minha mensagem aos que vir�o depois de v�s, para que as futuras gera��es prossigam na luta, at� a vit�ria.
?E lembrai-vos, camaradas, jamais deixai fraquejar vossa decis�o. Nenhum argumento poder� deter-vos. Fechai os ouvidos quando vos disserem que o Homem e os animais t�m interesses comuns, que a prosperidade de um � a prosperidade dos outros. � tudo mentira. O Homem n�o busca interesses que n�o os dele pr�prio. Que haja entre n�s, uma perfeita unidade, uma perfeita camaradagem na luta. Todos os homens s�o inimigos, todos os animais s�o camaradas.?

Repito apenas: lembrai-vos sempre do vosso dever de inimizade para com o Homem e todos os seus des�gnios.

Lembrai-vos tamb�m de que na luta contra o Homem n�o devemos assemelhar-nos a ele.

Todos os h�bitos do Homem s�o maus. E, principalmente, jamais um animal dever� tiranizar outros animais.
Todos os animais s�o iguais.

Lutem os todos por esse dia, mesmo que nos custe a vida!

??? In�cio da Revolu��o ???

Alguns bichos tinham o "dever de lealdade para com Jones", a quem se referiam como o ?Dono?, ou fizeram coment�rios elementares do tipo: ?Seu Jones nos alimenta. Se ele fosse embora, n�s morrer�amos de fome?.

[Parecem as pessoas que acham que n�o sobrevivem sem o Estado, e os altos impostos que somos obrigados a pagar em troco de migalhas]
.

Jones e os homens viram-se de repente marrados e escoiceados por todos os lados. A situa��o lhes fugira ao controle. Jamais haviam visto os animais portarem-se daquela maneira, e a s�bita revolta de criaturas a quem estavam acostumados a surrar e maltratar � vontade, apavorou-os. Em poucos instantes desistiram de defender-se e deram o fora.

Os bichos haviam posto Jones e os pe�es para fora da granja.
A Revolu��o estava feita. Jones fora expulso e a Granja do Solar era deles.

Freios, argolas de nariz, correntes de cachorro, as cru�is facas com que Jones castrava os porcos e os cordeiros, foi tudo atirado ao fundo do po�o. As r�deas, os cabrestos, os antolhos e os degradantes bornais foram jogados � fogueira

Acordaram, por�m, de madrugada, como sempre, (...) correram para a pastagem.

A pequena dist�ncia havia uma colina que comandava a vista de quase toda a fazenda. Os animais subiram ao topo e olharam em volta, � luz clara da manh�.
Sim, era deles ? tudo quanto enxergavam era deles! No �xtase desse pensamento, viraram cambalhotas e saltaram, num arroubo de contentamento.
Molharam-se no orvalho, morderam a deliciosa grama do ver�o, arrancaram torr�es de terra e aspiraram aquele cheiro delicioso. Depois fizeram um circuito de inspe��o em toda a granja, vistoriando, com muda admira��o, a lavoura, o campo de feno, o pomar, a lagoa e o bosque. Era como se, anteriormente, nunca tivessem visto aquilo, e mal podiam acreditar: tudo era deles.

Os animais subiram ao topo e olharam em volta, � luz clara da manh�.
Sim, era deles ? tudo quanto enxergavam era deles! No �xtase desse pensamento, viraram cambalhotas e saltaram, num arroubo de contentamento.
Molharam-se no orvalho, morderam a deliciosa grama do ver�o, arrancaram torr�es de terra e aspiraram aquele cheiro delicioso.

Depois fizeram um circuito de inspe��o em toda a granja, vistoriando, com muda admira��o, a lavoura, o campo de feno, o pomar, a lagoa e o bosque. Era como se, anteriormente, nunca tivessem visto aquilo, e mal podiam acreditar: tudo era deles.

Bola de Neve pegou o pincel entre as juntas da pata, apagou o nome GRANJA DO SOLAR do travess�o superior e, em seu lugar escreveu GRANJA DOS BICHOS.

Era poss�vel resumir os princ�pios do Animalismo em Sete Mandamentos.
(...) constituiriam a lei inalter�vel pela qual a Granja dos Bichos deveria reger sua vida a partir daquele instante, para sempre.

Os bichos, felizes como nunca. Cada bocado de comida constitu�a um extremo prazer, agora que a comida era realmente deles, produzida por eles e para eles, em vez de distribu�da em pequenas quantidades por um dono cheio de m� vontade. Ausentes os in�teis parasitas humanos, mais sobrava para cada um.

