Como a conquista de Constantinopla pelos turcos incentivou as navegações?

Em 29 de maio de 1453, a cidade de Constantinopla, capital do Império Bizantino, caiu sob o exército do sultão otomano Maomé II, o Conquistador.

Constantinopla resistiu ao cerco e aos bombardeios dos otomanos por mais de dois meses. O exército de Maomé II tinha cerca de 80 mil homens, enquanto Constantinopla contava com 7 mil a 10 mil soldados. A artilharia otomana possuía 69 canhões de vários tamanhos que dispararam bolas de pedra de 90 kg a 230 kg.

No dia 29 de maio, às 1h30 da madrugada, começou o último assalto a Constantinopla com a artilharia de canhões disposta em toda a extensão da muralha. A cada duas horas, as tropas eram trocadas para manter o vigor do ataque. Ao mesmo tempo, a frota otomana atacou as muralhas do Corno de Ouro e do Mar de Mármara.

Ao amanhecer, a defesa finalmente entrou em colapso e os otomanos avançaram abrindo todos os portões da cidade. Por volta das 8h30, os invasores já haviam capturado toda a cidade.

A queda de Constantinopla é um marco histórico importante com dois significados opostos: marca o fim do Império Bizantino, cristão, e a ascensão do Império Otomano, muçulmano, que viria a se tornar uma grande potência por quase cinco séculos. Para a historiografia tradicional, foi um dos eventos que assinalou o fim da Idade Média europeia e o início da Idade Moderna – marco que ainda referencia a história europeia.

  • BNCC: 7° ano. Habilidades: EF07HI01, EF07HI02, EF07HI13.

Saiba mais

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  • Inauguração de Santa Sofia, em Constantinopla

Abertura

  • Entrada vitoriosa do sultão Maomé II na cidade conquistada, pintura orientalista de Jean-Joseph Benjamin Constant , 1876.

Como a conquista de Constantinopla pelos turcos incentivou as navegações?

A expressão “Grandes Navegações” é usada para se referir às várias expedições marítimas organizadas nos séculos 15 e 16, principalmente por Portugal e Espanha. Elas ajudaram a marcar a passagem da Idade Média para a Idade Moderna, resultaram na descoberta de um novo continente a ser explorado pelos europeus, a América, e num grande impulso para o aumento do comércio da Europa com a Ásia e a África.

O início dessa corrida maluca pelos mares foi incentivada pela tomada da cidade de Constantinopla pelos turcos em 1453. “Por ali passava a maior parte do comércio europeu com o Oriente. Quando a cidade caiu sob controle muçulmano, foi necessário encontrar novos caminhos para comerciar com a Ásia”, diz o historiador Josh Graml, do Museu dos Navegantes, em Newport News, nos Estados Unidos. Além dessa questão econômica, outras razões impulsionaram as Grandes Navegações.

Uma delas foi o espírito da Renascença, um movimento artístico e científico que teve início no século 15 e que passou a questionar o pensamento tradicional da Idade Média, as visões sobre os limites geográficos do planeta, além de incentivar a busca por novos aprendizados. “Devido à Renascença, os carpinteiros e estaleiros haviam se tornado mais habilitados a construir navios mais resistentes”, diz Graml. Ainda havia os motivos religiosos (a ideia de espalhar o cristianismo pelo mundo) e políticos (a conquista de novos territórios era uma forma de expandir impérios).

Só mesmo com tantos incentivos assim é possível entender como os navegantes da época se lançavam em perigosas jornadas marítimas. Até então, o conhecimento geográfico era limitado e circulavam muitas lendas sobre monstros marinhos e oceanos que se abriam para engolir navios. As tecnologias navais eram primitivas e doenças dizimavam as tripulações, vítimas das precárias condições de vida a bordo dos navios.

