Qual é a importância da conclusão que Descartes chega ao dizer que se penso, logo existo?

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Descartes, filósofo francês (1596 – 1650), tinha como principal método de estudo, o questionamento de toda verdade que lhe era apresentada, passando-a primeiro , pelo crivo severo da razão, desconsiderando tudo o que a razão não aceitasse.

Um de seus estudos foi sobre a existência ou não de Deus. Sem considerarmos as questões religiosas e de crenças envolvidas em tal assunto, vejamos o que dizia Descartes.

Para ele a única coisa que realmente pode ser considerada verdadeira é o pensamento, visto que todo pensamento por si só prova sua existência, ou seja, mesmo que uma pessoa duvide que o pensamento exista, essa sua dúvida já é um pensamento. Essa proposição de Descartes fez surgir sua célebre frase: “Penso, logo existo”, que apesar de pequena guarda grande dimensão filosófica.

Uma vez de posse dessa nova linha de raciocínio, a razão, Descartes passa a examinar a idéia de perfeição. Quando dizemos que alguma coisa é imperfeita, estamos usando a idéia de perfeição sob a forma de falta de alguma coisa, ou seja, a ausência de algo que tornaria perfeita a coisa estudada.

Caso essa coisa estudada estivesse completa, teríamos a noção de um ser perfeito. Demonstrando que a idéia de perfeição não se origina nos sentidos, mas na razão, Descartes abre o caminho para a prova racional da existência de Deus. Ao questionar a origem da idéia de Deus, ele depara com o problema de que essa idéia não poderia ter surgido do nada, pois o nada, nada cria e nenhum ser, muito menos um ser perfeito, pode ter surgido do nada.

Seguindo este raciocínio, Descartes afirmou, também, que um ser imperfeito não pode ser a causa da criação de um ser perfeito, pois o menos não pode ser a causa do mais. A idéia de perfeição nasce junto com o homem, é uma idéia inata. Resta a idéia de que a perfeição não tendo sua origem no nada e nem tampouco em um ser imperfeito por natureza, só pode ter sido posta na razão por um ser perfeito.

Um ser perfeito pode ser a sua própria causa, ao contrário de um ser imperfeito. A idéia de perfeição posta na razão sugere a existência de um ser perfeito, pois seria contraditória a existência da perfeição sem um ser perfeito que a tenha criado.

Assim, a existência de uma idéia de perfeição que existe em nossa mente, comprova a existência de um ser perfeito que a criou e a colocou em nossa razão, ou seja, um ser que pode ser chamado de Deus.

Fonte:
Descartes, René, 1596-1650 – Discurso do método / René Descartes; tradução de Paulo Neves. – Porto Alegre: L&PM, 2008.

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/filosofia/descartes-e-a-existencia-de-deus/

O pensamento do francês René Descartes destaca-se na Modernidade. O primeiro racionalista moderno defendeu que o conhecimento era inato ao ser humano e propôs um método dedutivo como ponto inicial de qualquer conhecimento que se pretenda verdadeiro, claro e distinto. Exímio matemático, suas contribuições para as ciências exatas foram essenciais para o maior desenvolvimento da geometria analítica, por meio do plano de coordenadas cartesiano, e a física moderna também contou com significativas contribuições do filósofo.

Saiba mais: Pitágoras – assim como Descartes, contribuiu para a filosofia e matemática

Biografia de René Descartes

Nascido na província de Haye, em 1596, Descartes ficou órfão de mãe com menos de um ano de idade. Seu pai deixou-lhe aos cuidados de uma ama, como era costume acontecer com as crianças filhas da classe média ou da nobreza que perdiam as suas mães. Como seu pai era funcionário público, tinha uma boa condição financeira e proporcionou ao filho uma educação de elite.

Descartes estudou no colégio jesuíta Royal Henry-Le-Grand, situado no castelo de La Flèche. Foi um aluno brilhante e, desde jovem, provocava debates filosóficos intensos com colegas e professores. Nos tempos em que cursou o seminário de La Flèche, Descartes já se encontrava inquieto com algumas questões levantadas por ele no ensino jesuíta, tradicionalmente escolástico, de cunho tomista aristotélico.