Ningu�m roubava, ningu�m resmungava a respeito das ra��es. A disc�rdia, as mordidas, o ci�me, coisas normais nos velhos tempos, tinham quase desaparecido.

Os Sete Mandamentos podiam ser condensados numa �nica m�xima, que era: ?Quatro pernas bom, duas pernas ruim.? A� se continha segundo disse ele, o princ�pio essencial do Animalismo. Quem o seguisse firmemente, estaria a salvo das influ�ncias humanas.

[Eles percebendo pela primeira vez que eram livres e tudo aquilo quanto eles viam eram deles ???]

??? Ap�s a Revolu��o ???

O que distingue o Homem � a m�o, o instrumento com que perpetra toda a sua maldade.

Napole�o n�o tomou interesse algum pelos comit�s de Bola-de-Neve. Dizia que a educa��o dos jovens era mais importante do que qualquer coisa em favor dos adultos. Aconteceu que Lulu e Ferrabr�s deram cria, logo ap�s a colheita de feno, a nove robustos cachorrinhos. T�o logo foram desmamados, Napole�o tirou-os de suas m�es dizendo que ele pr�prio se responsabilizaria por sua educa��o.
[Arquitetando tudo desde o in�cio]

Ao ouvirem-na, os seres humanos tremiam secretamente ante aquela mensagem que previa sua desgra�a.

Guerra � guerra. Ser humano bom ser humano morto.

Napole�o o que os animais deveriam fazer era conseguir armas de fogo e instruir-se no seu emprego. Bola-de-Neve achava que deveriam enviar mais e mais pombos e provocar a rebeli�o entre os bichos das outras granjas. O primeiro argumentava que, se n�o fossem capazes de defender-se, estavam destinados � submiss�o; o outro alegava que, fomentando revolu��es em toda parte, n�o teriam necessidade de defender-se.

Durante o ano inteiro os bichos trabalharam feito escravos. Mas trabalhavam felizes; n�o mediam esfor�os ou sacrif�cios, cientes de que tudo quanto fizessem reverteria em benef�cio deles pr�prios e dos de sua esp�cie, que estavam por vir.

Os humanos n�o odiavam menos a Granja dos Bichos, agora que ela prosperava; na realidade, odiavam-na mais do que nunca.

Garganta fazia excelentes discursos sobre a alegria e a dignidade do trabalho.

Nos velhos tempos eram frequentes as cenas sangrentas, igualmente horripilantes, entretanto agora lhes pareciam ainda piores, uma vez que ocorriam entre eles mesmos. Desde o dia em que Jones deixara a fazenda, at� aquele dia, nenhum animal matara outro animal. Nem sequer um rato fora morto.

N�o podia compreender por que ? haviam chegado a uma �poca em que ningu�m ousava dizer o que pensava.

Tomara-se usual atribuir a Napole�o o cr�dito de todos os �xitos e de todos os golpes de sorte.

[Poema atribu�do a Napole�o]

Tu �s aquele que tudo d�, tudo. Quanto as pobres criaturas amam.
Barriga cheia duas vezes por dia,
Todos os bichos, grandes, pequenos,
Todos os bichos, grandes, pequenos,
Dormem tranquilos, enquanto. Tu zelas por n�s na solid�o, Camarada Napole�o!
Tivesse eu um leit�o e Antes mesmo que atingisse, O tamanho de um garraf�o ou de um barril, J� teria aprendido a ser, eternamente, Um teu fiel e leal seguidor. E o primeiro Guincho que dariam eu leit�o. seria:
?Camarada Napole�o!?

Napole�o aprovou esse poema e mandou escrev�-lo no grande celeiro, na parede oposta �quela onde estavam os Sete Mandamentos. Sobre ele foi colocado um retrato de Napole�o de perfil, feito por Garganta.

Naquele momento, de fato, fora necess�rio realizar um reajustamento das ra��es (Garganta sempre se referia a ?reajustamentos?, nunca a ?redu��es?).

Garganta, segurando uma comprida folha de papel, lia, para eles rela��es de estat�sticas comprobat�rias de que a produ��o de todas as classes de g�neros aliment�cios aumentara de duzentos, trezentos ou quinhentos por cento, conforme o caso. Os bichos n�o viam raz�o para desacredit�-lo, especialmente porque j� n�o conseguiam lembrar-se com clareza das exatas condi��es de antes da Revolu��o. Mesmo assim, dias havia em que prefeririam ter menos estat�sticas e mais comida.

