Tinha o intuito de pensar gestos gímnicos específicos para suas populações?

Tinha o intuito de pensar gestos gímnicos específicos para suas populações?
Tinha o intuito de pensar gestos gímnicos específicos para suas populações?

A aplica��o do conte�do gin�stica nas aulas de 

Educa��o F�sica escolar no munic�pio de Araruna, PR

La aplicaci�n del contenido gimnasia en las clases de Educaci�n F�sica escolar en el municipio de Araruna, PR

Tinha o intuito de pensar gestos gímnicos específicos para suas populações?

 

*P�s-graduando do Programa de P�s-gradua��o em Educa��o F�sica Escolar

da Faculdade Integrado de Campo Mour�o, PR

**Professora mestranda da Faculdade Integrado

de Campo Mour�o�PR e orientadora do artigo

Lucas Augusto Alves Pereira*

Morgana Claudia da Silva**

(Brasil)

 

Resumo

          As aulas de Educa��o F�sica que contemplam o conte�do de gin�stica s�o ministradas, muitas vezes, por n�o sentirem uma aproxima��o com este conte�do ele passa a ser ainda menos ensinado e conhecido por parte deles. Isso se deve ao fato de que muitos n�o tiveram viv�ncias anteriores com gin�stica, e por isso desconhecem o seu car�ter pedag�gico no processo de aprendizagem da atividade corporal. As aulas normalmente baseiam em aulas de cunho esportivo porque �os professores experimentaram por mais tempo, e provavelmente com mais intensidade, as experi�ncias esportivas�. Assim, muitos professores n�o t�m experi�ncias com a gin�stica e outros conte�dos e acabam priorizando somente os esportes coletivos contemplando os conte�dos referentes ao futebol, basquetebol, voleibol e handebol com os alunos, limitando-os, assim, de terem outras viv�ncias. Este estudo buscou identificar a ocorr�ncia de utiliza��o do conte�do gin�stica pelos professores de Educa��o F�sica na Rede P�blica Estadual do munic�pio de Araruna � PR. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de car�ter descritivo. Constitu�ram a amostra 6 professores, que responderam ao instrumento de pesquisa contendo 9 perguntas abertas. Os resultados obtidos mostraram que a gin�stica escolar bem trabalhada e contextualizada pode vir a ser valorizada pela sua pr�tica descobrindo novos caminhos, contribuindo na forma��o geral dos alunos, possibilitando a eles n�o s� vivencias esportivas nas aulas de Educa��o F�sica, mas tamb�m outros conte�dos estruturantes como a Gin�stica.

          Unitermos

: Gin�stica. Educa��o F�sica. Escola.

Abstract

          The vast majority realize that few teachers teach classes of physical education content, which includes a gym, often because they feel closer with this content it becomes even less known and taught by them. This is due to the fact that many had no previous experiences with exercise, and therefore unaware of the pedagogical nature of the learning process of body activity. Adds that the classes usually are based on lessons imprint sports because "the teachers experienced the longest, and probably with more intensity, the sport experiences. Thus, many teachers have no experience with gymnastics and other content, often working only with sports teams contemplating the contents related to football, basketball, volleyball and handball with the students by limiting them, so to have other experiences. This study sought to identify whether occurs using the contents gym teachers of physical education in state public schools in the city of Araruna - PR, so that the study used a qualitative and descriptive. As sample size is 6 teachers, who responded to the survey instrument containing 9 open questions. Thus, it was found that the results as gymnastics school and worked and context might be valued in their practice discovering new ways. Thereby facilitating the general education students, enabling them not only vivencias sports in physical education classes, but also other structural contents such as gymnastics.

          Keywords

: Gymnastics. Physical Education. School.  
Tinha o intuito de pensar gestos gímnicos específicos para suas populações?
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, A�o 15, N� 148, Septiembre de 2010. http://www.efdeportes.com/

Tinha o intuito de pensar gestos gímnicos específicos para suas populações?

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Introdu��o

    Segundo Darido (2005) a Educa��o F�sica possui um vasto conte�do formado pelas diversas manifesta��es corporais criadas pelo ser humano ao longo dos anos. S�o eles: jogos, brincadeiras, dan�as, esportes, gin�sticas, lutas, e outros. Este conjunto de pr�ticas tem sido chamado de cultura corporal de movimento, cultura corporal, cultura de movimento.

    Estes saberes precisam ser transmitidos pela escola, contudo, na pr�tica di�ria, nem sempre s�o desenvolvidos de forma correta. Todavia, mais recentemente, observa-se o movimento de alguns docentes que demonstram maior preocupa��o com os novos rumos da Educa��o F�sica Escolar. Para tanto est�o se atualizando e buscando construir propostas pedag�gicas que considerem esse novo papel atribu�do � Educa��o F�sica: a integra��o do aluno na esfera da cultura corporal de movimento. (BRASIL, 2000)

    Os professores de Educa��o F�sica, ainda influenciados, sobretudo pela concep��o esportivista, continuam restringindo os conte�dos das aulas aos esportes mais tradicionais, como, por exemplo, basquete, v�lei e futebol. Em muitos casos tamb�m, estes conte�dos s�o distribu�dos sem nenhuma sistematiza��o e s�o apresentados de forma desordenada ou aleat�ria, ou seja, organizados ou seq�enciados sem crit�rios consistentes. Al�m disso, � muito comum a pr�tica superficial destes conte�dos esportivos, sob a �tica do saber fazer ou da dimens�o procedimental do conte�do. Esse procedimento did�tico acaba ocasionando a falta de aprofundamento dos conte�dos dentro das dimens�es conceituais e atitudinais, propostas para a Educa��o F�sica na escola, conforme Darido (2005).