Qual é a importância da conclusão que Descartes chega ao dizer que se penso, logo existo?
René Descartes, grande nome da filosofia e matemática da Idade Moderna.

Aos 19 anos, o então jovem pensador ingressa no curso de Direito da Universidade de Poitiers, o qual concluiu aos 22 anos de idade. No entanto, o filósofo nunca exerceu a advocacia. Em busca de aventuras e sem vontade de trabalhar na carreira jurídica, Descartes alista-se no exército do príncipe holandês Maurício de Nassau.

A sua carreira como soldado foi curta, recusando-se, inclusive, a receber sua remuneração que lhe era de direito. No entanto, Descartes atuou diversas vezes como conselheiro e estrategista militar, tendo encerrado seu vínculo como conselheiro apenas aos 49 anos de idade. Sua ocupação principal foi o desenvolvimento de estudos nos campos da matemática e da filosofia.   

Ao mesmo tempo em que se alistava na campanha militar de Nassau, Descartes iniciava os estudos mais profundos em matemática. Aos 33 anos, o filósofo tinha concluído a escrita de seu Tratado sobre o mundo, livro sobre ciências da natureza que ele decidiu não publicar porque defendia a tese heliocêntrica ao mesmo tempo em que o físico Galileu Galilei enfrentava complicações com a Igreja Católica por defender a mesma coisa.  

Em 1637 Descartes publicou a sua obra mais conhecida, Discurso do método. Em 1641, publicou outra obra de grande importância para a filosofia moderna, Meditações metafísicas. Em 1649, aceita um convite que a rainha Cristina, da Suécia, fazia-lhe há alguns anos e parte para Estocolmo para ser seu conselheiro pessoal e instrutor. O inverno sueco rigoroso causa ao pensador um quadro de saúde frágil que o levou à morte por pneumonia, em 1650. 