Lendo os dados estat�sticos em voz aguda e r�pida, provou-lhes, com riqueza de detalhes, que eles recebiam mais aveia, mais feno e mais do que na �poca de Jones; que trabalhavam muito menos, que a �gua pot�vel era de melhor qualidade, que viviam mais tempo, que havia mais palha nas baias e que as pulgas j� n�o incomodavam tanto. Os animais acreditavam em cada palavra.

Sabiam que a vida estava dif�cil e cheia de priva��es, que andavam constantemente com frio e com fome, e trabalhando sempre que n�o estavam dormindo. Mas, sem d�vida, antigamente fora muito pior. Gostavam de acreditar nisso. Al�m do mais, naqueles dias eram escravos, ao passo que, agora, eram livres.

De modo geral, por�m, os bichos gostavam daquelas celebra��es.
Achavam confortador serem relembrados de que, afinal, n�o tinham patr�es e todo trabalho que enfrentavam era em seu pr�prio benef�cio.

[...] conseguiam esquecer que estavam de barriga vazia, pelo menos a maior parte do tempo.

[...] a Granja dos Bichos foi proclamada Rep�blica e houve necessidade de eleger um Presidente. Apareceu um s� candidato, Napole�o, que foi eleito com unanimidade.

Passaram-se anos. As esta��es vinham, passavam e a curta vida dos bichos se consumia.

Haviam nascido muitos animais, para os quais a Revolu��o n�o passava de uma obscura tradi��o transmitida verbalmente, e outros que nem sequer tinham ouvido falar coisa nenhuma a respeito.

De certa maneira, parecia como se a granja se houvesse tornado rica sem que nenhum animal tivesse enriquecido ? exceto, � claro, os porcos e os cachorros.

[Enquanto isso, o trabalho pesado dos porcos, que justificava seu conforto, fartura, e etc.]
Garganta dizia-lhes que os porcos despendiam diariamente enormes esfor�os com coisas misteriosas chamadas ?arquivos?, ?relat�rios?, ?minutas? e ?memorandos?. Eram grandes folhas de papel que precisavam ser miudamente cobertas com escritas e, logo depois, queimadas no forno. Era tudo da mais alta import�ncia para o bem-estar da granja, dizia Garganta. A verdade � que nem os porcos nem os cachorros produziam um s� grama de alimento com o seu trabalho; e havia um bocado deles, com o apetite sempre em forma.

De vez em quando, os mais idosos rebuscavam a apagada mem�ria e tentavam determinar se nos primeiros dias da Revolu��o, logo ap�s a expuls�o de Jones, as coisas haviam sido melhores ou piores do que agora. N�o Conseguiam lembrar-se. Nada havia com que estabelecer compara��o: n�o tinham em que basear-se, exceto as estat�sticas de Garganta, que invariavelmente provavam estar tudo cada vez melhor. Os bichos consideravam o problema insol�vel; de qualquer maneira, dispunham de muito pouco tempo para essas especula��es. Apenas o velho Benjamim afirmava lembrar-se de cada detalhe de sua longa vida e saber que as coisas nunca haviam estado e nunca haveriam de ficar nem muito melhor nem muito pior, sendo a fome, o cansa�o e a decep��o, assim dizia, a lei imut�vel da vida.

Talvez fosse verdade que a vida era dif�cil e que nem todas as suas esperan�as se haviam concretizado; mas tinham a consci�ncia de n�o serem iguais aos outros animais. Se tinham fome, n�o era por alimentarem alguns tir�nicos seres humanos; se trabalhavam arduamente, pelo menos trabalhavam em seu pr�prio benef�cio.

Nenhuma criatura dentre eles andava sobre duas pernas. Nenhuma criatura era ?dona? de outra. Todos os bichos eram iguais.

Os Viram, ent�o, o que ela havia visto.
Um porco caminhava sobre as duas patas traseiras.
Sim, era Garganta. Um tanto desajeitado devido � falta de pr�tica em manter seu volume naquela posi��o, mas em perfeito equil�brio, passeava pelo p�tio.