    Considerando que o Brasil � um pa�s muito extenso, e que apresenta in�meras diferen�as culturais, � importante ressaltar que a apresenta��o de um curr�culo, no qual esteja inclu�do um conjunto de princ�pios de sistematiza��o, uma ordem l�gica de conte�dos diversificados e aprofundados, traria diversos benef�cios aos professores e alunos nas aulas de Educa��o F�sica. Deve-se pensar tamb�m a possibilidade de refletir sobre a pr�pria pr�tica; facilitar a transfer�ncia de alunos de uma escola para outra; melhor o planejamento das atividades; implementar de um maior n�mero de conte�dos; melhorar as condi��es de aprendizagem. (BRASIL, 2000)

    Para Freire e Scaglia (2003, p. 30), alguns professores de Educa��o F�sica t�m sistematizado, aprofundado e diversificado os conte�dos, conforme suas pr�prias experi�ncias, erros e acertos. [...] �pois grande parte da produ��o te�rica da Educa��o F�sica ainda n�o possibilitou a constru��o de princ�pios que pudessem nortear tal pr�tica�.

    A gin�stica � um exerc�cio f�sico que existe h� muito tempo, e j� foi usada como dan�a e como forma de fortalecer militares, tendo diversas manifesta��es durante todo esse tempo, � o que afirma Souza (2008).

    A gin�stica geral ou como � mais conhecida a �GG�1 � um conte�do que se acredita ser essencial nas escolas. Atualmente poucos professores usam esse conte�do em suas aulas, prevalecendo ainda em pleno s�culo XXI os esportes. Deste modo, a inser��o da gin�stica geral enquanto conte�do rico de elementos e de possibilidades de oferecer conhecimentos diferenciados, n�o deve ficar fora das aulas de Educa��o F�sica escolar.

    Perante estas constata��es, o objetivo do presente estudo foi analisar como professores entendem a inser��o pedag�gica atrav�s da Gin�stica como conte�do da Educa��o F�sica escolar. Acredita-se que esta possibilidade se concretize por meio da Gin�stica Geral (GG), a medida que tem como perspectiva a integra��o das diversas manifesta��es g�mnicas e outros componentes da cultura corporal, sendo sua principal caracter�stica a aus�ncia da competi��o.

    Participaram do estudo 06 professores de dois col�gios estaduais do munic�pio de Araruna-PR, que ministram aulas de Educa��o F�sica na Educa��o B�sica, nos n�veis de Ensino M�dio e Fundamental � s�ries finais. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de car�ter descritivo. Como instrumento de coleta de dados utilizou-se um question�rio contendo 9 perguntas abertas. O instrumento de pesquisa foi aplicado no per�odo de hora atividade dos professores.

    A problem�tica central desta pesquisa consiste na seguinte quest�o: de que forma est� sendo utilizado e entendido o conte�do Gin�stica Geral nas escolas, e como os professores contextualizam e de que forma trabalham este conte�do. Para a an�lise das respostas optou-se pela categoriza��o das respostas.

    Sabe-se que h� muito tempo grande parte da sociedade enxerga as aulas de Educa��o F�sica caracterizando-a como um tempo de lazer, recrea��o, montagens de coreografias para festa junina, o famoso �rola bola�, entre outros. Esta disciplina tamb�m � vista como uma v�lvula de escape na qual os educandos ter�o um tempo para descanso e libera��o de sua energia, n�o valorizando assim o conte�do rico desta �rea.

    Desta forma, o presente estudo visou identificar se ocorre a utiliza��o do conte�do gin�stica geral pelos professores de Educa��o F�sica na Rede P�blica Estadual, do munic�pio de Araruna � PR.

Referencial te�rico

    Para planejar as aulas com car�ter pedag�gico � necess�rio que os conte�dos tenham como base as dimens�es conceituais (o que se deve saber sobre), procedimental (o que se deve saber fazer) e atitudinal (como se deve ser), descritas por Darido (2005).

    Pode-se dizer que os alunos, ao longo de sua trajet�ria escolar, aprendem diversos conte�dos, e na �rea se utiliza este termo quando se refere a:

    [...] conceitos, ideias, fatos, processos, princ�pios, leis cient�ficas, regras, habilidades cognitivas, modos de atividade, m�todos de compreens�o e aplica��o, h�bitos de estudos, de trabalho, de lazer e de conviv�ncia social, valores, convic��es e atitudes. (DARIDO, 2005, p.65).

    Na vis�o da autora (2005), para que se trabalhe os conte�dos, � necess�rio que as tr�s dimens�es j� mencionadas sejam aplicadas na escola de maneira n�o isolada, mas sim que estejam interligadas durante as aulas. � importante se ater a estas classifica��es, pois o objetivo educacional � fazer com que alguns conte�dos trabalhados nas aulas como o curr�culo oculto, apare�am de forma expl�cita nos programas de ensino.