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Pedro Álvares Cabral

Comandante de uma frota de 13 navios, Cabral partiu de Lisboa em março de 1500 com o objetivo de chegar à Índia. No mês seguinte, um desvio de rota o levou a desembarcar no litoral do que hoje é a Bahia. Após dez dias no recém-chegado Brasil, seguiu viagem e chegou ao litoral indiano em setembro do mesmo ano. Mas o final da expedição foi marcado por incidentes e pela morte de Bartolomeu Dias, que estava na frota.

Dica preciosa
Instruído por Vasco da Gama, que já tinha ido à Índia, Cabral foi orientado a rumar para o sudoeste ao contornar a África, evitando as águas do golfo da Guiné, sujeitas a poucos ventos, as chamadas “calmarias”. A rota permitiria ainda a Cabral reconhecer terras que já haviam sido avistadas de longe por expedições anteriores

Cristóvão Colombo

Nascido em Gênova, na Itália, queria chegar à Índia rumando para o oeste, e não dando a volta na África. Colombo buscou apoio para a jornada em vários países, mas só a Espanha aceitou financiá-lo. No meio da viagem para o Oriente, porém, topou com a América em 1492. É considerado o “descobridor” do Novo Mundo, apesar de vikings terem visitado o continente 500 anos antes.

Vasco da Gama

Sua primeira viagem à Índia foi iniciada em 1497 e, no ano seguinte, o navegante português cruzou o cabo da Boa Esperança e alcançou seu destino. Chegar às Índias era importante pois apenas lá os portugueses podiam conseguir especiarias como pimenta e noz-moscada, artigos que, na Europa, valiam tanto quanto prata e ouro. O caminho marítimo para o Oriente aberto por Vasco da Gama ajudaria Portugal a se tornar uma potência mundial.

Bartolomeu Dias

Liderou a primeira expedição a atravessar, em 1488, o cabo das Tormentas, mais tarde rebatizado de cabo da Boa Esperança (no extremo sul da África). O curioso é que Bartolomeu Dias não percebeu o feito, pois passou pelo cabo durante uma forte tempestade. Poderia ter chegado à Índia, mas um motim da tripulação o obrigou a retornar a Portugal.

Fernão de Magalhães

Apesar de português, navegou também pela bandeira da Espanha. Foi desse país que, em 1519, partiu para dar a volta na América do Sul, descobrindo a passagem para o oceano Pacífico, que recebeu o nome de estreito de Magalhães. Morreu em 1521, nas Filipinas, antes do fim da expedição, mas 18 sobreviventes de sua tripulação chegaram à Espanha em 1522, completando a pioneira navegação completa em volta do planeta.

Diplomacia fatal
Após contornar a América do Sul durante sua volta ao mundo, Magalhães chegou ao arquipélago que hoje é as Filipinas. Ali, firmou a primeira aliança da coroa espanhola com chefes de tribos nativas do oceano Pacífico. Ele também passou a converter ao cristianismo alguns líderes tribais. Mas sua atuação como relações-públicas não foi tão eficiente assim, tanto que Magalhães acabou sendo morto após discussões com alguns nativos da região.

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Por que a tomada de Constantinopla pelos turcos impulsionou as grandes viagens marítimas?

Resposta: Porque eles precisavam chegar ao oriente sem passar pelo mar mediterrâneo e a Constantinopla.

Como foi a conquista de Constantinopla pelos turcos?

Em 29 de maio de 1453, a cidade de Constantinopla, capital do Império Bizantino, caiu sob o exército do sultão otomano Maomé II, o Conquistador. Constantinopla resistiu ao cerco e aos bombardeios dos otomanos por mais de dois meses.

Quais as consequências da conquista turca de Constantinopla?

A queda de Constantinopla às mãos dos otomanos marcou o fim efetivo do Império Romano e, tradicionalmente, o fim da Idade Média e o princípio da Idade Moderna. A cidade, múltiplas vezes ocupada por diferentes potências, separa a Europa da Ásia e corresponde à atual Istambul, na Turquia.

O que significou a tomada de Constantinopla?

A Queda de Constantinopla significou o fim de eventuais vestígios dos Impérios Romano e Bizantino. Os historiadores definiram esse acontecimento como o marco final de um longo período chamado de Idade Média.