Por que a geração de energia elétrica fica prejudicada quando falta água em algumas reservatórios brasileiros?

A estiagem prolongada já deixou os principais reservatórios de geração elétrica do Rio de Janeiro e de São Paulo com volume útil abaixo de 40%. A falta de chuva prejudica, também, o abastecimento de água em algumas cidades.

Por que a geração de energia elétrica fica prejudicada quando falta água em algumas reservatórios brasileiros?
Por que a geração de energia elétrica fica prejudicada quando falta água em algumas reservatórios brasileiros?

Segundo os dados do Sistema de Acompanhamento de Reservatórios da Agência Nacional de Águas (ANA), na Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul, que abastece o Rio de Janeiro, o reservatório de Paraibuna está em 27,20% do volume útil, Jaguari com 29,32%, Santa Branca com 19,78%, e Funil com 38,83%. O primeiro pertence à Companhia Energética de São Paulo (Cesp), o segundo é de responsabilidade de Furnas e os últimos pertencem à Light, fornecedora do Rio de Janeiro.

Em 2015, parte do sistema foi desligado por falta de água para funcionar. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou na quinta-feira (26)) que será preciso garantir uma produção adicional de energia a partir de outubro, para atender à demanda que não poderá ser suprida pelas usinas hidrelétricas do país.

Os dados desse sábado (28) do Sistema Interligado Nacional (SIN) da ANA indicavam um volume de 44,35% nos reservatórios, valor abaixo do registrado no mesmo período dos últimos 4 anos. Há um ano, o volume estava em 58,27%.

Água

A Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) informou durante a última semana que a estiagem já prejudica o abastecimento de água em algumas regiões, como na Barragem Beija-Flor, que fornece água para a Granja Guarani, em Teresópolis, na região serrana, e opera com 30% da capacidade.

No distrito de Andrade Costa, em Vassouras, região centro-sul do estado, a produção de água tratada da Cedae opera com 60% da capacidade. O sistema Imunana-Laranjal, que serve São Gonçalo, Niterói, Itaboraí e parte de Maricá, todos na região metropolitana, está com capacidade reduzida para 88%.

No estado de São Paulo, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), informa que hoje (29) o manancial da Cantareira está com 37,4% do volume operacional, Alto Tietê com 44,6% e Guarapiranga com 49,2%. Na quantidade de chuva no mês de agosto, os dois últimos chegaram a 56% da média histórica e Cantareira está em 62% do esperado para o mês.

Já em Minas Gerais, o sistema Paraopebas está com o nível dos reservatórios em 76,6% e as chuvas durante o mês de agosto ficaram mais ou menos na média histórica, chegando ao dobro do volume esperado para o mês no sistema produtor de Rio Manso. Os dados são referentes à data de hoje, divulgados pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa).

Previsão de chuvas isoladas

No Rio de Janeiro, a previsão do tempo é de muitas nuvens com pancadas de chuva isoladas e temperatura em queda, com máxima de 25 graus Celsius (ºC) e mínima de 18ºC, e umidade relativa do ar entre 90% e 40%. Para amanhã, a temperatura pode chegar a 30ºC e há possibilidade de chuva isolada pela manhã.

Em São Paulo, também há previsão de muitas nuvens com pancadas de chuva isoladas hoje, quando a temperatura deve ficar entre 15ºC e 19ºC e a umidade relativa do ar entre 80% e 100%. Amanhã, há possibilidade de chuva isolada, com a temperatura caindo para mínima de 14ºC e a umidade podendo chegar a 60%.

Matéria alterada às 17h07 do dia 30/8 para correção de informação no segundo parágrafo.

A crise energética é representada pela insuficiência da geração de energia para abastecer a demanda de consumo da população. Aqui no Brasil, ela acontece devido à escassez de chuvas e à consequente redução dos níveis dos reservatórios das hidrelétricas.

Por que a geração de energia elétrica fica prejudicada quando falta água em algumas reservatórios brasileiros?

A energia elétrica é fundamental para o desenvolvimento da sociedade. Ela fornece luz, ajuda no armazenamento de alimentos, permite o funcionamento de eletrônicos e eletrodomésticos e aumenta a qualidade de vida das pessoas, por meio da utilização de aparelhos de ar-condicionado, por exemplo.

Porém, com a crise hídrica no Brasil, grande parte da energia que abastece as casas, empresas e indústrias vem, atualmente, de termelétricas, fonte não renovável e mais cara de se produzir, além de grande emissora de gases de efeito estufa.