    Bracht (1992, p. 66) diz que � preciso �superar a vis�o positivista de que o movimento � predominantemente um comportamento motor. O Movimento � humano, e o Homem � fundamentalmente um ser social�.

    A ideia central da maioria dos professores e t�cnicos, sempre foi de ensinar o aluno como jogar futebol explicando, por exemplo, os seus fundamentos, mas sem ampliar os conhecimentos do aluno referente ao futebol quanto ao seu hist�rico, curiosidades e valores �ticos que atrav�s da pr�tica corporal pode-se aprender.

    A reflex�o sobre o que se deve ensinar nas aulas de Educa��o F�sica aponta como refer�ncia Freire (1998, p.8-9-10), que retrata, por exemplo, como ensinar uma aula de futebol. Suas informa��es s�o de grande valia para os conte�dos da Educa��o F�sica escolar, pois orientam os professores nas seguintes crit�rios: �1. Ensinar futebol a todos; 2. Ensinar futebol bem a todos; 3. Ensinar mais que futebol a todos; 4. Ensinar a gostar do esporte�.

    Com base nesses ensinamentos, com certeza o professor estar� proporcionando uma pr�tica corporal mais completa, trabalhando com os alunos todos seus aspectos: motor, cognitivo, social e afetivo, e conseq�entemente, baseando-se nas dimens�es conceitual, procedimental e atitudinal.

    Tamb�m � necess�rio que toda a comunidade escolar; diretores, coordenadores e professores esteja disposta a cooperar e perceber que trabalhando essas quest�es com os alunos estar�o proporcionado mais oportunidades e conhecimentos diversos, contribuindo para a forma��o humana dos alunos, para que sejam adultos mais felizes e completos, tenham sa�de corporal e mental e respeitem o outro independente de etnia, habilidade ou n�vel social.

Gin�stica Geral

    A Gin�stica no contexto da Educa��o F�sica escolar foi historicamente constru�da a partir de determinados modelos, especialmente os das escolas gin�sticas da Europa. O car�ter esportivizado tamb�m foi uma caracter�stica marcante. No decorrer dos anos, a forma��o profissional em Educa��o F�sica enfatizou tais modelos, e conseq�entemente, grande parte dos professores, no �mbito da pr�tica pedag�gica escolar, ora apresenta a gin�stica baseada nestes modelos ou opta pela sua aus�ncia, perante a alega��o de falta de equipamentos e/ou instala��es adequadas, confundindo assim, as modalidades g�mnicas competitivas (art�stica/ol�mpica, r�tmica, dentre outras) com a gin�stica em si, gerando desta forma, a elitiza��o de tal pr�tica. (COLETIVO DE AUTORES, 1992)

    A GG pode proporcionar, al�m do divertimento e da satisfa��o, provocada pela pr�pria atividade; na medida em que busca o resgate do n�cleo primordial da gin�stica � o desenvolvimento da criatividade, da ludicidade e da participa��o, e ainda a apreens�o pelos alunos das in�meras interpreta��es da gin�stica e a busca de novos significados e possibilidades de express�o g�mnica. (AYOUB, 2003)

    As viv�ncias no campo da GG t�m a fun��o de sociabiliza��o, al�m de solidariedade e identifica��o social. Assim, pode-se consider�-las como elemento privilegiado no contexto educativo. Apresenta-se dotada de um car�ter de autonomia e liberdade, o que favorece tamb�m o conv�vio em novos grupos, fazendo com que o indiv�duo alargue as fronteiras do seu mundo e intensifique assim suas comunica��es. Portanto, se for entendida e assumida como fen�meno social e historicamente produzido pelo homem, constitui-se como bem cultural, que deve ser apropriado pela popula��o. Nesse sentido deve-se buscar o desenvolvimento de uma reflex�o sobre suas contribui��es no contexto da Educa��o F�sica escolar. (id)

    No que diz respeito � Educa��o F�sica na escola, o entendimento � de que a mesma constitui-se como pr�tica pedag�gica, que trata pol�tica e pedagogicamente dos temas da cultura corporal (jogo, dan�a, esporte, lutas, gin�stica), visando apreender a express�o corporal como linguagem de acordo com os apontamentos do Coletivo de Autores (1992). Desta forma, pode contribuir para a forma��o de indiv�duos cr�ticos e criativos e intervir de forma significativa em sua realidade social.

    O s�culo XIX representa um importante per�odo para a compreens�o das ra�zes da GG e da Educa��o F�sica. Entretanto, a Gin�stica n�o � algo recente na sociedade. Segundo Rouyer (1977), sua denomina��o remonta aos agrupamentos desportivos gregos, como a arte de exercitar o corpo nu (em grego gymnos). Essa associa��o entre o exerc�cio f�sico e a nudez, traz o sentido do despido, do simples, do livre, do limpo, do desprovido ou destitu�do de maldade, do imparcial, do neutro, do puro (AYOUB, 2003).

