Qual é o papel do profissional de enfermagem na administração de medicamentos?

RESUMO

Pesquisa quantitativa, descritiva, realizada com 33 enfermeiros de um hospital público do Oeste Catarinense. Objetivou descrever a atuação do enfermeiro no processo de administração medicamentosa, evidenciar as potencialidades/fragilidades para inserção prática. Para a coleta de dados, usou-se questionário. Os dados foram tabulados e analisados mediante a análise estatística descritiva. Os enfermeiros identificam, embora parcialmente, seu papel, sendo técnicos/auxiliares os executores da administração medicamentosa. Detecta-se conhecimento, atualização e preparo para a prática, contrariando a uma atuação com escasso envolvimento, justificada pela sobrecarga administrativa/assistencial. Questões éticas e legais são inerentes neste cuidado, enfatizando a discussão da responsabilidade profissional e práticas seguras.

ABSTRACT

Quantitative, descriptive research, carried out with 33 nurses from a public hospital in Santa Catarina West. Aimed to describe the nurse’s role in the drug administration process,highlight the potential / weaknesses to practice inclusion. For data collection was used questionnaire. Data were tabulated and analyzed by descriptive statistics.The nurses identify, although partially, its role being technical / auxiliary performers of drug administration. Detects up knowledge, updating and preparation for practice, contrary to a performance with little involvement, justified by the administrative / overhead assistance. Legal and ethical issues inherent in this care, emphasizing the discussion of professional responsibility and safe practices.

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Resumo

Qual é o papel do profissional de enfermagem na administração de medicamentos?

Qual é o papel do profissional de enfermagem na administração de medicamentos?

O presente capítulo tem o objetivo de atualizar e qualificar os técnicos em enfermagem em relação aos cuidados no processo de preparo e administração de medicamentos, visando, assim, a segurança do paciente. Serão discutidos aspectos técnicos (vias, preparo e administração de medicamentos), aspectos éticos e legais, o papel do profissional de enfermagem na educação do paciente–familiar e os riscos da automedicação. A atuação dos profissionais de enfermagem no processo medicamentoso, seja ela livre de riscos e danos ao paciente, exige por parte da equipe competências e habilidades específicas, além de conhecimentos diversos, como mecanismo de ação, efeitos colaterais, reações adversas e interações medicamentosas, entre outros, estando interligada à etapa de preparo e administração.

Introdução

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMSOrganização Mundial da Saúde), o uso irracional de medicamentos envolve hábitos que incluem a simultânea de muitas medicações sem critérios técnicos, o uso inapropriado de classes medicamentosas e prescrições médicas inadequadas. Posteriormente, a OMSOrganização Mundial da Saúde instituiu a Aliança Mundial para a Segurança do Paciente, tendo como princípio básico estabelecer assistência à saúde segura.1

Embora seja uma prática globalmente difundida, historicamente, o uso exagerado ou sem critérios de medicamentos por parte da população sempre acompanha riscos e malefícios. Um exemplo é o acúmulo de medicamentos nas residências, fator de risco que leva a confusões e erros na administração ou uso indiscriminado sem prescrição médica.2

Sabe-se que o preparo e a administração de medicamentos na terapêutica médica estão entre as funções assistenciais exercidas pela equipe de enfermagem. No Brasil, entre as instituições de saúde, essa atividade tem sido exercida pelos técnicos e auxiliares em enfermagem sob a supervisão do enfermeiro.3

O processo de preparo e de administração de medicamentos tornou-se uma atividade de fundamental relevância para a segurança e para a recuperação da saúde do paciente. Essa habilidade se relaciona com aspectos práticos, éticos e legais do exercício profissional.4

Considerando os aspectos legais, o preparo e a administração de medicamentos configuram-se como cuidados em saúde de risco potencial, dada sua alta complexidade, exercidos pelo profissional técnico em enfermagem sob a responsabilidade do enfermeiro.4

