Quais são as possibilidades de desenvolvimento da psicomotricidade?

O desenvolvimento psicomotor é um processo contínuo durante o qual se dá a evolução da inteligência, da comunicação, da afectividade, da sociabilidade e da aprendizagem de forma global e simultânea. Decorre por etapas e depende da maturação do sistema nervoso central. Todas as crianças passam por todas as etapas, embora o ritmo na aquisição possa variar de uma para a outra.

Quando a criança nasce, mostra aquilo que conhecemos como reflexos primitivos, que, mais tarde, possibilitarão os movimentos voluntários. Estes reflexos, inatos em todas as crianças, permitem ao bebé realizar as funções básicas de respirar, comer ou virar a cabeça à procura do peito ou da tetina do biberão.

Durante os dois primeiros anos de vida, o desenvolvimento da motricidade e do psiquismo confundem-se e sobrepõem-se através do desenvolvimento sensorial, motor e cognitivo, que constituem o desenvolvimento psicomotor. Neste desenvolvimento intervêm factores genéticos, factores do meio em que a criança vive e o sexo do bebé. Os factores genéticos referem-se a tudo o que cada criança herda dos pais. Por outro lado, em função do meio em que o bebé viva, aprenderá rapidamente o que lhe ensinamos. Daí ser tão importante proporcionarmos à criança um ambiente estimulante, a possibilidade de brincar e de explorar, porque assim oferecemos-lhe uma oportunidade única de adquirir rapidamente conhecimentos. O sexo também tem influência sobre o modo como um bebé se vai desenvolvendo. Por exemplo, as meninas têm mais facilidade para aprender a linguagem, e os meninos, por outro lado, são geneticamente mais hábeis no desenvolvimento da motricidade. No início, a aprendizagem é muito global, isto é, o bebé aprende de forma simultânea a deslocar-se, a prestar atenção ao que lhe dizem, a estabelecer um vínculo com a figura de afeição, etc. À medida que o bebé vai crescendo, podemos estimulá-lo de forma mais precisa. Podemos estimular apenas a sua motricidade, a linguagem ou a percepção, e assim sucessivamente com todas as capacidades. à fundamental que os pais lhe proporcionem um ambiente acolhedor e estimulante. Vocês têm um papel fundamental na estimulação dos vossos filhos, na transmissão do entusiasmo por explorar o mundo que nos rodeia, o que, sem dúvida, é promover a possibilidade da criança aprender. Ao brincar convosco, mergulhado num clima de carinho e de afectividade, o vosso bebé sentir-se-á seguro e contente por descobrir o que existe à sua volta na companhia dos pais. Este contexto de amor é fundamental para estabelecerem um laço forte com o vosso filho e para que a aprendizagem seja bem sucedida. Para o bebé, nada é mais importante do que estar com os pais e fazer coisas de que gostem, provocar, para que lhe dêem beijos, carícias, fazer-vos rir... e aprender consiste exactamente nisto. Embora cada criança seja única no momento em que adquire as capacidades psicomotoras, de um modo geral, nos capítulos que se seguem encontrarão as pautas habituais de evolução do desenvolvimento psicomotor por idades, desde que um bebé nasce até completar dois anos, bem como algumas actividades simples para estimular o desenvolvimento motor dos mais pequenos através de uma relação activa e lúdica entre pais e filhos.

Estimular a psicomotricidade da criança faz com que ela tenha mais consciência sobre seus movimentos, o que traz grandes benefícios para o seu desenvolvimento saudável.

O movimento é uma ação natural que realizamos, na maioria das vezes, de forma espontânea. Apesar disso, não é um processo simples, pois envolve não só a parte motora, mas também os aspectos cognitivos e até socioafetivos.

Desse modo, a psicomotricidade pode ser estimulada ainda na primeira infância, a fim de que a criança se desenvolva de forma integral. Assim, ela passa a entender não apenas a estruturação do próprio corpo, mas também o lugar que ocupa na natureza e na sociedade.

Quer compreender melhor qual é a importância do desenvolvimento motor, como estimulá-lo e qual é sua relação com o psiquismo? Então, continue a leitura!

O que é psicomotricidade?

De acordo com a Associação Brasileira de Psicomotricidade, a psicomotricidade é uma ciência transdisciplinar que investiga as influências recíprocas entre a motricidade e o psiquismo — isto é, aspectos mentais, incluindo fatores cognitivos e emocionais.

Assim, para a psicomotricidade, temos uma via de mão dupla: tanto os movimentos do corpo são responsáveis por promover o desenvolvimento socioafetivo e cognitivo, incluindo o autoconhecimento e a socialização, quanto o contrário também se dá e as funções psíquicas contribuem para o sistema motor.