    Para Soares (2001), a partir do in�cio do s�culo XIX, que a Gin�stica passou a ser considerada cient�fica, fruto das distintas formas de se pensar os exerc�cios f�sicos em pa�ses da Europa, tais como: Alemanha, Su�cia, Fran�a e Inglaterra � surgindo assim os m�todos/escolas de gin�stica ou Movimento Gin�stico Europeu. Nesta perspectiva, buscou-se imprimir um car�ter de utilidade aos exerc�cios f�sicos, nas quais foram negadas as pr�ticas populares de artistas de rua, de circo, acrobatas, fun�mbulos, que a apresentavam como espet�culo, trazendo o corpo como centro de entretenimento. Na concep��o de Soares

    Como express�o da cultura, este movimento se constr�i a partir das rela��es cotidianas, dos divertimentos e festas populares, dos espet�culos de rua, do circo, dos exerc�cios militares, bem como dos passatempos da aristocracia. Possui em seu interior princ�pios de ordem e de disciplina que podem ser potencializados. Para sua aceita��o, por�m, estes princ�pios de disciplina e ordem n�o s�o suficientes. Ao movimento gin�stico � exigido o rompimento com seu n�cleo primordial, cuja caracter�stica dominante se localiza no campo dos divertimentos. (2001, p. 18)

    Ainda, segundo Soares (2001, p.71), a Gin�stica como �pr�tica cient�fica � constitutiva da mentalidade burguesa, destacando-se pelo seu car�ter ordenativo, disciplinador e met�dico, al�m do discurso de aquisi��o e preserva��o da sa�de�. Ao longo do s�culo XIX foram in�meras as tentativas de estender sua pr�tica � grande massa trabalhadora urbana, que para os interesses do capital, tornava-se cada vez mais numerosa e potencialmente perigosa.

    Para a autora � na aceita��o gradual dos princ�pios de ordem e disciplina formulados pelo Movimento Gin�stico Europeu, bem como do afastamento de seu n�cleo primordial (o divertimento), que paulatinamente a Gin�stica se afirma como parte da educa��o dos indiv�duos, como pr�tica capaz de potencializar a utilidade dos gestos e oferecer um espet�culo �controlado� e institucionalizado dos usos do corpo, em nega��o aos elementos c�nicos, funambulescos e acrob�ticos.

    No Brasil, os m�todos gin�sticos influenciaram sobremaneira a constitui��o da Educa��o F�sica e estiveram presentes nos discursos pol�tico, m�dico e pedag�gico. Soares (2001) afirma que apesar das particularidades dos pa�ses de origem, as escolas de gin�stica, geralmente, possu�am caracter�sticas semelhantes, como regenera��o da ra�a, promo��o da sa�de (independente das condi��es de vida), desenvolvimento de vontade, for�a, coragem, energia de viver (para servir � p�tria) e desenvolvimento da moral (interven��o nas tradi��es e costumes dos povos).

    Precursora da Educa��o F�sica, a Gin�stica cient�fica se afirmou ao longo do s�culo XIX como s�ntese do pensamento cient�fico no Ocidente europeu e integrante dos novos c�digos de civilidade, o que vai justificar sua presen�a no curr�culo escolar. Como discorre Soares (2001, p.113) a gin�stica � �herdeira de uma tradi��o cient�fica e pol�tica que privilegia a ordem e a hierarquia desde sua denomina��o inicial de Gin�stica, a hoje chamada Educa��o F�sica foi e � compreendida como um importante modelo de educa��o corporal que integra o discurso do poder�.

    � neste contexto que no s�culo XIX, teve in�cio o projeto de institucionaliza��o da Educa��o F�sica no Brasil, ainda chamada Gin�stica, como disciplina obrigat�ria nas escolas, em que os ideais eug�nicos e higi�nicos se faziam presentes na Educa��o.

    Cabia � Educa��o F�sica, vinculada � Educa��o Escolar, o papel de contribuir para a forma��o dos corpos eug�nicos e higi�nicos. Na pr�tica, a Educa��o F�sica ressaltava por meio de seus conte�dos e metodologias os assuntos relacionados � forma��o da ordem, disciplina e moraliza��o, fruto das concep��es advindas dos m�todos gin�sticos europeus, estes por sua vez, ancorados nos preceitos e contextos de seus pa�ses de origem.

    Para Oliveira (1997), no contexto do projeto higienista e de eugeniza��o da popula��o brasileira, a Gin�stica constituiu-se como elemento de extrema import�ncia, na perspectiva de adestrar e alterar os corpos produzidos por quase tr�s s�culos de coloniza��o.

    No que diz respeito � esportiviza��o da Gin�stica, tal processo tem sua g�nese na Inglaterra. Segundo Soares (2001), diferente dos outros pa�ses da Europa, nos quais desenvolveram-se as principais escolas de gin�stica � Fran�a, Alemanha e Su�cia, a Inglaterra deu �nfase ao desenvolvimento do desporto.

    Para Rouyer (1977), isto foi devido ao grande desenvolvimento das for�as produtivas neste pa�s que conduziu mais depressa � transforma��o das rela��es sociais. Neste sentido, a riqueza e a liberdade das classes dirigentes permitiam-lhes o �cio marcado pela lei do dinheiro, em que se apostava em cavalos, depois em corredores a p� e, mais tarde, em semi-profissionais. O desporto constituiu-se ent�o como atividade de �cio da aristocracia e da alta burguesia, al�m de meio de educa��o social de seus filhos, ao mesmo tempo tornava-se o trabalho de numerosos profissionais. Assim, a Inglaterra burguesa deu ao mundo o desporto moderno institucionalizado e com regras precisas.

