Quais mudanças ocorreram na cidade de Recife promovidas pelos holandeses?

Governo de Nassau em Pernambuco: resumo das características

Nassau foi governador em Pernambuco após a invasão holandesa.

Quais mudanças ocorreram na cidade de Recife promovidas pelos holandeses?

Nassau: governador do Brasil Holandês

Contexto histórico

Em 1630, os holandeses invadiram e dominaram Pernambuco. Interessados na produção de açúcar do nordeste brasileiro, os holandeses permaneceram na região até 1654, ano em que foram expulsos.

Governo de Nassau (1637-1644)

João Maurício de Nassau foi um conde holandês, enviado ao nordeste brasileiro, em 1637, pela Companhia das Índias Ocidentais. Sua função era governar as terras dominadas pelos holandeses na região de Pernambuco. Seu governo durou sete anos e foi responsável por várias transformações, principalmente urbanísticas, em Recife.

Principais características e ações do Governo Nassau

- Investimentos na infraestrutura de Recife como, por exemplo, construção de pontes, diques, drenagem de pântanos, canais e obras sanitárias.

- Estabelecimento de aliança política com os senhores de engenho de Pernambuco.

- Incentivo ao estudo e retratação da natureza brasileira, principalmente com a vinda de artistas e cientistas holandeses.

- Adoção de melhorias nos engenhos, visando o aumento da produção de açúcar.

- Criação do Jardim Botânico no Recife, assim como o Museu Natural e o Zoológico.

- Melhoria da qualidade dos serviços públicos em Recife, investindo na coleta de lixo e nos bombeiros.

- Redução dos tributos cobrados dos senhores de engenho de Pernambuco.

- Estabelecimento da liberdade religiosa aos cristãos.

Fim do governo Nassau

No começo da década de 1640, a Companhia das Índias Ocidentais passou a tomar uma série de medidas visando o aumento dos lucros com a economia açucareira no Brasil. Entre estas medidas estavam o aumento de impostos, cobrança de dívidas atrasadas dos senhores de engenho e pressão para aumentar a produção de açúcar. Estas medidas causaram grande insatisfação nos senhores de engenhos e não foram aceitas por Maurício de Nassau, que resolveu deixar o cargo de governador em 1644.

A saída de Nassau do governo rompeu o clima harmonioso entre holandeses e senhores de engenho. Muitos destes últimos passaram a se organizar, formando exércitos e buscando apoio de colonos, com o objetivo de expulsar os holandeses do nordeste brasileiro. O objetivo foi conquistado em 1654 através da Insurreição Pernambucana.

Conclusão

No geral, o governo de Nassau foi positivo para Pernambuco em função das boas realizações implantadas que proporcionaram um certo grau de modernidade e desenvolvimento à região. Como a comparação geralmente é feita com o governo português no Brasil, que estava muito mais preocupado com a exploração econômica, muitos estudiosos afirmam que a região dominada pelos holandeses seria muito mais desenvolvida atualmente caso estes tivessem permanecido por mais tempo.

Porém, vale lembrar que os aspectos positivos estão relacionados diretamente ao governo Nassau, já que à Companhia das Índias Ocidentais interessava em primeiro lugar o lucro advindo da produção de açúcar na região.

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Artigo publicado em: 20/11/06 - Última revisão: 09/06/2021

Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).

  • O Brasil holandês

Nove anos após a expulsão dos franceses, o território colonial brasileiro sofreu uma invasão holandesa, em 1624. Os motivos que traziam os holandeses ao Brasil eram muito diferentes.

Para compreendê-los, é necessário fazer algumas considerações sobre o período em que Portugal (União Ibérica) esteve sob o domínio espanhol, bem como sobre as relações internacionais da Espanha.

Após ter emergido como potência europeia, a Espanha perseguiu o objetivo de unificar toda a península ibérica, incorporando Portugal ao seu território. Os portugueses resistiram enquanto puderam. Mas, no século 16, alguns acontecimentos contribuíram para a Espanha concretizar seus objetivos.

Em 1578, o rei dom Sebastião, último monarca da dinastia de Avis, morreu e não deixou herdeiros. Então, o cardeal dom Henrique, único sobrevivente masculino da linhagem de Avis, assumiu a regência. Com sua morte, em 1580, o rei da Espanha, Felipe 2º; da mesma linhagem familiar, achou-se no direito de ocupar o trono português e invadiu Portugal. O domínio espanhol sobre Portugal duraria 60 anos, até 1640.

Espanha e Holanda

Contudo, antes disso, Portugal já havia estabelecido relações comerciais com os ricos negociantes holandeses, que passaram a financiar a produção açucareira no Brasil e a controlar toda a sua comercialização no mercado europeu. Por outro lado, no mesmo período, a Espanha pretendia dominar todo o território dos Países Baixos, na qual a Holanda estava situada, pois a circulação de mercadorias naquela região contribuía significativamente para abastecer os cofres do tesouro espanhol.

Não obstante, em 1581, sete províncias do Norte dos Países Baixos, incluindo a Holanda, criaram a República das Províncias Unidas e passaram a lutar por sua autonomia em relação aos espanhóis. Ao incorporar Portugal, aproveitando-se do seu controle sobre o Brasil, a Espanha planejou impedir que os holandeses continuassem a comercializar o açúcar brasileiro. Era uma tentativa de sufocar economicamente a Holanda e impedir sua independência.

