Qual a diferença entre as obrigações de um vassalo e as de um servo na sociedade Feufal?

As relações de suserania e vassalagem, representadas pelo compromisso de fidelidade entre nobres e que implicava direitos e obrigações recíprocas, são aquelas que ocorriam durante o período da Idade Média (século V ao século XV) marcada pelas relações feudais, ou seja, estavam inseridas no contexto do feudalismo.

Observe que o feudalismo surgiu no século V após as invasões bárbaras e o declínio do Império Romano, sendo um sistema econômico, político e social de caráter rural, baseado na propriedade de terra, posto que os nobres que possuíam terras, eram os indivíduos de maior poder.

Na sociedade medieval, a nobreza era a classe dirigente, embora o clero (papas, bispos, cardeais, monges, abades e padres), representantes da Igreja, fosse o grupo mais abastado. Os nobres podiam ser os reis, duques, marqueses, condes, viscondes e barões.

Assim, enquanto os suseranos eram os nobres que doavam as terras (até mesmo castelos), os vassalos, protegidos por eles, representavam os nobres que recebiam as terras e em troca, cuidavam e protegiam delas ao mesmo tempo que serviam os suseranos de diversas maneiras, sobretudo, para serviços militares, com o intuito de defendê-lo em tempos de guerra.

Note que um vassalo, podia tornar-se suserano no momento em que doassem parte de suas terras a outro nobre e assim, por diante, formando uma grande rede de relações entre suseranos e vassalos.

Em resumo, as relações de suserania e vassalagem possuíam um teor cooperativo, as quais representavam um pequeno e importante sistema sócio econômico da época, ou seja, eram de ordem direta e pessoal e visavam a aliança nas relações econômicas e sociais entre os nobres.

A relação de suserania e vassalagem, em grande parte, eram de caráter hereditário (ocorriam entre membros da família) e demostravam a descentralização política da época, sendo estabelecidas diante de uma cerimônia solene (juramento) denominada “Homenagem” que selava os laços de lealdade e fidelidade entre seus elementos, e a "Investidura", que marcava a transmissão do feudo para o vassalo.

A cerimônia geralmente ocorria numa Igreja, donde os vassalos, segurando suas espadas, se ajoelhavam diante de seus suseranos lhes prometendo fidelidade total (selado com um beijo) e proteção nas guerras. Se caso, o vassalo traísse seu suserano perderia todos seus direitos, posses e títulos. Durante a cerimônia, a submissão do vassalo perante seu suserano era selada com um tapa no rosto do vassalo.

Note que a economia feudal (denominada de modo de produção) era baseada na agricultura e no pastoreio, sendo os feudos os locais onde se produziam quase tudo o que era necessário para viver. Portanto, não existia moedas (embora alguns feudos produziam moedas locais), as relações eram baseadas nas trocas e o comércio era praticamente nulo.

Feudalismo

Os feudos (da língua germânica significa “propriedade ou posse”) eram grandes propriedades de terra que possuíam uma organização econômica, política, social e cultural própria.

Assim, o feudo eram as terras concedidas de um suserano a um vassalo em troca de fidelidade e auxílio militar. Os senhores feudais representavam o poder absoluto, de forma que monopolizavam o poder político local, administravam e outorgavam as leis nos feudos.

A sociedade feudal, formada basicamente pelo clero (aqueles que oravam), nobreza (guerreiros chamados de senhores) e os servos (trabalhavam nas terras), era denominada de sociedade estamental, dividida em estamentos (camadas sociais estanques ou fixas).

Nesse sistema, as pessoas não possuíam mobilidade social, ou seja, nasceu servo, morrerá em sua condição de servo e durante sua vida, não poderá ascender outro patamar. Assim, a posição social depende de seu berço de nascimento.

