O que acontece com o nosso corpo quando levamos um choque elétrico?

Danos elétricos são causados por correntes elétricas, criadas pelo homem, que passam através do corpo. Os sintomas podem variar entre queimaduras cutâneas, lesões a órgãos internos e outros tecidos brandos, arritmias cardíacas e parada respiratória. O diagnóstico baseia-se em história, critério clínico e exames laboratoriais seletivos. O tratamento é de suporte com cuidados vigorosos em danos graves.

Embora as lesões elétricas acidentais que ocorrem em casa (p. ex., ao tocar uma tomada elétrica ou levar um choque por um eletrodoméstico) raramente resultem em lesões significativas ou sequelas, a exposição acidental à alta tensão causa cerca de 300 mortes por ano nos EUA. Há > 30.000 ocorrências de choque elétrico não fatal por ano nos EUA e as queimaduras por choque elétrico são responsáveis por cerca de 5% das internações em unidades de tratamento de queimados nos EUA.

Fisiopatologia das lesões elétricas

Ensinamentos tradicionais revelam que a gravidade do dano por eletricidade depende dos seis fatores de Kouwenhoven, a saber:

  • Tipo de corrente (direta [cd] ou alternada [ca])

  • Voltagem e amperagem (ambas são medidas de força corrente)

  • Duração da exposição (quanto mais longa a exposição, maior a gravidade do dano)

  • Resistência do corpo

  • Percurso da corrente (que determina o dano tissular específico)

Contudo, a força elétrica do indutor, um novo conceito, parece prever a gravidade do dano mais precisamente.

Fatores de Kouwenhoven

A CA muda de direção frequentemente; esta é a corrente elétrica geralmente fornecida para as residências nos EUA e Europa. A CD segue constantemente na mesma direção; é a corrente fornecida por baterias. Geralmente é descarregada por desfibriladores e cardioversores. O modo como a CA afeta o corpo depende amplamente da frequência. A CA de baixa frequência (50 a 60 hertz [Hz]) é usada nas residências nos EUA (60 Hz) e Europa (50 Hz). Uma vez que a CA de baixa frequência produz contração muscular alongada (tetania), que pode congelar a mão à força corrente e prolongar a exposição, ela pode ser mais perigosa que a de alta frequência, e 3 a 5 vezes mais perigosa que CD de mesma voltagem e amperagem. A exposição à CD apresenta mais probabilidade de causar uma simples contração convulsiva, a qual frequentemente joga a vítima para longe da fonte de corrente.

Em geral, tanto para CA como CD, quanto maior a voltagem (V) e amperagem (A), maior o dano elétrico resultante (para a mesma duração de exposição). A corrente residencial nos EUA é de 110V (saída elétrica padronizada) a 220V (usada para grandes aparelhos, como geladeiras e secadoras). Correntes de alta voltagem (> 500 V) tendem a causar queimaduras Queimaduras Queimaduras são lesões da pele ou outros tecidos causadas por contato térmico, radioativo, químico ou elétrico. Classificam-se por profundidade (espessura parcial profunda e espessura total)... leia mais

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profundas, ao passo que as de baixa voltagem (110 a 220 V) tendem a causar tetania muscular e congelamento ao contato com a fonte da corrente. A amperagem máxima que pode causar contratura dos flexores do membro superior, mas que ainda permite a liberação da mão da fonte da corrente, é denominada corrente de desprendimento (let-go current). Esse tipo de corrente varia de acordo com o peso e a massa muscular. Em um homem de 70 kg, por exemplo, a corrente let-go é de cerca de 75 miliamperes (mA) para CD e de cerca de 15 mA para CA.

A passagem de baixa voltagem de 60 Hz de CA através do tórax, mesmo por uma fração de segundo, pode causar fibrilação ventricular Fibrilação ventricular (FV) Fibrilação ventricular causa tremor descoordenado do ventrículo sem contrações úteis. Acarreta síncope imediata e morte em minutos. O tratamento é a reanimação cardiopulmonar, incluindo desfibrilação... leia mais

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a uma amperagem abaixo de 60 a 100 mA; para CD, são necessários cerca de 300 a 500 mA. Se a corrente tiver uma passagem direta ao coração (p. ex., via cateter cardíaco ou eletrodos de marca-passo), valores < 1 mA (CA ou CD) podem causar fibrilação ventricular.

