Qual é a influência da Cordilheira dos Andes no clima da América do Sul?

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Cordilheira dos Andes é a mais extensa cordilheira continental do globo terrestre. Trata-se de uma conjunto contínuo de montanhas que margeiam quase a totalidade da costa ocidental da América do Sul. Sua extensão cobre mais de 7000 km, sendo que a largura da cadeia varia de 200 a 700 km, além de alcançar um altitude que em média atinge cerca de 4000 m.

Qual é a influência da Cordilheira dos Andes no clima da América do Sul?

A Cordilheira dos Andes estende-se de norte ao sul da América do Sul.

Com esta notável extensão, os Andes obviamente ocupam o território de diversos países, sete ao todo: Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Chile e Argentina. Seu ponto mais alto é o pico do Aconcágua, situado em território argentino, que atinge 6962 m de altitude.

Toda a cadeia andina apresenta rigorosas condições climáticas, tanto para o homem como os animais que fazem da área seu lar. Seus habitantes precisaram vencer obstáculos os mais diversos para estabelecer uma condição sustentável de vida nos Andes, sendo o principal dos desafios a escassez de oxigênio. Os nativos quechuas (modernos descendentes dos originais habitantes da região, os Incas) possuem o coração de maior tamanho que outro ser humano de outra área qualquer, permitindo-lhes assim oxigenar plenamente seu organismo e manter uma circulação sanguínea que permite a sua sobrevivência sob condições inóspitas.

Qual é a influência da Cordilheira dos Andes no clima da América do Sul?

Cordilheira dos Andes. Foto: Richie Ji / Shutterstock.com

As plantas e os animais andinos, por sua vez, desenvolveram seus próprios recursos de adaptação, também muito eficientes. Um bom exemplo a ser mencionado é o do "ichu", um capim que se encontra em quase toda a cordilheira, sendo típico da vegetação andina, além de contar com fortes raízes que permitem a absorção de pouca quantidade de água do solo, além de possuir a característica de se fixar fortemente a este para resistir à força dos ventos.

A fauna típica encontrada nos Andes consiste principalmente da lhama, da alpaca, do guanaco e da vicunha, mamíferos pertencentes à família do camelo. Os dois primeiros já eram empregados amplamente pelos nativos andinos, atuando como animais de carga e suprimento de carne e lã, remontando tal prática a épocas bem distantes na cronologia do Império Inca. Estes animais são de uma grande resistência física, sendo que no Peru e na Bolívia as lhamas do altiplano vivem em altitudes superiores a 4.000 metros. Encontram-se hoje grandes rebanhos de lhamas e alpacas, que são facilmente domesticáveis. No caso da vicunha, porém, esta sofre pela ameaça uma possível extinção: é um animal arisco que vem sendo perseguido pelos caçadores devido a qualidade de sua lã, uma das mais apreciadas em todo mundo.

No passado, os Andes foram o lar de civilizações bastante avançadas, como por exemplo as civilizações Chavin e Chimu, que em determinados aspectos excediam o nível de conhecimento dos colonizadores europeus recém chegados ao continente americano. Tais culturas antigas construíram misteriosas cidades, como Tiwanaku, que impressionam o visitante com a majestade de seus templos, palácios e pirâmides.

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/geologia/cordilheira-dos-andes/

Em 30/08/18 11:38. Atualizada em 30/08/18 11:59.

Kharen Stecca

Como a vida se distribui na Terra? Porque há tantas espécies na Amazônia? Perguntas como essas têm sido respondidas com base apenas na observação da natureza. As hipóteses costumam levar em conta apenas um fator específico como clima, ou água, e deixam outras explicações de lado, gerando lacunas e contradições nesse entendimento. Um grupo de pesquisadores liderados pelo professor Thiago Rangel, do Instituto de Ciências Biológicas da UFG, criou um sistema simulador da biodiversidade na América do Sul dentro da realidade virtual. A pesquisa publicada na revista Science, em julho, apresentou um modelo computacional que permitiu unir diversas explicações e hipóteses para a biodiversidade na América do Sul com dados climatológicos dos últimos 800 mil anos. Foram cobertos 8 ciclos de glaciação.

No modelo, desenhado com base em dados climatológicos desse período de quase um milhão de anos, fornecidos por pesquisadores britânicos, foi simulada a biodiversidade de biomas como o do Atacama, o da Amazônia e o da Mata Atlântica. "Assim, observamos como as linhagens de espécies têm evoluído diante das mudanças climáticas. Fomos ajustando de forma que melhor correspondesse ao mundo real", explica Thiago Rangel.

Qual é a influência da Cordilheira dos Andes no clima da América do Sul?