    Desta forma, aliada � racionaliza��o cient�fica e �s regras do esporte moderno, a Gin�stica se transforma em um esporte de rendimento ao qual poucos t�m acesso. Ou seja, as express�es g�mnicas esportivizam se e a sociedade contempor�nea herda a gin�stica como pr�tica elitizada, o que contribui paulatinamente para sua exclus�o da escola.

Gin�stica na Educa��o F�sica escolar

    A Europa atualmente � o principal centro de desenvolvimento e pr�tica da GG. Segundo Souza (2008), este fato se confirma ao observar o grande n�mero de clubes e praticantes. A crescente popularidade desta modalidade pelo mundo pode ser averiguada pelos festivais que s�o promovidos nos mais diversos pa�ses. Em alguns pa�ses � denominada apenas de Gin�stica sem o complemento Geral, a exemplo da Dinamarca que tem na DGI (Associa��o Dinamarquesa de Gin�stica e Esporte) sua maior express�o nesta modalidade, j� que cerca de 30% da popula��o � associada.

    � importante salientar que as outras modalidades de Gin�stica s�o consideradas de competi��o, como a gin�stica art�stica, a gin�stica r�tmica, dentre outras. A GG est� orientada para as quest�es educacionais e do lazer, para a pr�tica sem fins competitivos, privilegiando a demonstra��o.

    Conforme Souza (2008), os princ�pios que norteiam a GG privilegiam o est�mulo � criatividade, ao bem-estar, � uni�o entre as pessoas e o prazer pela sua pr�tica. Sua riqueza est� exatamente no princ�pio de privilegiar todas as formas de trabalho, estilos, tend�ncias, influenciado por uma variedade de tradi��es, simbolismos e valores que cada cultura agrega.

    Poucos professores incluem o conte�do da gin�stica escolar, e a GG � ainda menos ensinada e conhecida por parte deles. Nista-Piccolo (1999) ressalta que isso se deve ao fato de que muitos n�o tiveram viv�ncias anteriores com gin�stica e por isso desconhecem o seu car�ter pedag�gico no processo de aprendizagem da atividade corporal.

    N�o que estes conte�dos n�o devem ser ensinados, pelo contr�rio, mas � importante lembrar que a Educa��o F�sica deve ser ensinada de maneira pluralizada, ou seja, ela � constitu�da por jogos, esportes, lutas, gin�sticas e dan�a. Dessa forma torna-se um campo muito rico para trabalhar e ampliar os conhecimentos necess�rios a forma��o de bons professores permitindo aos alunos acesso �s diversas atividades corporais.

    Muitos professores aplicam atividades referente � gin�stica no sentido de aquecimento/alongamento da musculatura no in�cio e no fim da aula. As explica��es por n�o trabalharem a modalidade gin�stica al�m da dificuldade em ensinar os movimentos gin�sticos, s�o decorrentes da aus�ncia de conhecimento sobre o que � gin�stica geral e desconhecem o car�ter demonstrativo e pedag�gico dessa modalidade.

    Outra explica��o consiste na falta de interesse dos mesmos em aprofundar nesse conte�do por acharem mais f�cil ensinarem modalidades esportivas.

    Sabe-se que n�o � f�cil mudar esses pensamentos de uma hora pra outra. Contudo � poss�vel ensinar al�m dos esportes na escola, apesar de todas as dificuldades enfrentados pelos professores, entre elas a falta de materiais na escola, sendo preciso muitas vezes adaptar as aulas. Assim � preciso acreditar que pode haver mudan�a, tanto da parte dos professores de Educa��o F�sica, como tamb�m de toda comunidade escolar.

    Por isso ressalta-se a import�ncia da Gin�stica Geral na escola como uma proposta de ensino, por sua facilidade criadora, pois ela n�o exige materiais ou espa�os espec�ficos.

    Se a Educa��o F�sica � t�o ampla em conte�dos a serem ensinados, por qu� n�o trabalhar a gin�stica geral, as lutas e a dan�a tamb�m? Atrav�s da organiza��o de conte�dos, descrita nos Par�metros Curriculares Nacionais (PCNS), o professor planejar� suas aulas de acordo com a s�rie e faixa et�ria de seus alunos, podendo assim diversificar e abranger informa��es aos mesmos da maneira mais articulada poss�vel. (BRASIL, 2000)

    Sendo assim, uma das fun��es do professor de Educa��o F�sica � a de proporcionar esses conhecimentos diversos aos alunos, onde cada conte�do tem suas particularidades, mas todos com enfoque no desenvolvimento motor e psicol�gico dos alunos.

An�lise e discuss�o dos dados

    Para a an�lise dos dados obtidos pelo formul�rio optou-se pela categoriza��o das perguntas assim descritas abaixo.

    Em rela��o � forma��o acad�mica dos professores pesquisados, 5 deles s�o formados e 1 est� em processo de forma��o acad�mica. A idade m�dia dos professores � de 35 anos e, como experi�ncia profissional variam de 1 a 10 anos.