Dessa forma, o uso de fontes não renováveis ainda contribui para as mudanças climáticas que, por sua vez, afetam a renovação de alguns recursos utilizados na geração elétrica, como a água, o que faz surgir novas crises energéticas e torna o problema difícil de ser solucionado.

Crise energética: o que é, motivos e quais são as consequências? 

As crises energéticas são períodos em que o abastecimento de energia de um país é comprometido devido à queda de produção das principais fontes de sua matriz elétrica, que pode estar relacionada a diversos fatores, como políticos (decisões governamentais) ou ambientais, como é o caso da redução das chuvas aqui no Brasil.

Como resultado, acabam-se utilizando fontes de energia alternativas mais poluentes, como as termelétricas, por exemplo. Também há o aumento da inflação e do custo de energia elétrica para os consumidores – sem contar o risco de apagão.

A crise energética decorre de razões diferentes a depender da matriz elétrica utilizada. Enquanto na China a crise energética ocorre por causa da alta demanda energética e insuficiência de oferta de carvão, na Europa a crise acontece por causa do aumento da demanda de gás natural, matriz energética utilizada por lá.

A principal fonte de energia na matriz elétrica brasileira é a força das águas utilizada nas hidrelétricas, correspondendo ao suprimento de 65% da demanda de energia do país. Por conta da crise hídrica, não há água o bastante para gerar energia elétrica suficiente para abastecer a demanda do país, provocando a crise energética.

Por que a geração de energia elétrica fica prejudicada quando falta água em algumas reservatórios brasileiros?

O que é a crise hídrica?

A crise hídrica pela qual estamos passando nada mais é do que uma escassez de chuvas, o que afeta diversos setores do país. Com a redução das chuvas, a agricultura fica comprometida, os consumidores residenciais correm o risco de ficar sem água, e a geração de energia, que é muito dependente das hidrelétricas, também fica prejudicada.

Por que a geração de energia elétrica fica prejudicada quando falta água em algumas reservatórios brasileiros?

Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), em atualização realizada no dia 1º de dezembro de 2021, os níveis das hidrelétricas do Sudeste e Centro-Oeste chegaram a um volume útil de apenas 21,51% no reservatório de Furnas; 18,20% em M. Moraes; 15,26% em Marimbondo; e 12,25% em A. Vermelha.

Esses reservatórios correspondem a 70% da energia elétrica produzida por hidrelétricas no país.

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Quais são os impactos da crise hídrica no Brasil?

Perigo de racionamento

Uma bonificação para os pequenos consumidores que reduzirem seu consumo voluntariamente está em vigor até o final de dezembro e pode ajudar a conter a crise energética no país.

Porém, no setor público, o racionamento está sendo obrigatório com o decreto de racionamento compulsório no serviço público, que reduz cerca de 10% do consumo da administração até abril de 2022.

Esses racionamentos indicam que, caso os níveis das hidrelétricas não voltem a subir, a chance de haver um racionamento de energia elétrica oriunda das concessionárias é muito alta.

Aumento do custo da energia para os consumidores

No ano de 2021, o reajuste acumulado chegou a mais de 7% no preço da conta de luz. Segundo o Estadão, em documento interno da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o aumento previsto para 2022 é de 21,04%.

Os aumentos do ano de 2021 foram muito sentidos pelos consumidores, que tiveram que arcar com tarifas bastante elevadas, especialmente por conta da Bandeira de Escassez Hídrica. Essa bandeira foi criada em agosto e eleva o valor dos 100 kWh para R$ 14,20, além de ser 50% mais cara do que a Bandeira Vermelha de patamar 2, a mais alta até então.

Outro ponto importante que causa um impacto ruim durante a crise de energia no Brasil é a busca por alternativas poluentes, caras e com matrizes energéticas não renováveis para resolver o problema. 

As termelétricas estão sendo acionadas com mais frequência devido à escassez de água, o que acaba ajudando a suprir a demanda momentaneamente, mas gera um prejuízo para o meio ambiente, além de ter um alto custo de geração.

Afeta a produção das indústrias e grandes empresas que consomem muita energia

O governo já criou o programa de Redução Voluntária da Demanda, o qual compensa as indústrias pela redução do uso de energia. Essa medida visa reduzir o consumo dos grandes consumidores para dar vazão à demanda no comércio e nas residências.

Infelizmente isso não é o suficiente para que outras indústrias e grandes empresas possam ter a sua demanda de energia suprida. Isso pode acarretar um encolhimento da economia em 2022. 