Lesões teciduais por exposição à eletricidade são principalmente causadas pela conversão da energia elétrica em calor, resultando em lesões térmicas. A quantidade de energia calórica dissipada equivale à amperagem2 × resistência × tempo; portanto, para qualquer determinada corrente e duração, os tecidos com alta resistência tendem a sofrer o maior dano. A resistência do corpo (medida em ohms/cm2) é provida principalmente pela pele, pois todos os tecidos internos (exceto os ossos) oferecem resistência insignificante. Espessura e secura cutânea aumentam a resistência; pele seca, bem queratinizada e intacta tem média de 20.000 a 30.000 ohms/cm2. Em palmas das mãos e plantas dos pés espessas e calosas, a resistência pode ser de 2 a 3 milhões de ohms/cm2; por outro lado, pele fina e úmida oferece resistência de cerca de 500 ohms/cm2. A resistência em pele perfurada (p. ex., corte, abrasão, puntura de agulha) ou mucosa úmida (p. ex., boca, reto, vagina) pode ser abaixo de 200 a 300 ohms/cm2.

Se a resistência da pele for alta, mais energia elétrica pode ser dissipada na pele, resultando em grandes queimaduras, mas menos lesões internas. Se for baixa, a queimadura da pele será menos extensa ou ausente, e a quantidade de energia elétrica dissipada para órgãos internos poderá ser maior. Portanto, a ausência de queimaduras externas não prognostica a ausência de dano elétrico, e a gravidade de queimaduras externas não prognostica a gravidade do dano elétrico.

Dicas e conselhos

  • A ausência de queimaduras externas não prevê a ausência de lesão elétrica, e a gravidade de queimaduras externas não prognostica a gravidade do dano elétrico.

Os danos aos tecidos internos dependem de sua resistência e da densidade da corrente (corrente por unidade de área; a energia é concentrada quando a mesma corrente segue através de uma pequena área). Por exemplo, enquanto a corrente de energia elétrica segue em um braço (primariamente através de tecidos de baixa resistência, tais como músculos, vasos e nervos), a densidade da corrente aumenta nas articulações, pois uma significante proporção de áreas de cruzamentos das articulações consiste em tecidos de alta resistência (p. ex., ossos, tendões), diminuindo a área de tecidos de baixa resistência; portanto, os danos aos tecidos de baixa resistência tendem a ser mais graves nas articulações.

A passagem de corrente através do corpo determina quais estruturas são danificadas. Pelo fato da CA continuamente inverter a direção, os termos comumente usados “entrada” e “saída” são inapropriados; “fonte” e “terra” são mais precisos. O ponto de fonte mais comum é a mão, depois a cabeça. O ponto de terra mais comum é o pé. A corrente que passa entre os membros superiores ou entre os membros superiores e os pés tende a ser mais perigosa que a que passa de um pé a outro, pois tem probabilidade de atravessar o coração, causando arritmia Visão geral das arritmias O coração normal bate de maneira regular e coordenada, pois impulsos elétricos gerados e transmitidos pelos miócitos com propriedades elétricas singulares deflagram uma sequência de contrações... leia mais

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. Essa corrente tende a ser mais perigosa que a corrente que passa de um pé para o outro. A corrente para a cabeça pode danificar o sistema nervoso central (sistema nervoso central).

Campo de força elétrico

A força do campo elétrico é a intensidade da eletricidade ao longo da área à qual ela é aplicada. Além dos , a força do campo elétrico também determina o grau da lesão tecidual. Como exemplo, 20.000 volts (20kV) aplicados em um homem com cerca de 2 m (6 pés) de altura resulta em um campo de força de cerca de 10kV/m. Similarmente, 110V, se aplicados somente em 1 cm (p. ex., através do lábio de uma criança), resultam em um campo de força semelhante de 11kV/m; isso porque tal dano por “baixa voltagem” pode causar a mesma gravidade de dano tissular como alguns danos de alta voltagem aplicados em áreas maiores. Ao contrário, quando se considera a voltagem, em vez do campo de força elétrico, danos elétricos mínimos ou triviais podem ser classificados como de alta voltagem. Por exemplo, o choque recebido por arrastar os pés em um carpete no inverno envolve milhares de volts, mas causa lesões sem consequências.

O efeito do campo elétrico pode causar dano à membrana celular (eletroporação) mesmo quando a energia for insuficiente para causar qualquer lesão térmica.