Quadro 01. Referente ao conhecimento da Gin�stica geral dos professores

Conhecimento de Gin�stica

Percentagem

Conceitua��o e hist�ria

83%

Pr�tica de atividades gin�sticas

17%

    Percebe-se pelo do quadro que 83% dos professores conhecem a conceitua��o e a hist�ria da Gin�stica e 17% possuem um conhecimento voltado somente para a pr�tica de atividades gin�sticas.

    Ayoub (2003, p. 30) diz que a gin�stica nas aulas de Educa��o F�sica escolar est� praticamente extinta, devido a uma s�rie de fatores que dificultam o seu desenvolvimento, entre os quais a aus�ncia de conhecimento do professor sobre esse tema. Sendo assim, � necess�rio buscar sa�das para reverter esse processo, j� que, como parte integrante do conjunto de conte�dos, caracteriza-se como um conhecimento de import�ncia indiscut�vel e que n�o pode ser simplesmente abandonado na institui��o escolar.

    A gin�stica escolar deve oportunizar o conhecimento de movimentos que possam permitir a participa��o de todos de forma inclusiva e n�o seletiva. Tratada numa dimens�o conceitual permite aos alunos compreenderem a evolu��o da gin�stica, sua hist�ria, origem, conceitos e contextos, como tamb�m, podem aprender a relacionar os conhecimentos da gin�stica, presentes em outras pr�ticas da cultura corporal. Como processo de aquisi��o de novos movimentos e conhecimentos, de uma forma que permita a transforma��o e a recria��o, na escola. Deve-se buscar como resultado uma performance poss�vel, considerando a individualidade biol�gica de cada discente.

Quadro 02. Referente �s turmas que os professores aplicam o conte�do Gin�stica

Respostas dos professores

Percentagem

Ensino Fundamental � S�ries Finais

33%

Ensino M�dio

17%

Ensino Fundamental e M�dio

50%

    Em sua totalidade os professores trabalham a gin�stica nas aulas de Educa��o F�sica, sendo que 33% trabalham com o Ensino Fundamental � S�ries Finais; 50% no Ensino Fundamental e m�dio e 17% no Ensino M�dio.

    De acordo com Kunz (2002), no Ensino Fundamental � S�ries Finais o conte�do gin�stica deve contribuir para que o aluno conhe�a, experimente e discuta, criticamente, as implica��es fisiol�gicas, hist�ricas e culturais dessa pr�tica, para que possa agir autonomamente em rela��o �s suas viv�ncias corporais. Nesse sentido, � importante que o ensino da gin�stica permita a liberdade de agir e descobrir formas de movimento individualmente significativas; conhecer e interpretar o contexto objetivo em que se realizam as atividades e participar nas decis�es e solu��es apresentadas.

    J� no Ensino M�dio a gin�stica, n�o requer do aluno grandes habilidades como um desporto, por exemplo, sendo assim, demonstra-se bem aceita por eles nesta etapa. Nesta faixa et�ria a preocupa��o com o corpo tamb�m influencia muito na participa��o em aula. (BRASIL, 2000)

Quadro 03. Referente ao espa�o f�sico dispon�vel para aplica��o do conte�do Gin�stica

Respostas dos professores

Percentagem

Quadra, p�tio, espa�o gramado e sala de aula

83%

Somente a quadra

17%

    Em rela��o ao quadro 03 relacionado ao espa�o que os professores utilizam durante as aulas de gin�stica em Educa��o F�sica, 83% dos professores usam a quadra, o p�tio, o espa�o gramado e a sala de aula e que 17% usa somente a quadra.

    Os 17% dos professores que responderam que usam somente a quadra, relataram que o col�gio n�o possui um espa�o adequado para a pr�tica da gin�stica. Analisando a presente resposta, percebe-se que o professor � limitado e s� compreende que a quadra � o �nico local alternativo para a pr�tica da gin�stica escolar, revelando tamb�m a falta de aulas te�ricas, que oferece ao aluno a base para uma pr�tica consciente e n�o s� uma reprodu��o de movimentos.

    Os outros 83% dos professores descreveram que utilizam a quadra, o p�tio, o espa�o gramado e a sala de aula para aplicar o conte�do gin�stica. N�o havendo uma sala pr�pria para gin�stica geral a maioria dos professores entende que os espa�os f�sicos dispon�veis no col�gio servem para a pr�tica desse conte�do.

Quadro 04. Referente aos materias utilizados nas aulas de Gin�stica

Respostas dos professores

Percentagem

Arcos, colchonetes, bolas, fitas, cordas, TV Pendrive.

83%

Materiais alternativos

17%

    Atrav�s do quadro acima, verifica-se que 83% dos professores afirmaram usar materias como arcos, colchonetes, bolas, fitas, cordas, TV Pendrive e outros. Somente 17% deles utilizam-se de materiais alternativos nas aplica��es da gin�stica e suas aulas.

    Schiavon (2005) demonstra uma iniciativa pedag�gica para a inclus�o da gin�stica geral na escola, que � a de construir materiais alternativos para as aulas de gin�stica escolar, demonstrando que � �poss�vel adaptar�, ou melhor, lembrando-os que �� poss�vel�, a utiliza��o desses materiais nas aulas desse conte�do tamb�m. Sabendo da dificuldade da falta de materiais, de espa�o e lugar para guardar os aparelhos, a autora nos mostra algumas possibilidades de como confeccionar estes aparelhos de gin�stica, que j� utilizou em muitas aulas e obteve o retorno esperado com os alunos.

