Video de sexo com animais

Video de sexo com animais

A maior plataforma de compartilhamento de vídeos do mundo, o YouTube, que pertence ao conglomerado Google e Alphabet Inc., se tornou um espaço amigável e receptivo para aqueles que desrespeitam as leis ambientais brasileiras. É cada vez mais comum a publicação de vídeos mostrando a caça de animais silvestres e, até mesmo, incentivando a prática. Muitos desses vídeos alcançam milhões de visualizações e exibem cenas de extrema crueldade contra a fauna nativa. Em muitos casos, os caçadores sequer têm a preocupação de esconder o rosto para evitar uma possível punição.

Entre os vídeos de caça exibidos pelo YouTube é possível encontrar facilmente aqueles que ensinam a fabricar armadilhas, técnicas de tiro e construção de “esperas” , que são plataformas utilizadas pelos caçadores para surpreender os animais. Em suas Diretrizes para a Comunidade, que são as regras de comportamento estabelecidas pelo próprio YouTube, encontra-se a Política sobre conteúdo violento ou explícito, que diz:

“No YouTube, não é permitido exibir conteúdo violento ou explícito com o objetivo de chocar ou causar repulsa nos espectadores, nem material que incentive as pessoas a cometer atos violentos. O que esta política significa para você: não poste conteúdo no YouTube se ele se encaixa em uma das descrições abaixo: conteúdo em que uma pessoa maliciosamente machuca um animal fora de um contexto geralmente aceito, como caça ou preparação de alimentos”. Ao afirmar que a caça é um contexto aceito, a plataforma contribui para aumentar o risco de extinção de diversas espécies ameaçadas, já que o Youtube sequer faz distinção entre a caça ilegal e a caça legalmente permitida.

Caso fosse de seu interesse, a plataforma poderia facilmente restringir ou proibir os vídeos de caça. Em seu Relatório de Transparência, o YouTube informa que de janeiro a março desse ano excluiu cerca de 4,5 milhões de canais, totalizando 99 milhões de vídeos. Ainda de acordo com esse mesmo relatório, 90,5% dessas exclusões foram relacionadas a vídeos que continham spam, fraudes e material adulto e somente 0,1% diziam respeito às regras de violência explícita, onde deveria se encaixar os vídeos de caçadas.

A maioria das exclusões é realizada pelo sistema de “Detecção automatizada” da plataforma, onde são utilizados, principalmente, recursos de inteligência artificial. Esse recurso permitiria facilmente identificar conteúdos de caça, uma vez que os canais criados para divulgar a caça ilegal de animais silvestres comumente usam as palavras “caça”, “caçador” e “caçada” em seus nomes ou nos títulos dos vídeos.

“Se está vivo, eu atiro”

A diversidade de espécies silvestres que são alvo dos caçadores parece não ter fim. Em um vídeo um caçador diz, em tom de deboche, que quando vai para o mato é para matar o que passar na frente do cano da arma. “Se mexeu, tá vivo, eu atiro”, afirma um deles. Cutia, capivara, veado, anta, macaco, cateto, lagarto e até mesmo pequenas aves são os alvos preferenciais de quem tem a caça como uma mera atividade de lazer. Para os caçadores não importa o sexo do animal, o tamanho, a idade e muito menos o risco de ameaça de extinção do seu alvo. Seu objetivo principal é matar os animais apenas para se distrair e compartilhar suas “habilidades” com os seus amigos. E a vaidade dos caçadores é inflada pela plataforma, que não vê nenhum problema em exibir os vídeos deles para milhões de pessoas.

Essa busca por likes e seguidores é justamente o que vem impulsionando esses grupos de caça no Youtube. Todos os dias, são incorporados novos vídeos e criados mais canais na plataforma por pessoas que veem na caça a possibilidade de se tornarem conhecidas ou, até mesmo, faturar altas quantias com a monetização dos vídeos.

“As vezes eu sinto vergonha de ser brasileiro”, afirma o Analista Ambiental do Instituto Chico Mendes para a Biodiversidade (ICMBio) Marco de Freitas, que dedica sua vida ao combate da caça. “Muitos caçadores que têm vídeos no YouTube já me ameaçaram de morte. É inadmissível que eles continuem postando esses vídeos impunemente”.

De acordo com a Lei 9.605/98, a caça no Brasil só é permitida em casos especiais e devidamente autorizada pelos órgãos de controle e fiscalização ambiental, como é o caso da caça de javali. Já a Declaração Universal dos Direitos dos Animais, das Nações Unidas, afirma que “nenhum animal deve ser usado para divertimento do homem. A exibição de espetáculos que utilizem animais é incompatível com a dignidade animal”.

Campanha visa cobrar uma posição da dona do YouTube

A RENCTAS – Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres, lançou na sexta-feira (3) a campanha #bastadecaça, com o objetivo de sensibilizar os acionistas da empresa Alphabet, que é dona do Google e Youtube. De acordo com o coordenador geral da instituição, Dener Giovanini, a pressão popular é fundamental para que a empresa mostre mais sensibilidade a esse tema.

“Ter uma gigante da tecnologia apoiando uma prática tão primitiva e desnecessária como a caça é inaceitável. O Youtube precisa rever urgentemente suas práticas de governança social e ambiental”. Entre as principais iniciativas da campanha da Renctas está uma petição online, que será enviada aos acionistas donos da plataforma. Quem desejar assinar a Petição é só acessar as redes sociais da Renctas.

Clique aqui para acessar a petição online