Quais os problemas causados pela segregação urbana?

Questão 1

A respeito do fenômeno da segregação urbana, estão corretas as afirmativas abaixo, exceto:

a) A segregação socioespacial urbana ocorre em virtude de um conjunto de fatores sociais, econômicos, culturais, históricos e raciais no espaço das cidades.

b) A marginalização de indivíduos ou grupos sociais nas cidades caracteriza o fenômeno da segregação socioespacial ou segregação urbana.

c) A escolha das pessoas é fator preponderante para a periferização. Entre várias opções, a maior parte dos moradores opta por espaços como favelas por terem afinidade cultural.

d) A formação de favelas, habitações em áreas irregulares, cortiços e áreas de invasão são exemplos comuns de materialização da segregação urbana.

Questão 2

A segregação urbana é consequência direta das relações sociais. Sobre esse tema, avalie as afirmativas a seguir:

I) A segregação urbana está relacionada a fatores sociais como o processo de divisão e luta de classes.

II) Uma das características comuns aos espaços segregados é a ausência de infraestrutura, como saneamento básico, redes de água tratada e energia, segurança, rede de atendimento de saúde, escolas e creches.

III) A ausência de equipamentos de lazer, transportes e educação relaciona-se diretamente com as características culturais dos habitantes de espaços segregados como as favelas.

Estão incorretas as alternativas:

a) I e III.

b) I e II.

c) II e III.

d) Todas as alternativas.

e) Apenas a alternativa III.

Questão 3

São exemplos de espaços de segregação involuntária urbana, exceto:

a) favelas

b) condomínios fechados

c) cortiços

d) áreas de risco ocupadas

e) loteamentos irregulares

Questão 4

Sobre as pessoas que ocupam as áreas de segregação urbana, assinale a alternativa incorreta:

a) São indivíduos que, por uma série de fatores sociais e econômicos, recebem baixos salários, o que limita as opções de moradia.

b) São grupos de pessoas que não possuem outra alternativa a não ser ocupar esses espaços sem infraestrutura.

c) São pessoas que optam voluntariamente por residir nas áreas segregadas.

d) São grupos sociais com poucas condições de renda.

e) São indivíduos com baixa escolarização e ausência de formação profissional específica, que realizam trabalhos pouco especializados e, portanto, mal remunerados.

Respostas

Resposta Questão 1

Letra C

A letra C está incorreta porque a periferização de indivíduos ou grupos sociais é um fenômeno provocado por fatores sociais, culturais, econômicos, históricos e raciais, que marginalizam uma população específica. Esse fenômeno não leva em conta a escolha das pessoas. Na maior parte das situações, eles veem-se obrigados a ocupar esses espaços por ser a única opção de moradia disponível.

Resposta Questão 2

Letra E

A segregação espacial e a marginalização das pessoas nas áreas urbanas é reflexo das relações sociais em uma escala mais ampliada. A desigualdade social e a luta e divisão de classes obriga a população mais pobre a ocupar as áreas mais afastadas e menos acessíveis dos centros urbanos.

Resposta Questão 3

Letra B

Os condomínios fechados também podem ser considerados espaços de segregação urbana. Entretanto, são considerados fruto de uma segregação voluntária, também chamada de autossegregação, que é praticada por grupos com maior poder aquisitivo e que têm por objetivo afastar-se do inchaço das cidades.

Resposta Questão 4

Letra C

Os grupos sociais que ocupam os espaços de segregação urbana involuntária são, em sua maioria, pessoas que não tiveram acesso à educação e formação profissional e que, portanto, recebem baixa remuneração. Essas condições obrigam os moradores a aceitarem residir em espaços sem infraestrutura, pois são apenas esses espaços que sua remuneração permite.


Os problemas sociais urbanos abrangem todos os dilemas estruturais, próprios das cidades. Falta de emprego, moradia precária, violência, pouca acessibilidade, baixo acesso aos centros de saúde, transporte coletivo sucateado e situações semelhantes são os principais exemplos.