     A utiliza��o dos materiais tradicionais e n�o tradicionais, a partir do momento que s�o utilizados numa aula de Gin�stica Escolar podem servir de meios auxiliares, estimulando o pensamento dos alunos. Nesse sentido, tamb�m pode favorecer no desenvolvimento, pois, a partir do que j� conhece sobre determinado material, � possivel propor novos conhecimentos, visando alcan�ar a zona de desenvolvimento potencial por meio da brincadeira. Para complementar, o aluno, ao aproximar-se de conhecimentos relacionados � gin�stica geral, e considerando o que ela j� conhece sobre esta manifesta��o por meio da sua hist�ria de vida, e que compartilhados com o outro no seu ambiente cultural, no caso a escola, institui interven��es com o meio externo, possibilitando mudan�as internas na sua hist�ria de vida. (BERTOLINI, 2005)

Quadro 05. Referente �s dificuldades da aplica��o da gin�stica nas aulas de Educa��o F�sica

Dificuldade dos professores

Percentagem

Espa�o f�sico adequado

17%

Desinteresse dos alunos

83%

    Para 17% dos professores a maior dificuldade para a aplica��o do conte�do gin�stica esta na falta de espa�o f�sico adequado, os outros 83 % dos docentes descreveram que h� um grande desinteresse por parte dos alunos. � necess�rio que os alunos entendam que as aulas de Educa��o F�sica n�o s�o somente manifesta��es esportivas. Darido (2005, p. 74) afirma essa dificuldade tamb�m, pois as aulas normalmente possuem cunho esportivo porque �os professores experimentaram por mais tempo, e provavelmente com mais intensidade, as experi�ncias esportivas�.

    Na Educa��o F�sica, poucos autores se posicionaram quanto � quest�o da sistematiza��o dos conte�dos. Daolio (2002) � um deles, para o autor, � um equ�voco imaginar que todas as escolas devam trabalhar com um mesmo curr�culo fechado e inflex�vel, desconsiderando o contexto no qual est�o inseridas. Por isso o autor n�o concorda com a sistematiza��o de conte�dos na Educa��o F�sica, nos mesmos moldes das outras disciplinas.

    Por�m, Daolio (2002), defende a necessidade de planejamentos quando estes s�o tomados como refer�ncia, e n�o como verdade absoluta; atualizados constantemente, constru�dos e debatidos com os pr�prios alunos, relacionados com o projeto escolar, enfim, din�micos e mutantes, considerando os contextos onde ser�o aplicados,pois talvez estas dificuldades n�o estariam t�o presentes. J� Kunz (2002) entende que a elabora��o de um programa m�nimo poderia resolver a bagun�a interna dessa disciplina, um programa de conte�dos baseados na complexidade e com objetivos definidos para cada s�rie de ensino. Esse programa traria op��es para o professor que, por exemplo, implementa um mesmo conte�do, com a mesma complexidade tanto para a 5� s�rie quanto para o ensino m�dio.

    O professor �, portanto, respons�vel por debater, refletir e contextualizar o documento que sistematiza os conte�dos, de acordo com as necessidades de sua escola. A proposta parece ser pol�mica, j� que o documento pode deixar de ser um instrumento de refer�ncia e passar a assumir o papel do pr�prio professor, se este apenas o reproduzir.

Quadro 06. Referente � viv�ncia da gin�stica do professor

Viv�ncia dos professores

Percentagem

Na Escola e na Faculdade

66%

Em eventos

17%

Nunca experimentou

17%

    � poss�vel verificar que 17% dos professores afirmaram n�o ter viv�ncia alguma na gin�stica, j� 66% dos professores descreveram ter vivenciado na faculdade, na escola e somente 17% j� vivenciaram a gin�stica em eventos. Estes dados s�o convergentes com as id�ias de Nista-Piccolo (1999) quando afirma que muitos professores n�o tiveram experi�ncias anteriores com gin�stica e n�o conseguem enxerg�-la com car�ter pedag�gico, poss�vel de ser realizada na escola. Nem todos ministram aulas de gin�stica escolar, e a GG � ainda menos ensinada e conhecida por parte deles. Para que as aulas sejam vivenciadas e promova a inclus�o de todos, � muito importante que o professor (a) lembre-se de �abrir m�o da busca e forma��o de um talento no meio de v�rios alunos, pela busca do talento que cada um tem� (BERTOLINI, 2005, p. 26).

    � preciso explorar o talento de cada aluno, individualmente, percebendo-o, elogiando-o, motivando-o, e assim fazer com que os alunos integrem-se, troquem informa��es, ampliando seus conhecimentos promovendo a coopera��o e a participa��o de todos.

    Quanto a quest�o que trata da import�ncia de se trabalhar com o conte�do de gin�stica em suas aulas, 100% dos professores apontam que os alunos devem vivenciar todas as manifesta��es que fazem parte dos conte�dos da disciplina para contribuir, modificar e enriquecer sua forma��o como indiv�duo. Oliveira e Lourdes (2004, p. 221) afirmam que a Gin�stica � uma possibilidade de encontro com a Educa��o F�sica escolar, na medida em que esta tem como perspectiva �a integra��o das diversas manifesta��es g�mnicas e os outros componentes da cultura corporal, sendo sua principal caracter�stica a aus�ncia da competi��o�.