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Ele também operou uma verdadeira revolução na filosofia ao&lt;strong&gt;&amp;nbsp;&amp;nbsp;&amp;nbsp;&amp;nbsp;&amp;nbsp; &lt;/strong&gt;propor que &lt;strong&gt;o pensamento filosófico deveria basear-se em um método mais exato&lt;/strong&gt;.&lt;/p&gt; &lt;p style="text-align:justify"&gt;Desde os tempos em que estudou em La Flèche, o filósofo observava que os seus professores de matemática sempre chegavam a conclusões exatas, enquanto os de filosofia descordavam entre si com frequência. Na visão do filósofo, isso atestava o fato de que a filosofia necessitava de um método preciso e exato, baseado no &lt;strong&gt;raciocínio dedutivo&lt;/strong&gt;.&lt;/p&gt; &lt;div style="text-align:center"&gt; &lt;figure class="image" style="display:inline-block"&gt;&lt;img alt="Igreja do colégio onde Descartes estudou." src="https://static.mundoeducacao.uol.com.br/mundoeducacao/2020/02/igreja-descartes.jpg"&gt; &lt;figcaption&gt;Igreja do colégio jesuíta onde Descartes estudou.&lt;/figcaption&gt; &lt;/figure&gt; &lt;/div&gt; &lt;p style="text-align:justify"&gt;No que tange ao conhecimento, Descartes dividiu o ser humano em dois elementos, como Platão, e nomeou-lhes &lt;strong&gt;&lt;em&gt;res cogitans&lt;/em&gt;&lt;/strong&gt;&lt;em&gt; &lt;/em&gt;e &lt;strong&gt;&lt;em&gt;res extensa&lt;/em&gt;&lt;/strong&gt;, isto é, coisa pensante e coisa extensa. Para ele, a coisa pensante era uma espécie de alma que habitava o corpo (coisa extensa) e era capaz de pensar, além de estar com o &lt;a target="_blank" href="https://mundoeducacao.uol.com.br/filosofia/conhecimento.htm"&gt;conhecimento&lt;/a&gt; racional naturalmente embutido dentro de si.&lt;/p&gt; &lt;p style="text-align:justify"&gt;&lt;strong&gt;Veja também: &lt;/strong&gt;Immanuel Kant: outro filósofo moderno que também se dedicou à epistemologia&lt;/p&gt; &lt;h2 style="text-align:justify"&gt;&lt;strong&gt;Principais ideias de René Descartes&lt;/strong&gt;&lt;/h2&gt; &lt;ul&gt; &lt;li style="text-align:justify"&gt;A razão e todo o conhecimento racional são inatos ao ser humano. A diferença entre o nível de inteligência de uns e de outros é o modo como utilizamos a racionalidade.&lt;/li&gt; &lt;li style="text-align:justify"&gt;O conhecimento filosófico, para atingir um bom resultado, deve ser claro e distinto, afastando tudo o que pode gerar qualquer dúvida.&lt;/li&gt; &lt;li style="text-align:justify"&gt;É necessário estabelecer um método para que o conhecimento filosófico atinja a verdade.&lt;/li&gt; &lt;/ul&gt; &lt;h3 style="text-align:justify"&gt;&lt;strong&gt;→ Racionalismo&lt;/strong&gt;&lt;/h3&gt; &lt;p style="text-align:justify"&gt;Para entendermos o racionalismo cartesiano, precisamos ver as primeiras palavras escritas em seu livro &lt;em&gt;Discurso do método:&lt;/em&gt;&lt;/p&gt; &lt;blockquote&gt; &lt;p style="margin-left:35.45pt;text-align:justify"&gt;“O bom senso é a coisa do mundo melhor partilhada: pois cada um pensa estar tão bem provido dele, que mesmo os mais difíceis de contentar em qualquer outra cosa não costumam desejar tê-lo mais do que o têm. Não é verossímil que todos se enganem nesse ponto: antes, isso mostra que a capacidade de bem julgar, e distinguir o verdadeiro do falso, que é propriamente o que se chama o bom senso ou a razão, é naturalmente igual em todos os homens; e, assim, que a diversidade de nossas opiniões não se deve a uns serem mais racionais que os outros, mas apenas que conduzimos nossos pensamentos por vias diversas e não consideramos as mesmas coisas.”