Quem tem retardo mental leve pode trabalhar?

A inclusão da pessoa com deficiência intelectual no mercado de trabalho ainda é evitada em muitas empresas devido à falta de informação, que gera muitos estigmas e preconceitos.

Por isso, preparamos este texto para esclarecer todas as dúvidas sobre o assunto. Confira. 

Desde 1991, a Lei de cotas para PcD garante a inclusão da pessoa com deficiência intelectual no mercado de trabalho, mas para as empresas até hoje é um desafio realizar essas contratações.

Recrutadores preferem contratar profissionais com deficiências que exijam menos esforço, adaptação e preparo por parte da empresa, não enxergando pessoas com deficiência intelectual como produtivas, e perdendo com isso uma grande oportunidade de construir um ambiente de trabalho com maior diversidade.

Neste artigo, vamos abordar a deficiência intelectual, desmistificando preconceitos e trazendo informações para empresas que visam contratar esse público. Nosso texto está dividido por tópicos:

  1. O que é deficiência intelectual?
  2. Como incluí-la
  3. Mitos
  4. A pessoa com deficiência intelectual tem direito a aposentadoria?

Boa leitura!

O que é deficiência intelectual?

Também conhecida como transtorno do desenvolvimento intelectual, a deficiência intelectual é um distúrbio do neurodesenvolvimento, caracterizado por uma inteligência abaixo da média, que se traduz em limitações relacionadas a:

  • Habilidades sociais, como fazer amizades e manifestar empatia;
  • Habilidades ligadas ao raciocínio lógico (matemática, memória, leitura e linguagem);
  • Habilidades de comunicação; 
  • E habilidades em lidar com situações cotidianas, como cuidados pessoais, comportamento e gestão das atividades escolares.

Geralmente, o diagnóstico de deficiência intelectual é realizado quando a criança chega à idade de frequentar a escola. Seus principais sintomas são:

  • Aprendizado mais lento e demora em realizar atividades rotineiras, como comer;
  • Anomalias percebidas logo depois do parto, como deformidades nos membros;
  • Desenvolvimento motor lento;
  • Doenças como distúrbios alimentares;
  • Convulsões;
  • Dificuldade na fala.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a deficiência intelectual pode ser classificada em quatro níveis, conforme o quociente de inteligência (Qi) da pessoa. São eles:

  • Qi entre 50-69: deficiência mental leve;
  • Qi entre 35-49: deficiência mental moderada;
  • Qi entre 20-40: deficiência mental grave; e
  • Qi abaixo de 20: deficiência mental profunda.

Alguns tipos de deficiência intelectual são:

  • Síndrome de Down;
  • Síndrome do Cri du chat;
  • Síndrome de Prader-Willi;
  • Síndrome de Williams;
  • Síndrome do X-Frágil; e
  • Síndrome de Angelman.

Como incluir uma pessoa com deficiência intelectual no mercado de trabalho?

Para incluir a pessoa com deficiência no mercado de trabalho e garantir sua adaptação à vaga, é necessário seguir alguns critérios. Confira:

  • A pessoa com deficiência intelectual deve passar por acompanhamento psicossocial, médico e escolar a fim de aproveitar suas capacidades ao máximo;
  • Sua autonomia deve ser incentivada em todos os ambientes que frequenta, como em casa e no trabalho;
  • É recomendado avaliar suas competências e preferências com o intuito de buscar uma vaga compatível com o seu perfil;
  • É de extrema importância contar com o apoio da família durante o processo de adaptação ao trabalho;
  • A organização contratante e a família devem acompanhar os aprendizados da pessoa com deficiência, certificando-se que ela está em constante evolução. 
  • O ideal é que essa vaga ofereça oportunidades de crescimento, além de contribuir com a renda da pessoa com deficiência intelectual.

Neste tópico, mostramos algumas iniciativas importantes na hora de incluir a pessoa com deficiência intelectual no mercado de trabalho. A seguir, vamos desconstruir alguns mitos sobre a deficiência intelectual. Continue acompanhando o nosso artigo.

Mitos sobre deficiência intelectual

A ignorância das empresas e lideranças é o que mais dificulta a inserção da pessoa com deficiência intelectual no mercado de trabalho. Isso porque existe uma associação direta entre deficiência intelectual e doença mental, por mais que sejam condições diferentes

Vale dizer que alguns casos de transtornos mentais vêm sendo incorporados, para cumprimento da cota de PCDs, numa nova categoria denominada deficiência psicossocial. Porém, apenas casos graves e incuráveis se enquadram. Entre eles, os mais comuns são os quadros psicóticos, como a esquizofrenia.

Por conta dessa confusão entre deficiência intelectual e transtorno mental, muitos pensam que a convivência com essas pessoas seja perigosa, em decorrência de manifestações violentas que eventualmente possam acontecer. Também é comum que a pessoa com deficiência seja vista como alguém que não sabe o que está fazendo.