No ano de 2001, por exemplo, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu apenas 1,4%, desempenho aquém do esperado e fortemente afetado pela crise hídrica iniciada em julho do mesmo ano.

Aumento do preço puxa a inflação

O aumento da inflação também é causado pela crise energética. Em razão da alta dos preços nas tarifas de energia, as indústrias e demais segmentos do mercado acabam encarecendo seus produtos para que a lucratividade não seja afetada. 

O aumento do preço da energia se estende por toda a cadeia produtiva, o que faz com que o preço de produtos relacionados a bens e consumo seja maior, elevando a inflação no país.

Crise energética no Brasil em 2001: histórico da crise de energia no Brasil

Em 2001, o Brasil enfrentou a maior crise energética devido à escassez das chuvas e ao baixo índice de água nos reservatórios das usinas hidrelétricas, responsáveis por 90% da demanda nacional. 

Dessa forma, o país implementou a intensificação das usinas termelétricas, a partir de óleo e gás, a fim de aumentar o nível de água nos reservatórios, mesmo com a falta de chuva.

O Brasil se encontrava despreparado em meio às soluções para a crise por conta da falta de planejamento de distribuição de energia em casos adversos como esse, visto que a estruturação dos distribuidores era antiquada. 

Além disso, o crescimento da demanda energética no país devido à construção dos próprios reservatórios e o alto custo de importação das matérias-primas se tornaram fatores negativos durante a crise.

Na época, o país dependia das hidrelétricas para fornecer 85% da energia. Até o ano passado, esse percentual caiu para 65%, porém especialistas afirmam que a dependência ainda é muito alta.

Outra crise energética que assolou o país foi a de 2015. Ela atingiu as regiões do Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país e também foi causada pela escassez de chuvas e despreparo estatal para lidar com esse tipo de situação.

Em 2020, o país também se viu diante de uma crise energética no estado do Amapá, a qual foi causada por um incêndio em equipamentos da subestação que atende à demanda no estado. 

Essa crise ocorreu em novembro de 2020 e fez com que 13 municípios do estado ficassem sem energia por mais de 20 dias. Cerca de 90% da população do Amapá ficou sem energia nesse período.

Desde 2015, os baixos abastecimentos dos reservatórios das hidrelétricas vêm afetando os consumidores por meio das bandeiras tarifárias. Nesse ano, a Aneel criou o sistema de bandeiras na conta de luz, de modo que os consumidores pagam o valor normal do consumo de energia e mais o valor adicional da bandeira.

A Bandeira Amarela, que indica que as condições de geração não estão boas, tem um valor adicionado de R$ 1,874 a cada 100 kWh consumidos pelo consumidor. 

Depois dela, a Bandeira Vermelha, que é divida em dois tipos, indica que as condições de geração de energia estão ruins. A Bandeira Vermelha de patamar 1 custa mais R$ 3,971 a cada 100 kWh; e a de patamar 2 custa R$ 9,492 a cada 100 kWh.

Por fim, a Bandeira de Escassez Hídrica, já mencionada neste texto, a qual foi criada para conter a crise, aumenta o valor da fatura em R$ 14,20 para cada 100 kWh consumidos. Essa bandeira está em vigor e deve se manter até abril de 2022.

Crise energética no Brasil em 2021

A crise energética no Brasil que acontece neste momento é consequência da baixa quantidade de chuvas entre o período de 2020 e 2021. Com isso, os reservatórios das hidrelétricas, que correspondem a mais de 60% da energia elétrica consumida no país, ficaram em níveis muito baixos.

A seca fez com que os reservatórios do Centro-Oeste e Sudoeste ficassem com menos de 20% da capacidade em setembro deste ano, resultando na crise de energia e prejudicando os consumidores com os aumentos sucessivos na conta de luz e riscos de racionamentos.

Neste momento a crise continua, mas os riscos de apagões, por enquanto, foram eliminados. A precipitação das chuvas de outubro e novembro, combinada com as temperaturas mais amenas no país, fez com que o consumo de energia elétrica não fosse tão alto, reduzindo, assim, o risco de colapso do sistema.

Crise energética mundial

Na Europa, a crise energética também já está instaurada. Por lá, a principal matriz energética é o gás natural, que produz a energia elétrica e também ajuda no aquecimento das casas. Para ter uma ideia, devido ao aumento na demanda, o gás está com um preço 5 vezes maior do que custava há 1 ano.

Crise energética na China

Na China, o carvão é o material utilizado para gerar energia; e, mesmo com uma legislação voltada para a redução dessa fonte, o setor industrial do país ainda é muito dependente dela.

