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ANÁLISE DE POEMA

Nosso trabalho tem como objetivo analisar dois poemas de Gregório de Matos Guerra, situando-os no movimento a que pertencem, conforme características encontradas e justificadas.
O primeiro poema, “À mesma D. Ângela”, trata-se de um Soneto Amoroso Espiritual por estar estruturado, não simplesmente na temática amorosa, mas na do amor metafísico, que ultrapassa o limite do humano, físico-carnal, até atingir o êxtase arrebatador e sobre humano de poder visualizar o alto grau da perfeição que transforma um sentimento físico numa glorificação.
Pertencente ao Barroco, o poema segue a corrente Cultista por incorporar recursos estilísticos que tornam a linguagem rebuscada, constituindo assim, uma leitura obscura. São três as figuras de linguagem encontradas: hipérbatos, metáforas e antítese.
Angélica é um termo que faz referência a um arbusto aromático da Europa e também, assim como Ângela são derivações de anjo, porém o eu-lirico faz uso do hipérbato ao fazer correspondência de maneira inversa aos adjetivos, e a colocação da pontuação (:) depois da explicação, veja como ficaria a inversão:
2º Isso é ser flor e anjo juntamente:
3º Ser anjo Angélica e flor florente,
4º Em quem se uniformara, senão em vós:
1º Angélica no nome, Anjo na cara!
No 5º verso o pronome “a” que se refere à flor está assim colocado: ‘que a não cortara”, quando gramaticamente correto seria: “que não a cortara”. No 7º verso o verbo “vira” foi deslocado para depois de seu predicado: “e quem um anjo vira tão luzente”, expressando de maneira clara ficaria: “e quem vira um anjo tão luzente”. No 8º o predicado “por seu Deus” foi atraído para frente: “que não o idolatrara por seu Deus”.
Toda 3ª estrofe deverá ser remontada para seguir padrões sintáticos, vejamos: “Se fôreis como anjo de meus altares, livrara eu de diabólicos azares, pois, sois o meu Custódio, e a minha guarda”. Nesta mesma estrofe percebemos o uso de palavras diferentes para o mesmo significado: anjo, custódio, minha guarda. A metáfora está presente na 1ª estrofe:
“Anjo no nome, Angélica na cara!
Isso é ser flor, e anjo juntamente:
Ser Angélica flor e Anjo florente,
Em quem, senão em vós, se uniformara:
Significando, portanto, a mulher divinizada em forma de flor e de anjo, num jogo tendencioso, o eu-lirico compõe luz e cor como sinônimo de beleza à D. Ângela. Completando o quadro na segunda estrofe com a juventude: “Do verde pé...”, pois, se verde, expõe a qualidade de não amadurecido, portanto, jovem. E assim o sujeito-lirico compõe a temática do poema: a mulher realmente bela seria, portanto, branca (luzente), corada (flor) e jovem (verde), evocando a beleza de forma colorida e perfeita. A construção do poema realçando o valor da beleza da mulher branca simboliza as dificuldades enfrentadas no período colonial, no qual o Brasil visto como uma colônia produtora contava com mão de obra escrava e, portanto, a maioria das mulheres eram negras, para uma minoria branca, e quando alguma senhora da corte portuguesa dava seus ares ao Brasil, despertava nos homens que aqui estavam devaneios de um mundo europeu, da qual não pertenciam mais, entretanto remexiam-se em vontades e saudades, delegando às artes seus fetiches secretos ou não.
Na 2ª estrofe, percebemos outra metáfora “Quem vira uma tal flor que a não cortara,”no sentido de: toma-la para si, apoderar-se.
O movimento gradativo decrescente está explicito na 4ª estrofe, a qual demonstra a tênue linha que separa o físico do metafísico. Observamos um declínio do amor espiritual a quase transformar-se no amor carnal, num jogo contraditório entre bem e mal, anjo e demônio, presenteando-nos com uma importante característica da antítese dualística do Barroco.
O segundo poema “Pecador contrito aos pés do Cristo Crucificado”, trata-se de um Soneto lírico Sacro, cujo titulo nos concede a temática: “contrito”, pecador arrependido, “aos pés” um ato de submissão, de dependência, ou na dependência de.
A peculiaridade mais importante do poema justifica-se ao incidir na forma em que está estruturado, empregando apenas algumas figuras de estilo, o eu-lirico faz essa disposição de maneira a estabelecer a gradação crescente.
A anadiplose é o recurso estilístico que estabelece a gradação do poema, pois percebemos a repetição dos últimos termos de cada verso, no inicio do próximo até o 8º verso, deixando de se repetir no 9º, retrocedendo até o 13º, e não se repercutindo no 14º.
Até o 8º verso, o eu-lirico faz uma descrição dos pecados pelos quais está arrependido e a cada repetição de termos estabelece certa sinuosidade temporal, um pecado sendo agravado pelo outro numa imensa rede de culpas tecida ao longo de sua vida.
Da primeira até a segunda supressão da figura de linguagem percebemos uma entonação diferenciada, um tanto exaltada, em busca da reconciliação. Nessa busca o eu-lirico dispensa um tempo menor que o primeiro, porém bem maior que o último.
A reconciliação está metaforicamente figurada pelo abraço, “abraço que rendem vossa luz”. O termo “luz” indicando “conhecimento de Deus”, a busca exasperada pelo perdão e pelo conhecimento, ou reconhecimento.
Na segunda supressão a exaltação transforma-se em temor, quase desespero ao clamar pela misericórdia e pelo amor de Jesus para obtenção da salvação. Agora o tempo urge como se já não houvesse mais vida suficiente para poder implorar ou que a morte já estivesse à porta.
Notamos também o emprego de alguns hipérbatos: 4º verso, “delinqüido e ofendido vos tenho”. 6º verso, “maldade, que há me vencido de todo”. 10º verso, “daí-me abraços, vos busco de coração”. 13º verso, “pretendo a salvação em tais abraços”.
Portanto, podemos analisar como pertencente a corrente Cultista, pois não definimos como eloqüente a colocação da temática e sim como fruto de uma tendência controvérsia entre Humanismo e Barroco implícita no poema.
A temática está explicita no conflito gerado entre a dependência da religiosidade e a afirmação da individualidade humana (Humanismo). Ao mesmo tempo em que o homem tenta se estabelecer como senhor de seu próprio destino, ele não tem solução para a morte, e nessa hora perante essa triste constatação, a expressão de angústia e indefinição determina o retorno para a fé cristã, para os pés do Cristo, permeia como característica muito importante impressa no poema Barroco.