Esses preconceitos colaboram para a criação de vários estigmas que tornam a presença da pessoa com deficiência intelectual no mercado de trabalho um tabu.

Entre os mitos criados em torno das pessoas com deficiência, podemos destacar:

“São agressivos”

A agressividade não está diretamente associada à deficiência intelectual. E mesmo em alguns casos de transtorno mental, tais sintomas podem ser controlados com o uso de medicamentos.

“São carinhosos”

Muitos acreditam nisso porque associam os traços físicos característicos da Síndrome de Down (deficiência intelectual mais popularmente conhecida) aos comportamentos infantis, quando na realidade são apenas pessoas que podem ou não ter essa característica.

“São dependentes”

As capacidades de cada pessoa com deficiência possuem níveis variados, dependendo do seu estágio de desenvolvimento intelectual. Assim, é preciso reconhecer o que aquela pessoa pode fazer sozinha, recebendo ajuda somente se for realmente necessário.

“São difíceis”

Muitas pessoas com deficiência intelectual apresentam problemas de comunicação e interação, ou menor capacidade para relacionar o sistema de fala com a representação escrita. Mas para cada característica identificada, há formas de compensar a limitação.

“São inteligentes”

Muitos esperam menos da pessoa com deficiência intelectual e quando constatam nela capacidades e produtividade, surpreendem-se. Na verdade, superestimar a inteligência da pessoa é tão discriminatório quanto subestimar.

“São frágeis”

A tendência a uma superproteção pode impedir a pessoa com deficiência intelectual de desempenhar suas funções ou interagir com os colegas, acabando com sua possibilidade de alcançar níveis de independência e autonomia.

Para incluir a pessoa com deficiência intelectual no mercado de trabalho, permitindo que ela alcance o melhor desempenho profissional possível, é preciso um trabalho interno na organização para que seja capaz de recebê-la, compreendê-la e engajá-la em suas atribuições. 

Também é fundamental que a empresa prepare os demais funcionários, instruindo-os quanto às limitações e capacidades do profissional com o qual vão conviver. 

Por fim, a presença de um consultor técnico de emprego apoiado que possa, juntamente com a empresa, vivenciar a situação e identificar os meios de inserção da pessoa com deficiência intelectual no mercado de trabalho, pode favorecer uma cultura inclusiva, refletindo em melhores resultados nos processos da empresa.

A pessoa com deficiência  intelectual tem direito a aposentadoria?

Independentemente da pessoa com deficiência intelectual se aposentar por idade ou tempo de contribuição, esse processo requer uma perícia médica.

No primeiro caso, é necessário que os homens tenham no mínimo 60 anos e as mulheres, 55. E mais: para conseguir se aposentar, é necessário contribuir com o INSS por 15 anos e comprovar a deficiência nesse mesmo tempo.

Já na aposentadoria por contribuição, o período que a pessoa deve contribuir depende do seu nível de deficiência. Confira:

  • Deficiência leve: 28 anos de contribuição para mulheres e 33, para homens;
  • Deficiência moderada: 24 anos de contribuição para mulheres e 29, para homens; e
  • Deficiência grave: 20 anos para mulheres e 25 anos para homens.

Ainda, dependendo do nível de comprometimento apresentado pela pessoa com deficiência intelectual, pode sim, ser garantido o direito à aposentadoria ou ao BPC (Benefício de Prestação Continuada), porém a avaliação deve ser feita por uma pessoa profissional da medicina.

A diversidade e inclusão são pautas importantes dentro de sua organização? Quer saber mais sobre como incluir pessoas com deficiência intelectual no mercado de trabalho? Entre em contato com a Santo Caos.

Quem tem retardo mental leve pode se aposentar?

Sim! Quem tem deficiência intelectual ou mental pode ter aposentadoria do deficiente. Isso porque, quando possui impedimento de longo prazo, de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, e isso faz com que ela tenha algumas barreiras na vida em sociedade, é considerada pessoa com deficiência.

O que causa retardo mental leve?

Principais causas Na maioria dos casos, a causa do retardo mental é desconhecida, mas várias condições durante a gravidez podem causar ou contribuir para o desenvolvimento do retardo mental na criança, como o uso de certas drogas, o consumo excessivo de álcool, a radioterapia e a má nutrição.

Como trabalhar retardo mental leve?

Seguem algumas sugestões de atividades para alunos com deficiência intelectual e o restante da turma:.
Vôlei sentado. ... .
Jogo de passes. ... .
Montar o robô com formas geométricas. ... .
Escrever o próprio nome com pregadores. ... .
Passe o cordão pelos canudos de macarrão. ... .
Canção nos palitos de picolé ... .
Memorização de letra e imagem..

Quem tem o CID F70 tem direito a aposentadoria?

Clique aqui para solicitar atendimento , caso deseje minha ajuda para conseguir seu direito ao benefício . Em 25/02/2022, o Juiz Federal da 27ª Vara Federal no Ceará julgou PROCEDENTE amparo assistencial para portador de deficiência com retardo mental CID 10 F70.