Patologia

A aplicação de baixo campo de força elétrico produz imediata sensação desagradável (de levar um choque), mas raramente resulta em dano sério ou permanente. A aplicação de alto campo de força elétrica causa dano térmico ou eletroquímico aos tecidos internos. As lesões podem promover

  • Hemólise

  • Coagulação de proteínas

  • Necrose por coagulação do músculo e de outros tecidos

  • Trombose

  • Desidratação

  • Avulsão de músculos e tendões

Lesões por alto campo de voltagem elétrica podem resultar em edema maciço que, à medida que o sangue nas veias coagula e os músculos intumescem, pode resultar em síndrome compartimental Síndrome compartimental A síndrome compartimental consiste na pressão aumentada do tecido dentro de um compartimento fascial apertado, o que resulta em isquemia do tecido. O primeiro sintoma consiste em dor exagerada... leia mais . O edema maciço pode também causar hipovolemia e hipotensão. A destruição muscular pode resultar em rabdomiólise Rabdomiólise A rabdomiólise é uma síndrome clínica que envolve a ruptura do tecido muscular esquelético. Os sinais e sintomas incluem fraqueza muscular, mialgias e urina marrom-avermelhada, embora essa tríade... leia mais e mioglobinúria, bem como em distúrbios eletrolíticos. Mioglobinúria, hipovolemia e hipotensão aumentam o risco de lesão renal aguda Lesão renal aguda Lesão renal aguda (LRA) é a diminuição rápida da função renal ao longo de dias a semanas, causando acúmulo de produtos nitrogenados no sangue (azotemia) com ou sem redução na quantidade de débito... leia mais . As consequências da disfunção de órgãos nem sempre se correlacionam com a quantidade de tecido destruído (p. ex., fibrilação ventricular Fibrilação ventricular (FV) Fibrilação ventricular causa tremor descoordenado do ventrículo sem contrações úteis. Acarreta síncope imediata e morte em minutos. O tratamento é a reanimação cardiopulmonar, incluindo desfibrilação... leia mais

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pode ocorrer relativamente com pouca destruição tissular).

Sinais e sintomas dos lesões elétricas

As queimaduras Queimaduras Queimaduras são lesões da pele ou outros tecidos causadas por contato térmico, radioativo, químico ou elétrico. Classificam-se por profundidade (espessura parcial profunda e espessura total)... leia mais

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podem estar muito bem demarcadas na pele, mesmo quando a corrente penetra irregularmente nos tecidos profundos. Podem ocorrer contrações musculares involuntárias Distonias Distonias são contrações musculares involuntárias sustentadas de grupos musculares antagônicos na mesma parte do corpo, levando à postura sustentada anormal ou irregular, torção e espasmos intermitentes... leia mais graves, convulsões Transtornos convulsivos A crise epiléptica é uma descarga elétrica anormal que ocorre no interior da substância cinzenta cortical do cérebro e interrompe temporariamente a função cerebral normal. Em geral, uma crise... leia mais , fibrilação ventricular Visão geral das arritmias O coração normal bate de maneira regular e coordenada, pois impulsos elétricos gerados e transmitidos pelos miócitos com propriedades elétricas singulares deflagram uma sequência de contrações... leia mais
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ou parada respiratória Visão geral da parada respiratória Parada respiratória e parada cardíaca são distintas, mas inevitavelmente uma leva à outra se não tratadas. (Ver também Insuficiência respiratória, dispneia e hipóxia.) Interrupção das trocas... leia mais devido a dano do sistema nervoso central ou à paralisia muscular. Lesões dos nervos periféricos, médula espinal ou do cérebro podem resultar em várias deficiências neurológicas. Pode ocorrer parada cardíaca Parada cardíaca Parada cardíaca é a cessação da atividade mecânica do coração, que resulta na ausência de fluxo sanguíneo circulante. A parada cardíaca impede que o sangue flua para os órgãos vitais, privando-os... leia mais na ausência de queimaduras em acidentes em banheiras (quando pessoas molhadas [terra] entram em contato com um circuito de 110 V — p. ex., de um rádio ou secador de cabelos).

Crianças que mordem ou sugam fios de extensão podem queimar boca e lábios. Tais queimaduras podem causar deformidades cosméticas e prejudicar o crescimento de dentes, mandíbula e maxila. Hemorragia da artéria labial, que ocorre quando a escara se desprende, 5 a 10 dias após a lesão, é observada em mais de 10% dessas crianças.

