Quais foram os direitos humanos que foram violados pelo Holocausto?

Quais foram os direitos humanos que foram violados pelo Holocausto?
26 de janeiro de 2018 – Em pronunciamento para lembrar o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, observado em 27 de janeiro, o alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra’ad Al Hussein, defendeu que a lembrança dos horrores passados deve reforçar a luta no presente contra “as atuais negações monstruosas” de direitos. Para dirigente, mundo vê nova movimentação de líderes nacionalistas que fomentam discriminação e ódio.

“Todos os anos, honramos as vítimas da Shoah — milhões de judeus, ciganos, homossexuais e opositores políticos que foram brutalmente assassinados e outros que sobreviveram. Todos os anos, menos deles permanecem entre nós, como memórias-vivas daquele tempo, e temos de redobrar nossos esforços para lembar o horror que eles viveram e a sabedoria que eles adquiriram”, afirmou Zeid.

A data celebra o aniversário da libertação em 1945 do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, o maio centro de extermínio nazista.

O alto-comissário lembrou o depoimento de uma das sobreviventes que passou pelo local, a francesa Simone Veil, falecida no último verão. Simone disse, uma vez, que “a Shoah foi única na história da humanidade, mas o veneno do racismo, do antissemitismo, a rejeição do ‘Outro’ e o ódio não estão limitados a uma era, cultura ou povo”. “Em diferentes graus e formas, eles sempre foram ameaças diárias em todos os lugares”, acrescentava a sobrevivente.

Zeid lembrou que a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que completa 70 anos em 2018, foi concebida após duas Guerras Mundiais e depois do Holocausto. O marco foi impulsionado pela “necessidade urgente de prevenir para todo o sempre tamanho horror e destruição”. Ao ser adotada, líderes mundiais reconheceram que apenas a justiça, o respeito pela dignidade humana, igualdade e direitos poderiam assegurar uma paz duradoura.

“Mesmo hoje — talvez especialmente hoje — essas mensagens precisam ser absorvidas por um número crescente de líderes mundiais que veem os direitos humanos como restrições enfadonhas. Nacionalistas estão novamente fomentando discriminação, ódio e violência contra bodes expiatórios vulneráveis, buscando tirar vantagem de mensagens sobre supremacia étnica ou religiosa”, alertou Zeid.

“Por todo o mundo, muitas pessoas estão sofrendo atrocidades e (são vítimas de) campanhas em massa de assassinatos. O direito internacional de direitos humanos está sendo violado e fragilizado.”

O alto-comissário enfatizou que todos os indivíduos são merecedores de direitos. “E a promessa solene de respeitar os direitos das minorias e defender as liberdades fundamentais, feita por todos os Estados na assinatura da Declaração Universal, é o único caminho possível para o desenvolvimento sustentável e a paz”, acrescentou.

Na avaliação de Zeid, a Declaração “não é uma ideal filosófico passivo, mas um plano de ação prático que se torna cada vez mais urgente, se a humanidade quiser sobreviver e prosperar”.

Enfatizando a necessidade de “aprendermos com as lições do século XX”, o alto-comissário pediu aos cidadãos de todos os países onde ainda seja possível se expressar que defendam e apoiem os valores da Declaração.

Fonte: ONU Brasil

Leia a declaração do Alto Comissário na íntegra (em espanhol): https://acnudh.org/el-recuerdo-y-educacion-sobre-el-holocausto-nuestra-responsabilidad-compartida/


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Veja o Índice Universal de Direitos Humanos: http://uhri.ohchr.org/

As Leis de Nuremberg

Duas leis distintas, aprovadas pela Alemanha nazista em setembro de 1935, são conhecidas coletivamente como “Leis de Nuremberg”: (a) a Lei de Cidadania do Reich e (b) a Lei de Proteção do Sangue e da Honra Alemã. Estas leis incorporavam muitas das teorias raciais que embasavam a ideologia nazista. Elas constituíram a estrutura legal para a perseguição sistemática dos judeus na Alemanha.

Adolf Hitler promulgou as Leis de Nuremberg em 15 de setembro de 1935. O parlamento alemão (o Reichstag), então composto inteiramente por representantes nazistas, aprovou as mencionadas legislações. O anti-semitismo era de fundamental importância para o nazismo e, por isto, Hitler convocou o parlamento para uma sessão especial durante a reunião anual do Partido Nazista em Nuremberg, Alemanha.

A LEI DE CIDADANIA DO REICH

Os nazistas há muito vinham buscando uma definição legal que identificasse os judeus como tais, não por filiação religiosa mas segundo os ditames do seu anti-semitismo racial. Na Alemanha [como em qualquer outro local], não era fácil identificar visualmente os judeus, uma vez que eles não eram [e não são] uma raça. Muitos deles inclusive haviam abandonado as práticas e roupas de aparência tradicional, e haviam se integrado ao contexto social da época. Alguns já não mais praticavam o judaísmo, e vários haviam até mesmo começado a celebrar feriados cristãos, especialmente o Natal, junto a seus vizinhos não judeus. Muitos outros ainda tinham se casado com cristãos ou se convertido ao cristianismo.