&lt;strong&gt;|1|&lt;/strong&gt;&lt;/p&gt; &lt;/blockquote&gt; &lt;p style="text-align:justify"&gt;O racionalismo encontra-se assentado nas ideias inatas. Para Descartes, todo tipo de conhecimento que não tivesse uma fonte racional (o &lt;strong&gt;conhecimento &lt;/strong&gt;&lt;a target="_blank" href="https://mundoeducacao.uol.com.br/filosofia/empirismo.htm"&gt;&lt;strong&gt;empírico&lt;/strong&gt;&lt;/a&gt; é um deles, pois baseia-se na experiência prática para adquirir elementos para a constituição das ideias) era duvidoso e poderia ser enganoso. Somente o conhecimento racional, baseado nas ideias inatas e fruto das deduções, era suficientemente claro, distinto e absolutamente verdadeiro.&lt;/p&gt; &lt;p style="text-align:justify"&gt;O processo de &lt;strong&gt;raciocínio dedutivo&lt;/strong&gt;, largamente utilizado pela matemática, era o ponto de partida que Descartes defendia para compor o seu método, e era a única garantia para ter-se um conhecimento unívoco, que em todos os seres humanos causaria os mesmos resultados, evitando o erro. A &lt;strong&gt;tradição &lt;/strong&gt;&lt;a target="_blank" href="https://mundoeducacao.uol.com.br/filosofia/aristoteles.htm"&gt;&lt;strong&gt;aristotélica&lt;/strong&gt;&lt;/a&gt; na filosofia, que embasou a educação cartesiana por meio do &lt;strong&gt;ensino escolástico &lt;/strong&gt;&lt;a target="_blank" href="https://mundoeducacao.uol.com.br/historiadobrasil/jesuitas.htm"&gt;&lt;strong&gt;jesuíta&lt;/strong&gt;&lt;/a&gt;, levava a uma espécie de relativismo causado por enganos, o que deveria, na ótica cartesiana, ser evitado pelos filósofos.&lt;/p&gt; &lt;p style="text-align:justify"&gt;Para ter-se um conhecimento claro, distinto e verdadeiro, era necessário estabelecer um método. O método cartesiano estava, primeiramente, calçado na dúvida metódica e hiperbólica. Esse processo de dúvida era metódico por ser ordenado, organizado por um método, e hiperbólico porque deveria estender-se a tudo e a todos exageradamente. Surgia aqui o &lt;strong&gt;ceticismo moderno &lt;/strong&gt;que, diferente do &lt;strong&gt;ceticismo helênico&lt;/strong&gt;, não suspendia os juízos do conhecimento por completo e absolutamente, mas por hora, até que se chegasse a um conhecimento seguro. O primeiro passo para isso era a negação do conhecimento empírico e do senso comum.&lt;/p&gt; &lt;h3 style="text-align:justify"&gt;&lt;strong&gt;As regras para o método cartesiano são as seguintes:&lt;/strong&gt;&lt;/h3&gt; &lt;ol&gt; &lt;li style="text-align:justify"&gt;&lt;strong&gt;Evidência: &lt;/strong&gt;nunca aceitar como verdadeiro um conhecimento duvidoso, aceitando apenas aqueles conhecimentos claros e distintos, sem possibilidade de erro.&lt;/li&gt; &lt;li style="text-align:justify"&gt;&lt;strong&gt;Análise:&lt;/strong&gt; dividir o problema filosófico que se quer estudar em quantas partes forem possíveis, pois assim a sua compreensão e resolução são facilitadas.&lt;/li&gt; &lt;li style="text-align:justify"&gt;&lt;strong&gt;Síntese:&lt;/strong&gt; após a divisão, sempre começar resolvendo os problemas menores e menos complexos, pois a junção da resolução das partes menores pode resultar na resolução de um problema mais complexo.&lt;/li&gt; &lt;li style="text-align:justify"&gt;&lt;strong&gt;Enumeração: &lt;/strong&gt;enumerar todas as partes, pois assim se tem uma maior facilidade de organização. Também faz parte dessa regra a necessidade de revisão de cada parte após a sua conclusão.