Um choque elétrico pode causar poderosas contraturas musculares ou quedas (p. ex., de escada ou telhado), resultando em deslocamentos Visão geral dos delocamentos Deslocamento é a separação completa de 2 ossos que formam uma articulação. Subluxação é a separação parcial. Em geral, uma articulação deslocada permanece deslocada até a sua redução (realinhamento)... leia mais (choque elétrico é uma das poucas causas de deslocamento posterior do ombro Deslocamentos do ombro Nos deslocamentos do ombro (glenoumerais), a cabeça do úmero se separa da fossa glenoide; o deslocamento é quase sempre anterior. Os deslocamentos do ombro representam cerca de metade das principais... leia mais

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), fraturas Visão geral das fraturas Fratura é a ruptura de um osso. A maioria das fraturas resulta de aplicação de alguma força importante sobre o osso normal. Além de fraturas, lesões musculoesqueléticas incluem Deslocamentos... leia mais
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vertebrais Visão geral das fraturas Fratura é a ruptura de um osso. A maioria das fraturas resulta de aplicação de alguma força importante sobre o osso normal. Além de fraturas, lesões musculoesqueléticas incluem Deslocamentos... leia mais
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ou outras, danos a órgãos internos e outras lesões abruptas.

Sequelas neurológicas psicológicas e físicas sutis ou vagamente definidas podem se manifestar de 1 a 5 anos depois da lesão e resultar em morbidade significativa ( ).

Referência sobre sinais e sintomas

  • 1. Wesner ML, Hickie J: Long-term sequelae of electrical injury. Can Fam Physician 59(9):935-939, 2013.

Diagnóstico de lesões elétricas

  • Exame da cabeça aos pés

  • Às vezes, ecocardiograma, dosagem de enzimas cardíacas e análise de urina

A vítima, uma vez livre da corrente, é avaliada quanto a e . Se necessário, reanimação é feita. Após reanimação inicial, os pacientes são examinados da cabeça aos pés em busca de lesões traumáticas, particularmente se tiverem sofrido quedas ou tiverem sido arremessados.

Pacientes assintomáticas que não estejam grávidas, não tenham doença cardíaca conhecida e que tenham tido somente uma breve exposição à corrente de sua casa geralmente não têm danos significativos internos ou externos e, por isso, não precisam de exames ou monitoramento. Para outros pacientes, devem ser realizados eletrocardiograma (ECG), hemograma completo, dosagem das enzimas cardíacas e exame de urina (para identificar mioglobulina). Pacientes com a consciência prejudicada podem necessitar de tomografia computadorizada (TC) ou ressonância nuclear magnética (RM).

Tratamento das lesões elétricas

  • Cortar a corrente

  • Reanimação

  • Analgesia

  • Às vezes, monitoramento cardíaco por 6 a 12 h

  • Cuidados com ferimentos

Cuidado pré-hospitalar

A primeira prioridade é cessar o contato entre a vítima e a fonte elétrica cortando a corrente (p. ex., desligando o interruptor ou chave de circuito, desconectando o dispositivo de sua fonte elétrica). Linhas de força de alta e baixa voltagens não são sempre fáceis de distinguir, particularmente em locais externos. ALERTA: Para evitar choques, os socorristas não devem tentar soltar pessoas presas em linhas de transmissão de força (seja de alta ou baixa tensão) até a energia ser desligada.

Reanimação

Os pacientes são ressucitados enquanto avaliados. O , que pode ser resultado de trauma ou queimaduras maciças, deve ser tratado. As fórmulas padronizadas de reanimação volêmica em queimaduras, as quais são baseadas na extensão da queimadura da pele, subestimam a necessidade de líquidos nas queimaduras por eletricidade; portanto, tais fórmulas não são utilizadas. Alternativamente, líquidos são tratados para manter o fluxo urinário adequado (cerca de 100 mL/h em adultos e 1,5 mL/h em crianças). Para mioglobinúria, a manutenção do fluxo urinário adequado é particularmente importante, ao passo que a alcalinização da urina pode ajudar a diminuir o risco de insuficiência renal Lesão renal aguda Lesão renal aguda (LRA) é a diminuição rápida da função renal ao longo de dias a semanas, causando acúmulo de produtos nitrogenados no sangue (azotemia) com ou sem redução na quantidade de débito... leia mais . O desbridamento cirúrgico de grandes quantidades de tecido muscular pode auxiliar a diminuir a insuficiência renal por mioglobunúria.

A dor de queimadura por eletricidade é tratada com doses prudentes de opioides por via intravenosa (IV).