    A Gin�stica � um conhecimento a ser vivenciado no �mbito escolar, pois pertence ao conte�do Gin�stica, devendo ser desenvolvido na escola. Entretanto, representa um desafio, pois ainda � um conte�do pouco utilizado nas escolas, mas que vem sendo difundindo e ganhando mais espa�o atrav�s de pesquisas de profissionais da �rea e elabora��o de projetos.

    O ambiente escolar � um espa�o essencial para troca a de conhecimentos entre alunos e professores, isso quando bem aproveitado por ambos. Por meio dos conte�dos pode-se aproveitar os momentos preciosos das aulas de Educa��o F�sica, em que a pr�tica docente poder� trazer ao ambiente escolar, benef�cios diversos devido aos seus aspetos. (SANTOS, 2001)

    Em rela��o � import�ncia das aulas de Educa��o F�sica para os professores, foram consideradas de muita relev�ncia para todos os segmentos e o valor desta foi atribu�das ao fato de a mesma promover o desenvolvimento integral do aluno, a socializa��o, a vida saud�vel, o esp�rito de equipe, a distra��o, o relaxamento e a pr�tica de esportes.

    Sendo assim, verificou-se que todos os professores consideram importante as aulas de Educa��o F�sica, merecendo destaque uma das falas de um dos professores, que a entende �como uma contribui��o dada pela mesma na forma��o do indiv�duo nos aspectos psicol�gico, social, emocional, comportamental e cultural�, evidenciando assim sua import�ncia. Fica claro que os professores que responderam o question�rio optam por uma forma��o geral do indiv�duo, no que diz respeito aos aspectos psicol�gico, social, emocional, comportamental e cultural.

    J� a outra metade dos professores atribui esta import�ncia � possibilidade de o aluno se desenvolver fisicamente e mentalmente, sendo que esta import�ncia foi atribu�da ao fato de a mesma promover o desenvolvimento integral do aluno, a socializa��o, a vida saud�vel, o esp�rito de equipe, a distra��o, o relaxamento e a pr�tica de esportes.

    Para Vygotsky (1994), os alunos, nas aulas de Educa��o F�sica participam das diversas experi�ncias corporais pelas quais s�o provocados. Ao serem ajudados por professores e colegas, acabam por descobrir novos modelos. As rela��es entre os colegas provocam o simbolismo e a necessidade de comunica��o nos participantes. �Se a aquisi��o dos processos mentais superiores se d� atrav�s do meio e as experi�ncias l�dicas s�o provocadoras naturais de novas zonas proximais�, ent�o a Educa��o F�sica, que se utiliza do movimento como ferramenta pedag�gica � um ambiente prop�cio para a amplia��o das aprendizagens. (ibid, p. 91)

    Pode-se caracterizar esta import�ncia mencionada por eles considerando-se que aprender a levar a atividade f�sica como um comportamento pessoal para o resto da vida, significa compreender que isso s� � poss�vel mediante experi�ncias satisfat�rias com exerc�cios f�sicos e os jogos.

Considera��es finais

    Ap�s as an�lises realizadas � poss�vel identificar que os professores que fizeram parte da pesquisa possuem um bom conhecimento sobre o conte�do da Gin�stica Geral, possibilitando, a partir de sua utiliza��o, um bom ensino aos alunos. Contudo identificou-se que este conte�do n�o � bem utilizado pelos mesmos. Foi poss�vel reconhecer tamb�m que as dificuldades apontadas pelos professores para utilizar e/ou aplicar o conte�do da gin�stica geral se d� principalmente, segundo os professores, pela falta de entendimento e/ou conscientiza��o por parte dos alunos de que as aulas de Educa��o F�sica n�o s�o somente manifesta��es esportivas.

    Em rela��o � import�ncia da Gin�stica Geral para o �mbito escolar, os professores apontaram que todos os alunos devem vivenciar todas as manifesta��es que fazem parte dos conte�dos estruturantes da disciplina como a GG, para contribuir, modificar e enriquecer sua forma��o enquanto indiv�duo. A experi�ncia dos professores em Gin�stica Geral se deu por meio da faculdade, na escola e at� em eventos de Gin�stica Geral, assegurando uma boa viv�ncia para a aplica��o das aulas pr�ticas.

    Enfim, diante do exposto no trabalho, todos os professores aplicam a GG em suas aulas. Assim, quando esse conte�do � bem trabalhado e contextualizado, passa a ser valorizado na sua pr�tica indicando novos caminhos. Desse modo facilitam na forma��o geral dos alunos, possibilitando a eles n�o s� viv�ncias esportivas nas aulas de Educa��o F�sica, mas tamb�m outros conte�dos estruturantes como a Gin�stica.

Notas

1.     GG: toda vez que aparecer esta sigla no trabalho vai se referir a Gin�stica Geral.

Refer�ncias

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  • VYGOTSKY, L. S. A forma��o social da mente: o desenvolvimento dos processos psicol�gicos superiores. 5 ed. S�o Paulo: Martins Fontes, 1994.

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