&amp;nbsp;&lt;/li&gt; &lt;/ol&gt; &lt;h3 style="text-align:justify"&gt;&lt;strong&gt;&lt;em&gt;→ Cogito&lt;/em&gt;&lt;/strong&gt;&lt;/h3&gt; &lt;p style="text-align:justify"&gt;A &lt;strong&gt;dúvida metódica e hiperbólica &lt;/strong&gt;de Descartes fê-lo alcançar o que ele diz ser o primeiro conhecimento seguro por meio da dedução: o &lt;em&gt;cogito&lt;/em&gt;. A seguir, descrevemos o passo a passo percorrido pelo filósofo para chegar-se ao &lt;em&gt;cogito&lt;/em&gt;:&lt;/p&gt; &lt;ol&gt; &lt;li style="text-align:justify"&gt;Eu devo duvidar de tudo para atingir um conhecimento verdadeiro;&lt;/li&gt; &lt;li style="text-align:justify"&gt;Ao duvidar de tudo, duvido da minha existência;&lt;/li&gt; &lt;li style="text-align:justify"&gt;Ao duvidar, eu estou pensando;&lt;/li&gt; &lt;li style="text-align:justify"&gt;Se penso, logo eu existo.&lt;/li&gt; &lt;/ol&gt; &lt;p style="text-align:justify"&gt;Diz um velho ditado italiano “&lt;em&gt;traduttore, traditore&lt;/em&gt;!” (tradutor, traidor). Essa afirmação aponta para o fato de que, ao traduzir-se uma sentença para outra língua, ela pode perder muito de seu sentido original. Com o &lt;em&gt;cogito&lt;/em&gt; cartesiano não foi diferente. Apesar de traduzirmos o &lt;em&gt;cogito&lt;/em&gt; para o português como “&lt;strong&gt;penso, logo existo&lt;/strong&gt;”, a escrita original em francês é “&lt;em&gt;je pense, donc je suis&lt;/em&gt;”, que também poderia ser traduzida como “penso, logo sou”. Acontece que o verbo francês &lt;em&gt;est &lt;/em&gt;indica duplamente “ser” (essência e identidade) e “estar” (condição existencial). Como há uma distinção entre os verbos ser e estar na língua portuguesa, a tradução perdeu-se um pouco e a melhor forma de compreender o &lt;em&gt;cogito&lt;/em&gt; em nossa língua foi com a versão “penso, logo existo”. É possível também inferir o sentido de existência do&lt;em&gt; cogito&lt;/em&gt; cartesiano após a segunda meditação de &lt;em&gt;Meditações metafísicas&lt;/em&gt;, em que Descartes explica que essência e existência, no interior de sua obra, são iguais.&amp;nbsp;&lt;/p&gt; &lt;h2 style="text-align:justify"&gt;&lt;strong&gt;Obras&lt;/strong&gt;&lt;/h2&gt; &lt;p style="text-align:justify"&gt;Listamos as principais obras do filósofo René Descartes:&lt;/p&gt; &lt;ul&gt; &lt;li style="text-align:justify"&gt; &lt;p&gt;&lt;em&gt;Discurso do método&lt;/em&gt;: era costume que os intelectuais, desde a &lt;a target="_blank" href="https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/idade-media.htm"&gt;Idade Média&lt;/a&gt;, escrevessem em latim. Como Descartes pretendia alcançar um público maior (todo aquele que fosse dotado de razão, ou seja, todo ser humano), ele preferiu escrever esse livro em francês. Tal obra apresenta o método, a sua necessidade e as regras para o alcance do conhecimento seguro e verdadeiro.&lt;/p&gt; &lt;/li&gt; &lt;li style="text-align:justify"&gt; &lt;p&gt;&lt;em&gt;Meditações metafísicas&lt;/em&gt;: esse livro, já escrito em latim, como uma explicação para o público douto de sua filosofia, faz uma conciliação explicativa de seus pensamentos com questões metafísicas anteriores, como a existência de Deus, com a existência da alma e com o modo como a razão está alocada no ser humano por meio do &lt;em&gt;logos &lt;/em&gt;divino.&lt;/p&gt; &lt;/li&gt; &lt;li style="text-align:justify"&gt; &lt;p&gt;&lt;em&gt;Princípios de filosofia&lt;/em&gt;: por ter formação jesuíta e criticá-la por sua tradição escolástica, Descartes escreve essa obra com a intenção de proporcionar uma espécie de manual de ensino de &lt;a target="_blank" href="https://mundoeducacao.uol.com.br/filosofia/"&gt;filosofia&lt;/a&gt; para as escolas jesuítas, a fim de estabelecer a sua filosofia racionalista como mote inicial para o conhecimento verdadeiro.