Napole�o, majestosamente, desempenado, largando olhares arrogantes para os lados, com os cachorros brincando � sua volta.
Trazia nas m�os um chicote.
Houve um sil�ncio mortal. Surpresos, aterrorizados, uns junto aos outros, os bichos olhavam a fila de porcos marchar lentamente em redor do p�tio. Pareceu-lhes enxergar o mundo de cabe�a para baixo. Ent�o veio um momento em que, passado o choque e a despeito de tudo ? a despeito do terror dos cachorros e do h�bito, arraigado ap�s tantos anos, de nunca se queixarem, nunca criticarem, pouco importava o que sucedesse ? poderiam lan�ar uma palavra de protesto. Por�m, exatamente nesse instante, como se obedecessem a um sinal combinado, as ovelhas. em un�ssono, estrondaram num espetacular balido:
? Quatro pernas bom, duas pernas melhor! Quatro pernas bom, duas pernas melhor! Quatro pernas bom, duas pernas melhor!

Quit�ria com "olhos pareciam mais encobertos que nunca. Sem dizer palavra, ela o puxou delicadamente pela crina, levando-o (Jumento Benjamim) at� o fundo do grande celeiro, onde estavam escritos os Sete Mandamentos.

Minha vista est� falhando ? disse ela finalmente. ? Mesmo quando eu era mo�a n�o conseguia ler o que estava escrito a�. Mas parece-me agora que parede est� meio diferente. Os Sete Mandamentos s�o os mesmos de sempre, Benjamim?
Pela primeira vez, Benjamim consentiu em quebrar sua norma, e leu para ela o que estava escrito na parede. Nada havia, agora, sen�o um �nico Mandamento dizendo:

TODOS OS ANIMAIS S�O IGUAIS MAS ALGUNS ANIMAIS S�O MAIS IGUAIS DO QUE OS OUTROS

Depois disso, n�o foi de estranhar que, no dia seguinte, os porcos que supervisionavam o trabalho da granja andassem com chicotes nas patas. (...) N�o estranharam quando Napole�o foi visto passear nos jardins da casa com um cachimbo na m�o, nem quando os porcos se assenhorearam das roupas do Sr. Jones e passaram a us�-las, sendo que Napole�o apresentou-se vestindo um casaco negro, cal�as de ca�ador e perneiras de couro, enquanto sua porca favorita surgia com o vestido de seda que a Sra. Jones usava aos domingos.

Os bichos estavam limpando a lavoura de nabos.
Trabalhavam diligentemente, mal levantando o olhar do ch�o e sem saber a quem temer mais, se os porcos, se os visitantes humanos.

Entre os porcos e os seres humanos n�o havia, e eram inteiramente inadmiss�veis quaisquer conflitos de interesses. Suas lutas e suas dificuldades eram uma s�.

Napole�o o estava proclamando, naquele instante, pela primeira vez ? que a denomina��o ?Granja dos Bichos? for a abolida. A partir daquele momento, sua granja voltaria a ser conhecida como ?Granja do Solar?, que, ali�s, parecia-lhe, era seu nome correto e original.

N�o havia d�vida, agora, quanto ao que sucedera � fisionomia dos porcos. As criaturas de fora olhavam de um porco para um homem, de um homem para um porco e de um porco para um homem outra vez; mas j� se tornara imposs�vel distinguir quem era homem, quem era porco.

O que alguns porcos começaram a fazer?

Na granja, todos os animais são iguais entre si. Porém, “uns são mais iguais que outros”. Dessa forma, os porcos aprenderam a ler e escrever e tornam-se os líderes da granja.

Que os porcos representam na revolução dos Bichos?

Major Porco: figura responsável pela ideia da revolução contra o fazendeiro. Porco Bola-de-neve: líder da revolução, depois da morte do Major. Porco Napoleão: figura autoritária que chega a liderar o grupo.

O que os porcos fizeram para justificar seus atos aos outros animais?

Resposta: O sentimento de ambição e a busca pelo poder, pela vantagem, levam os porcos, principalmente Napoleão, a esquecer dos princípios e motivos que os levaram até a Revolução. Os porcos passam a tomar o lugar dos humanos, e a explorar os outros animais tanto quanto Sr.

Por que os mandamentos da revolução dos bichos foram alterados?

Além disso, os mandamentos da revolução sofrem algumas modificações, para justificar as extravagâncias dos porcos, e não são questionadas pelos outros animais, uma vez que eles não sabiam ler bem. “Nenhum animal dormirá em cama”, por exemplo, vira “Nenhum animal dormirá em cama com lençóis”.