Outras medidas

Pacientes assintomáticos, que não estejam grávidas, que não tenham doença cardíaca ou que tenham tido somente uma leve exposição à corrente residencial geralmente não apesentam lesões internas ou externas agudas significativas que exigiriam internação e, por isso, podem ser liberados.

Monitoramento cardíaco por 6 a 12 h é indicado em pacientes com:

  • Arritmias Visão geral das arritmias O coração normal bate de maneira regular e coordenada, pois impulsos elétricos gerados e transmitidos pelos miócitos com propriedades elétricas singulares deflagram uma sequência de contrações... leia mais

    O que acontece com o nosso corpo quando levamos um choque elétrico?

  • Dor torácica Dor torácica A dor torácica é uma queixa bastante comum. Muitos pacientes têm ciência de que ela é um aviso de possíveis doenças que põem a vida em risco e buscam esclarecimento para sintomas leves. Outros... leia mais

  • Qualquer indício de dano cardíaco

  • Gestação [possivelmente ( ) e para avaliação fetal]

  • Conhecimento de doença cardíaca

É necessário e . A dor é tratada com anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) ou outros analgésicos.

Todos os pacientes com queimaduras elétricas significativas devem ser enviados a uma unidade especializada em queimados. Crianças com queimaduras dos lábios devem ser encaminhadas a um odontólogo pediátrico ou cirurgião de boca familiarizado com tais lesões.

Referência sobre o tratamento

  • 1. Caballero-Carvajal JA, Manrique-Hernández EF, Becerra-Ar C, et al: Secondary maternal-fetal consequences to electrical injury: A literature review. Taiwan J Obstet Gynecol 59(1):1-7, 2020. doi: 10.1016/j.tjog.2019.11.001

Prevenção das lesões elétricas

Aparelhos elétricos que tocam ou podem ser tocados pelo corpo devem ser propriamente isolados, ter fio-terra e ser incorporados a circuitos contendo equipamentos protetores com interruptores. Interruptores de circuito de fios-terra, os quais disparam quando pouco menos de 5 milliamperes (mA) da corrente perde-se no solo, são efetivos e prontamente disponíveis. Protetores de tomada reduzem o risco em residências com lactentes ou crianças pequenas.

Para evitar lesões por causa de oscilações na corrente (lesão por arco elétrico), postes e escadas não devem ser usados perto das linhas de alta voltagem.

Pontos-chave

  • Além das lesões por queimadura, a AC pode prender a mão do paciente à fonte da corrente e a DC pode lançar o paciente longe, causando ferimentos.

  • Embora a intensidade da queimadura cutânea não indique o grau de lesão interna, as lesões internas são mais graves se a pele tiver baixa resistência.

  • Examinar os pacientes detalhadamente, incluindo a busca de lesões traumáticas.

  • Considerar eletrocardiograma, hemograma, enzimas cardíacas, exame de urina e monitoramento dos sinais vitais, a menos que os pacientes estejam assintomáticos, não sejam gestantes, não tenham doença cardíaca conhecida e só tenham tido uma exposição breve à corrente residencial.

  • Encaminhar os pacientes com queimaduras elétricas significativas a uma unidade especializada em tratamento de queimados e, em caso de suspeita de lesão interna significativa, iniciar a reanimação volêmica.

    O que acontece com o corpo depois de um choque?

    Quando uma corrente elétrica passa pelo corpo humano, pode-se sentir os seguintes efeitos: pequeno formigamento, dores, espasmos musculares, contrações musculares, alteração nos batimentos cardíacos, parada respiratória, queimaduras e morte.

    Como são os efeitos de um choque elétrico no corpo humano?

    O choque elétrico pode ocasionar contrações violentas dos músculos, a fibrilação ventricular do coração, lesões térmicas e não térmicas podendo levar a óbito, como efeito indireto temos as quedas e batidas, etc.

    Quanto tempo o choque fica no corpo?

    A morte por asfixia ocorrerá se a intensidade da corrente elétrica for de valor acima de 30 mA e circular por um período de tempo relativamente pequeno (14 segundos, por exemplo). É necessário uma ação rápida para interromper a passagem da corrente elétrica pelo corpo.

    Qual e a sensação de ser eletrocutado?

    As correntes elétricas podem gerar desde pequenos formigamentos até a morte. A ação mais intensa no corpo é sobre nervos e músculos, gerando sensações de dor, comoção (choque) nos nervos motores e contrações musculares.