No artigo a seguir, você verá um resumo sobre os conflitos sociais advindos do processo de urbanização dos países, com suas principais causas e consequências, principalmente no Brasil. Acompanhe!

  • O que são problemas sociais urbanos?
  • Déficit habitacional 
  • Segregação socioespacial
  • Violência e criminalidade como problemas sociais urbano
  • Mobilidade Urbana 
  • Estude mais sociologia com a Coruja!
  • Veja também:

As questões urbanas que afetam a sociedade surgiram com o intenso processo de urbanização que aconteceu nos países em diferentes épocas. No Brasil, por exemplo, o êxodo rural e a formação das cidades ficou em evidência a partir da metade do século XX, menos de cem anos atrás. 

Diferentemente de outras nações desenvolvidas, que apresentam planejamento urbano, o nascimento dos municípios brasileiros aconteceu sem organização prévia: os indivíduos se instalavam onde e como era possível. Com isso, uma série de fatores negativos surgiram, como você verá adiante. 

Déficit habitacional 

A moradia precária é um dos maiores problemas sociais urbanos dos países subdesenvolvidos. As casas não apresentam as condições adequadas para abrigar os moradores.

Muitas vezes, a estrutura está sujeita a ação da natureza, por isso chuvas podem resultar em alagamento, desabamento de paredes, destelhamento, umidade e mofo. Em casos mais graves, essas habitações inseguras estão próximas a zonas de deslizamento de terras.

No verão brasileiro, é muito comum encontrar notícias de famílias que foram soterradas ou até mesmo perderam entes queridos devido a enchentes e desabamento de morros. 

Em 2022, por exemplo, a cidade de Franco da Rocha foi marcada por uma situação assim. A soma entre as alterações climáticas intensas e as condições frágeis das cidades resultaram em fortes chuvas que causaram deslizamento de terras, soterramentos e a morte de mais de uma dezena de pessoas.

Outro exemplo de déficit habitacional está na matéria prima utilizada para a construção: casas feitas com pau a pique ou material barrento são determinantes até mesmo para a saúde dos cidadãos.

Insetos como o barbeiro se alojam nas frestas das paredes e, muitas vezes, carregam o protozoário causador da doenças de chagas. Caso o habitante se contamine, apresentará sintomas dessa enfermidade que ataca o esôfago, coração e intestinos.

Segregação socioespacial

No ponto de vista de localização dentro das cidades, um fator muito recorrente nas grandes cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro é a segregação socioespacial, que também está relacionada com o processo de favelização.

Isso acontece porque com a especulação imobiliária e o preço das mercadorias em zonas centrais, a população de baixa renda é repelida para as regiões periféricas. O problema aqui se agrava em duas principais vertentes.

Geralmente, para se adaptar nos locais afastados dos centros urbanos, os cidadãos se alojam em favelas e comunidades sem qualquer infraestrutura. Passam a viver sem saneamento básico, atendimento sanitário e até mesmo precisam recorrer a meios ilegais para conseguir iluminação.

Quando o indivíduo não consegue se alojar em uma dessas realidades, somada a outros fatores de ordem pessoal, ele pode ficar em situação de rua. Nesse caso, a situação torna-se extrema: não há abrigo, a alimentação é deficiente ou inexistente, a higiene fica comprometida e o ser humano fica completamente vulnerável.

+ Veja também: Como o conceito de favela pode ser cobrado no vestibular?

Violência e criminalidade como problemas sociais urbano

Os crimes que acontecem em meio urbano podem ser atribuídos a diversos fatores, dentre os quais os principais são o desemprego e a falta de acesso aos direitos humanos básicos.