Isso ocorre porque a realização de qualquer movimento envolve a nossa inteligência, tem uma intenção e expressa uma emoção. Dessa maneira, ao estimularmos a psicomotricidade, estamos educando os movimentos com e para o melhor uso das nossas capacidades cognitivas e socioafetivas.

É por isso que é fundamental que ela seja trabalhada na primeira infância: com um estímulo saudável à psicomotricidade, as crianças crescem mais conscientes em relação a seus movimentos e ao próprio corpo, entendendo também como se dá o seu relacionamento com o mundo externo.

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Afinal, como as experiências mudam o cérebro do bebê?

Algumas de nossas características são pré-determinadas geneticamente. No entanto, os especialistas na Psicologia do Desenvolvimento concordam que os estímulos ambientais são responsáveis pela maior parte de quem somos, incluindo personalidade, gostos, comportamentos e até mesmo a aprendizagem motora.

Isso porque, na primeira infância, as crianças têm uma plasticidade cerebral incrível, o que quer dizer que os circuitos neuronais podem ser moldados e remoldados com eficiência e velocidade impressionantes.

É por esse motivo que crianças pequenas têm muita facilidade de aprender coisas novas, como idiomas. As atividades elétricas em cada circuito, devido a experiências sensoriais, motoras, cognitivas ou afetivas, moldam a “montagem” desse circuito.

Assim, todos os estímulos, o afeto responsável pela formação de um apego seguro, as interações e atividades são muito relevantes na configuração sináptica dos pequenos e, assim, pela sua formação como indivíduos.

Por que a psicomotricidade é importante para o desenvolvimento da criança?

Agora que você já sabe o que é psicomotricidade e qual é a relação entre cognição e movimento, já dá para imaginar como a terapia psicomotora é essencial para crianças com atrasos no desenvolvimento ou dificuldades de aprendizagem, não é? Contudo, ela pode ser trabalhada com todos os bebês e crianças.

Veja, a seguir, as habilidades que o estímulo ao movimento dos pequenos — e sua consciência em relação a isso — ajuda a desenvolver:

  • coordenação motora global ou grossa — capacidade de usar vários grupos musculares ao mesmo tempo para realizar movimentos complexos e conscientes, como caminhar;
  • coordenação motora fina — capacidade de usar os músculos das extremidades para realizar ações que envolvem precisão, como escrever e pegar objetos utilizando o movimento de pinça;
  • consciência corporal — capacidade de entender o próprio corpo, suas possibilidades de movimento e sua relação com os outros corpos;
  • autorreconhecimento — a partir da consciência corporal, é a capacidade de reconhecer seu corpo e sua individualidade, criando representações subconscientes de si essenciais para o desenvolvimento da personalidade;
  • noção de espaço e de tempo — capacidade de orientar os próprios movimentos em determinado espaço e intervalo, por exemplo, na execução de movimentos rítmicos, como bater palmas;
  • lateralidade — capacidade de utilizar os dois lados do corpo para realizar movimentos, como pular em um pé só tanto com a perna esquerda quanto com a direita;
  • equilíbrio — capacidade de manter o corpo estabilizado e orientado para o centro, seja parada, seja em movimento.

Além disso, a psicomotricidade se relaciona à atenção, à concentração, à inteligência emocional, ao raciocínio lógico e até à comunicação. Em resumo, esses estímulos ajudam no desenvolvimento cognitivo e socioafetivo da criança.

Como estimular a psicomotricidade na educação infantil?

A escola trabalha a psicomotricidade em diferentes atividades para os pequenos, e um terapeuta psicomotricista pode tratar os casos em que eles apresentem atrasos ou dificuldades de aprendizagem.

No entanto, você também pode estimular o seu filho em casa, de um modo bastante lúdico, com brincadeiras e jogos. Essa é uma maneira de contribuir para o desenvolvimento saudável dele e ainda aproveitar bons momentos de diversão em família.

Confira abaixo algumas sugestões para cada fase!

De 4 a 6 meses

Por ainda serem bem pequenos, nessa fase, os bebês ainda não se reconhecem. Por isso, uma dica para estimular a psicomotricidade é colocar o seu filho em frente a um espelho, a uma curta distância, na qual ele consiga se ver por inteiro.

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Quais são as possibilidades de desenvolvimento da psicomotricidade?

Sente-se com o seu pequeno e levante os braços dele apontando para o movimento do espelho. Você pode mostrar os pés, as mãos, os dedos, tudo de uma forma bem lúdica. É um exercício que vai ajudá-lo a reforçar sua consciência corporal.

De 7 a 9 meses

Nessa fase, o seu bebê está começando a engatinhar ou a se arrastar com a intenção de explorar o ambiente e, principalmente, de pegar objetos.

Então, você pode colocá-lo de bruços em um tapete de atividades e deixar um brinquedo do qual ele goste, de preferência um bem colorido ou musical, a uma pequena distância. A partir disso, você o incentiva a se movimentar para conseguir apanhar o brinquedo. É uma brincadeira que estimula a coordenação motora.