&lt;/p&gt; &lt;/li&gt; &lt;/ul&gt; &lt;h2 style="text-align:justify"&gt;&lt;strong&gt;Frases&lt;/strong&gt;&lt;/h2&gt; &lt;blockquote&gt; &lt;p style="margin-left:18.0pt;text-align:justify"&gt;“Penso, logo existo.”&lt;/p&gt; &lt;p style="margin-left:18.0pt;text-align:justify"&gt;“O bom senso é a coisa do mundo melhor partilhada.”&lt;/p&gt; &lt;p style="margin-left:18.0pt;text-align:justify"&gt;“Muitas vezes, as coisas que me pareceram verdadeiras quando comecei a concebê-las tornaram-se falsas quando quis colocá-las sobre o papel.”&lt;/p&gt; &lt;p style="margin-left:18.0pt;text-align:justify"&gt;“Não basta termos um bom espírito, o mais importante é aplicá-lo bem.”&lt;/p&gt; &lt;/blockquote&gt; &lt;p style="margin-left:18.0pt;text-align:justify"&gt;&amp;nbsp;&lt;/p&gt; &lt;p style="text-align:justify"&gt;&lt;span style="font-size:14px"&gt;&lt;strong&gt;Notas&lt;/strong&gt;&lt;/span&gt;&lt;/p&gt; &lt;p style="text-align:justify"&gt;&lt;span style="font-size:14px"&gt;&lt;strong&gt;|1|&lt;/strong&gt;DESCARTES, René. &lt;em&gt;Discurso do método&lt;/em&gt;. Trad. Paulo Neves e introdução de Denis Lerrer Rosenfield. Porto Alegre: L&amp;amp;PM Editores, 2010. p. 37&lt;/span&gt;&lt;/p&gt; &lt;p style="text-align:justify"&gt;&amp;nbsp;&lt;/p&gt; &lt;p style="text-align:justify"&gt;Por Francisco Porfírio&lt;br&gt; Professor de Filosofia&lt;/p&gt;&lt;/div&gt; &lt;/div&gt; &lt;/div&gt; &lt;div class="col-xl-12 half-padding"&gt; &lt;div class="autores"&gt; &lt;span&gt;Publicado por &lt;strong&gt;Francisco Porfírio&lt;/strong&gt; &lt;/span&gt; &lt;/div&gt; &lt;/div&gt; &lt;div class="col-xl-12 half-padding"&gt; &lt;h2 class="title-space medium"&gt;Artigos Relacionados&lt;/h2&gt; &lt;/div&gt; &lt;a target="_blank" href="https://mundoeducacao.uol.com.br/filosofia/aristoteles.htm" class="col-xl-12 bloco-itens-relacionados half-padding"&gt; &lt;div class="bloco-itens-relacionados__foto"&gt; &lt;div class="image-wraper"&gt; &lt;img class="lozad img-medium" loading="lazy" src="https://static.mundoeducacao.uol.com.br/mundoeducacao/conteudo_legenda/385a344c3624794df98b2f4bbc38f402.jpg" alt="Aristóteles, à esquerda, conversando com seu pupilo, Alexandre, imperador da Macedônia." title="Aristóteles e Alexandre, o Grande"&gt; &lt;/div&gt; &lt;/div&gt; &lt;div class="bloco-itens-relacionados__conteudo"&gt; &lt;div class="titulo"&gt; Aristóteles &lt;/div&gt; &lt;div class="txt"&gt; Clique aqui e aprenda um pouco sobre Aristóteles, o grande filósofo grego que iniciou o Período Sistemático da Filosofia. &lt;/div&gt; &lt;/div&gt; &lt;/a&gt; &lt;a target="_blank" href="https://mundoeducacao.uol.com.br/filosofia/aristoteles-felicidade-como-fim-das-acoes-humanas.htm" class="col-xl-12 bloco-itens-relacionados half-padding"&gt; &lt;div class="bloco-itens-relacionados__foto"&gt; &lt;div class="image-wraper"&gt; &lt;img class="lozad img-medium" loading="lazy" src="https://static.mundoeducacao.uol.com.br/mundoeducacao/conteudo_legenda/5c5e8c876bf4c748c22a92d5834a4843.jpg" alt="Para Aristóteles, a felicidade é o Sumo Bem" title="Aristóteles e a felicidade"&gt; &lt;/div&gt; &lt;/div&gt; &lt;div class="bloco-itens-relacionados__conteudo"&gt; &lt;div class="titulo"&gt; Aristóteles: felicidade como fim das ações humanas &lt;/div&gt; &lt;div class="txt"&gt; Analisemos juntos a “Ética a Nicômaco”, de Aristóteles, para entender por que ele defende que a felicidade é a finalidade da ação humana. &lt;/div&gt; &lt;/div&gt; &lt;/a&gt; &lt;a target="_blank" href="https://mundoeducacao.uol.com.br/biografias/blaise-pascal.htm" class="col-xl-12 bloco-itens-relacionados half-padding"&gt; &lt;div class="bloco-itens-relacionados__foto"&gt; &lt;div