Considerando a população marginalizada, observa-se um menor índice de educação, profissionalização e maior necessidade de emprego para o sustento. Tais pontos, quando somados a necessidade cada vez maior de trabalhadores especializados, gera um grande bolsão de pessoas desempregadas nos países.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Pesquisa (IBGE), 45,9% dos brasileiros aptos a trabalhar não possuem emprego fixo ou registrado, muitas vezes optando pela remuneração informal e pela busca incessante por trabalho. 

Com esses fatores, muitas vezes, a criminalidade aumenta exponencialmente.Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que 1% a mais de desempregados homens resulta em um crescimento de 1,8% na taxa de homicídios. O mesmo documento também mostra que para cada 1% de jovens homens que concluem os estudos, a taxa de violência diminui em 1,9%.

Portanto, é possível associar o desemprego e a educação deficiente com a ocorrência de assaltos, sequestros, furtos, invasões domiciliares, latrocínios e outros crimes próprios dos grandes centros urbanos.

Mobilidade Urbana 

Outro tópico muito citado dentre os problemas sociais urbanos está na dificuldade de deslocamento entre as diferentes regiões, principalmente nas metrópoles, como na maioria das capitais brasileiras.

O primeiro ponto a ser citado é o transporte público: observa-se que a ineficiência dos sistemas coletivos resulta em diversos transtornos para a vida dos usuários. Dentre os obstáculos podemos citar ônibus e trens quebrados, superlotação, passagem caras, trajetos extensos e mal planejamento geral.

Como consequência direta dessa realidade, muitos brasileiros optam por utilizar veículos próprios para a locomoção. Assim, as vias tornam-se superlotadas e não suportam um tráfego adequado, o que gera trânsitos quilométricos.

Além disso, a segregação socioespacial citada acima, faz com que muitos funcionários tenham que se deslocar por horas até que cheguem aos locais de trabalho:

 Uma pesquisa levantada pelo IBGE entre 2017 e 2018 mostra que aproximadamente 23% da população desloca-se entre 30 minutos e 1h para chegar ao trabalho. Em um cenário ainda pior, outros 14% demoram entre mais do que 1h nesse trajeto. 

Por fim, é necessário citar também que a acessibilidade das vias urbanas atrapalha a vida dos cidadãos que possuem incapacidades visuais, locomotoras, auditivas, entre outras deficiências.

Agora que você já conhece os principais problemas sociais urbanos, aproveite para se aprofundar nos fundamentos da sociologia, sua relação com a urbanização e as diferentes formas de entender a sociedade. 

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Quais os problemas causados pela segregação urbana?

Veja também:

  • Surgimento da Sociologia: contexto histórico
  • Émile Durkheim: quem foi, obras e contribuições para a Sociologia
  • Cidadania: o que é e como cai?
  • Estratificação Social: o que é e como aparece nos vestibulares
  • Indústria Cultural: o que é, conceito, escola de Frankfurt e cultura de massa
  • Antropologia: o que estuda, importância, tipos e métodos 
  • Prova Unicamp 2020 – História e Sociologia – Resolução 
  • Gabarito UNESP 2020 – História e Sociologia – Prova Resolvida
  • Prova de Sociologia da 2ª Fase da UNESP corrigida e comentada

Quais os problemas da segregação urbana?

No Brasil, alguns exemplos de segregação urbana mais comuns são a formação de favelas, habitações em áreas irregulares, cortiços e áreas de invasão.

Quais são as principais causas da segregação urbana?

A segregação socioespacial é também chamada de segregação urbana. Em resumo, ela consiste na periferização de pessoas ou grupos sociais. Sendo que essa marginalização pode ser causada por fatores econômicos, culturais, históricos ou raciais no espaço das cidades.

Quais os problemas urbanos explicam a segregação socioespacial?

A segregação socioespacial é um processo que fragmenta as classes sociais em espaços distintos da cidade. Nesse sentido, o cotidiano das pessoas que habitam esses lugares é marcado pela insegurança, violência, moradias precárias, falta de infraestrutura e acesso aos serviços básicos e ao lazer.