Com a retomada das indústrias e aumento da demanda por energia, a produção de energia elétrica a partir do carvão foi muito aumentada. Isso acarretou uma maior busca pelo carvão e culminou em uma grande crise energética no país.

Existem territórios, neste momento, que passam por um forte racionamento de energia. Em algumas regiões do país, estão ocorrendo cortes programados e até mesmo apagões em fábricas, empresas e nas residências dos chineses.

Quais as soluções para a crise energética?

Soluções mais eficazes para conter a crise energética de uma vez por todas são a diversificação das matrizes elétricas e o uso de fontes de energia alternativas que sejam renováveis e seguras.

A diversificação das matrizes pode ser feita com energia solar, biomassa e energia eólica. A energia produzida pelas termelétricas já está sendo utilizada para aliviar a crise, mas acaba não sendo uma boa opção, já que a sua geração é mais cara e poluente.

A energia solar é totalmente renovável e segura. A sua matéria-prima é a luz do sol, fonte inesgotável de energia. Os equipamentos utilizados demandam um investimento razoável, mas possuem uma vida útil de mais de 25 anos, o que favorece a sua utilização em longo prazo.

Já a biomassa é gerada a partir da queima de matérias-primas de ordem orgânica, como cascas de arroz, bagaço da cana-de açúcar, papel e papelão usados, lodo gerado pelo esgoto e outras fontes. Ela também é uma energia renovável e possui um custo de geração acessível, porém o custo dos equipamentos é alto e há uma dificuldade para armazenar e transportar essa energia.

Por fim, podemos citar a energia eólica. Ela é produzida por meio dos parques eólicos e tem como matéria-prima o vento. Essa energia é inesgotável e não emite gases poluentes, porém, muitas vezes, há dificuldade de ser gerada com a demanda necessária e tem um forte impacto visual e sonoro para os moradores do entorno dos parques.

Consumo de energia: tendências, problemas e soluções

O consumo de energia elétrica sobe a cada ano no mundo. Esse fenômeno é irreversível em uma sociedade como a nossa, cada vez mais digitalizada. Podemos ver diversos usos de energia sendo criados a todo momento, como os carros elétricos, que estão em ascensão e em pouco tempo vão demandar muita energia para funcionar.

Com isso, é necessário encontrar novas formas de atender a esse consumo crescente com fontes de energias e tecnologias que não impactem mais o meio ambiente. O uso das hidrelétricas e termelétricas deve ser reduzido, afinal os recursos são esgotáveis, e elas não são renováveis.

A descentralização da produção de energia mostra-se, dessa forma, uma das maiores tendências para os próximos anos. Aqui, é possível citar a energia solar, que vem cada vez mais ganhando espaço no mercado e no setor público. 

Energia solar: a saída da crise do setor energético

Por ser uma energia renovável, com fonte inesgotável e que não causa impactos negativos ao meio ambiente, a energia solar mostra-se a melhor opção para o futuro. E, em meio à crise hídrica, quem quiser e puder investir em energias renováveis, como essa, deve saber que este é o momento ideal!

Embora ainda pequeno, o número de unidades consumidoras de energia solar tende a crescer. Os preços de geração baixos, a alta durabilidade dos sistemas e a facilidade de se obter um financiamento já chamam a atenção dos consumidores.

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Saiba mais: Principais fontes de energia | O que é energia geotérmic

Por que a geração de energia elétrica fica prejudicada quando falta água em alguns reservatórios brasileiros?

No Brasil, as usinas hidrelétricas são responsáveis por mais de dois terços da energia gerada no país. Assim, a falta de chuvas e a escassez de água afetam o fornecimento de luz, gerando apagões, racionamento entre outras medidas.

Como a falta de água afeta a produção de energia elétrica?

Isso quer dizer que em períodos de chuva, quando há aumento significativo do volume de água, a produção de energia nas hidrelétricas aumenta. O contrário também acontece, em períodos de estiagem, com pouca frequência de chuvas, há uma redução na produção de energia elétrica.

Quais as consequências da falta de água no Brasil?

Consequências da crise hídrica 62% da energia do Brasil é gerada em usinas hidrelétricas. Assim, a falta de água também compromete o fornecimento de energia elétrica; Diminuição da oferta de água para a população; Impactos na economia.

Como a seca afeta a geração de energia no país?

A estiagem prolongada já deixou os principais reservatórios de geração elétrica do Rio de Janeiro e de São Paulo com volume útil abaixo de 40%. A falta de chuva prejudica, também, o abastecimento de água em algumas cidades.