Na imagem percebe-se que a biodiversidade simulada é muito próxima do mapa real de espécies de aves

A conclusão a que os pesquisadores chegaram é que o fato dos Andes estarem bem ao lado da Amazônia, gerando uma combinação única na Terra de uma cordilheira longa e fina que passa por climas quentes e frios no eixo norte-sul exatamente ao lado de uma floresta tropical úmida, permitiu que, durante ciclos de oscilação climática, como a era do gelo, espécies pudessem se refugiar nos Andes durante o aquecimento e na Amazônia durante o resfriamento.

A escolha da América do Sul não foi por acaso, "É um continente de muitos contrastes na biodiversidade, pois temos o Atacama (com biodiversidade mínima) muito próximo da Amazônia (com biodiversidade incomparável). Então, nada melhor do que testar as explicações para surgimento da biodiversidade no continente mais desafiador do ponto de vista científico", afirma o professor. E completa: "Para nossa surpresa, nosso modelo não apenas indica com grande precisão a biodiversidade na América do Sul, mas também informa os locais onde historicamente a maior parte das espécies surgiu, extinguiu ou sobreviveu".

Berçários, museus e cemitérios
O modelo indica onde as espécies surgem, persistem ou são extintas, o que o professor Thiago chama de berçários, museus e cemitérios das espécies. Os Andes promovem o surgimento e a manutenção de espécies, pois quando está frio, as espécies ficam na parte baixa e quando está quente elas sobem, permitindo que continuem se desenvolvendo. No entanto, em momentos de mudanças climáticas, os Andes também são responsáveis pela extinção de espécies, dividindo populações.

Outra descoberta do modelo é que as variações climáticas permitem de tempos em tempos que as espécies andinas se relacionem com as da Mata Atlântica e se isolem em outros momentos, fazendo que surjam espécies diferentes que, no entanto, são parecidas.

O modelo também permite retirar elementos reais para ver como seria a biodiversidade caso o elemento não existisse. Por isso, os cientistas retiraram os Andes, terraplanando o território para ver como seria o resultado padrão da biodiversidade. "O resultado é que a biodiversidade iria desaparecer dessa região caso os Andes não existissem", afirma Thiago, o que confirma a importância da cadeia de montanhas como berçário da biodiversidade. O professor também afirma que as atuais mudanças climáticas já estão alterando a biodiversidade na Terra, de uma forma sem precedentes na história, e o modelo percebe isso.

Novos rumos da pesquisa
O professor explica que o modelo ainda pode ser melhorado em pesquisas posteriores. "Não consideramos, por exemplo, o papel dos rios amazônicos que são verdadeiros mares e podem separar populações de uma mesma espécie, fazendo surgir outras", explica. Também informa que a intenção é utilizar faixas de tempo cada vez maiores do que os 800 mil anos utilizados nesse modelo. "Parece muito tempo, mas não é nada para o planeta. Quanto maior for essa faixa de tempo, mais nos aproximaremos de resultados reais", explica.

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Formado pela UFG, Thiago Rangel é o primeiro a publicar artigo na revista Science pela instituição (Arquivo Pessoal)

Conquista
O professor Thiago Rangel é o primeiro a publicar um artigo de pesquisa na revista Science pela UFG. Graduado na universidade e atualmente professor do ICB, está também vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução da UFG, um programa de excelência com nota 6 da Capes. Para o professor, o fato de ter sido formado inicialmente na UFG é motivo ainda maior de orgulho para a universidade que vem crescendo em sua pesquisa.

A pesquisa financiada com recursos da Capes, pelo Programa Ciência sem Fronteiras, foi feita por um grupo internacional, com quatro pesquisadores vinculados ao PPG em Ecologia e Evolução da UFG, dois britânicos, um americano, um holandês e um dinamarquês, reunindo informações de diversas sub-áreas da biodiversidade.

Qual é a influência da Cordilheira dos Andes no clima da América do Sul?

Qual a influência climática da Cordilheira dos Andes para a América do Sul?

Clima da Cordilheira dos Andes O clima dos Andes é tipicamente frio de montanha. As altas altitudes registradas nessa formação montanhosa geram condições climáticas adversas, marcadas por um tipo climático bastante frio ao longo de todo o ano, com forte influência das correntes de ar e da umidade atmosférica.

Qual a influência da Cordilheira dos Andes?

A cordilheira dos Andes influencia a circulação atmosférica num grande espectro de escalas, desde a geração de ondas de montanha (Seluchi et al. 2003b) até o posicionamento das ondas planetárias (Styamurty et al. 1980).

Qual a importância da Cordilheira dos Andes para o clima?

O clima predominante é o frio de montanha. A Cordilheira dos Andes é importante tanto para as dinâmicas geomorfológicas e climáticas da região quanto para a economia e o turismo nos países da América Andina.

Qual a importância da Cordilheira dos Andes para o clima da América Latina?

Os Andes promovem o surgimento e a manutenção de espécies, pois quando está frio, as espécies ficam na parte baixa e quando está quente elas sobem, permitindo que continuem se desenvolvendo. No entanto, em momentos de mudanças climáticas, os Andes também são responsáveis pela extinção de espécies, dividindo populações.