Quem quer rir tem que fazer rir quem disse?

Quem quer rir tem que fazer rir quem disse?

quinta-feira, 21 jan 2016


Os empresários do setor da construção civil estão pedindo arrego.  O crédito está escasso, os distratos estão crescendo e vários imóveis estão sendo vendidos com grandes descontos.

As construtoras estão dando comissões absurdas: a prática normal é de 4 a 5%, mas algumas já estão concedendo de 8% a 13% (essa informação veio de uma fonte interna).  A ordem é desovar os estoques o mais rapidamente possível, antes que os preços caiam ainda mais.

Tudo isso seria apenas mais uma manifestação do estouro da bolha imobiliária no Brasil, certo?

Mas não.  Sendo o Brasil o Brasil, sempre há detalhes ocultos. 

Um conhecido meu — sim, também odeio esse clichê de "conhecido meu", mas juro que o caso é verídico —, que possui trânsito perante o alto escalão dos líderes da Construção Civil (e que, obviamente, pede anonimato), recentemente me confidenciou que o senhor Jaques Wagner, ministro-chefe da Casa Civil, estaria "tentando convencer" os líderes da Construção Civil a apoiar o retorno CPMF.  Em troca do apoio e da aprovação do tributo, o governo abriria as torneiras dos bancos estatais, que liberariam mais crédito imobiliário. 

A julgar pelas recentes notícias sobre a queda estrondosa na arrecadação do governo e seu desespero em fechar as contas, bem como a quadragésima sétima versão do PAC explicitamente criada para estimular a construção civil, a probabilidade de esse rumor ser verídico é altíssima.

Eis aí o mais perfeito retrato de uma República Bolivariana: o governo, que detém o controle de três dos quatro maiores bancos do Brasil[1], está abertamente "negociando favores" com uma classe empresarial em troca do apoio desta classe.  O recado é claro: "Ou vocês ajudam os interesses do governo e se mantêm operantes, ou vocês não ajudam o governo e vão à bancarrota".  Empresário que quer rir tem de fazer o governo rir também.

Esse tipo de comportamento governamental é possível porque, no Brasil, praticamente todo o crédito imobiliário está nas mãos de bancos estatais.  E é assim porque o Tesouro utiliza dinheiro de impostos para repassar aos bancos estatais, e isso possibilita aos bancos estatais fornecer crédito subsidiado para a compra de imóveis.  Atualmente, mesmo com a SELIC em 14,25%, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil concedem empréstimos imobiliários a juros de menos da metade da SELIC.  O Banco do Brasil cobra juros de apenas 6,45% no financiamento da compra de imóveis.  A Caixa cobra 6,80%.

Os bancos privados, por sua vez, por não contarem com essa muleta do Tesouro, não podem se dar ao luxo de fazer empréstimos imobiliários a esses juros irreais, e, como consequência, foram "colocados para fora" deste mercado e praticamente não concedem empréstimos imobiliários.

No momento, por causa da forte recessão, do aumento do desemprego, do alto endividamento das pessoas, dos distratos, e da queda do preço dos imóveis, os próprios bancos estatais estão restringindo os empréstimos.  Mas o governo promete liberar geral caso os empresários apoiem a volta da CPMF.

Essa ligação umbilical — muitas vezes voluntária, às vezes forçada — entre estado e grandes empresários não apenas está na raiz da Lava-Jato, como também é o arranjo mais premente de uma economia que opera sob um estado gigante e onipresente.  Esse "capitalismo de quadrilhas" (na definição de Gustavo Franco) é a ilustração perfeita do descalabro ao qual o país está submetido: estado e grandes empresas se aliando — se a aliança é voluntária ou forçada pouca importa — e o resto da população se estrepando em decorrência, arcando com a volta da CPMF e com mais pressão inflacionária em decorrência de mais crédito estatal.

No Brasil funciona assim:

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[1] Eis a ordem dos bancos por ativos totais:

Banco do Brasil: R$ 1,325 trilhão

Itaú: R$ 1,118 trilhão

Caixa Econômica Federal: R$ 1,065 trilhão

Bradesco: R$ 883 bilhões

BNDES: R$ 871 bilhões

Santander: R$ 598 bilhões

HSBC: R$ 168 bilhões

Soma dos ativos dos três estatais: R$ 3,261 trilhões

Soma dos ativos dos quatro privados: R$ 2,767 trilhões

Qual o significado de quem quer rir tem que fazer rir? A expressão idiomática quem quer rir tem que fazer rir tem um sentido cultural que pode ser considerada figurativa, gíria ou de contexto popular.

Significado de quem quer rir tem que fazer rir

_ aquele que busca obter benefício por intermédio de alguém, precisa beneficiar tal em troca de conseguir alcançar seu interesse


Referências

Expressão composta pelos vocábulos: quem, quer, rir, tem, que, fazer, rir.
Uma expressão idiomática ou “idiotismo” é um conjunto de duas ou mais palavras que se caracteriza por não ser possível identificar o seu significado mediante o sentido literal dos termos.

De quem é a frase Quem quer rir tem que fazer rir?

Quem quer rir tem que fazer rir.

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Tropa de Elite - "Quem quer rir, tem que fazer rir"

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