Em concordância com a Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, art. 11: “o enfermeiro exerce todas as atividades de Enfermagem e presta cuidados de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos científicos e habilidades”.4 O Código de Ética dos profissionais de enfermagem (Resolução do Conselho Federal de Enfermagem [CofenConselho Federal de Enfermagem] nº 311, de 9 de fevereiro de 2007) traz aspectos que direcionam a atuação frente à execução do preparo e da administração de medicamentos.5 Em seu art. 30, a Resolução do CofenConselho Federal de Enfermagem nº 311/2007 proíbe os profissionais de “ministrar medicamentos sem conhecer a ação dele e sem se certificar da possibilidade dos riscos”, bem como no art. 32, de “executar prescrições de qualquer natureza que comprometam a segurança da pessoa”.5

Assim, faz-se necessário enfatizar que o processo de preparo e administração de medicamentos vão além de um simples procedimento técnico. Ao se privilegiar, exclusivamente, a responsabilidade técnica proporciona-se ao paciente uma assistência aquém daquela de que ele é merecedor.2,3

Com vistas a prevenir possíveis erros no processo medicamentoso, elaborou-se um protocolo de segurança para a prescrição, o uso e a administração de medicamentos.6 Esse protocolo define o “uso seguro de medicamentos” como a ausência de erro durante o uso de medicamentos e “erro de medicação” como evento evitável, sob o domínio de profissionais da saúde, causando ou não dano ao paciente.6,7

A Rede Brasileira de Enfermagem em Segurança do Paciente (Rebraensp) recomenda, entre outros aspectos, a observação dos “9 certos” no processo de administração dos medicamentos:8

  • paciente certo;
  • medicamento certo;
  • via certa;
  • dose certa;
  • hora certa;
  • documentação certa (prescrição e registro);
  • ação certa;
  • forma certa;
  • resposta certa.

A etapa de administração de medicamentos consiste na última barreira para evitar um erro no processo de medicar derivado das etapas de prescrição e de dispensação, aumentando, com isso, a responsabilidade do profissional que administra.

Qual é o papel do profissional de enfermagem na administração de medicamentos?

Um erro na administração de medicamento pode trazer graves consequências aos pacientes, devendo-se observar, ainda, a ação, as interações e os efeitos colaterais da medicação.

Objetivos

Qual é o papel do profissional de enfermagem na administração de medicamentos?

Qual é o papel do profissional de enfermagem na administração de medicamentos?

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • classificar os medicamentos, as vias, os métodos e os cuidados na administração;
  • descrever os aspectos éticos e legais da administração de medicamentos;
  • inferir os mecanismos de ação, os conceitos fundamentais, a farmacocinética, os efeitos colaterais, as reações adversas e as interações medicamentosas;
  • identificar as principais causas e/ou determinantes de erros ou de eventos adversos e suas formas de prevenção e de controle no processo da cadeia medicamentosa;
  • reconhecer os sistemas e as unidades de medida, as conversões e os cálculos de para a administração de medicamentos.

Qual o papel da enfermagem na administração de medicamentos?

O enfermeiro tem a função de auxiliar no diagnostico das interações medicamentosas e tentar minimizar os impactos negativos que elas causam na UTI, além de efetuar a supervisão da equipe no ato de administrar os medicamentos, interpretar o plano terapêutico na preparação do paciente e com isso observar os resultados e ...

Qual o papel do técnico de enfermagem no preparo e administração do medicamento?

Após a administração do medicamento, o profissional de enfermagem deve monitorar o paciente e constatar se o mesmo está tendo a resposta certa. Nesse aspecto, o profissional deve conhecer a ação do fármaco e saber distingui-la dos eventos adversos.

Qual o papel do enfermeiro dentro da administração em enfermagem?

Para tanto, o enfermeiro atua na realização do cuidado, na gerência de recursos humanos e materiais, na liderança, no planejamento da assistência, na capacitação da equipe de enfermagem, na coordenação da produção do cuidado e na avaliação das ações de enfermagem.