Seguindo essa mesma ideia, você também pode utilizar uma caixa de papelão aberta dos dois lados, para que funcione como um túnel: de um lado, coloque o brinquedo; do outro, o seu bebê. Ele terá que passar pelo túnel para conseguir aquilo que quer.

Aos 12 meses

Os pais podem utilizar brinquedos que tenham formas para encaixe e, assim, estimular o movimento de pinça e a coordenação motora fina. Dá para improvisar até mesmo com outros objetos: você pode entregar cotonetes para a criança colocar em um pote de plástico, por exemplo.

De 17 a 19 meses

É possível realizar diversas atividades, como colocar pequenas almofadas no chão como obstáculos para a criança andar, para que ela utilize o movimento como forma de transpor o desafio.

Um simples jogo de empilhar blocos também é bem-vindo, pois trabalha a verticalidade; e outra brincadeira em que ela tenha que abrir uma garrafa estimula a lateralidade e a coordenação motora fina.

Outra sugestão é brincar com massinha: a criança pode se divertir fazendo bolinhas ou outros formatos.

De 22 a 24 meses

Perto dos 2 anos, os pequenos já desenvolvem o equilíbrio, e a família pode estimular a psicomotricidade com brincadeiras de chutar uma bola ou arremessar objetos leves, por exemplo. Você pode improvisar uma caixa de papelão para ser o gol ou a cesta de basquete.

Podem parecer movimentos simples, mas eles trabalham a concentração, senso de direção, força e autoconsciência.

Aos 36 meses

Nessa fase, a dica é fazer atividades artísticas utilizando cartolina, giz de cera, lápis de cor, papéis, cola ou carimbos. A criança pode desenhar, pintar, rabiscar e fazer colagens de forma livre.

É um modo de estimular a concentração, a criatividade, a expressão das emoções e a coordenação motora fina.

Como escolher brinquedos adequados para o estímulo psicomotor?

Basicamente, todos os brinquedos e brincadeiras podem auxiliar na psicomotricidade infantil. Isso porque é por meio do brincar que as crianças se desenvolvem, aprendem, conhecem mais sobre si mesmas e começam a entender o mundo à sua volta.

Para incentivar esses benefícios e garantir que seu bebê tenha um desenvolvimento saudável em todos os aspectos, preste atenção à faixa etária recomendada na embalagem dos brinquedos. Esse é um cuidado fundamental para evitar acidentes.

Além disso, deixe seu pequeno livre para explorar. É muito saudável deixá-lo mexer com objetos diversos da casa, como tampas, caixinhas, vasos com terra, tecidos com texturas diferentes e tudo mais.

No entanto, supervisione sempre as aventuras dele e deixe fora do alcance materiais perigosos, como produtos de limpeza e objetos cortantes ou que possam ser engolidos.

Como a tecnologia pode auxiliar os pais nesse estímulo?

Para estimular a psicomotricidade na primeira infância, vale contar com a ajuda da tecnologia. Existem aplicativos criados para auxiliar as famílias a trabalharem as questões ligadas à psicomotricidade dos bebês e crianças, com instruções para atividades diárias e vídeos para cada fase.

Além disso, utilizar um aplicativo com atividades personalizadas para cada idade ajuda a acompanhar o desenvolvimento do seu bebê. Assim, você pode detectar atrasos ou qualquer comportamento atípico e conversar com o seu pediatra de confiança.

Gostou de conhecer a psicomotricidade e as maneiras de estimulá-la na infância? É possível trabalhar a motricidade de formas lúdicas e afetivas. Com isso, seu bebê passa a se reconhecer, ter consciência do seu corpo, das pessoas e do mundo à sua volta.

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Quais as possibilidades de desenvolvimento da psicomotricidade?

A psicomotricidade no desenvolvimento da criança visa favorecer o desenvolvimento cognitivo, afetivo-social e psicomotor procurando envolver jogos e atividades lúdicas para proporcionar um processo de ensino-aprendizagem significativo.

Quais as possibilidades de desenvolvimento da psicomotricidade de 0 a 2 anos?

Que a criança que tem de zero a dois anos, está vivendo em um estágio onde as sensações de seu próprio corpo são suas formas de aprendizagem, ou seja, ela vive no estágio sensório-motor.

Como desenvolver a psicomotricidade?

Dicas para estimular a psicomotricidade infantil.
Estimule a brincadeira e inclua atividades lúdicas no dia a dia da sala de aula..
Crie um ambiente saudável e afetivo para a aprendizagem..
Incentive a prática de exercícios físicos e movimentos corporais..
Use a mimetização nas atividades em sala de aula..

Quais são as 3 principais áreas de atuação da psicomotricidade?

Atualmente, na Psicomotricidade, existem três campos de atuação: reeducação, terapia e educação.