De acordo com a Lei da Cidadania do Reich e diversos decretos que esclareciam sobre sua implementação, só pessoas de “sangue ou ascendência alemã” podiam ser cidadãos da Alemanha. Tal lei definia quem era ou não era alemão e quem era ou não era judeu, de acordo com o nazismo. Os nazistas rejeitavam a visão tradicional dos judeus como sendo membros de uma comunidade religiosa ou cultural. Ao vez disso, eles afirmavam que os judeus eram uma raça definida pelo nascimento e pelo sangue.

A despeito das persistentes reivindicações da ideologia nazista, não havia, nem há, nenhuma base cientificamente válida para definir os judeus como uma raça. Os legisladores nazistas se voltaram então para a genealogia familiar como forma de definição do que eles denominavam “raça judaica”. Pessoas com três ou mais avós nascidos na comunidade religiosa judaica passaram a ser considerados judeus por lei, pois os avós nascidos em uma comunidade religiosa israelita eram “racialmente” considerados judeus e, desta forma, sua condição “racial” era transmitida para seus filhos e netos. Pela lei, na Alemanha os judeus não eram cidadãos, mas “súditos do estado.”

Esta definição legal dos judeus na Alemanha cobria dezenas de milhares de pessoas que não se consideravam judias, ou que não tinham laços religiosos nem culturais com a comunidade judaica. Por exemplo, ela definia como judias as pessoas que haviam se convertido do judaísmo para o cristianismo. Ela também definia como judias as pessoas cujos pais ou avós haviam se convertido ao cristianismo. Esta lei retirou de todos eles a cidadania alemã e os privou dos mais básicos direitos humanos.

Para complicar ainda mais as definições, também havia pessoas que moravam na Alemanha que nem não eram definidas pelas Leis de Nuremberg nem como alemãs nem como judias, ou seja, pessoas que tinham só um ou dois avós nascidos dentro da comunidade religiosa judaica. Tais indivíduos, considerados como de “raça mista”, eram conhecidos como Mischlinge. Inicialmente eles tinham os mesmos direitos que os cidadãos de “raça” alemã, mas tais direitos foram contínuamente reduzidos por legislação subsequente.

LEI DE PROTEÇÃO DO SANGUE E DA HONRA ALEMÃ

A segunda Lei de Nuremberg, a Lei de Proteção do Sangue Alemão e da Honra Alemã, proibia o matrimônio entre judeus e não-judeus, e também criminalizava as relações sexuais entre aquelas pessoas. Tais relações eram rotuladas como “poluidoras da raça” (Rassenschande).

A lei também proibia judeus de contratarem empregadas alemãs com idade abaixo de 45 anos, presumindo que os homens judeus forçariam as mesmas a cometerem “poluição racial”. Milhares de pessoas acusadas como “poluidoras raciais” foram condenadas ou simplesmente desapareceram nos campos de concentração.

O SIGNIFICADO EMPÍRICO DAS LEIS DE NUREMBERG

As Leis de Nuremberg inverteram o processo de emancipação [em curso desde o século 19], através do qual os judeus na Alemanha eram aceitos como membros com plenos direitos na sociedade e como cidadãos do país em total igualdade com os demais. De modo ainda mais significativo, elas foram a base para futuras medidas anti-semitas que efetuaram distinções legais entre alemães e judeus. Pela primeira vez na história, os judeus enfrentaram perseguição não pelo que acreditavam, mas pelo que eles – ou seus pais – eram por nascença. Na Alemanha nazista, nenhuma profissão de fé, conversão, ato ou declaração, poderiam transformar um judeu em alemão. Muitos israelitas alemães, que nunca haviam praticado o judaísmo ou não o faziam há muitos anos, se viram presos pelas garras do terror nazista.

Embora as Leis de Nuremberg mencionassem especificamente os judeus, elas também se aplicavam aos negros e aos romanis (ciganos) que residiam na Alemanha. A definição de judeus, negros e romanis como estrangeiros raciais facilitou sua perseguição naquele país.

Durante a Segunda Guerra Mundial, muitos países aliados ou dependentes da Alemanha promulgaram suas próprias versões das Leis de Nuremberg. Em 1941, a Itália, a Hungria, a Romênia, a Eslováquia, a Bulgária, a França de Vichy, e a Croácia já haviam promulgado legislação anti-judaica semelhante às Leis de Nuremberg.

Quais direitos humanos foram violados durante o Holocausto?

Relações sexuais fora do casamento entre judeus e alemães ou sangue afim eram proibidas. Os judeus não podiam empregar mulheres cidadãs de sangue alemão ou de parentesco como empregadas domésticas. Os judeus foram proibidos de exibir no Reich a bandeira nacional ou as cores nacionais.

Quais os direitos humanos foram violados durante a 2 Guerra Mundial?

liberdades civis e individuais, a pena de morte, a intervenção em Estados para garantir a ordem e a mudança no sistema da Constituição de Weimar para fechado.

Quais foram os maiores impactos do Holocausto?

Holocausto é o nome que se dá para o genocídio cometido pelos nazistas ao longo da Segunda Guerra Mundial e que vitimou aproximadamente seis milhões de pessoas entre judeus, ciganos, homossexuais, testemunhas de Jeová, deficientes físicos e mentais, opositores políticos etc.

Qual a relação entre Holocausto e a Declaração Universal dos Direitos Humanos?

A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi elaborada por um comitê criado pela ONU no começo de 1946. O surgimento da DUDH está diretamente relacionado com os acontecimentos da Segunda Guerra Mundial, a maior guerra da história da humanidade, marcada pelos horrores do Holocausto e das bombas atômicas.