class="image-wraper"&gt; &lt;img class="lozad img-medium" loading="lazy" src="https://static.mundoeducacao.uol.com.br/mundoeducacao/2021/06/blaise-pascal-desenhado.jpg" alt="Blaise Pascal foi um cientista do século XVII com profundas contribuições para os campos da física e da matemática." title="Blaise Pascal desenhado"&gt; &lt;/div&gt; &lt;/div&gt; &lt;div class="bloco-itens-relacionados__conteudo"&gt; &lt;div class="titulo"&gt; Blaise Pascal &lt;/div&gt; &lt;div class="txt"&gt; Clique no link e conheça a vida de Blaise Pascal. 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Saiba sobre sua visão religiosa. &lt;/div&gt; &lt;/div&gt; &lt;/a&gt; &lt;a target="_blank" href="https://mundoeducacao.uol.com.br/filosofia/dogmatismo.htm" class="col-xl-12 bloco-itens-relacionados half-padding"&gt; &lt;div class="bloco-itens-relacionados__foto"&gt; &lt;div class="image-wraper"&gt; &lt;img class="lozad img-medium" loading="lazy" src="https://static.mundoeducacao.uol.com.br/mundoeducacao/2020/08/dogmas.jpg" alt="" title=""&gt; &lt;/div&gt; &lt;/div&gt; &lt;div class="bloco-itens-relacionados__conteudo"&gt; &lt;div class="titulo"&gt; Dogmatismo &lt;/div&gt; &lt;div class="txt"&gt; Clique aqui para descobrir o que é dogmatismo, o que é ser dogmático, e entender onde o dogmatismo localiza-se enquanto postura epistemológica e moral na filosofia. &lt;/div&gt; &lt;/div&gt; &lt;/a&gt; &lt;a target="_blank" href="https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica/um-fisico-chamado-galileu-galilei.htm" class="col-xl-12 bloco-itens-relacionados half-padding"&gt; &lt;div class="bloco-itens-relacionados__foto"&gt; &lt;div class="image-wraper"&gt; &lt;img class="lozad img-medium" loading="lazy" src="https://static.mundoeducacao.uol.com.br/mundoeducacao/2022/02/galileu-galilei.jpg" alt="Galileu Galilei é reconhecido como um dos maiores físicos e astrônomos de todos os tempos." title="Galileu Galilei"&gt; &lt;/div&gt; &lt;/div&gt; &lt;div class="bloco-itens-relacionados__conteudo"&gt; &lt;div class="titulo"&gt; Galileu Galilei &lt;/div&gt; &lt;div class="txt"&gt; Clique e acesse o texto para saber detalhes sobre a vida do importante cientista chamado Galileu Galilei. 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Por que Descartes chega a conclusão penso logo existo?

De acordo com o pensamento do filósofo, ao duvidar de algo já estaria pensando e, por estar duvidando, logo pensando, estaria existindo. Descartes entendeu que ao duvidar, estava pensando, e por estar pensando, ele existia. Desta forma, a sua existência foi a primeira verdade irrefutável que ele encontrou.

Qual é a importância da dúvida no pensamento de Descartes?

Descartes defende pois que, para chegar à verdade, temos de duvidar de tudo. Todas as coisas em que aparecer a menor dúvida devem ser tomadas por falsas. Assim temos que duvidar das coisas sensíveis, pois os sentidos muitas vezes erram.

Quais são os significados que a frase penso logo existo adquiriu em cada uma das imagens?

Penso logo existo, eu acredito que as pessoas não precisam morrer para não pensar, para não questionar. Eu acho que é isso que ele que mostrar a partir do momento que você pensa , você está refletindo, e mesmo que não perceba você está filosofando.

Qual foi a ideia central do pensamento de Descartes?

Descartes propôs uma filosofia que nunca acreditasse no falso, que fosse totalmente fundamentada na verdade. Sua preocupação era com a clareza. Sugeriu uma nova visão da natureza, que anulava o significado moral e religioso da época. Acreditava que a ciência deveria ser prática e não especulativa.