Saiba sobre o tema com a leitura dos artigos:

  • Sociedade Feudal
  • Economia Feudal
  • Crise do Feudalismo
  • Transição do Feudalismo para o Capitalismo

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Vassalagem (do latim medieval vassus, latinização do termo de origem celta gwas, "rapaz") na Idade Média, consistia em um acordo de serviços recíproco entre uma pessoa política e economicamente menos influente e uma outra que sob esses aspectos lhe era superior. O fenómeno é próprio do sistema feudal, que considerava pilar do equilíbrio político, militar e económico a divisão do território e o regime de propriedade decorrente disso.

Assim, um vassalo[1] é uma pessoa que tem uma obrigação mútua a um senhor ou soberano, no contexto do sistema feudal da Europa medieval.

A obrigação frequentemente incluía suporte militar por cavaleiros em troca de certos privilégios, usualmente incluindo posse de terras como feudo.[2]

Dessa maneira, afirmam-se as relações de dependência pessoal, de vassalagem, garantindo aos senhores aumentar continuamente sua força militar, através do apoio armado que recebiam de seus vassalos (nobres hierarquicamente inferiores). Estes, em troca de fidelidade e lealdade a seu senhor, recebiam benefícios, como o feudo. A cerimónia da homenagem, através da qual o vassalo colocava suas mãos entre as do senhor, sacramentava, solenemente, os laços de dependência pessoal. Ao longo da Alta Idade Média, esse quadro político se consolida, afirmando-se o poder local, monopolizado pelo senhor feudal. Vale lembrar que a relação de suserania e vassalagem é exclusiva da classe nobre, ficando esta a cargo da força militar. Abaixo existiam os servos, os quais os vassalos (senhores feudais sub-enfeudados) tinham direito de alta e baixa justiça, aqueles lavravam a terra para o senhor feudal e não tinham participação na força bélica devido ao forte temor de sublevação.

O ritual é dividido em três partes: a homenagem, a fé e a investidura.

A primeira fase é a homenagem, a fase verbal. O vassalo exprime sua vontade de se tornar homem do senhor. Depois o vassalo coloca suas mãos entre as do senhor em sinal de submissão. A homenagem não poderia ser feita por procuração.

“Provavelmente a partir do período carolíngio, um segundo ritual, propriamente religioso, veio sobrepor-se ao anterior: com a mão estendida sobre os evangelhos ou sobre as relíquias, o novo vassalo jurava ser fiel ao seu senhor”.

Ver também[editar | editar código-fonte]

  • Feudalismo
  • Estado vassalo

Referências

  1. Hughes, Michael (1992). Early Modern Germany, 1477–1806, MacMillan Press and University of Pennsylvania Press, Philadelphia, p. 18. ISBN 0-8122-1427-7.
  2. F. L. Ganshof, "Benefice and Vassalage in the Age of Charlemagne" Cambridge Historical Journal 6.2 (1939:147-75).

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

  • O vassalo fiel na baixa Idade Média portuguesa, por Fátima Fernandes, Revista Tiempo y Espacio, n. 14, Universidad Bio-bio, Chile, 2004

Qual a diferença entre um vassalo e um servo na sociedade feudal?

O vassalo devia serviço militar ao seu suserano, sendo desta forma obrigado a disponibilizar suas tropas sempre que houvesse necessidade. Por outro lado, o suserano deveria garantir a proteção de seu vassalo e ceder uma parcela de sua propriedade para o mesmo.

Qual é a função de cada uma das partes do feudo?

A divisão do feudo Manso Servil / Vilas camponesas: que era a área de produção de subsistência dos camponeses (servos); Terras ou Mansos Comunais: o lugar onde os servos podiam coletar madeira, fazer pastagens, e onde ficavam os rios (áreas comum).

Quais as principais funções que os servos realizavam no feudo?

Os servos compunham a sociedade feudal, eram responsáveis pelo sustento de todas as ordens feudais e deviam subordinação ao seu senhor. Os servos eram os responsáveis pela produção de riquezas no mundo feudal. Os camponeses eram os constituintes da base da sociedade feudal.

É correto afirmar que durante o feudalismo havia mobilidade social?

Durante o Feudalismo a mobilidade social era praticamente inexistente. O indivíduo nascia e morria na mesma camada social: era senhor ou servo por toda a vida, com raras chances de modificar sua condição social.