As invasões holandesas

Os holandeses reagiram rapidamente, concentrando seus esforços no controle das fontes dos produtos que negociavam. Surgiu assim, em 1602, a Companhia das Índias Orientais. Essa empresa, de porte enorme, se apossou dos domínios coloniais portugueses no Oriente. Em decorrência dos êxitos desse empreendimento, os holandeses criaram, em 1621, a Companhia das Índias Ocidentais. Esta ficou encarregada de recuperar o controle do açúcar brasileiro e monopolizar o seu comércio nos mercados europeus.

Para controlar a produção e comercialização do açúcar era necessário ocupar e se apoderar de partes do território colonial brasileiro onde ele era produzido. Desse modo, contando com uma frota composta de 26 navios e 500 canhões, os holandeses iniciaram sua primeira invasão do Brasil em 1624. Atacaram a cidade de Salvador, na época o centro administrativo da colônia. Mas, um ano após terem chegado, foram expulsos, sem grandes dificuldades.

Uma segunda tentativa de invasão se deu em 1630, dessa vez em Pernambuco. Os holandeses conseguiram conquistar as vilas de Olinda e Recife. Houve combates, mas os invasores holandeses resistiram e estabeleceram o controle de uma extensa parte do litoral brasileiro que ia do Sergipe ao Maranhão. A Companhia das Índias Ocidentais nomeou um governador para administrar o domínio recém conquistado, que ficou conhecido como o Brasil-holandês.

Maurício de Nassau

Para o cargo de governador, foi nomeado o conde João Maurício de Nassau, que chegou ao Recife em janeiro de 1637. No período em que governou o Brasil-holandês, entre 1637 a 1644, Nassau procurou estabelecer uma administração eficiente e um bom relacionamento com os senhores de engenho da região. Desse modo, foram colocados a disposição dos proprietários de engenho recursos financeiros, para serem utilizados na compra de escravos e de maquinário para o fabrico do açúcar.

Nassau também criou as Câmaras dos Escabinos, que eram órgãos de representação municipal, a fim de estimular a participação política da população nas decisões de interesse local. Durante o governo de Nassau, as vilas de Recife e Olinda passaram por um intenso processo de urbanização e melhoramentos que mudaram completamente a paisagem local.

Com o fim do domínio espanhol sob Portugal, em 1640; o novo rei português, D. João 4º, decidiu recuperar o Nordeste brasileiro retirando-o do domínio holandês. Esse período coincidiu com o descontentamento dos senhores de engenho do Nordeste brasileiro diante dos holandeses. Nassau já havia partido e, para explorar ao máximo a produção do açúcar brasileiro, a Holanda adotou inúmeras medidas impopulares, em especial o aumento dos impostos, o que contrariava os interesses dos proprietários de engenho.

Batalhas contra os holandeses

A luta contra os holandeses no Nordeste brasileiro foi iniciada pelos próprios senhores de engenho da região e durou cerca de dez anos. Sob iniciativa dos senhores, os colonos da região foram mobilizados e travaram várias batalhas contra os holandeses. As mais importantes foram a de Guararapes e Campina de Taborda.

Mas a expulsão definitiva dos holandeses teve início em junho de 1645, em Pernambuco, através da eclosão de uma insurreição popular liderada pelo paraibano André Vidal de Negreiros, pelo senhor de engenho João Fernandes Vieira, pelo índio Felipe Camarão e pelo negro Henrique Dias. A chamada Insurreição Pernambucana, chegou ao fim em 1654, tendo libertado o Nordeste brasileiro do domínio holandês.

Porém, a expulsão dos holandeses do território brasileiro teria um impacto negativo sobre a economia colonial. Durante o período em que estiveram no Nordeste, os holandeses tomaram conhecimento de todo o ciclo da produção do açúcar e conseguiram aprimorar os aspectos técnicos e organizacionais do empreendimento. Quando foram expulsos do Brasil, dirigiram-se para as Antilhas, ilhas localizadas na região da América Central.

O fim de um ciclo açucareiro

Lá montaram uma grande produção açucareira que, em pouco tempo, passou a concorrer com o açúcar do Brasil e logo se impôs no mercado europeu. Consequentemente, provocou a queda das exportações brasileiras. Já na segunda metade do século 17, os engenhos brasileiros estavam em decadência.

Era o fim do chamado ciclo da cana-de-açúcar na história econômica do Brasil. Restava a Portugal encontrar outros meios para explorar economicamente a Colônia. Um novo ciclo de exploração colonial teria início com a descoberta de riquezas minerais como o ouro, a prata e os diamantes, na região que ficaria conhecida como a das Minas Gerais.

Quais mudanças Os holandeses fizeram em Recife?

Recife passou por uma importante urbanização, foram construídos pontes, canais, diques e edifícios, além do jardim botânico, o museu natural e o observatório astronômico, o primeiro da América.

Quais foram as transformações promovidas pelos holandeses na cidade de Recife durante a ocupação holandesa no Brasil?

Entre 1637 e 1644, tempo que governou em terras brasileiras, Nassau provocou mudanças e foi responsável por muitos dos pioneirismos que tanto orgulham os pernambucanos: decretou a liberdade de culto religioso; fez a primeira documentação da paisagem local; criou jardim botânico, zoológico e obsertavório astronômico; ...

O que aconteceu com a cidade de Recife durante o domínio holandês?

Mas o Recife Holandês não resistiu por muito tempo, a forte oposição dos portugueses devido aos impostos e questões religiosas, acabou resultando na insurreição pernambucana, que logo veio a expulsar os batavos das terras Nordestinas.

Quais as transformações realizadas pelos holandeses no Nordeste brasileiro?

Seu governo durou sete anos e foi responsável por várias transformações, principalmente urbanísticas, em Recife. - Investimentos na infraestrutura de Recife como, por exemplo, construção de pontes, diques, drenagem de pântanos, canais e obras sanitárias.