A goiabeira está em extinção por quê

Alimentos brasileiros que correm risco de extinção Araticum, bijajica, alfenim, cambucá, ariá, abiu, grumixama. Pode...

Posted by Coletivo em folhas on Monday, February 8, 2021

Quem, quando criança, brincou na rua, subiu em árvores e comeu fruta do pé, com toda certeza já experimentou daquelas pequenas frutas parecidas com goiabinhas. Caso contrário, ainda é tempo de experimentar. Se olhar bem (procurar bem), é possível encontrar algum pé de araçá pela cidade, plantado em algum parque ou praça, em algum jardim ou quintal, até mesmo em algum vaso numa sacada qualquer.

Fato é que o Araçá já foi muito popular na São Paulo dos Campos de Piratininga. Haja vista o Cemitério do Araçá, que deve seu nome por conta de estar localizado na antiga Estrada dos Araçás, chamada assim em razão da planta abundante existente na região.

A goiabeira está em extinção por quê

Araçá. Foto: J. Z. Berger (Domínio público)

Pertencente à família das Mirtáceas, a mesma da goiaba e da jabuticaba, o araçá tem variadas espécies no Brasil. Temos o araçá-vermelho (Psidium cattleianum), o araçá-do campo (Psidium guineense), o araçá-verde (Psidium rufum), o araçá-cinzento (Psidium cinereum) e outros mais, presentes nas várias regiões e biomas brasileiros.

Árvore de pequeno porte, mas de grande importância. As raízes têm propriedades antidiarreica e diurética. A casca pode ser usada para o curtume e a madeira empregada na fabricação de engradados, cabos de ferramentas, lenha e carvão. O óleo extraído de suas folhas pode auxiliar no tratamento a diarreias, como também, devido à sua ação antibiótica, ser usado no combate às bactérias.

A goiabeira está em extinção por quê

Araçá-vermelho (Psidium cattleianum). Foto: Ecos de Pedra (CC BY-NC-SA 2.0)

Suas flores são brancas e seus frutos, que variam da cor amarela a vermelha, são comestíveis. Aliás, eles são ricos em cálcio, ferro, fósforo, vitaminas A, B, C, antioxidantes, carboidratos e proteínas, indicados contra gripes e resfriados e até ansiedade.

Apesar de tantos atributos, algumas espécies de araçá figuram na lista da flora do estado de São Paulo ameaçada de extinção. Em tupi, araçá significa ‘fruta que tem olhos’, mas somos nós que devemos manter os nossos olhos bem abertos a fim de protegê-lo.

A goiabeira está em extinção por quê

Araçá-cinzento (Psidium cinereum). Foto: João Medeiros (CC BY 2.0)

Um alento à preservação é saber que espécies de araçá têm sido utilizadas em projetos de arborização urbana e em projetos de recomposição de mata ciliares, como no Programa Nascentes.

Vale lembrar: espécie nativa é aquela natural de determinado ecossistema ou região enquanto espécie exótica é aquela levada pelo homem em determinado local. Assim, o araçá espécie nativa no Brasil torna-se exótico se levado para outras partes do planeta, causando muitas vezes sérios riscos à flora local. Deste modo, nosso inocente araçá Psidium cattleianum, introduzido como árvore frutífera,  resultou numa verdadeira praga em ilhas do arquipélago do Havaí, dominando florestas nativas e gerando um custo muito alto anual para sua remoção. O mesmo ocorreu na Ilha de Reunião, pertencente às Ilhas Mascarenhas, no Oceano Índico. Assim, antes de ceder a tentação de levar “uma mudinha”, procure saber o impacto que poderá causar.

Pelo nome você já deve estar imaginando qual é o animal que adora se alimentar desse fruto. Impossível vacilar: é o lobo-guará. A fruta-de-lobo, cujo nome vem do fato de ser bastante apreciada por esse mamífero brasileiro ameaçado de extinção, aparece nos cerrados de julho a janeiro, desde o Nordeste até o sul do Estado de São Paulo. Serve ainda de alimento para pássaros e roedores de pequeno e médio portes.

O homem também o utiliza na alimentação, embora não agrade a todos os paladares. Há quem adore esse fruto e o saboreie fartamente, mas há quem o deixe para o lobo-guará se deliciar. O fato é que pode ser utilizado na alimentação humana, apesar da crença de alguns sertanejos de que cause envenenamentos e danos ao estômago.

A fruta-do-lobo apresenta aspecto globoso, ligeiramente achatado, semelhante a um tomate. Verde quando jovem e amarelo quando maduro, é bastante aromático e sua polpa é abundante e adocicada. Pio Corrêa sugere que seu aroma seja parecido com o da maçã, podendo ser consumida seja in natura ou na forma de doces, como geléias. Tal fruta rende resultados bastante satisfatórios na preparação de pessegadas (quando adicionada aos pêssegos) e de marmeladas (quando adicionada aos marmelos). Marmelada de fruta-de-lobo... É ver pra crer!

Infelizmente, essa espécie típica do cerrado brasileiro está sendo cada vez menos vista em nossas paisagens. O alto índice de desmatamento provocado pelo homem para a pecuária extensiva e, mais recentemente, para o cultivo de grãos, vem modificando drasticamente o ambiente, contribuindo para a escassez de lobeiras, que nos rende tantas delícias, e para o desaparecimento de seu principal admirador: o lobo-guará.

Qual é a fruta típica da Mata Atlântica?

Cabeludinha (Myrciaria glazioviana) Fruta nativa da Mata Atlântica, é uma planta que pode ser cultivada tanto em vasos quanto em pequenos quintais. Conhecida também como jabuticaba-amarela, esse fruto pode ser aproveitado tanto in natura como em sucos, doces e sorvetes.

Qual o bioma da goiabeira?

Goiabeira.

Quais frutas estão em extinção?

Conheça cinco frutos que estão sob ameaça de extinção na Mata Atlântica..
Cambuci..
Juçara..
Uvaia..
Cereja do Rio Grande..
Veja VÍDEOS sobre natureza e meio ambiente:.

Quais são as causas para a escassez de frutas típicas da Mata Atlântica?

A exploração e o desmatamento descontrolados da Mata Atlântica no Brasil são a principal causa do desaparecimento do bioma – cerca de 70% da população brasileira reside em áreas do bioma, e é nele que vivem 75,6% das espécies ameaçadas de extinção no país.